sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O CRUCIFIXO – e o que Ele representa para os católicos

Tomei a liberdade de juntamente editar um e-mail que me foi enviado hoje, por parte de Artemísia Merlo através do www.gruporosamistica2@yahoo.com.br – sobre o Crucifixo que alguns protestantes não querem aceitar.

“Este homem tem discernimento e prova ser um filho de Deus!

Mesmo sendo um irmão evangélico, antes de jogar pedras nos católicos demonstra que Jesus realmente conquistou seu coração!

Quando ele, não renegando seus princípios religiosos, reconhece que Jesus crucificado é símbolo de fé da nossa religião e em outras palavras deixa subentendido que tudo começa em nós católicos, mostra a luz da verdade que ele, em nenhum momento deixa de reconhecer!

Louvado seja Deus!

Artemísia”

«JUIZ EVANGÉLICO DEFENDE O CRUCIFIXO

Juiz evangélico defende crucifixos em repartições públicas

Dr.. William Douglas, evangélico: ''Quando vejo o crucifixo com uma imagem de Jesus não me ofendo''. "Embora cristão, as doutrinas católicas diferem em muitos pontos do que eu creio, mas se foram católicos que começaram este país, me parece mais que razoável respeitar que a influência de sua fé esteja cristalizada no país." Este é um trecho do artigo do juiz titular da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), William Douglas, publicado nesta semana, no site Consultor Jurídico. O magistrado, que se denomina evangélico, critica a acção do Ministério Público Federal que pede a retirada de símbolos religiosos nos locais públicos federais de São Paulo.

"Querer extrair tais símbolos não só afronta o direito dos católicos conviverem com o legado histórico que concederam a todos, como também a história de meu próprio país e, portanto, também minha. Em certo sentido, querer sustentar que o Estado é laico para retirar os santos e Cristos crucificados não deixaria de ser uma modalidade de oportunismo".

Para o juiz William Douglas, muitos que são contrários à permanência dos símbolos religiosos em repartições públicas, na verdade professam uma nova religião, a "não religião". "Quando vejo o crucifixo com uma imagem de Jesus não me ofendo por (segundo minha linha religiosa) haver ali um ídolo, mas compreendo que em um país com maioria e história católica aquela imagem é natural".
"Eu, protestante e empedernidamente avesso às imagens esculpidas, as verei nas repartições públicas e saudarei aos católicos, que começaram tudo, à liberdade de culto e de religião, à formação histórica desse país e, mais que tudo, ao fato de viver num Estado laico, onde não sou obrigado a me curvar às imagens, mas jamais seria honesto (ou laico, ou cristão, ou jurídico) me incomodar com o fato de elas estarem ali".

Louvado seja Deus !

Artemísia»

http://gruporosamistica2@yahoo.com.br

Artemísia Merlo

Recolha e transcrição de António Fonseca

ANO SACERDOTAL - (algumas biografias de sacerdotes)

Caros Amigos:

A fim de poder dar o meu pequeno contributo para a celebração do Amo Sacerdotal no âmbito do meu blogue, resolvi efectuar uma busca em diversos sites, sobre a vida de vários sacerdotes e por isso hoje, através do site www.ecclesia.pt (a quem solicito humildemente, permissão,  e também pedindo desculpa pela utilização) dos textos e fotos, do boletim da Agência Ecclesia, faço aqui transcrição de algumas dessas biografias… (AF)

 

Padre e.... Bispo

D. Manuel Linda inaugura espaço para o Ano Sacerdotal em que a Agência ECCLESIA dá a conhecer diversas facetas dos padres no nosso país

Nos últimos tempos, os colegas padres e alguns leigos brincavam com ele sobre a hipótese de ser bispo. "Eram brincadeiras, mas não passavam disso" - disse à Agência ECCLESIA D. Manuel Linda, nomeado bispo auxiliar de Braga, no passado dia 27 de Junho. Com o título de Case Mediane e Auxiliar de Braga, D. Manuel Linda relatou a vivência dos dias passados entre o telefonema da Nunciatura Apostólica e a data da sua nomeação.

Os dias foram muito intensos e "ocuparam-me o tempo todo" porque "estamos no fim do ano académico no Seminário de Vila Real". Com toda a naturalidade disse que "sinto-me padre a 100%, mas bispo ainda não".

No domingo (21 de Junho), o email - datado das 07horas e 43minutos - deste sacerdote da diocese de Vila Real tinha um pedido expresso: "ligar para determinado número da Nunciatura Apostólica". Depois de visualizar esta mensagem pelas 22 horas, "interpretei o que se passava, mas naquele dia não liguei".

Como tinha um serviço na manhã do dia seguinte, D. Manuel Linda colocou o telemóvel em modo silencioso, mas "estava, continuamente, a receber chamadas de um número de Lisboa". Cerca das 12 horas e liberto do trabalho matinal, "liguei para o respectivo número". Recebeu a notícia quando caminhava na rua... "admito que tenha ficado branco" - sublinhou.

Nascido a 15/04/1956 na Freguesia de Paus, Concelho de Resende, Distrito de Viseu, Diocese de Lamego, o novo bispo auxiliar de Braga frequentou os Seminário Menor (Resende) e Maior (Lamego) da Diocese de Lamego, bem como o Instituto de Ciências Humanas e Teológicas (Porto), já como aluno da Diocese de Vila Real. Foi ordenado presbítero no Dia de Portugal e de Camões (10 de Junho) do ano de 1981.

O facto de ter lido o email na véspera "deu-me alguma calma". Após a celebração eucarística, o titular de Case Mediane foi almoçar ao Seminário de Vila Real, onde é reitor, e "procurei que a cara não demonstrasse nada de especial". A notícia que mudaria a sua vida alterou os seus comportamentos e "creio que os meus colegas descobriram". E explica a fragilidade: "provavelmente estava menos falador naquele dia".

A introspecção apoderou-se de D. Manuel Linda e, na tarde de 22 de Junho, "não conseguia concentrar-me". Esteve a trabalhar, mas a execução "era quase automática" porque "não tinha a cabeça fria" (Risos). Desempenhou todas as funções desse dia, porém "sabe Deus como" e "às vezes com pouca dimensão humana".

Os primeiros dias foram especiais e "comecei a dar-me conta do peso do episcopado". A consciência das novas tarefas na diocese minhota apoderaram-se do novo bispo auxiliar de Braga. "Curiosamente, nem pensei na mitra nem no solidéu" - confessa. E desabafa: "não podemos levar estas coisas de ânimo leve".

Nessa Terça-feira (dia 23 de Junho), D. Manuel Linda recebe um telefonema de sua mãe. Depois das conversas entre mãe e filho, será que o instinto maternal adivinha? Esta pergunta-lhe: "É verdade que vais para bispo?". Como estava sujeito ao segredo, "não pude dizer-lhe nada", mas devolveu-lhe a questão: "E a mãe gostava?". Não sabemos a resposta da mãe do titular de Case Mediane, mas "mostrou apreensão porque respeita o ministério episcopal". (Risos). No entanto, deu-lhe a palavra que este queria ouvir: "Tu ordenaste-te para servir a Igreja, vê lá como a podes servir".

Foi nessa lógica de serviço que D. Manuel Linda saiu das terras do Marão e se deslocou, no dia 24 de Junho, a Lisboa para falar com o Núncio Apostólico. Desde o telefonema da Nunciatura até à data da nomeação "dormi bem" visto que "não tenho problemas de insónias" - realça o prelado.

No seu dia-a-dia, o vigário episcopal para a cultura e coordenador da pastoral da diocese de Vila Real utiliza a gravata na sua indumentária. Depois de saber da ida para a diocese de Braga ainda não pensou o que fazer à colecção de gravatas que possui. No seu ar bem-disposto disse que está disponível para "dar algumas, mas a minha casa de origem tem muito espaço".

Apesar de não ter muito tempo, D. Manuel Linda confessa que gosta muito de "corridas de automóveis". Como a cidade de Vila Real recuperou o circuito automóvel, a simpatia pelas velocidades renasceu. Quando era mais novo - "agora não tenho ido muito" -, o novo bispo gostava também de MotoCross. Nunca praticou nenhum destes desportos, mas noutros tempos "conduzia com mais velocidade". A prudência dos anos tirou-lhe a adrenalina das velocidades.

Em relação ao desporto-rei, o bispo auxiliar de Braga confessa que quando "era adolescente sofria com o futebol". O nacionalismo ainda existe quando a selecção joga, mas "não dou saltos na cadeira quando Portugal marca um golo". Nota-se que gosta de futebol, mas não sabemos as cores da sua equipa preferida. "Rigorosamente já não tenho clube, houve alturas em que tive e vibrava muito com ele". (Risos)

Nos seus tempos de jovem padre - "era menino e moço com 24 anos" - o actual titular de Case Mediane foi nomeado para uma paróquia "considerada difícil". O facto de ter criado um boletim paroquial, mas com notícias da zona "acalentou o ego daquela gente que depois me recebeu de braços abertos". Com experiência na Comunicação Social, D. Manuel Linda esteve na génese de uma rádio local: a Rádio Voz do Marão. "Só por si a Comunicação Social não faz um homem novo, mas é um instrumento valiosíssimo".

O actual bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, foi reitor do seminarista Manuel Linda na diocese de Lamego. Num contexto "muito próprio, o meu ano optou por amadurecer vocacionalmente fora da diocese" - contou. Nesse ano, o actual bispo de Lamego tinha passado a Vigário-Geral da diocese e na substituição da reitoria, "nós - talvez coisas ingénuas de adolescentes - achámos que poderíamos amadurecer fora de Lamego".

O «célebre» bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, foi o tema da tese de doutoramento do novo bispo auxiliar de Braga. "Quando comecei a estudá-lo, esta figura da Igreja não estava suficientemente estudada". Depois da leitura das homílias de D. António Ferreira Gomes proferidas na diocese de Portalegre e, depois, no Porto "dei-me conta que a temática social, aquilo a que chamamos moral sociopolítica, seria a grande referência do pensamento dele" - enfatizou.

No domínio da literatura, Miguel Torga e José Régio são os seus autores preferidos. "Já escrevi um artigo para a Revista «Brotéria» sobre a mundividência de Miguel Torga". O escritor de S. Martinho da Anta (Vila Real) que foi adoptado pela cidade do Mondego "diz-me muito" porque "andava sempre em busca do religioso e nunca o encontrou verdadeiramente". A poesia de Régio também "me toca imenso" - frisou.

Apreciador de Arte Sacra, D. Manuel Linda recebeu - por coincidência - um «presente» no dia da nomeação para bispo auxiliar de Braga: a inauguração, no Seminário de Vila Real, de uma exposição de treze telas sobre S. António. "Uns quadros fantásticos" - disse. Apesar de gostar de pintura reconhece que "sou um desastre na arte de pintar". E lamenta: "aliás, não sei como fui tão pouco dotado nestes domínios" (Risos).

É o homem da Pastoral da Cultura na diocese de Vila Real, mas "na cultura entendida como pensamento e como criação". Nas suas viagens pelas grandes cidades, gosta de "visitar os museus de referência". Já esteve várias vezes em Madrid e "conheço o Museu do Prado muito bem".

A falta de tempo impede-o de viajar mais, mas conhece algumas partes do mundo. "Fico extasiado quando vejo alguns monumentos". A primeira vez que viu a catedral de Milão (Itália) apeteceu-lhe "encostar a uma parede e ficar ali a ver toda aquela simbólica". O contacto com a catedral de Colónia (Alemanha) "pôs-me deslumbrado" e "fiquei muitos minutos a observar aquela obra, absolutamente espantosa".

Nomeado no Verão de 2009, D. Manuel Linda disse que gosta "muito de praia", mas reconhece que passava "mais despercebido" antes da notícia das suas novas funções eclesiais.

Como a data da ordenação ainda não está marcada - "em princípio será na segunda quinzena de Setembro" - D. Manuel Linda afirma que ainda não "leu o rito da ordenação nem o directório dos bispos". O lema episcopal ainda não está escolhido, mas colocará as tónicas "do espírito da alegria e da esperança" no seu episcopado.

"Se for obrigado a ter brasão gostava de colocar um campo em branco onde a vida escreverá algo" - declarou. No domínio da simbólica a cunhar no seu brasão, D. Manuel Linda confessou que gosta do castanheiro - "árvore da minha região" - ou então do pinheiro que "resiste a muitas intempéries".

 

 

 

Padre e... Futebolista:

Marco Gil, capitão da equipa de futsal de padres de Portugal

Arrancou com a bola do meio-campo, fintou um, dois, três e marcou o melhor golo da carreira. Actualmente tem 33 anos e fez o contrato da sua vida a 20 de Julho de 2003 quando foi ordenado padre por D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Pe. Marco Gil relata como consegue conciliar o futebol com a vida de pároco.

Tudo começou na infância. Com os vizinhos jogava na rua, mas o «vício» prolongou-se pela vida fora. "No seminário praticávamos muito desporto e foi uma forma de não esquecer os passos dados na infância". No futebol de rua, os vidros das janelas sofreram com os pontapés na bola. "Por acaso, só aconteceu uma vez" - confessou.

Se fosse jogador de futebol profissional estava no fim da carreira, mas tal não acontece na vida sacerdotal. Na sua terra natal, Lousado, Vila Nova de Famalicão, um padre Comboniano abriu-lhe o caminho vocacional. Com a ajuda de outro sacerdote Pe Constantino de S. Miguel, Caldas de Vizela, "comecei a frequentar o Pré-Seminário". O passo seguinte foi a entrada no Seminário. As dúvidas surgiram e "interrompi por uns anos" - revelou. Mais tarde e depois de amadurecida a questão da vocação sacerdotal, Marco Gil faz um passe certeiro: entra novamente no seminário rumo ao contrato da sua vida.

O futebol é que nunca desapareceu da vida deste sacerdote bracarense. "Joguei futebol federado e tive algumas propostas". Os clubes grandes do futebol português nunca o abordaram. "Andei sempre pelas equipas da região". Como estava a estudar, mentalizou-se que primeiro estava a escola - "primeiro tinha que cumprir os meus objectivos" - e depois "é que vinha o futebol".

Como jogador de futebol "é tecnicamente e tacticamente evoluído". No entanto, considera-se, "no bom sentido, um bocadinho agressivo na forma como abordo o jogo". Com o passar dos anos, sente que este temperamento vai resfriando. "Nunca levei nenhum cartão vermelho" - sublinha.

No rectângulo de jogo de futebol onze jogava a trinco, no meio campo, embora "chegasse - durante duas ou três épocas - a jogar a central". Como o futebol de salão (Futsal) o espaço de jogo é inferior, o padre futebolista desempenha todas as posições excepto a de guarda-redes. "Às vezes no ataque e noutros jogos mais à defesa para aguentar o jogo todo".

Baresi (jogador do Milan da década de 90) e Rui Costa (jogador do Benfica até 2008) foram os seus ídolos no futebol nacional e internacional. Dois jogadores diferentes na ocupação dos espaços. "Admirava o Rui Costa pela forma como conduzia o jogo e o Baresi pela questão táctica" - confidenciou. E acrescenta: "o Baresi era pequeno como eu, mas exprimia o jogo muito bem". Não tem alcunha no futebol, mas, às vezes, os amigos chamam-lhe Baresi. Aqueles que não têm tanta proximidade "tratam-me por padre".

No primeiro ano após a ordenação - "assumi quatro comunidades" -, o padre futebolista tinha o tempo todo controlado. "Os jogos eram às 15horas e tinha Eucaristia às 17h 30m... era na queima para chegar a horas". A condição física já não é a mesma quando tinha vinte e poucos anos. "Começou a ser extremamente difícil conciliar futebol de onze e a vida sacerdotal" - admitiu.

Actualmente, o Pe. Marco Gil é o capitão da selecção portuguesa dos padres que jogam Futsal. É também um dos elementos da equipa da diocese de Braga que praticam este desporto. Este ano, os padres da diocese de Viana do Castelo saborearam a vitória pela quarta vez consecutiva. Como entendido do futebol e praticante da modalidade, o Pe. Marco Gil dá o seu parecer sobre a superioridade da diocese que venceu o «Clericus Cup nacional». "A média de idades da equipa de Braga é superior em relação à selecção de Viana do Castelo" e neste desporto "a idade e a condição física contam muito".

O bispo da diocese, D. Jorge Ortiga, e o Pe. Marco Gil são naturais de Famalicão. "Por acaso cheguei a jogar contra o sobrinho de D. Jorge que era guarda-redes no Brufe" - realça. E garante: "D. Jorge Ortiga nunca nos proibiu de jogar futebol, apenas nos alertava para o cuidado pastoral".  Como chegou à conclusão que não conseguia "tocar dois instrumentos em simultâneo", o sacerdote optou por aquele "pelo qual a minha paixão me seduziu".

Conhece os meandros do futebol e sublinha que "podemos ser bons, mas se não tivermos padrinhos.... (risos) não vamos a lado nenhum". Nunca teve empresário, contudo recebia conselhos de algumas pessoas. O pai deste sacerdote bracarense não era um grande amante do futebol. "Primeiro os estudos e depois o futebol" - recorda.

O mundo do futebol é complexo. "Trabalhas bem, mas se tens uma lesão... vai tudo por água abaixo". Por outro lado - lamenta o Pe. Marco Gil - "há clubes que prometem muito e depois não pagam salários".

No último torneio (Clericus Cup nacional) jogou lesionado, mas a lesão mais grave que teve "foi no menisco e ligamentos e até fui transportado de ambulância". Através de tratamentos recuperou, mas "nunca mais fiquei a 100%". "Dá para este futebol entre amigos" - avança.

Marco Gil é capitão e líder da selecção dos clérigos. Os colegas "escolheram-me e assumi" o estatuto. Reconhece que tem espírito de liderança, embora "trabalhar com sacerdotes não é fácil". E desabafa: "tenho pena de alguns bispos... (risos)". Alguns padres são "evoluídos tecnicamente", porém "falta-lhes apetência para o sentido de sacrifício e do treino".

No seu percurso futebolístico, o Pe. Marco Gil recorda um jogo que lhe correu na perfeição. No jogo da meia-final do campeonato nacional contra a diocese do Porto "estávamos a perder por um a zero e fomos ganhar por dois a um. Acho que joguei bem e marquei os dois golos". No futebol de onze, este sacerdote participou também em duas subidas de divisão pelo Meães (clube da regional de Braga).

Apreciador de bons jogos, o capitão da selecção dos padres é adepto do Benfica. "Sou sócio do Sporting de Braga e simpatizante do Benfica" e "vivo intensamente um jogo de futebol". Não tem nenhuma forma específica para festejar os golos, mas com a intensidade do jogo grita bem alto: gooooooolo.

Já treinou miúdos, mas "é muito complicado". Surgem observações com frequência: "aquele está a jogar há muito tempo" e "aquele não joga porquê?". Uma experiência enriquecedora, mas "difícil e cheia de atritos".

Actualmente, tem quatro paróquias na diocese de Braga e estuda Direito Canónico na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. "Ando sempre a correr" - confessa. Devido aos estudos passa quatro dias na capital, mas tenho "o auxílio dos colegas do meu Arciprestado da Póvoa de Lanhoso".

Em pleno Ano Sacerdotal, o Pe. Marco Gil lamenta que a sociedade não aprecie as outras qualidades dos padres. "Têm dificuldade em reconhecer essas qualidades e ficam admiradas". Ficam estupefactas e questionam: "Os padres também jogam à bola?". E conclui: "o padre não é uma pessoa formatada".

Padre e... Pescador: João Brasil

Ligado umbilicalmente ao mar, o Pe. João Brasil gosta de ir pescar nos tempos livres. Com 44 anos (30 de Julho de 1965), este sacerdote da diocese de Angra nasceu na Ilha de S. Jorge e, actualmente, é pároco na Ilha Graciosa. "Comprei um pequeno barco com os meus irmãos e pescava com familiares e amigos" - disse à Agência ECCLESIA.

Nas lides piscatórias, o padre pescador esclarece que não faz pesca de rede. Apenas "submarina, miudeza e, menos vezes, a pesca do alto". E acrescenta: "tipo de pesca artesanal". A cana, a linha e o anzol são utensílios essenciais para ocupar os tempos livres. Ordenado sacerdote a 25 de Junho de 1989, este pescador sublinha que "nem sempre se consegue tirar peixe".

Quando o grupo de amigos se junta e o mar está propício, o barco é o companheiro na ondulação. "Vamos pescar para fazermos uma jantarada" - disse. Quando a faina é boa, este grupo de amigos não vende o peixe. Se sobrar "damos às pessoas". Os açorianos têm o mar no sangue e quando "temos um bocadinho de tempo vamos relaxar, descansar e pescar para o mar".

Como o mar não é para brincadeiras, o Pe. João Brasil vai sempre com os amigos para o Oceano Atlântico. Após a pescaria, as brasas esperam pelo fruto do hobby. Na confecção, "todos fazem qualquer coisa". Enquanto uns abrem o peixe, os outros preparam a mesa para o repasto da comunhão.

Este pescador não gosta de ser conotado com o ditado popular - «Pescador e Caçador são uns exagerados» e confessa que não sabe "nem o tamanho, nem o peso dos peixes" que a linha trouxe com a ajuda do isco. "Não ligo a records". O lírio, chicharro, veja, garoupa e o sargo são as espécies mais abundantes no mar que banha a ilha Graciosa. "Temos também a miudeza - peixes mais pequenos - que servem para fritar" - esclarece.

O Verão é a estação preferida para as pescarias. "No Inverno o mar está mais perigoso, por isso vamos poucas vezes". Não se aventuram a percorrer muitas milhas. "Para pescar não é preciso ir muito longe, temos aqui algumas baías".

Para além de ser pescador em part-time, o Pe. João Brasil é também instrutor de mergulho de garrafa. "Sou instrutor de escafandro" - explica. Lentamente, tirou o curso com uns amigos e dá aulas nesta área. Actualmente, "estamos a dar um curso a onze pessoas".

A pesca submarina é outra paixão. "É diferente porque temos de ir para as «baixas» (rochas mais afastadas) onde existem pesqueiros". Com o barco ao largo - "fica sempre alguém a tomar conta da embarcação" - e o seu equipamento, o Pe. João Brasil mergulha na busca do peixe e das belezas do mar. O medo elimina-se com a experiência, mas "já apanhei alguns sustos: tempestades e tubarões". Também já visualizou baleias, todavia estas "passam mais na zona da ilha do Pico e do Faial".

As regras estão estabelecidas. Na pesca submarina não se pode "apanhar mais de dez peixes" por pessoa. Se o número for superior, "estamos sujeitos a uma multa da Polícia Marítima". Nas lides piscatórias nem sempre corre tudo bem. "Às vezes perde-se um arpão, uma arma ou a bóia com o peixe" - reconhece.

Este sacerdote não tem medo dos peixes. Já os conhece e sabe os seus hábitos. "As moreias estão lá nos seus buracos e não temos nada que colocar lá as mãos" - disse. Este pescador consciencioso só "apanha o peixe necessário". Olha para o futuro e fica preocupado com o desaparecimento de algumas espécies.

Os golfinhos são os parceiros predilectos neste sobe e desce das ondas. "Vêm brincar, muitas vezes, para a proa do barco". Para além destes cetáceos, os paroquianos são os companheiros de viagem. "Somos poucos padres e cada um tem as suas acções pastorais".

Pároco, professor, mergulhador

De forma oval e com cerca de 60 Km2 de superfície, a Ilha Graciosa tem quatro paróquias: Praia (S. Mateus); Santa Cruz, Guadalupe e Luz. Pouco montanhosa, plana e baixa na área norte e nordeste, eleva-se lentamente até à altitude de 398 m no Pico Timão, localizado no centro. O Pe. João Brasil tem a seu cargo a paróquia da Praia - cujo padroeiro é S. Mateus - e também joga futsal, tocou violão num rancho folclórico da Ilha de S. Jorge e é professor de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC).

No mergulho amador, o limite de profundidade "não nos deixa passar dos 40 metros". Uma descida por etapas com a ajuda de um "computadorzinho que nos regula" e transmite a informação correcta e os "tempos de descompressão". Com paragens obrigatórias, os mergulhadores devem saber "as sequências" para que o organismo não sofra as sequelas.

Nas profundezas do oceano, este padre da Ilha Graciosa sente-se no "mundo do silêncio". E acrescenta: "é o melhor que os Açores têm". Ao falar das cores que iluminam o oceano, o Pe. João Brasil esclarece: "com a profundidade vão-se perdendo algumas cores". Desaparece o vermelho, o amarelo... O mergulho tem "outra beleza" até aos 20 metros de profundidade. Com a sua máquina fotográfica regista estes segredos do mar. "É um hobby muito engraçado".

A timidez da sua voz indica-nos o caminho... Aponta-nos para o transcendente e as razões deste misticismo. "Habituámos-nos a viver sozinhos e fechados pelo mar". Este é "o primeiro companheiro", por isso "o açoriano é introvertido por natureza".

Apesar de considerar o mar como companheiro, este sacerdote não tem o hábito de ir sozinho para o oceano. "Pode acontecer algo... uma das regras de segurança é ir acompanhado". Olhar o estrelado do céu e sentir o baloiçar das ondas também não é muito aconselhável.  "Também não gosto. Já fiz mergulho nocturno e não gostei muito" - confessou.

Tal como a movimentação marítima que «beija» as ilhas de bruma, o nevoeiro inicial do diálogo começa a desvanecer-se. A contrariedade existente no arquipélago - vulcões e terramotos - "ajuda a ligarmo-nos ao transcendente". Em certas circunstâncias considera-se introvertido. "No início sou..." - confessa.

Os sismos moldam a personalidade do açoriano e a tradição religiosa popular centra-se no pedido de auxílio. Nossa Senhora da Saúde e Nossa Senhora do Socorro são expressões "utilizadas com frequência".

Tem duas embarcações - «S. Mateus» (faz parte de uma sociedade) e o «Trimix». O Pe. João Brasil explica o porquê dos nomes dos barcos. O Trimix é um barco de fibra - com 5 metros e 45 centímetros - e esta expressão utiliza-se no mergulho. "É um mergulho com três misturas". Em relação ao S. Mateus, "colocámos este nome porque é o padroeiro da paróquia".

Conotado com a sua riqueza ao nível do peixe, o Pe. João Brasil frisou que, actualmente, "já não existe tanto peixe como as pessoas pensam". As redes "clandestinas estão a matar muito peixe" porque as pessoas "não cumprem as regras".

Foi para o seminário com 15 anos, mas sempre que estava de férias o mar recebia-o de braços abertos. "Os superiores do seminário não lhe diziam nada porque são açorianos e percebem esta ligação entre as pessoas e o mar". Enquanto nas ilhas maiores - caso de S. Miguel - existem freguesias de costas voltadas para o mar, nas ilhas mais pequenas - caso da Graciosa e S. Jorge - "muitas famílias não compram peixe". Há sempre uma  que tem um barco e apanha peixe para os vizinhos. "Existe o sentido de comunidade e comunhão entre as pessoas". E completa: "Na ilha Graciosa não há uma peixaria".

Conhece as nove ilhas que compõem o arquipélago - Corvo, Flores, Graciosa, Pico, S. Jorge, Faial, Terceira, Santa Maria e S. Miguel - e quando lhe disse que estive duas semanas na Ilha do Corvo respondeu prontamente: "Isso é um acto heróico". Não teve problemas de adaptação na Graciosa porque as estas terras vulcânicas são "praticamente todas semelhantes".

Ordenado há 20 anos, o Pe. João Brasil esteve dois anos na Ilha das Flores, 10 em S. Jorge e está há oito anos na Ilha Graciosa. "Estamos sempre a aprender com os outros" visto que cada ilhéu tem a sua experiência de vida.

Com cerca de mil paroquianos e os serviços pastorais organizados, este padre considera-se próximo da população. "Devemos estar com as pessoas e movimentar os grupos existentes". E conclui: "a maioria dos apóstolos eram pescadores".

Marcos do Vale, Padre e... Ilusionista

Em pleno Ano Sacerdotal, a Agência ECCLESIA continua a dar a conhecer as diversas facetas dos padres do nosso país

Fernando Martins

Sem truques na manga, o professor Marcos do Vale explica que o seu hobby - o ilusionismo - começou pela brincadeira nos encontros de jovens. No seu laboratório da magia, este ilusionista materializa o sonho das crianças e desperta na densidade dos adultos a alegria da vida.

Nos espectáculos é o Professor Marcos do Vale, mas no reino eclesial é o Pe. Manuel Armando. Actualmente é pároco em Aguada de Baixo, Águeda, e sublinha à Agência ECCLESIA que o ilusionismo serve para "divertir os jovens e os menos jovens". Primeiro nasceu a vocação sacerdotal e, posteriormente, talvez pelos "meus 25 anos, descobri estas andanças".

Esta paixão nunca mais esmoreceu. Para além da arte de «fazer aparecer e desaparecer», a voz magnética do Pe. Manuel Armando actua como íman nos disponíveis do palco. Em poucos segundos transforma-os em músicos que tocam tambores, pandeiretas, cavaquinhos, adufes, pianos, bateria; bombos; xilofones. Os escolhidos até fazem de polícias sinaleiros num palco sem carros. É o poder da mente... A sua altiva voz sobrepõe-se... Os outros obedecem. A plateia ri com os poderes do professor Marcos do Vale.

As habilidades já serviram para angariar fundos para causas sociais. Neste reino da ilusão "faço desaparecer coisas que existem" porque o que "fazemos é escamotear a verdade de alguns objectos" - garantiu o Pe. Manuel Armando. No meio de tanta panóplia de instrumentos "não consigo fazer aparecer nada que não exista".

Ao definir o ilusionismo, o Professor Marcos do Vale realça que esta arte "ilude o sentido da visão e audição das pessoas". Através desta arte, "conseguimos distrair a sua atenção noutro lado".

O nome Marcos do Vale tem uma explicação. Aproveitou o nome do pai - Marques - que transformou para Marcos e o nome da localidade de nascimento, Vale Maior (concelho de Albergaria-a-Velha). Quando participou no primeiro festival internacional de artes mágicas, onde "entrava também o mentalismo", o Pe. Manuel Armando correu no domínio da hipnose. "Pediram-me um pseudónimo por causa das pontuações e passei a utilizar Marcos do Vale" - confessou. E acrescenta: "passou a ser este o «nome de guerra» nestas andanças".

Com 67 anos de idade (6 de Outubro de 1941) e algumas décadas de artista, o Pe. Manuel Armando não contabiliza os espectáculos que faz, mas "andam lá pelos milhares". Já percorreu Portugal de lés a lés e países de vários continentes. "Vou com frequência fazer espectáculos às comunidades portuguesas espalhadas pelos diversos cantos do mundo" - reconhece.

Muito para contar

No âmbito das recordações, o professor Marcos do Vale sublinha que num espectáculo nos Estados Unidos da América com outro artista português a comunidade esperava alguns milhares de pessoas na plateia. O feitiço virou-se contra o feiticeiro e "actuámos somente para trinta pessoas". Às vezes, a agilidade é inimiga e "falha-se o truque", mas "remediamos a coisa para outro lado". E explica: "aquilo que falhou, faz de conta que foi um truque." Episódios caricatos... Um dia teve de actuar numa arena porque a tarde da festa era preenchida com uma vacada e o professor Marcos do Vale. "Puseram-me a actuar no meio da arena (risos) em cima de uma camioneta com os taipais descaídos". Com um sorriso nos lábios afirma: "nunca me senti tão touro como naquele dia". Só fez o primeiro truque - "as pessoas não devem ter percebido nada" - e o resto da actuação foi noutro local.

Com uma agenda muito preenchida, certo dia o professor Marcos do Vale enganou-se na hora do espectáculo. Confundiu as 15 horas com as 17 horas... No final, "pediram-me uma indemnização". Com toda a naturalidade disse que podia rasgar o cheque e dar-lhes "um bocadinho desse mesmo cheque". No dia seguinte, quando foi fazer o depósito ao banco, "o cheque estava mais careca que o Santo António". (risada geral)

Este artista não tem empresário porque "gosto de ser livre" e "actuar quando e onde posso". Esporadicamente, um ou outro empresário pede-lhe o seu contributo. Eles trabalham na base das "percentagens", mas o Pe. Manuel Armando gosta que as pessoas "saibam linearmente quanto recebo por espectáculo". E esclarece: "nunca recebi mais de 750 euros por espectáculo".

Habitualmente, não trabalha com animais porque "dão muito trabalho e não tenho tempo para isso". As cordas, cartas, aros e bandeiras são os objectos preferidos para enganar as pessoas.

Conciliar paixões

O convite para os espectáculos ao Houdin (célebre ilusionista francês, 1805-1871) dos padres em Portugal deve-se a vários factores. "Sou convidado para trabalhos religiosos, mas junto o útil ao agradável" - enfatizou. Depois destas tarefas coloca o saber acumulado da "arte de palco nas festas para onde recebi o convite".

Nunca teve acções de formação no ilusionismo. "Sou um autodidacta e curioso" - considera. O entusiasmo nesta área "leva-nos a progredir" e a "fazer diferente e melhor". Se a vida estiver organizada "temos tempo para tudo". No entanto, o Pe. Manuel Armando esclarece que se tiver uma actividade eclesial e um convite para um espectáculo "primeiro está a minha missão de padre".

Habitualmente e com a ajuda dos colegas sacerdotes consegue satisfazer os vários pedidos. A magia e a hipnose não "são fonte de rendimento" para o Professor Marcos do Vale. Este hobby é um complemento à vida sacerdotal. Todavia, alguns espectáculos são pagos. "Um cachet justo" - confidenciou. Quando é convidado para causas solidários, o artista actua de forma gratuita.

A sua magia ainda não chegou ao campo vocacional. Ainda não conseguiu aumentar o número de vocações sacerdotais. De forma peremptória diz: "isso queria eu, mas tenho procurado cativar a juventude". E confessa: "há miúdos que dizem que gostavam se ser padres para fazer aquilo que faço". (Risos)

Os anos trouxeram-lhe saber acumulado nas artes mágicas. Neste braço de ferro entre o que existe e o que desaparece, o padre da diocese de Aveiro ganha, mas gosta de ensinar algumas perícias. "Ensino aos miúdos alguns truques" - afirma. Comunica a alegria de ser padre através das suas habilidades. E recorda o nascimento da sua vocação sacerdotal: "quando andava na escola primária, um padre - tinha uma mota muito velha - passava junto de nós e parava para falar connosco. Admirava aquela mota e dizia que queria ser padre para ter uma mota".

Reconhece que não treina muito a não ser quando tem um aparato novo. Tem vários livros sobre os temas e vai a alguns encontros de ilusionistas. "Sabem que sou padre e respeitam-me" - salientou. Ao olhar para os seus colegas sacerdotes da diocese aveirense não vislumbra nenhum sucessor nas artes da magia. "Têm muitos dotes, mas nenhum para a arte de iludir".

Não explicou como consegue «enganar» a plateia, mas confessa que é uma questão de agilidade. "Quanto mais querem ver, menos vêem". O preto é a cor dominante nos ilusionistas, mas o professor Marcos do Vale não tem uma indumentária de artista. "O fato da semana ou do Domingo é aquele que utilizo no palco" porque "não tenho dinheiro para esses fatos".

Um artista simples que não utiliza também o cabeção. "Não uso desde que saí do seminário". "Há rapazes novos que saem com essa virtude do seminário, no entanto penso que não é o cabeção que nos faz padres" - frisou.

Percurso de vida

Entrou para o seminário em 1952 e fez todo o ciclo preparatório naquela instituição de Aveiro. Posteriormente, foi para Lisboa, para o Seminário dos Olivais, onde esteve quatro anos. Foi ordenado a 25 de Julho de 1965, na Sé de Aveiro, por D. Manuel de Almeida Trindade, falecido em Agosto de 2008. "Estive um ano na Gafanha da Nazaré, depois vim para Águeda. Estive também em Cacia durante 20 anos e agora estou em Aguada de Baixo e Avelãs de Caminho" - declarou o sacerdote.

D. Manuel de Almeida Trindade, D. António Marcelino e D. António Francisco Santos foram os três bispos que teve como padre desta diocese. Nenhum destes pastores manifestou desencanto pelo hobby do Pe. Manuel Armando. "Sabem que estou a tempo inteiro como padre". E acrescenta: "sempre me incentivaram porque procuro dar testemunho daquilo que sou na Igreja".

 

http:ecclesia.pt

Agência Ecclesia (boletim)

 

Recolha e transcrição (e aposição de fotos) por António Fonseca

- Renovo os meus pedidos de desculpa à Agência Ecclesia e www.ecclesia.pt

Pio X, Santo
CCLVII Papa, Agosto 21

CCLVII Papa

Martirologio Romano: Memoria del papa san Pío X, que fue sucesivamente sacerdote con cargo parroquial, obispo de Mantua y después patriarca de Venecia. Finalmente, elegido Sumo Pontífice, adoptó una forma de gobierno dirigida a instaurar todas las cosas en Cristo, que llevó a cabo con sencillez de ánimo, pobreza y fortaleza, promoviendo entre los fieles la vida cristiana por la participación en la Eucaristía, la dignidad de la sagrada liturgia y la integridad de la doctrina (1914).
Etimología: Pío = piadoso. Viene de la lengua latina.
Giuseppe Melchiorre Sarto, quien luego sería el Papa Pío X nació el 2 de Junio de 1835 en Riese, provincia de Treviso, en Venecia. Sus padres fueron Giovanni Battista Sarto y Margarita Sanson. Su padre fue un cartero y murió en 1852, pero su madre vivió para ver a su hijo llegar a Cardenal. Luego de terminar sus estudios elementales, recibió clases privadas de latín por parte del arcipreste de su pueblo, Don Tito Fusarini, después de lo cual estudió durante cuatro años en el gimnasio de Castelfranco Veneto, caminando de ida y vuelta diariamente.
En 1850 recibió la tonsura de manos del Obispo de Treviso y obtuvo una beca de la Diócesis de Treviso para estudiar en el seminario de Padua, donde terminó sus estudios filosóficos, teológicos y de los clásicos con honores. Fue ordenado sacerdote en 1858, y durante nueve años fue capellán de Tómbolo, teniendo que asumir muchas de las funciones del párroco, puesto que éste ya era anciano e inválido. Buscó perfeccionar su conocimiento de la teología a través de un estudio asiduo de Santo Tomás y el derecho canónico; al mismo tiempo estableció una escuela nocturna para la educación de los adultos, y siendo él mismo un ferviente predicador, constantemente era invitado a ejercer este ministerio en otros pueblos.
En 1867 fue nombrado arcipreste de Salzano, un importante municipio de la Diócesis de Treviso, en donde restauró la iglesia y ayudó a la ampliación y mantenimiento del hospital con sus propios medios, en congruencia con su habitual generosidad hacia los pobres; especialmente se distinguió por su abnegación durante una epidemia de cólera que afectó a la región. Mostró una gran solicitud por la instrucción religiosa de los adultos. En 1875 creó un reglamento para la catedral de Treviso; ocupó varios cargos, entre ellos, el de director espiritual y rector del seminario, examinador del clero y vicario general; más aún, hizo posible que los estudiantes de escuelas públicas recibieran instrucción religiosa. En 1878, a la muerte del Obispo Zanelli, fue elegido vicario capitular. El 10 de Noviembre de 1884 fue nombrado Obispo de Mantua, en ese entonces una sede muy problemática, y fue consagrado el 20 de Noviembre. Su principal preocupación en su nuevo cargo fue la formación del clero en el seminario, donde, por varios años, enseñó teología dogmática y, durante un año, teología moral. Deseaba seguir el método y la teología de Santo Tomás, y a muchos de los estudiantes más pobres les regaló copias de la “Summa Theologica”; a la vez, cultivó el Canto Gregoriano en compañía de los seminaristas. La administración temporal de la sede le impuso grandes sacrificios. En 1887 celebró un sínodo diocesano. Mediante su asistencia en el confesionario, dio ejemplo de celo pastoral. La Organización Católica de Italia, conocida entonces como la “Opera dei Congressi”, encontró en él a un celoso propagandista desde su ministerio en Salzano. En el consistorio secreto celebrado en Junio de 1893, León XIII lo creó Cardenal, con el título de San Bernardo de las Termas; y en el consistorio público, tres días más tarde, fue preconizado Patriarca de Venecia, conservando mientras tanto el título de Administrador Apostólico de Mantua. El Cardenal Sarto fue obligado a esperar dieciocho meses, antes de tomar posesión de su nueva diócesis, debido a que el gobierno italiano se negaba a otorgar el exequatur, reclamando que el derecho de nominación había sido ejercido por el Emperador de Austria. Este asunto fue tratado con amargura en periódicos y panfletos; el Gobierno, a manera de represalia, rehusó extender el exequatur a los otros obispos que fueron nombrados durante este tiempo, por lo que el número de sedes vacantes creció a treinta. Finalmente, el ministro Crispi, habiendo regresado al poder, y la Santa Sede, habiendo elevado la misión de Eritrea a la categoría de Prefectura Apostólica en atención a los Capuchinos Italianos, motivaron al Gobierno a retractarse de su posición original. Esta oposición no fue causada por ninguna objeción contra la persona de Sarto. En Venecia el cardenal encontró un estado de cosas mucho mejor que el que había hallado en Mantua. También allí puso gran atención en el seminario, donde logró establecer la facultad de derecho canónico. En 1898 celebró el sínodo diocesano. Promovió el uso del Canto Gregoriano y fue gran benefactor de Lorenzo Perosi; favoreció el trabajo social, especialmente los bancos en las parroquias rurales; se dio cuenta de los peligros que entrañaban ciertas doctrinas y conductas de algunos Cristiano-Demócratas y se opuso enérgicamente a ellas. El Congreso Eucarístico Internacional de 1897, en el centenario de San Gerardo Sagredo (1900), la bendición de la primera piedra del nuevo campanario de San Marcos y la capilla conmemorativa en el Monte Grappa (1901) fueron eventos que dejaron una profunda impresión en él y en su gente. A la muerte de León XIII, los cardenales se reunieron en cónclave y, después de varias votaciones, Giuseppe Sarto fue elegido el 4 de Agosto al obtener 55 de 60 votos posibles. Su coronación tuvo lugar el siguiente Domingo, 9 de Agosto de 1903.
En su primera Encíclica, deseando revelar hasta cierto punto su programa de trabajo, mencionó el que sería el lema de su pontificado: “instaurare omnia in Christo” (Ef 1,10). En consecuencia, su mayor atención giró siempre sobre la defensa de los intereses de la Iglesia. Pero ante todo, sus esfuerzos también se dirigieron a promover la piedad entre los fieles, y a fomentar la recepción frecuente de la Sagrada Comunión, y, si era posible, hacerla diariamente (Decr. S. Congr. Concil., 20 de Diciembre, 1905), dispensando a los enfermos de la obligación de ayunar para poder recibir la Sagrada Comunión dos veces al mes, o incluso más (Decr. S. Congr. Rit., 7 de Diciembre, 1906). Finalmente, mediante el Decreto “Quam Singulari” (15 de Agosto, 1910), recomendó que la Primera Comunión en los niños no se demorara demasiado tiempo después de que alcanzaran la edad de la discreción. Fue por deseo suyo que el Congreso Eucarístico de 1905 se celebró en Roma, mientras que aumentó la solemnidad de los congresos Eucarísticos posteriores mediante el envío de cardenales legados. El quincuagésimo aniversario de la proclamación del dogma de la Inmaculada Concepción fue una ocasión que supo aprovechar para impulsar la devoción a María (Encíclica “Ad illum diem”, Febrero 2,1904); y el Congreso Mariano junto con la coronación de la imagen de la Inmaculada Concepción en el coro de la Basílica de San Pedro fueron una digna culminación de la solemnidad. Fuera como simple capellán, como obispo, y como patriarca, Giuseppe Sarto fue siempre un promotor de la música sacra; como Papa publicó, el 22 de Noviembre de 1903, un Motu Proprio sobre música sacra en las iglesias, y, al mismo tiempo, ordenó que el auténtico Canto Gregoriano se utilizara en todas partes, mientras dispuso que los libros de cantos se imprimieran con el tipo de fuente del Vaticano bajo la supervisión de una comisión especial. En la Encíclica “Acerbo nimis” (Abril 15, 1905), planteó la necesidad de que la instrucción catequética no se limitara a los niños, sino que también fuera dirigida hacia los adultos, dando para ello reglas detalladas, especialmente en lo referente a escuelas adecuadas para la impartición de la instrucción religiosa a los estudiantes de escuelas públicas, y aun de universidades. Promovió la publicación de un nuevo catecismo para la Diócesis de Roma.
Como obispo, su principal preocupación había sido la formación del clero, y de acuerdo con este propósito, una Encíclica dirigida al Episcopado Italiano (Julio 28, 1906) hacía énfasis en la necesidad de tener mayor cuidado en la ordenación de sacerdotes, llamando la atención de los obispos sobre el hecho de que, entre los clérigos más jóvenes, se manifestaba cada vez con mayor frecuencia un espíritu de independencia que era una amenaza para la disciplina eclesiástica. En beneficio de los seminarios italianos, ordenó que fueran visitados regularmente por los obispos, y promulgó un nuevo programa de estudios que había estado en uso en el Seminario Romano. Por otra parte, como las diócesis del Centro y Sur de Italia eran tan pequeñas que sus seminarios respectivos no podían prosperar, Pío X estableció el seminario regional, que es común para las sedes de una región dada; en consecuencia, muchos seminarios, pequeños y deficientes, fueron cerrados.
Para una mayor eficacia en la asistencia a las almas, a través de un Decreto de la Sagrada Congregación del Consistorio (Agosto 20, 1910), promulgó instrucciones concernientes a la remoción de párrocos como un acto administrativo, cuando tal procedimiento requería de graves circunstancias que podían no constituir una causa canónica para la destitución. Con motivo de la celebración del jubileo de su ordenación sacerdotal, dirigió una carta llena de afecto y prudentes consejos a todo el clero. Por un Decreto reciente (Noviembre 18, 1910), el clero había sido impedido de tomar parte en la administración temporal de organizaciones sociales, lo cual era causa frecuente de graves dificultades.
Pero por sobre todas las cosas, la principal preocupación del Papa era la pureza de la fe. En varias ocasiones, como en la Encíclica con respecto al centenario de San Gregorio Magno, Pío X resaltaba los peligros de ciertos métodos teológicos nuevos, los cuales, basándose en el Agnosticismo y el Immanentismo, por fuerza suprimían la doctrina de la fe de sus enseñanzas de una verdad objetiva, absoluta e inmutable, y más aun cuando estos métodos se asociaban con una crítica subversiva de las Sagradas Escrituras y de los orígenes del Cristianismo. Por esta razón, en 1907, publicó el Decreto “Lamentabili” (llamado también el Syllabus de Pío X), en el que sesenta y cinco proposiciones modernistas fueron condenadas. La mayor parte de estas se referían a las Sagradas Escrituras, su inspiración y la doctrina de Jesús y los Apóstoles, mientras otras se relacionaban con el dogma, los sacramentos, la primacía del Obispo de Roma. Inmediatamente después de eso, el 8 de Septiembre de 1907, apareció la famosa Encíclica “Pascendi”, que exponía y condenaba el sistema del Modernismo. Este documento hace énfasis sobre el peligro del Modernismo en relación con la filosofía, apologética, exégesis, historia, liturgia y disciplina, y muestra la contradicción entre esa innovación y la fe tradicional; y, finalmente, establece reglas por las cuales combatir eficazmente las perniciosas doctrinas en cuestión. Entre las medidas sugeridas cabe señalar el establecimiento de un cuerpo oficial de “censores” de libros y la creación de un “Comité de Vigilancia”. Posteriormente, mediante el Motu Proprio “Sacrorum Antistitum”, Pío X llamó la atención en los interdictos de la Encíclica y las disposiciones que habían sido establecidas previamente bajo el pontificado de León XIII sobre la predicación, y sancionó que todos aquellos que ejercieran el sagrado ministerio o quienes enseñaran en institutos eclesiásticos, así como canónigos, superiores del clero regular, y aquellos que servían en oficinas eclesiásticas, deberían tomar un juramento en el que se comprometían a rechazar los errores que eran denunciados en la Encíclica o en el Decreto “Lamentabili”. Pío X retomó este asunto vital en otras ocasiones, especialmente en las Encíclicas que fueron escritas en conmemoración de San Anselmo (Abril 21, 1909) y de San Carlos Borromeo (Junio 23, 1910), en la segunda de las cuales el Modernismo Reformista fue especialmente condenado. Como el estudio de la Biblia es, a la vez, el área más importante y más peligrosa de la teología, Pío X deseaba fundar en Roma un centro especial para esos estudios, que les diera la garantía inmediata de una ortodoxia incuestionable y un valor científico; en consecuencia, y con el apoyo de todo el mundo católico, se estableció el Pontificio Instituto Bíblico de Roma, bajo la dirección de los jesuitas.
Una necesidad sentida durante mucho fue la de codificar la Ley Canónica, y con la intención de llevarla a cabo, el 19 de Marzo de 1904, Pío X creó una congregación especial de cardenales, de la que Gasparri, convertido en cardenal, sería el secretario. Las más eminentes autoridades en derecho canónico de todo el mundo, colaboraron en la formación del nuevo código, algunas de cuyas prescripciones ya habían sido publicadas, como por ejemplo, las modificaciones a la ley del Concilio de Trento en lo referente a los matrimonios secretos, las nuevas reglas para las relaciones diocesanas y para las visitas episcopales ad limina, y la nueva organización de la Curia Romana (Constitución “Sapienti Consilio”, Junio 29, 1908). Anteriormente, las Congregaciones para las Reliquias e Indulgencias y de Disciplina habían sido suprimidas, mientras que la Secretaría de Asuntos Menores había sido unida a la Secretaría de Estado. La característica del nuevo reglamento es la completa separación de los aspectos judiciales de los administrativos; mientras que las funciones de algunos departamentos habían sido determinadas con mayor precisión y sus trabajos más equilibrados. Las oficinas de la Curia se dividieron en Tribunales (3), Congregaciones (11), y Oficinas (5). Con respecto a los primeros, el Tribunal de Signatura (constituido exclusivamente por cardenales) y el de la Rota fueron revividos; al Tribunal de la Penitenciaría le fueron dejados únicamente los casos del fuero interno (conciencia). Las Congregaciones permanecieron casi como estaban al principio, con la excepción de que una sección especial fue agregada al Santo Oficio de la Inquisición para las indulgencias; la Congregación de Obispos y Regulares recibió el nombre de Congregación de Religiosos y tendría que tratar únicamente los asuntos de las congregaciones religiosas, mientras los asuntos del clero secular serían derivados a la Congregación del Consistorio o a la del Concilio; de este último fueron retirados los casos matrimoniales, los cuales serían ahora enviados a los tribunales o a la recientemente creada Congregación de los Sacramentos. La Congregación del Consistorio aumentó grandemente su importancia debido a que tendría que decidir sobre cuestiones que eran competencia de las otras Congregaciones. La Congregación de Propaganda perdió mucho de su territorio en Europa y América, donde las condiciones religiosas habían comenzado a estabilizarse. Al mismo tiempo, fueron publicadas las reglas y regulaciones para empleados, y aquellas para los diferentes departamentos. Otra Constitución reciente presenta una relación de las sedes suburbicarias.
La jerarquía Católica incrementó grandemente su número durante los primeros años del pontificado de Pío X, en los que se crearon veintiocho nuevas diócesis, la mayoría en los Estados Unidos, Brasil y las Islas Filipinas; también una abadía nullius, 16 vicariatos Apostólicos y 15 prefecturas Apostólicas.
León XIII llevó la cuestión social dentro del ámbito de la actividad eclesial; Pío X también deseó que la Iglesia cooperara, o, mejor aún, desempeñara un papel de liderazgo en la solución de la cuestión social; sus puntos de vista en esta materia fueron formulados en un syllabus de diecinueve proposiciones, tomadas de diferentes Encíclicas y otras Actas de León XIII, y publicadas en un Motu Proprio (Diciembre 18, 1903), especialmente para la orientación en Italia, donde la cuestión social era un asunto espinoso a principios de su pontificado. Buscó especialmente reprimir ciertas tendencias que se inclinaban hacia el Socialismo y promovían un espíritu de insubordinación a la autoridad eclesiástica.
Como resultado del aumento constante de divergencias, la “Opera dei Congressi”, la asociación Católica más grande de Italia, fue disuelta. No obstante, inmediatamente después la Encíclica “Il fermo proposito” (Junio 11, 1905) provocó la formación de una nueva organización, constituida por tres grandes uniones, la Popular, la Económica y la Electoral. La firmeza de Pío X logró la eliminación de, por lo menos, los elementos más discrepantes, posibilitando, ahora sí, una verdadera acción social Católica, aunque subsistieron algunas fricciones. El deseo de Pío X es que la clase trabajadora sea abiertamente Católica, como lo expresó en una memorable carta dirigida al Conde Medolago-Albani. También en Francia, el Sillon, después de un origen prometedor, había dado un giro que lo acercaba a la ortodoxia del extremismo democrático social; y los peligros de esta relación fueron expuestos en la Encíclica “Notre charge apostolique” (Agosto 25, 1910), en la cual los Sillonistas fueron conminados a mantener sus organizaciones bajo la autoridad de los obispos.
En sus relaciones con los Gobiernos, el pontificado de Pío X tuvo que mantener luchas dolorosas. En Francia el papa heredó disputas y amenazas. La cuestión “Nobis nominavit” fue resuelta con la condescendencia del papa; pero en lo referente al nombramiento de obispos propuestos por el Gobierno, la visita del presidente al Rey de Italia, con la consiguiente nota de protesta, y la remoción de dos obispos franceses, deseada por la Santa Sede, se convirtieron en pretextos del Gobierno en París para el rompimiento de las relaciones diplomáticas con la Corte de Roma. Mientras tanto la ley de Separación ya había sido preparada, despojando a la Iglesia de Francia y prescribiendo, además, una constitución para la misma , la cual, si bien no era abiertamente contraria a su naturaleza, por lo menos entrañaba grandes peligros para ella. Pío X, sin prestar atención a los consejos oportunistas de quienes tenían una visión corta de la situación, rechazó firmemente consentir en la formación de las asociaciones cultuales. La separación trajo cierta libertad a la Iglesia de Francia, especialmente en materia de la elección de sus pastores. Pío X, sin buscar represalias, todavía reconoció el derecho francés de protectorado sobre los Católicos en el Este. Algunos párrafos de la Encíclica “Editae Saepe”, escrita en ocasión del centenario de San Carlos Borromeo, fueron mal interpretadas por los Protestantes, especialmente en Alemania, por lo que Pío X elaboró una declaración refutándolos, sin menoscabo a la autoridad de su alto cargo. En ese tiempo (Diciembre, 1910), se temían complicaciones en España, así como la separación y persecución en Portugal, para lo cual Pío X ya había tomado las medidas oportunas. El Gobierno de Turquía envió un embajador ante el Papa. Las relaciones entre la Santa Sede y las repúblicas de América Latina eran buenas. Las delegaciones en Chile y la República Argentina fueron elevadas a la categoría de internunciaturas, y se envió un Delegado Apostólico a Centroamérica.
Naturalmente, la solicitud de Pío X se extendió a su propia estancia, realizando un gran trabajo de restauración en el Vaticano; por ejemplo, en las habitaciones del cardenal-secretario de Estado, el nuevo palacio para los empleados, una nueva galería de pinturas, la Specola, etc. Finalmente, no debemos olvidar su generosa caridad en las calamidades públicas: durante los grandes terremotos de Calabria, pidió la ayuda de todos los Católicos del mundo, logrando reunir, al momento del último sismo, aproximadamente 7’000,000 de francos, que sirvieron para cubrir las necesidades de quienes fueron afectados y para la construcción de iglesias, escuelas, etc. Su caridad no fue menor en ocasión de la erupción del Vesubio y de otros desastres fuera de Italia (Portugal e Irlanda). En pocos años, Pío X obtuvo resultados magníficos y duraderos en interés de conservar la doctrina y disciplina Católicas, aún enfrentando grandes dificultades de todo tipo. Hasta los no Católicos reconocen su espíritu apostólico, su fortaleza de carácter, la precisión de sus decisiones y su búsqueda de un programa claro y explícito.
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PioX por Jesús Martí Ballester

Sidon (Sidonio) Apolinar, Santo
Bispo, Agosto 21

Obispo

Martirologio Romano: En Auvernia, en Aquitania, san Sidonio Apolinar. Era prefecto de la ciudad de Roma cuando fue ordenado obispo de Clermont, y muy bien formado en lo divino y lo humano, y dueño de gran fortaleza cristiana, se enfrentó a la ferocidad de los bárbaros, como padre de la Iglesia y doctor insigne (c. 479).
Este ilustre francés vino al mundo en la populosa e industrial ciudad de Lyon en el 430 y murió Clermont-Ferrand (Puy-de-Dôme) en el 480.
Tuvo, pues, 37 años para llenar su vida de aventuras en las que estuvo siempre presente el amado Cristo.
Este joven había alcanzado toda la fama que se puede desear en la vida. Se casó con la hija del emperador Avito. En aquellos tiempos la sucesión de los emperadores era rápida. El conoció nada menos que ocho.
El sabía cuándo tenía que comprometerse y cuándo no. E n el 456 hizo el elogio de su suegro Avito en el Senado. Y así tuvo que realizarlo por varias veces.
El último del que hizo el panegírico fue asesinado. Fue entonces cuando se retiró a Auvergne a vivir tranquilo con su mujer y sus dos hijos. Se distraía con la caza y la pesca y escribiendo poemas y cartas.
Fueron los cinco años más felices de su vida.
Todo, sin embargo, iba a cambiar para él cuando los Visigodos invadieron las fronteras y asaltaron Clermont-Ferrand.
Durante este tiempo, fue nombrado gobernador y obispo. Animó a los ciudadanos a que aguantaran el asedio y que nunca se rindieran..
Hasta entonces no supo lo que era pasar hambre. Sin embargo, llevado de su celo apostólico como obispo, fue un ejemplo para todos.
Luchó con todas sus fuerzas para mantener a su pueblo alejado de las herejías que traían los invasores.
Su amor por los pobres le llevaba hasta entregarle sus propios muebles y su vajilla.
La tristeza y la añoranza les hicieron morir de forma prematura.
Se dice que fue uno de los mejores escritores de su tiempo.
¡Felicidades a quien leve este nombre!

Victoria Rasoamanarivo, Beata
Viúva e Princesa de Madagáscar, Agosto 21

 

Princesa de Madagascar

Martirologio Romano: En Antananarivo, en la isla de Madagascar, beata Victoria Rasoamanarivo, que, después de enviudar de un matrimonio con un hombre violento, y habiendo sido expulsados de la isla los misioneros, socorrió con toda solicitud a los cristianos y defendió a la Iglesia frente a los magistrados públicos (1894).
Nació en Tananarive (Madagascar). Perteneció a una de las familias más potentes del país, recibió una óptima educación moral.
Frecuentó las escuelas fundadas por la Compañía de Jesús y las Hermanas de la Congregación de San José de Cluny. La enseñanza de la religión católica y el ejemplo de los padres y las hermanas influyeron poderosamente en la joven, quien más tarde pidió ser admitida a la Iglesia.
Fue bautizada en 1863. Durante las persecuciones contra la Misión Católica, sus padres pretendieron que renegara de su fe pero ella no cedió. Los misioneros consideraron prudente respaldar su deseo a ingresar en la vida religiosa, pero fue entregada como esposa al hijo del primer ministro y alto oficial del ejército.
El matrimonio, debido al carácter y costumbres de su esposo, se constituyó para ella en un verdadero martirio. Sin embargo permaneció fiel a su marido no obstante los consejos de sus padres y de la misma reina.
Su vida cristiana ejemplar le ganaron la estima de la corte y el pueblo. Esta estima y su autoridad moral hicieron de ella una providencial sostenedora de la Iglesia Católica en Madagascar cuando los misioneros católicos fueron expulsados. Defendió públicamente a la Iglesia católica ante las autoridades y sostuvo la fe del pueblo. Cuando los misioneros regresaron en 1886 encontraron una comunidad vigorosa y floreciente debido al mérito y a la actividad de Victoria. Falleció el 21 de agosto de 1894.

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...