CONTINUAÇÃO (15)
Do livro "Um ano com São Paulo" da Editorial Missões - Cucujães, escrito pelo Pde. Januário dos Santos, com os textos bíblicos retirados da BÍBLIA SAGRADA, (tradução dos Monges de Maredsous) e publicado em Junho de 2008, passo a transcrever (com a devida vénia) alguns dos textos dos Actos dos Apóstolos e das Epístolas de S. Paulo, - ali inseridos - desde 19 de Abril:
Dias 16, 17, 18, 19 e 20 de Março
PARTIDA DE PAULO PARA ROMA (Act. 27, 1-6)
Paulo embarca, em Mira, com outros presos, num navio proveniente de Alexandria que levava um carregamento de trigo para a Itália. O Centurião romano, a quem, tinha sido confiado, é homem de bom coração que até lhe permite visitar "os amigos", as comunidades cristãs.
1 Logo que foi determinado que embarcássemos para a Itália, Paulo foi entregue com outros presos a um centurião da coorte Augusta, chamado Júlio.
2 Embarcámos num navio de Adramito que devia costear as terras da Ásia, e levantámos âncora. Em nossa companhia estava Aristarco, macedónio de Tessalónica.
3 No dia seguinte, fazendo escala em Sidónia, Júlio, usando de bondade para com Paulo, permitiu-lhe ir ver os seus amigos e prover-se do que tinha necessidade.
4 Dali fazendo-nos ao mar, fomos navgegando perto das costas de Chipre, por nos serem contrários os ventos
5 tendo atravessado o mar da Cilícia e da Panfília, chegamos a Mira, cidade da Lícia
6 o centurião encontrou ali um navio de Alexandria, que rumava para Itália e fez-nos passar para ele.
Frase para recordar O centurião Júlio, usando de bondade para com Paulo, permitiu-lher ir ver os seus amigos.
PARTIDA DE PAULO PARA ROMA (2) (Act. 27, 7-12)
Paulo adverte o centurião dos perigos da viagem mas este, como é natural, deu mais crédito ao piloto e ao mestre que ao prisioneiro cujo dom de profecia ele desconhecia. O tempo de jejum referido no texto é o tempo que precede a Festa da Expiação (fins de Setembro).
7 Por muitos dias navegámos lentamente e com dificuldade até diante de Cnido, onde o vento não nos permitiu aportar.
8 Fomos entâo costeando o sul da ilha de Creta, junto ao cabo Salmona. Navegando com dificuldade ao longo da costa, chegámos afinal a um lugar, a que chama Bons Portos, perto do qual está a cidade de Lasaia.
9 Passara o tempo - já havia passado a época do jejum - e a navegação tornava-se perigosa. Paulo advertiu-os:
10 "Amigos, vejo que a navegação não se fará sem perigo e sem graves danos, não somente para o navio e para a sua carga, mas também para as nossas vidas."
11 O centurião, porém, dava mais crédito ao piloto e ao mestre do que ao que Paulo dizia.
12 O porto era impróprio para passar o inverno, pelo que a maior parte deles foi de opinião que se retornasse ao mar, na esperança de chegar a Fenice, para passar ali o inverno, por ser esse o um porto de Creta, abrigado dos ventos ,do sudeste e do nordeste.
Frase para recordar: Amigos, vejo que a navegação não se fará sem perigo.
TEMPESTADE E NAUFRÁGIO (Act. 27, 13-20)
Descrição viva e pormenorizada da tempestade e profecia do naufrágio. Paulo convida os companheiros a ter coragem porque um anjo de Deus lhe tinha garantido que chegariam a Roma.
Há muito tempo que não comiam nada , provavelmente devido ao enjoo.
13 Soprava então brandamnente o vento sul. Julgavam poder executar os seus planos. Levantaram a âncora e foram costeando de perto a ilha de Creta.
14 Mas, não muito depois, veio do lado da ilha um tufão chamado Euroaquilão.
15 Sem poder resistir à ventania, o navio foi arrebatado e deixámo-nos arrastar.
16 Impelidos rapidamente para uma pequena ilha chamada Cauda, conseguimos, com muito esforço, recolher o batel.
17 Içaram-no e, depois, como meio de segurança, amarraram o navio com cabos. Então, temendo encalhar em Sirte, arriaram as velas e entregaram-se à mercê dos ventos.
18 No dia seguinte, sendo a tempestadae ainda mais violenta, atiraram fora a carga.
19 No terceiro dia, atirámos para fora com as nossas próprias mãos os acessórios do navio.
20 Ora, não aparecendo por muito dias nem sol nem estrelas e sendo batidos por forte tempestade, tinhamos por fim, perdido toda a esperança de sermos salvos.
Frase para recordar: Tínhamos perdido toda a esperança de sermos salvos.
TEMPESTADE E NAUFRÁGIO (Act. 27, 21-32)
21 Há muito tempo que ninguém havia comido nada. Paulo levantou-se no meio deles e disse: "Amigos, deviéis ter-me atendido e não ter saído de Creta, e assim evitar este perigo e estas perdas.
22 Agora, porém, vos admoesto que tenhais coragem, pios não perecerá nenhum de vós, mas somente o navio.
23 esta noite apareceu-me um anjo de Deus, a quem pertenço e a quem sirvo, o qual me disse:
24 Não temas, Paulo. É necessário que compareças diante de César. Deus deu-te todos os que navegam contigo.
25 "Por isso, amigos, coragem! Eu confio em Deus que há-de acontecer como me foi dito.
26 Vamos dar a uma ilha."
27 Já estávamos na décima quarta noite, pelo mar Adriático, quando, pela meia-noite, os marinheiros pressentiram que estavam perto de alguma terra.
28 Então, atirando a sonda, perceberam que a profundidade era de vinte braças. Depois, um pouco mais adiante, viram, que era de quinze braças.
29 Temendo que déssemos em algum recife, lançaram quatro âncoras da popa, esperando ansiosos que amanhecesse o dia.
30 Imediatamente, os marinheiros procuraram fugir e, sob o pretexto de largar as âncoras da proa lançaram o bote ao mar.
31 Paulo disse ao centurião e aos soldados: "Se estes homens não permanecerem no navio, não podereis salvar-vos."
32 Os soldados cortaram, então, os cabos do bote e deixaram-no cair.
Frase para recordar: Não temas, Paulo! É necessário que compareças diante de César. Deus deu-te todos os que navegam contigo.
PAULO É LÍDER (Act. 27, 33-38)
Paulo mostra, nesta situaçao, as suas qualidades de líder.
Ele aconselha toda a gente a comer, após catorze dias de completo jejum, faz uma pequena paraliturgia abençoando o pão (não se trata de uma celebraçâo eucaristica), e pela estima em que era tido pelo centurião, poupa a vida dos prisioneiros. Lembre-se que os soldados pagavam com a vida a fuga dos prisioneiros.
33 Enquanto ia amanhecendo, Paulo encorajou a todos que comessem alguma coisa, e disse: "Já faz catorze dias que estais em jejum, sem comer nada.
34 Rogo-vos que comais alguma coisa, no interesse da vossa vida, porque nem um cabelo da cabeça de algum de vós perecerá."
35 Tendo dito isso, tomou o pão, pronunciou uma bênção na presença de todos e, depois de parti-lo, começou a comer.
36 Com isso, todos cobraram ânimo e puseram-se igualmente a comer.
37 No navio éramos ao todo duzentas e setenta e seis pessoas.
38 Depois de terem comido à vontade, aliviaram o navio, atirando o trigo ao mar.
Frase para recordar: Rogo-vos que comais alguma coisa, no interesse da vossa vida, porque nem um cabelo da cabeça de algum de vós perecerá.
Recolha e transcrição do livro
UM ANO COM SÃO PAULO
Pde Januário dos Santos
Ed. Editorial Missões Cucujães-2008
António Fonseca