sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

29 DE JANEIRO DE 2010 - SANTOS DO DIA

SANTOS DO DIA DE HOJE,

SEXTA-FEIRA, 29 DE JANEIRO DE 2010

Afraates, (SANTIAGO) Santo
Janeiro 29   -  Escritor Anacoreta

Afraates, Santo

Afraates, (Santiago) Santo

Eremita
  • Martirológio Romano: Perto de Antioquia de Síria (hoje na Turquia), santo Afraates, anacoreta, que, nascido e formado entre os persas, seguindo as pegadas dos magos se converteu ao Senhor em Belém e se retirou a Edessa, vivendo numa pequena casa fora das muralhas. Mais tarde, com sua pregação e seus escritos defendeu a fé católica contra os arianos (c. 378).
    Etimologicamente: Afraates = Aquele que veio de África, é de origem latina.

O mais antigo dos Padres da Igreja de Síria, é Santo Afraates, chamado "o Sábio persa" pelos escritores sírios posteriores. Muito pouco é o que conhecemos sobre sua vida, De seus escritos podemos concluir que nasceu no paganismo e que, ao converter-se, abraçou a vida religiosa ou de asceta. Pouco tempo depois aparece já como figura prócere dentro da Igreja de Síria. Afraates mudou seu nome pelo de Santiago. Ignoramos se isto aconteceu ao baptizar-se, ou se teve lugar apenas ao ser consagrado bispo, conforme um costume oriental, e não precisamente ao iniciar-se nas ordens sagradas. O nome de Santiago explicaria satisfatoriamente o que tanto Genádio como o tradutor das obras de Afraates para arménio o confundissem com Santiago de Nísibe.
Sobre a duração de sua vida e a data de sua morte não temos dado algum preciso. Sem embargo, atendo-nos à ciência de que ele faz alarde, a sua experiência, o conhecimento da Sagrada Escritura, é verosímil admitir que era de idade avançada quando, em 340, iniciava na Pérsia o rei Sapor a perseguição contra os cristãos. Por outro lado, Bar-Hebraeus nos apresenta o escritor sírio como contemporâneo do bispo de Seleucia-Ctesifón, Papas. Agora melhor Papas, promotor de tantos distúrbios na Igreja de mesopotâmia, morria, segundo a cronologia de Bar-Hebraeus, em 335. Estes dados concordam com os que o mesmo Afraates nos tem transmitido em suas obras. Apoiados em tais pormenores nos permitimos propor duas datas que encerram a vida do escritor sírio: 280?-350?
Afraates
é autor unicamente de 23 tratados ou demonstrações, chamados erroneamente por alguns escritores homilias. Cada um destes tratados começa por uma letra do alfabeto siríaco, segundo a ordem própria do alfabeto. As compôs na Pérsia sob o reinado de Sapor. A forma e vivacidade de seu estilo nos urge a pensar, qual lugar de redacção,naquelas províncias iranianas fronteiriças com o Império romano. Esta obra, dada a conhecer por W. Cureton em 1855, tem o grande mérito de ser o escrito mais antigo que possuímos integramente em siríaco (ou sírio).
Abarca diversos temas de carácter teológico, ascético e disciplinar. Vários tratados são de controvérsia. Polemiza com os judeus, que possuíam na Pérsia e Mesopotâmia grandes e célebres escolas desde o tempo do cativeiro. Afraates finge como interlocutor um "doutor judeu" cujos argumentos vai refutando com brilhantismo.
Das 23 demonstrações nove as escreveu contra a estirpe israelita, tocando nelas aqueles temas que mais caracterizam a religiosidade do povo escolhido: circuncisão, Páscoa, o sábado, alimentos legais, vocação dos gentios, Cristo filho de Deus, virgindade, perseguição e restauração da nação judia.
Outras dez são de carácter ascético-moral e expõe temas tão sugestivos como o da fé, caridade, jejum, ascetas, penitentes, humildade, etc. Dois são circunstanciais, exortando numa delas ao clero e povo de Seleucia e Ctesifón, e na outra sermoneia sobre as guerras. Outras duas, por fim, são de sabor dogmático, discutindo com os hereges em torno à ressurreição, a morte e os últimos acontecimentos do fim do mundo. Compôs as dez primeiras demonstrações em 336-337; as doze seguintes em 343-344 e a última em Agosto de 345.
Realmente a obra de Afraates é uma síntese de toda a doutrina cristã. Desde o ponto de vista da teologia o labor do escritor sírio é pobre, sobretudo se se a compara com a de seus contemporâneos gregos e latinos. Sem embargo, tem a seu favor a grande valia de ser o testemunho mais antigo da fé de seu país. É indiscutível também que sobre as matérias por ele tratadas sua autoridade é considerável, porque vivia afastado do mundo romano e das controvérsias doutrinais que surgiram a consequência do concílio de Nicea.
Afastado da contenda, Santo Afraates, cumprindo a missão do bom pastor, se esforça por viver sua fé e por fazê-la  viver em todos os que o rodeiam. Seus comentários à Escritura são simples, mas eficazes e penetrantes. A obra de Afraates não está isenta de erros doutrinais, mas não é mancha nenhuma; seus pontos de vista foram logo compartilhados por Santo Efrén e outros escritores da época. Pese a estes insignificantes desacertos dogmáticos Afraates é um grande defensor da ortodoxia e o conhecimento de seus escritos presta o teólogo uma boa ajuda.
Fala com bastante segurança acerca de Deus, Santíssima Trindade, Jesus Cristo, sacramentos e alma. A Santíssima Virgem dedica poucas linhas, como, em geral, todos os escritores sírios, mas nos oferece um precioso testemunho quando confessa sua perpétua virgindade e maternidade divina. Maria, nos diz Santo Afraates, agradou mais a Deus que todos os justos. Outro grande pilar sobre o que se levanta a grandeza de Maria é sua humildade. Os anjos, mensageiros de Deus, lhe servem, lhe apresentam as oracões dos homens, guardam aos indivíduos e aos povos e conduzem a humanidade ao juízo. Afraates é um defensor vigoroso da divindade de Jesús e de sua filiação divina; sustenta também, com não menor pujança, a divindade do Espírito Santo. Ainda que com terminologia imprecisa sua doutrina é abertamente conforme aos cânones de Nicea. Esplêndido é mesmo assim o testemunho sobre o primado de São Pedro. Santiago e São João, nos diz, são as colunas da Igreja, mas São Pedro é o fundamento.
Um segundo aspecto que não pode olvidar-se na obra de Santo Afraates é o interesse que oferece ao filólogo e ao historiador. Nos escritos do primeiro dos Padres sírios o filólogo tem em suas mãos a obra mais antiga da literatura siríaca; lhe há-de interessar necessariamente a gramática e o léxico como ponto de partida da tradição manuscrita deste país; outras obras, a Bíblia por exemplo, não são mais que traduções e não obras originais. 
O historiador profano advertirá na obra de nosso Santo as controvérsias com os gnósticos e judeus, e não poucas alusões aos acontecimentos da época. O historiador eclesiástico encontrará em Santo Afraates as origens do monacato oriental, vestígios da hierarquia e organização da comunidade cristã desta época, clericado, sacramentos, festas e culto.
Outra faceta do Santo, a mais descuidada pelos escritores, é o considerá-lo como um grande mestre de vida espiritual. Suas demonstrações sobre a fé, caridade, penitência, jejum, oração, humildade. etc., resumem simplicidade e unção e despedem fogo. Tem um sentido tão maravilhoso da mesura e da bondade que recorda a doçura de São Francisco de Sales. E a doutrina espiritual de Santo Afraates se faz ainda mais importante porque tem um carácter exclusivamente cristão; nosso Santo não há sido influenciado por nenhuma filosofia, um acontecimento raro entre gregos e sírios.
Santo Afraates é modelo e um exemplar bem alto do sacerdote consagrado a seu ministério. Viveu intensamente a vida de santidade, ensinou a fé, la pregou e polemizou por defendê-la. Se entregou sem reserva a evangelizar a seu País. Feito todo para todos, com justiça a Igreja o inclui entre seus santos e com orgulho sua pátria o venera entre seus heróis.

Radegunda de Treviño, Santa
Janeiro 29 Virgem

Radegunda de Treviño, Santa

Radegunda de Treviño, Santa

Se desconhece tudo o que se refere a seu nascimento. O martirológio romano a chama Radegundis e é uma das gloriosas virgens que há dado Espanha.
Aparece como a última religiosa do mosteiro de são Paulo, em Burgos, que pertenceu à Ordem Premostratense. A extrema pobreza levou à extinção deste mosteiro que ficou anexado ao de são Miguel de Treviño.
Levada por seus desejos Tem contra si a pouca saúde que desfruta e os poucos meios de que dispõe para tão longo, perigoso e custosa viagem; mas  o fervor pode mais que os medos.
Saciada e cheia de agradecimento ao Senhor, animada pelos beijos postos nas ruas que pisaram os mártires, venerados os monumentos, regressa com numerosas relíquias. Agora só quer solidão e retiro.
Junto ao mosteiro de São Miguel habita numa pobre e mísera habitação que tem uma pequeníssima janela por onde pode presenciar os santos ofícios da igreja. Não mudaria aquele sitio pelo melhor palácio. Só pensa em ser agradável a seu Divino Esposo. Vive como os antigos anacoretas do deserto e a gente do povo comenta com assombro suas penitências, jejum e oração.
Morre em 29 de Janeiro do ano 1152, quando reina em Castela Alfonso VI e é papa Eugénio III. 
É sepultada na igreja de São Miguel de Treviño onde suas relíquias são veneradas através dos séculos.

Pedro Nolasco, Santo
Janeiro 29   -  Presbítero e Fundador

Pedro Nolasco, Santo

Pedro Nolasco, Santo

Presbítero e Fundador da Ordem da Bem-aventurada Maria de la Merced

Martirológio Romano: Em Barcelona, em Espanha, são Pedro Nolasco, presbítero, que com são Ramón de Penhafort e o rei Jaime I de Aragão fundou, segundo se crê, a ordem da Bem-aventurada Maria de la Merced, para a redenção dos cativos. Se entregou ardentemente com trabalho e esforço a procurar a paz e a libertar do jugo da escravidão os cristãos, no tempo dos infiéis (1258).
Nasce em Barcelona, Espanha, 1189.
Aos 15 anos sofre a morte de seu pai e se dispõe a repartir santamente seus muitos bens ao que sua mãe assenta.
Anos mais tarde, estando em idade de se casar, peregrina a Monserrate. Ali, aos pés da Virgem, pôde compreender melhor o vazio das vaidades mundanas e o tesouro que é a vida eterna. Prometeu então à Virgem manter-se puro e dedicar-se a seu serviço.
Eram tempos em que os muçulmanos saqueavam as costas e levavam os cristãos como escravos para África. A horrenda condição destas vítimas era indescritível. Muitos por isso perdiam a fé pensando que Deus os havia abandonado. Pedro Nolasco era comerciante. Decidiu dedicar sua fortuna à libertação do maior número possível de escravos. Recordava a frase do evangelho: "Não armazena sua fortuna nesta terra onde os ladrões a roubam e a poeira a devora e o mofo a corrói. Armazena sua fortuna no céu, onde não há ladrões que roubem, nem poeira que devore nem óxido que as danifique" Mt 6,20.
Em 1203 o laico São Pedro Nolasco iniciava em Valência a credenciou de cativos, redimindo com seu próprio património a 300 cativos. Forma um grupo disposto a pôr em comum seus bens e organiza expedições para negociar redenções. Sua condição de comerciantes lhes facilita a obra. Comerciavam para resgatar escravos. Quando se lhes acabou o dinheiro formam grupos –confrarias - para recolher a "esmola para os cativos". Mas chega um momento em que a ajuda se esgota. Pedro Nolasco planeia entrar em alguma ordem religiosa ou retirar-se ao deserto. Entra numa etapa de reflexão e oração profunda.

Intervenção da Virgem para a fundação 
A noite de 1 para 2 de Agosto do ano 1218, a Virgem apareceu a Pedro Nolasco. Segundo uma tradição duvidosa, também apareceu a Virgem a São Raimundo de Peñafort, e ao rei Jaime I de Aragão, e lhes comunicou aos três em separado seu desejo de fundar uma ordem para redimir cativos. 
O facto é que a Virgem Maria moveu profundamente o coração de Pedro Nolasco para fundar a ordem da Merced e formalizar o trabalho que ele e seus companheiros faziam já por 15 anos. Em 10 de Agosto de 1218 no altar maior da Catedral de Barcelona, em presença do rei Jaime I de Aragão e do bispo Berenguer de Palou, se cria a nova instituição. Pedro e seus companheiros vestiram o hábito e receberam o escudo com as quatro barras vermelhas sobre um fundo amarelo da coroa de Aragão e la cruz branca sobre fundo vermelho, titular da catedral de Barcelona. Pedro Nolasco reconheceu sempre a Maria Santíssima como a autêntica fundadora da ordem mercedária. Sua padroeira é a Virgem da Merced. "Merced" significa "misericórdia".(Mais sobre a Virgem de la Merced e São Nolasco)
A nova ordem foi laica nos primeiros tempos. Sua primeira localização foi o hospital de Santa Eulália, junto ao palácio real. Ali recolhiam a indigentes e a cativos que regressavam de terras de mouros e não tinham para onde ir. Seguiam o trabalho que já antes faziam de criar consciência sobre os cativos e recolher dinheiro para os libertar. Eram acompanhados com frequência de ex-cativos, já que, quando um era resgatado, tinha obrigação de participar durante algum tempo neste serviço. Normalmente iam cada ano em expedições redentoras. São Pedro continuou suas viagens pessoalmente em busca de escravos cristãos. Na Argélia, África, o fizeram prisioneiro mas conseguiu sua liberdade. Aproveitando seus dons de comerciante, organizou com êxito por muitas cidades colectas para os escravos.
Os frades faziam, além dos três votos da vida religiosa, pobreza, castidade e obediência, um quarto: dedicar sua vida a libertar escravos. Ao entrar na ordem os membros se comprometiam a ficar em lugar de algum cativo que estivesse em perigo de perder a fé, em caso que o dinheiro não alcançasse a pagar sua redenção. Entre os que ficaram como escravos está São Pedro Ermengol, um nobre que entrou na ordem após uma juventude dissoluta. Este quarto voto distinguiu a nova comunidade de mercedários. 
O Papa Gregório Nono aprovou a comunidade e São Pedro Nolasco foi nomeado Superior Geral. 
O rei Jaime dizia que se havia logrado conquistar a cidade de Valência, isso se devia às oracões de Pedro Nolasco. Cada vez que obtinha algum triunfo o atribuía às orações deste santo.
Antes de morrer, aos 77 anos (em 25 de Dezembro de 1258), pronunciou o Salmo 76: "Tu, oh Deus, fazendo maravilhas, mostraste teu poder aos povos e com teu braço hás resgatado aos que estavam cativos e escravizados".
Sua intercessão logrou muitos milagres e o Papa Urbano VIII o declarou santo em 1628.
A missão redentora a continua hoje a família mercedária através de seus institutos religiosos e associações de laicos. É também a missão de todo bom cristão.

Sulpicio Severo, Santo
Janeiro 29   -  Bispo de Bourges

Sulpicio  Severo, Santo

Sulpicio Severo, Santo

Bispo

Martirológio Romano: Na cidade de Bourges, em Aquitânia (hoje França), são Sulpicio Severo, bispo, de família de senadores das Gálias, de quem são Gregório de Tours exalta sua sabedoria, seu ministério pastoral e seu empenho em restaurar a disciplina (591).
Etimologia: Sulvicio = caritativo. Vem da língua latina.
Sulpicio sofreu uma grande transformação para melhor ao longo de sua vida. Chegada a idade normal, contraiu matrimónio com uma jovem de sua cidade, Agen (Lot- et –Garona), França no ano 553.
As coisas não lhe iam mal mas não se sentia completamente na felicidade que tanto sonhava e para a qual o chamava Deus.
Era um bom advogado. Ganhava seu bom dinheiro já naquele longínquo tempo. Mas não deixava de pensar no caminho para escalar a perfeição que sentia muito por dentro.
Por isso, quando menos se esperava, falou com sua mulher acerca de seus planos.
Todo o mundo, ao inteirar-se, o tomaram por louco. Sem embargo, sua sogra – menos mal – foi a única que o entendeu muito bem.
Não somente aprovou sua decisão, mas que inclusive lhe fez ofertas de terras ao lado da belíssima cidade medieval de Carcasona.
Lhe convinha muito para sua nova vida e vocação.
Sulpicio se passou nesse lugar todo o resto de sua longa vida, rezando, fazendo penitência e escrevendo muitos livros, baseados nos estudos que ia fazendo de são Paulino de Nola, são Jerónimo e outros personagens célebres de tempos anteriores.
De suas muitas obras tão só se conserva a biografia que escreveu de seu mestre e bom amigo são Martín.
É o único documento que existe acerca do que levou a França à conversão.
Desde então, todos os que se dedicavam a escrever hagiografias o imitaram de tal forma que pareciam suas.
São Gregório de Tours, que nos dá o dado de sua nomeação para a sede de Tours (584) em vez de outros candidatos simoníacos, fala de São Sulpicio com grande respeito e nos diz que convocou um concílio provincial em Auvernia. O santo tomou também parte no Concílio de Maçon, em 585.
Não se sabe exactamente a idade que tinha quando morreu. O mais provável, segundo seus hagiógrafos, é que deveria rondar os 50 ou os 80.
Comentários ao P. Felipe Santos: fsantossdb@hotmail.com

 

Outros Santos e Beatos
Janeiro 29   -  Completando o santoral deste dia

Santos Sarbélio, presbítero, e

Bebaia, mártires


Na cidade de Edessa, em Osroene (hoje Turquia), santos mártires Sarbélio, presbítero, e Bebaia, sua irmã, que, baptizados pelo santo bispo Barsimeo, por Cristo padeceram o martírio (c. 250).

Santos Papías e Mauro, mártires


Em Roma, no cemitério Maior da via Nomentana, santos mártires Papías e Mauro, soldados (c. s. III).

São Constâncio, bispo

 
Na cidade de Perusa, na Umbría (hoje Itália), são Constâncio, bispo (c. s. III).


Santos Juventino e Maximino, mártires


Em Antioquia de Síria (hoje na Turquia), santos Juventino e Maximino, mártires, que foram coroados com o martírio em tempo do imperador Juliano o Apóstata (363).


São Valério, bispo


Em Tréveris, cidade da Galia Bélgica (hoje Luxemburgo), são Valério, segundo bispo que governou esta sede (s. III ex.).


São Gildas, o “Sábio”, abade

Na Bretanha Menor (hoje França), são Gildas, apelidado “Sábio”, abade, que escreveu sobre a ruína de Bretanha, chorando as calamidades de seu povo, increpando a maldade de príncipes e clérigos. Fundou o mosteiro de Rhuyis, junto ao mar, e morreu na ilha de Houat (570).

Beata Villana de Bottis, penitente


Em Florença, cidade da Toscana (hoje Itália), beata Villana de Bottis, mãe de família, a qual, abandonando a vida mundana que levava, vestiu o hábito das Irmãs da Penitência de Santo Domingo e se distinguiu por sua assídua meditação de Cristo crucificado, pela austeridade de vida e por pedir esmola pelas rua em favor dos pobres (1361).

Beata Boleslava María Lament, virgem fundadora


Na cidade de Bialystok, em Polónia, beata Boleslava María Lament, virgem, que, num período de mudanças políticas, fundou a Congregação das Irmãs Missionárias da Sagrada Família, para fomentar a união dos cristãos, ajudar aos marginais e educar cristãmente as jovens (1946).

São Serrano ou Serano, bispo


Comemoração de são Serrano ou Serano, bispo, que desde o século XI está sepultado na catedral de Oviedo (s. inc.).

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RECOLHA, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DE ESPANHOL PARA PORTUGUÊS POR ANTÓNIO FONSECA

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

28 de JANEIRO DE 2010 - SANTOS DO DIA

SANTOS DO DIA DE HOJE

QUINTA-FEIRA, 28 DE JANEIRO DE 2010

Tomás de Aquino, Santo
Janeiro 28   -  Presbítero e Doutor da Igreja

Tomás de Aquino, Santo

Tomás de Aquino, Santo

Presbítero e Doutor da Igreja

Martirológio Romano: Memória de santo Tomás de Aquino, presbítero da Ordem de Pregadores e doutor da Igreja, que, dotado de grande inteligência, com seus discursos e escritos comunicou aos outros uma extraordinária sabedoria. Chamado a participar no Concilio Ecuménico II de Lyon pelo papa beato Gregório X, faleceu durante a viagem no mosteiro de Fossanova, no Lácio, no dia sete de Março, e muitos anos depois,neste dia, seus restos foram trasladados a Toulouse, em França (1274).
Nasceu no ano 1225, da família dos condes de Aquino. Estudou primeiro no mosteiro de Montecassino, logo em Nápoles.
Aos 18 anos, contra a vontade do pai e até perseguido pelos irmãos que queriam sequestrá-lo, ingressou na Ordem de Pregadores, e completou sua formação em Colónia onde teve por Mestre a Santo Alberto Magno, e depois em Paris. Enquanto estudava nesta cidade se converteu de estudante em professor de filosofia e teologia. Depois ensinou em Orvieto, Roma e Nápoles.
Suave e silencioso (em Paris o apodaram "o boi mudo"), gordo, contemplativo e devoto, respeitoso de todos e por todos amado, Tomás era antes de tudo um intelectual. Continuamente dedicado aos estudos até ao ponto de perder facilmente a noção do tempo e do lugar: durante uma travessia por mar, nem sequer se deu conta da terrível borrasca e o forte movimento da nave pelo choque das ondas, tão embebido estava na leitura. Mas não eram leituras estéreis nem fim em si mesmas. Seu lema, "contemplata aliis tradere", ou seja, fazer participantes aos outros do que ele reflectia, se converteu num monte de livros que é algo prodigioso, mas se tendo em conta que morreu aos 48 anos. 
Com efeito, morreu na madrugada de 7 de Março de 1274, no mosteiro cisterciense de Fossanova, enquanto se dirigia ao concílio de Lyon, convocado pelo papa Beato Gregório X. Sua obra mais famosa é a Summa theologiae, de estilo simples e preciso, de uma claridade cristã, com uma capacidade extraordinária de síntese. Quando João XXII o canonizou, em 1323, e alguns objectavam que Tomás não havia realizado grandes prodígios nem em vida nem depois de morto, o Papa contestou com uma famosa frase: "Quantas proposições teológicas escreveu, tantos milagres realizou". 
O primado da inteligência, a chave de toda a obra teológica e filosófica do Doutor Angélico (como se chamou depois do século XV), não era um intelectualismo abstracto, fim em si mesmo. A inteligência estava condicionada pelo amor e condicionava ao amor. "Luz intelectual cheia de amor - amor do verdadeiro pleno de alegria" - cantou Dante, que traduziu em poesia o conceito tomístico de inteligência - bem-aventurança. 
O pensamento de Santo Tomás tem sido durante séculos a base dos estudos filosóficos e teológicos dos seminaristas, e graças a León XIII e a Jacques Maritain voltou a florescer em nosso tempo. E talvez particularmente actuais, mais que as grandes Summae, são precisamente os Opúsculos teológico -pastorais e os Opúsculos espirituais.


Oração de São Tomás de Aquino
Aqui me chego, todo-poderoso e eterno Deus, ao sacramento de vosso unigénito Filho meu Sector Jesus Cristo, como enfermo ao médico da vida, como manchado à fonte de misericórdias, como cego à luz da claridade eterna, como pobre e desvalido ao Senhor dos céus e terra.
Rogo, pois, a vossa infinita bondade e misericórdia, tenhais por bem sarar minha doença, limpar minha sujidade, alumiar minha cegueira, enriquecer minha pobreza e vestir minha nudez, para que assim possa eu receber o Pão dos Anjos, ao Rei dos Reis, ao Senhor dos senhores, com tanta reverência e humildade, com tanta contrição e devoção, com tal fé e tal pureza, e com tal propósito e intenção, que convém para a saúde de minha alma.
Dai-me, Senhor, que receba eu, não só o sacramento do Sacratíssimo Corpo e Sangue, mas também a virtude e graças do sacramento ¡Oh benigníssimo Deus!, concedei-me que albergue eu em meu coração de tal modo o Corpo de vosso unigénito Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, Corpo adorável que tomou da Virgem Maria, que mereça incorporar-me a seu Corpo místico, e contar-me como a um de seus membros.
¡Oh piedosíssimo Pai!, outorgai-me que este unigénito Filho vosso, ao qual desejo agora receber encoberto e debaixo do véu nesta vida, mereça eu vê-lo para sempre, descoberto e sem véu, na outra. O qual com Vós vive e reina em unidade do Espírito Santo, Deus, pelos séculos dos séculos. Ámen.

Consulta também Santo Tomás, Santo e sábio, ou sábio e santo de Jesús Martí Ballester

Julião de Cuenca, São
Janeiro 28   -  Bispo

Julián de Cuenca, San

Julián de Cuenca, San

Bispo de Cuenca

Martirológio Romano: Na cidade de Cuenca, em Castela a Nova, em Espanha, são Julián, bispo. Foi o segundo bispo desta cidade, uma vez recuperada de mãos dos muçulmanos, e, egrégio por seu modo de viver, se distinguiu por repartir entre os pobres os bens da Igreja, trabalhando com suas mãos para obter o sustento diário (c. 1207).
Foi o segundo bispo de Cuenca - desde 1198 a 1208-, depois de D. Juan Yáñez.
Nasceu em meados do século XII.
Em família nobre burguesa, quando Burgos era a cabeça de Castela. Inicia sua educação na escola catedralícia da época, onde se refugia a ciência junto ao clérigo do mosteiro, aplicando-se com esmero às artes liberais.
Em Palencia cursa estudos superiores. Estudioso, sério e formal, impressiona aos professores e se faz notar entre os alunos por sua ciência e piedade.
Terminados seus estudos é nomeado professor de filosofia e teologia quando somente tem 24 anos. Esta situação é um caso excepcional no centro que o bispo Pôncio converteu em Estudo, Alfonso VIII elevou à categoria de Universidade e o papa Urbano VI enriqueceu com todos os privilégios da universidade de Paris. 
Na docência queimará dez anos de sua vida. Ocupa uma habitação funcional que é por sua vez lugar de repouso-estudo-oratório, e ali faz além disso cestos que são parte de sua esmola aos pobres: os dá para que com sua venda se ajudem a viver.
Aos 35 anos se retira a Burgos com a intenção de se preparar ao sacerdócio abandonando a fama, a honra e prestígio que se ganhou com a docência. Vive com o fiel criado Lesmes na margem do Arlanzón em intensa vida de oração, mortificação e estudo até que em 1166 é ordenado sacerdote. Os arredores da capital burguesa são os primeiros beneficiados de seu apostolado.
Mas em pouco tempo decide ampliar o campo de sua pregação. Com um crucifixo, uma estampa da Virgem e uma muda está convertido em missionário terras abaixo até a Córdoba muçulmana ¡Quanto bem fez com sua bem formada cabeça! Está missionando em Toledo quando o arcebispo Dom Martín López o nomeia arcediago da catedral. 
A excursão missionária durou vinte anos. Agora, na nova situação, alterna as tarefas de governo com a pregação, a administração dos sacramentos, e a santa mania de fabricar cestinhas para os pobres, junto à oração e penitência que ama vivamente e a que se dedica de modo especial uma temporada em determinados dias cada ano.
Alfonso VIII o obriga a aceitar a diocese de Cuenca à morte de seu primeiro bispo. Em 1196 é consagrado bispo vencida sua resistência. E começa um novo cargo pastoral na hostil e brava serra, o alto da Alcarria e os lhanos da Mancha onde tem de cuidar do complexo mosaico de muçulmanos, judeus e cristãos que sua diocese encerra.
Se preocupou de modo especial dos sacerdotes que são sua mão larga para levar a Cristo ao povo. A caridade com os pobres, e a atenção aos descarrilados destacam bases que conseguem para Deus uma parcela cristã. Os biógrafos fazem sobressair dois momentos de sua vida de pastor nos que demonstrou virtudes heróicas: a fome e a peste que sofreu o povo e nas que sua generosidade e entrega não teve limite a favor de seus fieis.
Morre em 1208.
Seus atributos são com propriedade episcopais, a mitra e o báculo a que se acrescenta um cesto testemunha de sua caridade. Ordinariamente se oi representa sentado ante sua mesa de trabalho.
Ao longo de sua vida se complementam o intelectual e o pastoral, a teoria se faz prática, o espírito informa a vida, e as palavras não se ficam ocas mas que se juntam com as obras. Foi o homem de Deus que serviu a Igreja estando onde se necessitava e no momento oportuno. Aparte ficam os fastos apócrifos que adornam sua vida com prodígios sobrenaturais desde sua entrada no mundo e existentes só na imaginação de quem teve a sã pretensão de exaltar a figura do santo. São Julián não os necessitava.

José Freinademetz, Santo
Janeiro 28   -  Missionário

José Freinademetz, Santo

José Freinademetz, Santo

Presbítero Missionário

Martirológio Romano: Na cidade de Daijiazhuang, na província de Shandong, ao sul de China, beato José Freinademetz, presbítero da Sociedade do Verbo Divino, que trabalhou incansavelmente na evangelização daquela região (1908).
Giuseppe (José) Freinademetz nasceu em 15 de Abril de 1852 em Oies, uma pequena paragem de cinco casas entre os Alpes Dolomitas do norte de Itália. Baptizado no mesmo dia de seu nascimento, herdou de sua família uma fé simples mas tenaz. 
Já durante seus estudos teológicos no seminário maior diocesano de Bresanone começou a pensar seriamente nas «missões estrangeiras» como uma possibilidade para sua vida. Ordenado sacerdote em 25 de Julho de 1875, foi destinado à comunidade de San Martino di Badia, muito perto de sua casa natal, onde cedo ganhou o coração de seus paisanos. Sem embargo, a inquietação missional não o havia abandonado. Apenas dois anos depois de sua ordenação se pôs em contacto com o P. Arnoldo Janssen, fundador da casa missional que pronto se converteria oficialmente na «Congregação do Verbo Divino».
Com a permissão de seu bispo, José chegou à casa missional de Steyl em Agosto de 1878. Em 2 de Março de 1879 recebeu a cruz missional e partiu para a China junto a outro missionário verbita, o P. Juan Bautista Anzer. Cinco semanas depois desembarcaram em Hong Kong, onde passaram dois anos preparando-se para a missão que lhes foi indicada en Shantung del Sur, uma província com 12 milhões de habitantes e só 158 baptizados.
Foram anos duros, marcados por viagens longas e difíceis, assaltos de bandoleiros e árduo trabalho para formar as primeiras comunidades cristãs. Tão cedo como conseguia pôr em pé uma comunidade, chegava do bispo a ordem de deixar tudo e recomeçar em outro lugar.
José compreendeu rapidamente a importância que tinham os laicos comprometidos para a primeira evangelização, sobretudo como catequistas. A sua formação dedicou muitos esforços e preparou para eles um manual catequístico em chinês. Ao mesmo tempo, junto com Anzer que já havia sido nomeado bispo, se empenhou na preparação, atenção espiritual e formação permanente de sacerdotes chineses e dos outros missionários.
Toda sua vida esteve marcada pelo esforço de se fazer chinês entre os chineses, ao ponto de escrever a seus familiares: «Eu amo a China e os chineses; no meio deles quero morrer, e entre eles ser sepultado».
Em 1898 o trabalho incessante e as muitas privações cobraram seu preço. Enfermo da laringe e com um princípio de tuberculose, por insistência do bispo e dos co-irmãos, passou um tempo no Japão, em espera de recuperar a saúde. Voltou a China algo recuperado, ainda que não curado.
Em fins de 1907, enquanto administrava a diocese em ausência do bispo que havia tido que viajar a Europa, se desatou uma epidemia de tifo. José, como bom pastor, prestou sua assistência incansável, até que ele mesmo contraiu a enfermidade. Voltou imediatamente a Taikia, sede da diocese, onde morreu em 28 de Janeiro de 1908. O sepultaram sob la duodécima estação da Via Crucis e sua tumba se voltou pronto um ponto de referência e peregrinação para os cristãos.
Freinademetz soube descobrir e amar profundamente a grandeza da cultura do povo a que havia sido enviado. Dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, mensagem do Amor de à humanidade, e a encarnar esse amor na comunhão de comunidades cristãs chinesas. Animou a essas comunidades a abrir-se em solidariedade com o resto do povo chinês. Entusiasmou a muitos chineses para que fossem missionários de seus paisanos como catequistas, religiosos, religiosas e sacerdotes. Sua vida inteira foi expressão do que foi seu lema: «O idioma que todos entendem é o amor».
Foi beatificado por Paulo VI em 19 de Outubro de 1975 e canonizado por João Paulo II em 5 de Outubro de 2003.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

Julião Maunoir, Beato
Janeiro 28   -  Sacerdote Jesuíta

Julián Maunoir, Beato

Julián Maunoir, Beato

Sacerdote Jesuíta

Martirológio Romano: No lugar de Plévin, da Bretanha Menor, em França, beato Julián Maunoir, presbítero da Companhia de Jesus, que se entregou por espaço de quarenta e dois anos às missões populares por todos os lugares e aldeias da província (1683).
Não se pode dizer que os católicos de outras nações ignoram a história religiosa de França no século XVII, mas é indubitável que um dos aspectos menos conhecidos de essa história é o trabalho dos missionários no interior do país.
Todo o mundo está atento às actividades de um monsieur Olier, em Paris, ou de um São Vicente em todo o território francês; mas são muito menos conhecidas as actividades de um São João Eudes na Normandia, de um São Pedro Fourrier em Lorena, de um P. Juan Lejeune no Limousin, ou Languedoc e a Provença, de um São João Francisco de Regis em Velai e Vivarés, e em geral de todas as missões da Bretanha.
Sem embargo, segundo opina Henri Brémond, estas últimas foram as mais frutuosas de todas e, certamente, as mais pitorescas.
Entre os missionários da Bretanha se destacam o beneditino Miguel Le Nobletz e o P. Julián Maunoir.
Julián havia nascido na diocese de Reims em1606 e ingressou na Companhia de Jesus, em 1625.
Sem dúvida que se tem exagerado a impiedade e barbárie dos bretões daquela época e a negligência de seu clero; mas isso não tira fossem extremamente supersticiosos, brutais, turbulentos e ao mesmo tempo, muito abertos à mensagem evangélica. A região que produziu tantos piratas foi também a terra de Armelle Nicolás e dos calvários barrocos e das estátuas da Baja Bretanha. Os místicos abriram o caminho aos missionários. E o P. Bernard, S. J., e Dom Le Nobletz, atraíram a atenção de Julián Maunoir nesse campo e o aconselharam que aprendesse o idioma bretão. O P. Maunoir chegou a dominá-lo em brevíssimo tempo.
Há certas analogias entre a Bretanha católica e as regiões protestantes de Gales e Cornwall. A propósito das missões bretãs, Henri Brémond usa a palavra inglesa "revival" (renovação), e faz menção de Bunyan e do "Pilgrim´s Progress". O historiador anglicano das missões de Cornwall, o defunto canónico Gilbert Doble, titulou sua curta biografia de Julián Maunoir "El John Wesley da Bretanha". É muito instrutiva a comparação entre a biografia do P. Maunoir, escrita por Séjourné, e o "Diário" de John Wesley, assim como a comparação entre este "Diário" e o do beato Julián Maunoir.
Quando o P. Maunoir começou a trabalhar na Bretanha, em 1640, havia só outros dois missionários. A sua morte, ocorrida quarenta e três anos mais tarde, havia mais de mil. Renán haveria de queixar-se, mais tarde, de que seus antepassados haviam sido "jesuitizados" e desnacionalizados pelos missionários procedentes de outras regiões de França. 
A realidade é que houve apenas um punhado de jesuítas, dos que a maioria eram bretões, e um forte contingente do clero bretão que cooperou com os padres da Companhia e se submeteu espontaneamente à rigorosa disciplina que lhes impôs o P. Maunoir. Pelo demais, a técnica do trabalho missional havia sido ideada por um bretão não jesuíta, Miguel Le Nobletz, a quem se tem chamado "el último de los bardos".
La tarea consistía, ante todo, en la instrucción religiosa; "la predicación emocional", capaz de arrastrar a las multitudes en un momento dado, sólo se empleó como instrumento secundario. Los misioneros se ayudaban en su tarea con imágenes en colores, algunas de las cuales se conservan todavía en la biblioteca de Quimper. Se trataba de ilustraciones de la Pasión, del Padre nuestro, de los pecados capitales, etc., bajo las diferentes alegorías del Caballero Errante, de las Seis Ciudades de Refugio, de Los Tres Árboles... Con esto, se despertaba la imaginación popular y las cualidades poéticas del espíritu humano.
Las imágenes, lo vivencial y el sentido del humor de los comentarios hechos por los misioneros es lo que hacía pensar a Henri Brémond en Bunyan. Pero además, había representaciones con cuadros plásticos vivientes. De ahí se originaron las famosas procesiones en las que se representaba, por ejemplo, la Pasión del Señor. El P. Maunoir predicaba y los actores encarnaban su palabra, en tanto que "los oyentes sollozaban de emoción". Algunos se quejaron de la emotividad de tales actos, pero los obispos bretones apoyaron al misionero.
Otro de los métodos era el empleo de cantos religiosos, de los cuales algunos eran ya tradicionales y otros habían sido compuestos por el mismo P. Maunoir. Probablemente sólo nos ha quedado uno, tal como él lo escribió, y debe confesarse que en la traducción del bretón al francés, pierde mucho de su gracia original. Lo cierto es que Julián tenía el don de versificar con gran sentimiento y que los cánticos religiosos constituían un factor importante en las misiones bretonas.
Al empleo del idioma local se añadía la devoción a los santos bretones de la antigüedad. La región de Sto. Corentin, en la diócesis de Quimper, fue el campo predilecto del P. Maunoir.
Como la leyenda de los santos celtas está llena de milagros -algunos de ellos conmovedores, otros fantásticos y aun poco edificantes entre los realmente convincentes-, así la evangelización llevada a cabo por Julián, fue apoyada por numerosos milagros y prodigios. El P. Boschet, S. J., que escribió la primera biografía del beato en 1697, había estudiado una narración de sus milagros; su comentario fue el siguiente: "Me parecieron tan extraordinarios que no pude por menos que sospechar que el autor había exagerado la realidad para glorificar al siervo de Dios". Sin embargo, después de haber hecho investigaciones de tenidas, el escepticismo del P. Boschet disminuyó mucho. ¿ Por qué sorprenderse de que la renovación del Cristianismo en Bretaña haya sido confirmada con milagros semejantes a los que acompañaron su introducción en el mundo? ( Desde el punto de vista humano, el P. Maunoir no era especialmente inteligente y tenía cierta tendencia a la credulidad; pero era, a la vez, un verdadero jefe que se hacía obedecer, un organizador de primera talla y un hombre de gran visión. Buena parte del éxito de sus misiones se debe a que las dirigió tanto a los pastores, como a las ovejas. El puntero para comentar las imágenes, se convirtió en el arma distintiva de sus misioneros y en un símbolo del dedo que señalaba el camino.
Durante los Ejercicios Espirituales que precedieron a su ordenación, Julián de Maunoir escribió, acabando de comulgar: "Sentí un celo extraordinario por la salvación de las almas y un gran deseo de trabajar por ellas con todos los medios posibles. La voz del Señor repetía en mi corazón: ´Yo trabajé, lloré, sufrí y morí por ellas´." Estas palabras resumen la vida de Julián. Después de su muerte, ocurrida en Plévin de Cournouaille, el 28 de enero de 1683, los peregrinos acudieron en masa a besar aquellos pies que habían viajado por toda la Bretaña y llevaron hasta sus últimos rincones el mensaje evangélico. Fue beatificado por Pío XII el 20 de mayo de 1951.

María Luísa Montesinos Orduña, Beata
Janeiro 28   -  Virgem e mártir

María Luisa Montesinos Orduña, Beata

María Luísa Montesinos Orduña, Beata

Virgem e Mártir

Martirologio Romano: En la localidad de Picassent, en la provincia de Valencia, en España, beata María Luisa Montesinos Orduña, virgen y mártir, la cual, durante la persecución contra la fe, tuvo parte en la victoria de Cristo por el martirio (1937).
Fiel laica de la arquidiócesis de Valencia, nació el 3 de marzo de 1901 y en tal ciudad fue bautizada dos días después.
Recibió el sacramento de la confirmación el 18 de marzo de 1907, a la pequeña edad de 6 años, en la iglesia de San Andrés apóstol.
Educada en colegio de religiosas, consiguió una buena cultura general.
Su vida se orientó por el servicio del poseer genitor.
Ensambló la Asociación Católica Española y participó ciudadanamente a la celebración eucarística, distinguiéndose por otra parte por su devoción mariana.
Fue una catequista activa, se dedicó a los enfermos y a la caridad hacia los pobres. Tras la explosión de la guerra civil española y de la feroz persecución religiosa que atravesó a España, María Luisa donó la vida para defender su fe a Cristo. Con ella también fueron martirizados: su padre, una hermana, dos hermanos y una tía.
El martirio tuvo lugar el 28 de enero de 1937 en Picassent, en presionados de Valencia.
El Papa Juan Pablo II el 11 de marzo de 2001 elevó al honor y gloria de los altares a 233 víctimas de la misma persecución, entre ellos la Beata María Luisa Montesinos Orduña, que hoy se festeja el aniversario de su martirio.
Para ver màs sobre estos 233 mártires haz "clic" AQUI

Olympia (Olga) Bidá, Beata
Janeiro 28   -  Religiosa e Mártir

Olympia (Olga) Bidá, Beata

Olympia (Olga) Bidá, Beata

Virgem e Mártir

Martirologio Romano: En el campo de concentración de Kharsk, cerca de Tomsk, en la región de Siberia, en Rusia, beata Olimpia (Olga) Bidà, virgen y mártir, de la Congregación de las Hermanas de San José, que durante la persecución antirreligiosa soportó toda clase de pruebas por amor a Cristo (1952).
Olga nació en el año 1903 en la aldea de Tsebliv (región de Aviv).
Monja de la Congregación de las Religiosas de San José, se sabe que realizó su actividad religiosa en la aldea de Zhuzhil.
Después en el 1945, durante la persecución comunista, su actividad apostólica fue el ayudar a las comunidades en la labor pastora ya que varios clérigos fueron llevados a las cárceles por el soviet.
En abril del 1950, Sor Olympia fue también capturada junto con Sor Laurencia mientras asistían al entierro de un fiel difunto.
El 27 de mayo de 1950 fue declarada culpable de la actividad antisoviética y por lo tanto, deportada en Kharsk y Siberia, donde murió por problemas de salud y la falta total de aistencia médica, el 28 de enero de 1952 a la edad de 49 años.
Beatificada el 27 de junio de 2001, junto con 24 mártires ucranianos por el Papa Juan Pablo II en el Hipódromo (Lviv) durante su peregrinaje apostólico a la gloriosa tierra de Ucrania.
Olympia (Olha) Bidá, religiosa ucraniana, que fue beatificada por Juan Pablo II en Leopoli (Lviv) junto con otros 24 mártires del comunismo el 27 de junio de 2001.
Fue beatificada dentro de un grupo integrado por:


Mykolay Charneckyj, Bispo, 2 Abril
Josafat Kocylovskyj, Bispo, 17 Novembro
Symeon Lukac, Bispo, 22 Agosto
Basílio Velyckovskyj, Bispo, 30 Junho
Ivan Slezyuk, Bispo, 2 Dezembro
Mykyta Budka, Bispo, 28 Setembro
Gregório (Hryhorij) Lakota, Bispo, 5 Novembro
Gregório (Hryhorij) Khomysyn, Bispo, 28 Dezembro
Leonid Fedorov, Sacerdote, 7 Março
Mykola Konrad, Sacerdote, 26 Junho
Andrij Iscak, Sacerdote, 26 Junho
Román Lysko, Sacerdote, 14 Outubro
Mykola Cehelskyj, Sacerdote, 25 Maio
Petro Verhun, Sacerdote, 7 Fevereiro
Alejandro (Oleksa) Zaryckyj, Sacerdote, 30 Outubro
Klymentij Septyckyj, Sacerdote, 1 Maio
Severijan Baranyk, Sacerdote, 28 Junho
Jakym Senkivskyj, Sacerdote, 28 Junho
Zynovij Kovalyk, Sacerdote, 30 Junho
Vidal Vladimir (Vitalij Volodymyr) Bajrak, Sacerdote, 16 Maio
Ivan Ziatyk, Sacerdote, 17 Maio
Tarsicia (Olga) Mackiv, Monja, 18 Julho
Olympia (Olha) Bidà, Soror, 28 Janeiro
Laurentia (Leukadia) Harasymiv, Monja, 26 Agosto
Volodymyr Pryjma, Laico, 26 Junho

 
(as datas indicadas correspondem às de seu martírio)

Moisés Tovini, Beato
Janeiro 28   -  Sacerdote

Moisés Tovini, Beato

Moisés Tovini, Beato

Nació en Cividate Camuno (Brescia) el 27 de diciembre de 1877. Su padrino de bautismo fue su tío paterno, el abogado José Tovini (beatificado el 20 de septiembre de 1998), que con su vida evangélica influyó mucho también en las decisiones de Moisés.
Sus padres, Eugenio Tovini y Domenica Malaguzzi, después del nacimiento de Moisés tuvieron otros siete hijos. Una vez terminada la escuela primaria, gracias a la buena posición económica de su familia, Moisés prosiguió los estudios secundarios primero en el instituto Venerable Luzzago de Brescia, luego en el colegio episcopal San Defendente de Romano Lombardo y, por último, en el colegio de Celana de Bérgamo. En aquellos años maduró su vocación.
A los 15 años fue admitido en el colegio del seminario de Brescia. Desde octubre de 1897 hasta octubre de 1898 realizó en dicha ciudad el servicio militar en el cuerpo de infantería. Al final de sus estudios, recibió la ordenación sacerdotal en la catedral de Brescia el 9 de junio de 1900.
Desempeñó su ministerio, durante algunos meses, como capellán en Astrio de Breno. Luego, para completar su formación, fue enviado a Roma, donde consiguió el doctorado en matemáticas, el doctorado en filosofía y la licenciatura en teología. Por aquellos años realizó un intenso apostolado en dos iglesias de la periferia de Roma, frecuentadas por los pobres del Agro Romano: Cervelletta y Riposo.
En 1904 volvió a su diócesis, y fue uno de los primeros tres sacerdotes oblatos de la congregación diocesana de la Sagrada Familia, formada por sacerdotes seculares a disposición del obispo. Allí desempeñó el cargo de superior durante varios años.
El compromiso principal de su vida fue el colegio del seminario. Primero enseñó matemáticas y filosofía, y a partir de 1908, tras conseguir el doctorado en Milán, también apologética y dogmática.
Profesor apreciado, gozaba de la estima del mundo laico por su preparación cultural y científica. En 1914, en el Ateneo de ciencias de Brescia, pronunció una conferencia, que tuvo mucho éxito, sobre los últimos adelantos en cosmología.
En el período de la primera guerra mundial el obispo le encomendó durante casi un año el cuidado pastoral de la parroquia de Provaglio d´Iseo, y luego el de la de Tórbole: en ambas demostró ser un pastor de almas celoso y caritativo.
Además de la enseñanza, se dedicó a la obra catequística diocesana, contribuyendo en gran medida a la formación de los catequistas en las parroquias ciudadanas y a la habilitación de los maestros para la enseñanza de la religión en las escuelas públicas. Fue particularmente valiosa su aportación a la Acción católica, de 1921 a 1926, como consiliario de la junta diocesana. Eran tiempos difíciles para la asociación, que encontró en él un guía sabio y apreciado.
Entre los diversos encargos que don Moisés desempeñó en la curia, figuran: miembro del tribunal eclesiástico, examinador sinodal, censor de libros y canónigo de la catedral.
En 1926 fue nombrado rector del seminario. Fueron años difíciles a causa de algunas incomprensiones con sus colaboradores, que lo consideraban demasiado bueno con los seminaristas; pero su dedicación a la obra educativa de los futuros sacerdotes fue total.
En su primera homilía como rector indicó a los seminaristas el camino de la santidad, siguiendo tres grandes amores: la Eucaristía, la Virgen Inmaculada y el Papa.
Tras una breve enfermedad, sobrellevada con mansedumbre y humildad, murió el 28 de enero de 1930 en la clínica bresciana de los Hermanos de San Juan de Dios. Su cuerpo recibió sepultura en el cementerio de su ciudad natal, pero, al ir aumentando su fama de santidad, fue trasladado a la iglesia parroquial, donde actualmente se custodia y venera.
En 1963 se introdujo su causa de canonización. En abril de 2003 se reconocieron sus virtudes heroicas. El 19 de diciembre de 2005 Benedicto XVI aprobó el decreto referente al milagro en favor de don Giovanni Flocchini, que había sido alumno del nuevo beato.
Fue beatificado el 17 de septiembre de 2006.
Reproducido con autorización de Vatican.va

Outros Santos e Beatos
Janeiro 28   -  Completando el santoral de este dia

São João, abade


En el monasterio de Réome, en el territorio de Langres, en Neustria (hoy Francia), san Juan, presbítero, varón devoto de Dios, que presidió durante tiempo una comunidad monástica según la Regla de san Macario (c. 554).


São Jacobo, eremita

Conmemoración de san Jacobo, eremita en Palestina, que se escondió largo tiempo en una tumba para llevar vida penitente (s. VI).


Santos Ágata Lin Zhao, Jerónimo Lu Tingmei e Lorenzo Wang Bing,

catequistas mártires


En la ciudad de Maokou, en la provincia de Guizhou, en China, santos Agata Lin Zhao, virgen, Jerónimo Lu Tingmei y Lorenzo Wang Bing, mártires, que, siendo catequistas, en tiempo del emperador Wenzongxian fueron denunciados como cristianos y condenados a ser decapitados (1858).

 

 

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RECOLHA, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DE ESPANHOL PARA PORTUGUÊS POR ANTÓNIO FONSECA

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NOTÍCIAS no Boletim da Agência Ecclesia, de 27 de Janeiro de 2010

 

In: Boletim de 27-1-09 da Agência Ecclesia

 

São Francisco foi «um gigante de santidade»

Papa diz que o fundador da Ordem dos Frades Menores continua a fascinar pessoas de todos os credos religiosos

Bento XVI evocou na audiência desta Quarta-feira a vida de São Francisco de Assis, “um autêntico ‘gigante da santidade’, que continua a fascinar inúmeras pessoas de todas as idades e credos religiosos”.

Na sua alocução, o Papa recordou o percurso vocacional do fundador da Ordem dos Frades Menores: “Depois de viver uma juventude leviana, Francisco passou por um lento processo de conversão espiritual que culminou na sua decisão de viver na pobreza e de dedicar-se à pregação, sempre em comunhão com a autoridade eclesiástica”.

O modo como São Francisco anunciou a mensagem cristã foi igualmente assinalado por Bento XVI: “O seu ardor missionário levou-o até as terras sob o domínio do Islão, onde conseguiu, armado somente da sua fé e mansidão, estabelecer um diálogo frutuoso com os muçulmanos, o qual ainda hoje é modelo para nós”.

O Papa sublinhou que a vida do santo italiano se alicerçou na oração e na meditação: “Francisco não procurou outra coisa senão ser como Jesus: contemplando-O no Evangelho, amando-O intensamente na Eucaristia e imitando Suas virtudes, até o ponto de receber o dom sobrenatural dos estigmas, demonstrando assim, visivelmente, sua conformação total a Cristo humilde, pobre e sofredor”.

São Francisco nasceu entre os anos 1181-1182 em Assis, Itália, e morreu a 3 de Outubro de 1226. Bento XVI destacou o “seu ardor missionário o levou até as terras sob o domínio do Islão onde conseguiu, armado somente com a sua fé e mansidão, estabelecer um diálogo frutuoso com os muçulmanos, o qual ainda hoje é modelo para nós”.

Como habitualmente, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “O testemunho da vida de São Francisco de Assis ensina que o segredo da verdadeira felicidade é tornar-se santo. Que a Virgem Maria conceda este dom a vós e aos vossos familiares que de coração abençoo. Ide em paz”.

Internacional | Agência Ecclesia | 2010-01-27 | 12:14:38 | 2364 Caracteres | Bento XVI

Bento XVI lembra libertação do campo de Auschwitz

Papa pede que nunca mais se repita uma «tragédia» como o Holocausto

Bento XVI recordou esta Quarta-feira a libertação do campo de extermínio nazi de Auschwitz, que aconteceu no dia 27 de Janeiro de 1945, pedindo que a memória do Holocausto faça que “nunca mais se repitam tais tragédias”.

No final da audiência geral que decorreu no Vaticano, o Papa deixou um “apelo”, assinalando que “há 65 anos, eram abertas as cancelas do campo de concentração nazi da cidade polaca de Oswiecim, conhecida com o nome alemão de Auschwitz, e foram libertados os poucos sobreviventes”.

Auschwitz foi o maior centro de extermínio do Terceiro Reich. 7000 sobreviventes foram libertados nesse 27 de Janeiro, mas dias antes, as SS tinham evacuado mais de 60 mil prisioneiros, muitos dos quais acabariam por falecer.

Tal evento e os testemunhos dos sobreviventes revelam ao mundo o horror dos crimes de crueldade inaudita cometidas nos campos de extermínio criados pela Alemanha nazi”, indicou hoje Bento XVI, também ele alemão.

Na celebração do “Dia da memória”, o Papa evocou “todas as vítimas destes crimes, especialmente o aniquilamento planificado dos judeus, e em honra dos que, arriscando a própria vida, protegeram os perseguidos, opondo-se à loucura homicida”.

Recentemente, em visita à Sinagoga de Roma, Bento XVI afirmou que a Santa Sé “desenvolveu obra de socorro, frequentemente escondida e discreta” em favor dos judeus perseguidos durante a II Guerra Mundial.

Na sua intervenção de hoje, o Papa apresentou-se “comovido” ao recordar “as inumeráveis vítimas de um cego ódio racial e religioso, que sofreram a deportação, a prisão, a morte naqueles lugares aberrantes e desumanos”.

A memória de tais factos, em particular o drama da Shoah que atingiu o povo judaico, suscite um respeito cada vez mais convicto da dignidade de cada pessoa, para que todos os homens se percebam como uma única grande família humana”, concluiu.

Bento XVI visitou Auschwitz no dia 28 de Maio de 2006, tendo ali proferido um dos discursos mais marcantes do seu pontificado.

Num lugar como este faltam as palavras, no fundo pode permanecer apenas um silêncio aterrorizado um silêncio que é um grito interior a Deus”, disse, “um grito ao Deus vivo para que jamais permita uma coisa semelhante”.

Acompanhado por um grupo de Cardeais e Bispos, o Papa caminhou rumo ao muro das execuções, diante do qual rezou. O silêncio foi absoluto quando Bento XVI se inclinou, colocou uma vela num candelabro de três braços e fez o sinal da cruz.

Fotos

Internacional | Octávio Carmo | 2010-01-27 | 11:30:32 | 3249 Caracteres | Bento XVI

 

Revelações inéditas sobre João Paulo II

Novo livro aborda intenção do Papa polaco em renunciar, as suas práticas de mortificação e o atentado na Praça de São Pedro

João Paulo II ponderou renunciar no caso de doença incurável de longa duração, mas reconsiderou a sua posição. Esta é uma das revelações do livro “Porque é santo” que hoje, Quarta-feira, chega às bancas, em Itália.

A obra é da autoria do postulador da causa de beatificação de João Paulo II, Mons. Slawomir Oder, e foi escrita em forma de entrevista, com o jornalista Saverio Gaeta, para ajudar a “perceber” o falecido Papa polaco. Um “homem de Deus”, para o postulador.

Perché è santo. Il vero Giovanni Paolo II raccontato dal postulatore della causa di beatificazione” (Porque é santo. João Paulo II contado pelo postulador da causa de beatificação) foi apresentado em Roma na presença do Cardeal português José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos, que destacou a ligação entre santidade e humanismo na vida de Karol Wojtyla, “uma santidade visível, tangível, que se podia tocar com a mão”.

Inicialmente, a obra será apenas lançada em italiano. A revista "Famiglia Cristiana" deu a conhecer alguns excertos do mesmo.

O livro tem algumas revelações inéditas, incluindo uma carta escrita pelo Papa em 1989, na qual este manifestava a vontade de renunciar à sua missão, no caso de doença incurável de longa duração ou outro tipo de obstáculo que o impedisse de exercer as suas funções.

No entanto, João Paulo II retomou o assunto em 1994 (cerca de dois anos antes, suspeitara-se que poderia ter um cancro), afirmando noutra carta dirigida aos cardeais que depois de rezar e reflectir sobre a sua responsabilidade perante Deus, considerou seguir o exemplo de Paulo VI, que perante o mesmo problema decidiu não renunciar, sentindo como “grave obrigação de consciência o dever de continuar a desenvolver o trabalho ao qual Cristo Senhor me chamou até quando Ele, nos misteriosos desígnios da Providência, quiser".

“Há dois anos, quando surgiu a possibilidade de que o tumor do qual vim a ser operado fosse maligno, pensei que o Pai, que está nos céus, quisesse resolver o problema por antecipação. Mas não foi assim", escreveu João Paulo II.

"Depois de ter rezado e reflectido sobre a minha responsabilidade diante de Deus, acredito dever seguir as disposições e o exemplo de Paulo VI [Papa entre 1963-1978], o qual, prevendo o mesmo problema, julgou não poder renunciar ao mandato apostólico senão em presença de uma doença incurável ou de um impedimento tal que obstaculizasse o exercício das funções de Sucessor de Pedro", ressaltou.

O livro apresenta ainda a carta aberta que o Papa polaco escreveu a Ali Agca (11.09.1981), autor do atentado na Praça de São Pedro.

A carta aberta a Agca foi preparada para uma audiência geral, mas não chegou a ser pronunciada, supõe-se que para não interferir nas investigações então em curso. A missiva falava sobre o poder do perdão como “condição primeira e fundamental para que não estejamos divididos, uns conta os outros, como inimigos”.

O Papa perdoou publicamente ao turco a 17 de Maio, quatro dias depois do atentado, e visitou-o na prisão em 1983. Na referida carta aberta, João Paulo II disse que já na ambulância que o levou até à Clínica Gemelli tinha perdoado a Ali Agca.

O Pe. Oder aborda também as práticas de mortificação e jejum de João Paulo II, que passava horas a fio deitado no chão nu do seu quarto e se flagelava. Para o sacerdote polaco, a intenção do Papa era “afirmar a primazia de Deus” e usar a mortificação como uma forma de se aperfeiçoar.

No seu armário, no meio das roupas, estava pendurado nos ganchos um cinto especial para as calças, que utilizava como chicote e que fazia levar sempre para Castel Gandolfo [residência pontifícia de Verão]", escreve o postulador.

Mais uma vez, veio à baila a questão de uma possível data de beatificação, mas o postulador da causa disse não ser possível avançar com prognósticos enquanto a Santa Sé não reconhecer um milagre atribuído ao Papa Wojtyla, recentemente declarado venerável.

As mais de 100 testemunhas que falaram no processo diocesano – cujas declarações são a base do que o Pe. Oder afirma no livro – não são identificadas, embora algumas sejam descritas como membros da equipa papal.

A reconstituição da sua vida, a partir do que foi até agora o processo de beatificação, mostra um Karol Wojtyla, grande figura do século XX, como um Papa que viveu na sua própria carne a mensagem evangélica, nos limites da pobreza, na humildade, na sensibilidade às necessidades do outro, sempre espirituoso e jovial.

Bento XVI anunciou no dia 13 de Maio de 2005, 42 dias após a morte de João Paulo II, o início imediato do processo de canonização de Karol Wojtyla, dispensando o prazo canónico de cinco anos para a promoção da causa.

No dia 8 de Abril desse ano, por ocasião da Missa exequial de João Paulo II, a multidão exclamou por diversas vezes "santo subito". Em Dezembro do ano passado, o actual Papa assinou o decreto que reconhece as “virtudes heróicas” de Karol Wojtyla, primeiro passo em direcção à beatificação.

Fotos

 

Recolha e transcrição de António Fonseca, através do Boletim da Agência Ecclesia

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Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...