sexta-feira, 11 de junho de 2010

Nº 1033 - SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS – 11 DE JUNHO DE 2010

 

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

(Sexta-feira a seguir à oitava do Corpo de Deus)

várias fotos e vídeos - c300 - 3-6-2010 039

 

O símbolo que melhor representa o amor é o coração, como mostra o nosso modo ordinário de falar. Para expressar o amor que temos a uma pessoa, apontamos para o coração ou dizemos que a temos no coração. Para exprimir que uma pessoa é boa, compassiva, dizemos: «Que coração! Que bom coração! Que coração de mãe!» A devoção ao Coração de Jesus não é mais que a devoção (que quer dizer conhecimento, dedicação e entrega) ao amor de Jesus, manifestando no símbolo mais eloquente e claro desse mesmo amor, que é o coração. Coração de Jesus é o Jesus autêntico do Evangelho, que tem um coração «bondoso e cheio de misericórdia», que é o «amigo dos pecadores», que nos amou desde o presépio à cruz e ficou por nosso amor no sacrário. Santo Afonso Maria de Ligório escreveu: «A devoção ao Coração de Jesus é a mais bela e a mais sólida do cristianismo. A mais bela porque o mais belo atributo de Cristo é o seu amor, que nesta devoção honramos. A mais sólida porque é a devoção ao amor de Jesus, origem da Encarnação e de todos os seus actos. É, pois, maior que a devoção ao Menino Jesus, à Paixão ou ao Santíssimo Sacramento, porque nela veneramos o amor de Cristo, causa do seu nascimento, morte e da permanência eucarística». Ter devoção ao Coração de Jesus é acreditar no seu amor e viver para Ele em doação completa e desinteressada. É repetir com o apóstolo S. João: «Nós conhecemos e acreditamos no amor que Deus nos tem» (I Jo 4, 16). Assim julgaram este culto os últimos Pontífices: «No Coração de Jesus se há-de colocar toda a esperança; a Ele há que pedir e d’Ele se há-de esperar a salvação dos homens» (Leão XIII, enc. Charitate Christi). «Nesta devoção contém-se o resumo de toda a religião e ainda uma norma de vida mais perfeita, pois guia suavemente as almas ao conhecimento de Nosso Senhor e estimula-as eficazmente a amá-Lo com todo o coração e a imitá-Lo de perto» (Pio XI, enc. Miserentissimus Redemptor). Pio XII expôs maravilhosamente o que é a devoção ao Coração de Jesus na sua magistral encíclica Haurietis Aquas, de 15 de Maio de 1956. Dela extraímos estas passagens:

«É digna, pois, da maior estima esta forma de culto, que permite ao homem honrar e amar a Deus mais intensamente, e consagrar-se com maior facilidade e prontidão à caridade divina; tanto mais quanto é certo que o nosso Redentor Se dignou propô-la e recomendá-la ao povo cristão, e os Sumos Pontífices confirmaram-na com grandes louvores. Por isso, coisa temerária e prejudicial seria e até ofensa de Deus, ter em menos estima tão insigne benefício, concedido por Jesus Cristo à sua Igreja. Sendo assim, não há dúvida que os fiéis, ao honrarem o Sacratíssimo Coração de Jesus, cumprem o gravíssimo dever que têm de servir a Deus, e ao mesmo tempo de consagrar ao Criador e Redentor as suas pessoas e actividades, tanto externas como internas, e cumprem desta forma o mandamento divino: «Amarás ao Senhor teu Deus com todo o coração, com a toda a tua alma, com todo o espirito e com todas as suas forças». «Assim, incitamos a praticar com entusiasmo esta devoção a todos os Nossos filhos em Cristo… «Para tantos males, que hoje como nunca, perturbam profundamente os indivíduos, as famílias, as nações e o mundo inteiro, onde ir buscar remédio, veneráveis Irmãos? Poder-se-á, porventura, encontrar forma de piedade superior ao culto do Coração de Jesus, que melhor corresponda à índole da fé católica e mais se adapte às necessidades hodiernas da Igreja e da humanidade?» «Por isso, seguindo o exemplo do Nosso imediato Antecessor, apraz-Nos também a Nós repetir aqui aquela exortação que Leão XIII, de imortal memória, dirigia no fim do século passado aos fiéis do mundo inteiro e de todas as pessoas sinceramente preocupadas com a salvação de si mesmas e da sociedade: «Eis que se oferece hoje, aos nossos olhos, outro sinal muito favorável e divino: o Coração Sacratíssimo de Jesus… brilhando entre chamas com esplêndido fulgor. N’Ele se devem colocar todas as esperanças; a Ele se há-de pedir e d’Ele esperar a salvação dos homens”. «É ainda ardentíssimo desejo Nosso que todos os que se gloriam do nome de cristãos e lutam estrenuamente pelo estabelecimento do Reino de Cristo no mundo, tenham a devoção ao Coração de Jesus como bandeira de unidade, de salvação e de paz. E ninguém julgue que este culto prejudica em alguma coisa as outras formas de piedade, com que o povo cristão, dirigido pela Igreja, honra o Divino Redentor. Pelo contrário, a fervorosa devoção ao Coração de Jesus há-de sem dúvida favorecer e promover sobretudo o culto da Santíssima Cruz e, do mesmo modo, o amor ao Augustissimo Sacramento do Altar»

Paulo VI, eleito Papa no dia da festa do Coração de Jesus do ano de 1963, repetidas vezes recomendou a devoção a este divino Coração. A 6 de Fevereiro de 1965 dirigiu ao Episcopado do mundo inteiro uma Carta Apostólica, comemorativa do 2º centenário da aprovação da festa do Coração de Jesus. Nela diz: «Desejamos que a todas as categorias de fiéis sejam explicados, da maneira mais adaptada e completa, os profundos e íntimos princípios doutrinais que ilustram os infinitos tesouros de caridade do Sagrado Coração de Jesus; e que se determinem especiais funções sagradas, que afervorem, sempre cada vez mais a devoção para este culto, digno da mais alta consideração, a fim de se conseguir que todos os cristãos, animados de novas disposições de espirito, prestem as devidas homenagens ao mesmo Coração Divino e reparem os inumeráveis pecados com demonstrações de veneração sempre mais fervorosas, conformando também a vida inteira com os preceitos da verdadeira caridade, que é a plenitude da lei (cfr. Rom. 13, 10)… Esta maneira de proceder parece-me muito idónea para conseguir que o culto do Sagrado Coração, em alguns um tanto entibiado (com dor o dizemos), volte a florescer cada vez mais, e seja por todos considerado como forma nobilíssima e digna daquela piedade verdadeira, que no nosso tempo, particularmente por obra do Concilio Vaticano II, é insistentemente pedida para com Jesus Cristo, Rei e centro de todos os corações, cabeça do Corpo que é a Igreja… princípio e primogénito dentre os mortos, a fim de que em tudo tenha Ele o primado (Col 1, 18)».

Talvez nenhum Papa se tenha referido tantas vezes ao Coração de Jesus, como João Paulo II. Desde a sua eleição, a 16 de Outubro de 1978, até ao verão de 1982, nas suas alocuções, falou 39 vezes sobre este Divino Coração, ao qual consagrou também a Encíclica sobre a Misericórdia Divina, de 30 de Novembro de 1980. A devoção ao Coração de Jesus cultiva-a o papa desde a sua juventude, como ele declarou na homilia pronunciada na Paróquia Romana de Santa Maria de Trastévere, a 27 de Abril de 1980: «Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno ao mistério do Coração de Cristo. Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o mistério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja». A 31 de Março de 1984, dirigiu estas palavras a uma peregrinação do Apostolado da Oração de Itália: «Finalmente é dirigida uma calorosa palavra de apreço e felicitações aos associados do Apostolado da Oração. Dada a importância fundamental deste apostolado na Igreja em geral e na vida particular de cada fiel, o meu discurso deveria ser muito mais longo e profundo do que aquilo que é possível neste breve espaço de tempo. Referindo-me à mensagem do Sagrado Coração a santa Margarida Maria e às grandes encíclicas dos meus predecessores, Leão XIII (Annum Sacrum, 25 de Maio de 1899), Pio XI (Miserentissimus Redemptor, 8 de Maio de 1928), Pio XII (Haurietis aquas, 15 de Maio de 1956), Paulo VI (Investigables divitias Christi, 6 de Fevereiro de 1965; Diserti interpretes facti, 25 de Maio de 1965) e às minhas duas encíclicas Redemptor hominis e Dives in misericordia, exorto-vos a estender e a aprofundar cada vez mais o raio do vosso apostolado em cada paróquia, comunidade e Diocese, inculcando a oração e o oferecimento quotidiano pela conversão dos pecadores, pelas necessidades da Igreja, pelos Governantes e Autoridades civis, a fim de que possuam verdadeira e recta consciência no governo, e estimulando a autêntica devoção ao Coração de Jesus por meio da consagração das famílias, e sobretudo a celebração vivida da primeira sexta-feira de cada mês com a confissão sacramental e a participação na Eucaristia».

Escreveu o papa Leão XIII que a devoção ao Coração de Jesus se resume em dois actos: Consagração e Reparação. A Consagração é o reconhecimento dos direitos soberanos de Jesus, a entrega ao seu amor e a confiança na sua misericórdia. O Papa Leão XIII consagrou o mundo inteiro ao Coração de Jesus, a 9 de Junho de 1899. Pio XII renovou esta Consagração e mandou que todos os anos se repetisse na festa de Cristo Rei, bem como um acto de desagravo na solenidade do Coração de Jesus..  Seguindo os exemplos e exortações dos papas e dos Bispos, têm sido consagradas ao Coração de Jesus as nações, cidades, vilas, freguesias, instituições e sobretudo as famílias e os indivíduos.  A Reparação ocupa parte muito importante nesta devoção «porquecomo ensina o papa Pio XI – os pecados e os delitos dos homens, cometidos em qualquer tempo, foram a causa de que o Filho de Deus fosse entregue à morte e, também no presente, causariam a morte de Cristo, acompanhada das mesmas dores e das mesmas angústias, visto cada pecado considerar-se Renovação, de alguma maneira, da Paixão do Senhor…». E por isso, ao manifestar-se a Santa Margarida Maria, disse Jesus: «Eis o Coração que tanto tem amado os homens e os cumulou de benefícios, e em paga do seu amor infinito, em vez de gratidão, encontra esquecimento, indiferença, ultrajes, e estes causados algumas vezes até pelas almas a Ele obrigadas pela dívida mais estrita de especial amor». Precisamente em Reparação de tais culpas, entre outras muitas recomendações fez estas, em particular, como a Si muito agradáveis: que os fiéis com intenção de desagravo se aproximassem da Sagrada Mesa para fazerem a «Comunhão Reparadora» e durante uma hora inteira realizassem actos de Oração e de Reparação, à qual com toda a propriedade se dá o nome de «Hora santa»; devoções estas que a Igreja não só aprovou, mas também enriqueceu com copiosos favores espirituais… Entre as práticas de devoção ao Coração de Jesus, e sobretudo de carácter reparador, sobressai o piedoso exercício das Primeiras Sextas-feiras, tão aprovado e recomendado pela Santa Igreja. Por ordem de Papa Leão XIII a Sagrada Congregação dos Ritos, a 21-7-1889, recomendou esta devoção. Outro tanto fez o mesmo Pontífice no ano seguinte, e Pio XI na encíclica Miserantissimus Redemptor, João XXIII no Sínodo Romano e João Paulo II, a 31-3-1984. Bento XV introduziu as próprias palavras do Coração de Jesus sobre as primeiras sextas-feiras na Bula de Canonização de Santa Margarida.

«O Senhor Jesus dignou-se falar à sua fiel esposa nestes termos: Na imensa misericordia do meu Coração prometo, a todos aqueles que durante nove meses seguidos comungarem na primeira sexta-feira, a graça da penitência final; não morrerão em pecado grave contra mim e sem receberem os Santos Sacramentos. O meu Coração será o seu refúgio seguro nos últimos momentos». A santa Sé várias vezes indulgenciou esta piedosa prática e muitos Bispos do mundo inteiro aprovaram-na e recomendaram-na. À devoção das primeiras sextas-feiras podem justamente aplicar-se as palavras do Concilio Vaticano II: «São muito de recomendar os actos de piedade do povo cristão, desde que estejam em conformidade com as leis da Igreja, e, especialmente, quando aprovados pela Santa Sé. As condições necessárias para nos tornarmos dignos da Grande Promessa, isto é, da Salvação, são três:

1. A comunhão; que deve ser feita na 1ª sexta-feira de cada mês e não noutro dia.

2. Deve fazer-se durante 9 meses seguidos.

3. A Comunhão há-de ser feita em estado de graça e com recta intenção. Certeza absoluta de salvação não no-la dá, nem nunca a poderemos ter. Mas dá-nos certeza moral, que é mais do que grande probabilidade. O notável moralista e insigne teólogo P. Vermeersch, longos anos professor da Universidade Gregoriana, de Roma, escreve: «A Grande Promessa dá certeza moral suficiente para afastar toda a ansiedade, quanto à nossa salvação». Segundo as palavras de Nosso Senhor, todos os que tiverem feito as nove primeiras sextas-feiras podem ter fundada esperança de:

1. - Morrer em estado de graça, isto é, de se salvar. É a principal recompensa anexa a esta devoção. É a realização da promessa de Jesus: «Quem comer deste pão viverá eternamente» (Jo 6, 51). 

2. - Se à hora da morte se encontrarem em pecado mortal receberão, pela misericórdia de Deus, os últimos Sacramentos a fim de se salvarem.

3. - Se, já estiverem em graça, pode ser que os não recebam. Também os não necessitam para entrar no céu, que é o grande prémio das nove primeiras sextas-feiras.

4. - O Coração de Jesus auxiliá-los-á nos últimos momentos com graças especiais. Para merecer a Grande Promessa de Nosso Senhor, basta fazer uma vez as Primeiras sextas-feiras. Não deve, porém, ser suficiente para o nosso amor. Devemos desagravar e consolar o Coração de Jesus com comunhões cada vez mais fervorosas em todas as primeiras sextas-feiras da nossa vida. É este o desejo manifestado por Jesus a Santa Margarida Maria: «Comungarás todas as primeiras sextas-feiras de cada mês».

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nº 1032 - 10 DE JUNHO DE 2010 - SANTOS DO DIA – SANTO ANJO DA GUARDA DE PORTUGAL

 

SANTO ANJO DA GUARDA DE PORTUGAL

Os Anjosque fazem parte desse mundo invisível, a que se estende também a acção criadora de Deus – vivem inteiramente dedicados ao louvor e ao serviço de Deus. A inteligência humana tem dificuldade em exprimir a natureza dessas criaturas espirituais. A sua missão, porém, é-nos conhecida através da Bíblia, que, em tantos passos, dá testemunho acerca da existência dos Anjos. Mensageiros de Deus em momentos decisivos da História da Salvação, os Anjos estão encarregados da guarda dos homens (Mt 18, 10; Act 12, 3) e da protecção da Igreja (Ap 12, 1-9). A fé cristã crê também possuir cada nação em particular um Anjo encarregado de velar por ela. Em Portugal, a devoção ao Anjo da Guarda é muito antiga. Tomou, porém, incremento especial com as Aparições do Anjo, em Fátima, aos Pastorinhos. Pio XII aprovou a comemoração do Anjo de Portugal no Calendário Litúrgico de Portugal. Ainda que no dia 13 de Maio já se tenha feito referência às aparições do Anjo de Portugal em Fátima, de novo aqui repetimos o seu relato:

Primeira Aparição. O Anjo da Paz. Três vezes apareceu o Anjo de Portugal aos pastorinhos de Fátima, um ano antes das visitas de Nossa Senhora. A primeira vez foi na Primavera de 1916. Estavam os pequenitos a brincar na Loca do Cabeço. De repenteconta Lúcia – aproxima-se deles «um jovem dos seus 14 ou 15 anos, mais branco que se fora de neve, que o Sol tornava transparente como se fora de cristal e duma grande beleza. Ao chegar junto de nós disse: – Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. E, ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão e fez-nos repetir três vezes estas palavras: – Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois erguendo-se, disse: – Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. Desde aí passávamos longo tempo, assim prostrados, repetindo esta oração, às vezes até cair cansados». Estava o mundo em guerra. O Anjo da Paz vem pedir as orações dos pastorinhos pela paz e ensina-lhes uma súplica, cuja primeira parte são actos de fé, esperança e caridade, e a segunda actos de reparação a Deus e de súplica pelos pecadores.

Segunda Aparição. O Anjo de Portugal. A segunda aparição foi no Verão, quando os pastorinhos se encontravam a brincar à sombra duma figueira, no poço do quintal dos pais de Lúcia. Foi aí que lhes apareceu pela segunda vez o anjo e lhes disse: « – Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios.Como nos havemos de sacrificar? – perguntei. – De tudo o que puderdes, oferecei um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores. Atraí assim sobre a vossa pátria a paz. Eu sou o Anjo da sua guarda, o Anjo de Portugal. Sobretudo aceitai e suportai com submissão o sofrimento que o Senhor vos enviar. Estas palavras do Anjo gravaram-se em nosso espírito como uma luz que nos fazia compreender quem era Deus, como nos amava e queria ser amado, o valor do sacrifício e como ele Lhe era agradável, como, por atenção a ele, convertia os pecadores. Por isso desde esse momento começamos a oferecer ao Senhor tudo o que nos mortificava». O Anjo da Guarda de Portugal pede aos pastorinhos orações e sacrifícios , a fim de alcançarem a paz para a nação a que pertenciam e por cujo bem tanto Ele se interessa.

Terceira Aparição. O Anjo da Eucaristia. Estavam os pastorinhos no sítio da primeira aparição, a Loca do Cabeço, repetindo, de joelhos e com a cabeça no chão, a oração que o Anjo então lhes tinha ensinado. «Não sei – escreve Lúcia – quantas vezes tínhamos repetido esta oração, quando vemos que sobre nós brilha uma luz desconhecida. Erguemo-nos para ver o que se passava e vemos o Anjo tendo na mão esquerda um cálice sobre o qual está suspensa uma hóstia da qual caem algumas gotas de sangue dentro do cálice. O Anjo deixa suspenso no ar o cálice. Ajoelha junto de nós e faz-nos repetir três vezes: – Santíssima Trindade, Pai, Filho, Espírito Santo, adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores. Depois, levantando-se, tomou de novo o cálice e a hóstia e deu-me a hóstia a mim, e o que continha o cálice deu-o a beber à Jacinta e ao Francisco, dizendo ao mesmo tempo: Tomai e bebei o Corpo e o sangue de Jesus Cristo horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai os seus crimes e consolai o vosso Deus. De novo se prostrou em terra e repetiu connosco mais três vezes a mesma oração à Santíssima Trindade, e desapareceu»- O Anjo traz aos pastorinhos a Sagrada Eucaristia, ensina-lhes a fazer a Comunhão Reparadora e repete com eles seis vezes um lindíssimo acto de desagravo.

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Recolha e transcrição de António Fonseca

Nº 1032 - (1) - 10 DE JUNHO DE 2010 - SANTOS DO DIA

 

Oliva (ou Olívia) de Palermo, Beata
Junho 10   -  Mártir

Oliva (u Olivia) de Palermo, Beata

Oliva (ou Olívia) de Palermo, Beata

Mártir

Olívia era natural de Palermo, na Sicília. Quando Genserico, rei dos Vândalos, invadiu esta ilha, contava ela os seus treze anos, e em tão tenra idade sofreu muitíssimo ao presenciar as atrocidades que nas casas, pessoas e templos fizeram aqueles bárbaros. Levaram-na cativa para Tunes, onde foi posta à disposição do pérfido Amira, governador da cidade. Este valeu-se de mil meios para seduzir a casta virgem; mas, vendo que nem os afagos nem as ameaças serviam de coisa alguma, mandou açoitá-la com rigor e depois enviou-a para uma solidão espantosa, para que fosse pasto das feras. O Senhor assistiu-a em tal conjuntura; aquele deserto foi para a virgem um paraíso de celestiais delicias, em que a sua alma suspirava pelo momento de se unir ao seu sagrado esposo. Cumpriram-se os seus desejos, passados sete anos, depois dos quais quis o Senhor manifestar aquele tesouro oculto. Foi encontrada por uns caçadores que, convencidos pela santa, se converteram à fé, foram baptizados e tiveram o valor bastante para selar com o sangue. Esta conversão fez grande ruído; muitos seguiram o exemplo dos caçadores. isto chegou aos ouvidos de Amira. Possuído de cólera, mandou prendê-la, mas sucedeu a mesma maravilha com os soldados, pois foram convertidos de soldados do governador em soldados de Jesus Cristo. Cheia de alegria, a esforçada heroína entrou em Tunes como e triunfo, à frente dos novos convertidos, e dirigindo-se ao Palácio do Governador, disse-lhe com coragem cristã: «Porque enviais tropas a buscar-me? Julgais que venho por temer? Olhai e vede como os vossos soldados já pertencem a Jesus Cristo, e sofrerão antes mil mortes do que atraiçoar o santo baptismo que receberam».  Em vista disso, mandou o governador que a metessem no cárcere e a deixassem morrer à forme. O mesmo efeito da assistência divina se mostrou nessa ocasião. Os anjos ministraram-lhe alimento, o cárcere encheu-se de luz celestial; por último, muitos dos presos, testemunhas destas maravilhas, converteram-se à fé e precederam a sua mestra no martírio. Com isto aumentou a cólera de Amira, que não podia sofrer ver-se escarnecido por uma tenra donzela, e condenou-a ao castigo dos escravos, experimentando toda a classe de tormentos na ilustre virgem. Por último, alcançou a coroa do martírio, sendo degolada. O Papa Alexandre VII canonizou-a em 1664www.jesuitas.pt  Ver também http://es.catholic.net/santoral

 

João Dominici, Beato
Junho 10   -  Arcebispo de Ragusa

 

Juan Dominici, Beato

Juan Dominici, Beato

Arcebispo

Nasceu em Florença, em 1356, numa família honrada, mas de condição modesta. Com 18 anos, recebeu o hábito de Irmão Pregador no convento de Santa Maria Nova. Desconfiava-se porém, um pouco dele, porque era um tanto gago e não tinha muita instrução. Ora, se os Dominicanos  são todos eloquentes e doutos. Mas, como Demóstenes, ele dominou a sua elocução e, à força de trabalho perseverante, servido por excelente memória, veio a tornar-se teólogo de valor. Devem-se-lhe comentários a S. Mateus, ao Cântico dos Cânticos, etc…. Dissertou sobre o amor de caridade (cf. 1 Cor 13). Escreveu também uma Régola dei governo di cura familiare, espécie de tratado de economia sobre o bom emprego das faculdades intelectuais e de todo o corpo, assim como dos bens temporais, e sobre a educação dos filhos. A obra mantém real interesse pedagógico. Do mesmo modo, a sua Lúcula noctis (Facho na noite) pôs os cristãos de guarda contra o falso humanismo, desprezador da divina sabedoria da Bíblia, dando vantagem ao paganismo. E acrescentemos, à sua bagagem literária, hinos ou laudes em italiano. Terminados os estudos na universidade de Paris, entregou-se ao ministério da palavra na Itália, sobretudo em Veneza, onde lhe aconteceu muitas vezes, durante a Quaresma, pregar duas vezes por dia. Na catedral de Florença , expôs, aproximando-as do Novo Testamento, as regras do direito que se encontram no livro VI das Decretais. Falou, diante duma multidão enorme, à razão de duas conferências por dia. O Beato Raimundo de Cápua, mestre geral dos Pregadores, animou-o a restaurar a estrita observância nos conventos dominicanos da Itália. Por morte de Inocêncio VII, Florença mandou-o ao conclave, a fim de exortar os cardeais a trabalharem eficazmente na paz da Igreja desolada pelo grande cisma. O novo Papa, Gregório XII, nomeou João, cardeal de S. Sixto e arcebispo de Ragusa. Mas, como Gregório tinha jurado não criar novos cardeais, para facilitar o fim do cisma, alguns acharam estranha a elevação do pregador e lançaram-se em guerra contra o novo prelado. O dominicano, mantendo-se embora fiel a Gregório, exortava-o a que aceitasse a sua abdicação para o bem da paz. Mas não deixou o partido de Gregório quando o concílio de Pisa se pronunciou contra este pontífice. O Papa enviou-o em missões diplomáticas longínquas: elas não eram, porém, puro descanso, e teve mesmo de se disfarçar para fugir à morte nas suas viagens. Por fim, no Concílio de Constança, Gregório abdicou e João renunciou ao seu cardinalato. Mas o concílio manteve no lugar o nosso herói. O novo Papa, Martinho V, enviou Dominici como legado na Boémia e na Hungria: tinha de organizar a luta contra a heresia hussita. Nada conseguiu ele na Boémia, exasperada com  a execução do seu profeta, João Huss. E o legado passou para a Hungria, onde pouco depois morreu, a 10 de Junho de 1419, em Buda. O seu culto foi confirmado por Gregório XVI, a 9 de Abril de 1832. www.jesuitas.pt  Ver também http://es.catholic.net/santoral

Eduardo Juan María Poppe, Beato
Junho 10   -  Sacerdote

Eduardo Juan María Poppe, Beato

Eduardo Juan María Poppe, Beato

Presbítero

Martirológio Romano: Na cidade de Moerzeke-les-Termonde, perto de Gante, na Bélgica, beato Eduardo Poppe, presbítero, que com seus escritos e sua pregação propagou por Flandres, em tempos difíceis, a formação cristã e a devoção à Eucaristia (1924).
Etimologicamente: João = Deus é misericordioso, é de origem hebraica.

Nació en Moerzeke, Bélgica, en el seno de una familia muy devota el 18 de Diciembre de 1890. En mayo de 1909 ingresa en el seminario de San Nicolás, en Waas, donde se distingue por su gran deseo de "...realizar del modo más perfecto la voluntad de Dios". En septiembre de 1910 es llamado al ejército y ahí inicia sus estudios de filosofía. Al estallar la Primera Guerra Mundial (1914-1918) es reclutado como enfermero, donde da muestras de caridad hasta el grado de enfermar de fatiga. Estando en el ejército recibe la orden sacerdotal en 1916 e inicia su labor pastoral como vice-párroco de la iglesia de Santa Coleta (Gante), ubicada en un barrio obrero. Ahí da muestra de ejemplar virtud al atender y socorrer a pobres, marginados, moribundos y niños. Su fortaleza espiritual la adquiere al pasar mucho tiempo ante el Sagrario.
Al final de la Primera Guerra Mundial, por motivos de salud, se vio obligado a dejar su parroquia, trasladándose a la zona rural, donde fue capellán de una comunidad religiosa. Se dedicó a la contemplación, al estudio, a predicar en la región de Flandes y a escribir ensayos contra el marxismo, el materialismo y la secularización.
Fue creador de métodos apostólicos de vanguardia, asimismo, promovió asociaciones sacerdotales, de seglares, de renovación litúrgica y de catequesis, entre otras. Forma un Circulo del Catecismo, así como una Liga de Comunión. Confesor y predicador incansable, exclamó, ante la pregunta de un sacerdote al verle frente al altar: "...le estoy haciendo compañía a Nuestro Señor. Me encuentro demasiado cansado para hablarle, así que estoy descansando a su lado".
De gran influencia en su vida sacerdotal, fue la visita que realizó en 1920 a la tumba de Santa Teresita del Niño Jesús, la carmelita de Lisieux, de esta religiosa aprendió a profundizar su vida espiritual. En 1922 viaja a Leopoldsburgo, en donde se encargó de los clérigos de todo el país que realizaban el servicio militar. Extenuado, muere debido a los continuos ayunos y penitencias, así como por su ardua labor catequética.
Juan Pablo II 1o beatifica el 3 de octubre de 1999, afirmando que el Beato Eduardo Poppe: "...consagró su vida a Cristo en el ministerio sacerdotal. Se convierte hoy en modelo para los sacerdotes.

Enrique de Bolzano, Beato
Junho 10 - Laico pedinte

Enrique de Bolzano, Beato

Enrique de Bolzano, Beato

Nascido em Bolzano pelo ano 1250, levou a dura vida de um pobre artesão sapateiro. Numa data não muito precisa mudou-se para Treviso com sua mulher e filho. Em seus últimos anos viveu numa pobreza extrema e aceitando esmola.
Tanto em Bolzano como em Treviso foi notória suas contínuas visitas à igreja (em Treviso visitava todas as igrejas da cidade todos os dias) sendo ainda um ávido assistente à Missa. Mais admirável todavia era sua vida penitente: dormia numa cama dura, usava roupas ásperas e realizava longas vigílias de oração.
Quando morreu, completamente só em seu quarto no ano 1315, os trevisanos diziam que havia morrido um santo. A seus funerais assistiram muitíssimas pessoas que foram testemunhas de grandes prodígios. Durante todo o ano posterior a sua morte milhares de peregrinos visitavam a cidade, um bispo do comité investigador registou em muito pouco tempo trezentos quarenta e seis milagres, a maior parte foram curas contadas por testemunhas oculares.
Um deles foi o biógrafo do Beato Enrique, Pier Domenico di Baone, que logo seria bispo de Treviso. 
O culto do Beato Enrique foi aprovado em 23 de Julho de 1750 pelo Papa Bento XIV, para a diocese de Treviso, e posteriormente Pío VII, o aprovou para lá de Trento.

Bogumilo de Gniezno, Santo
Junho 10   -  Eremita e Bispo

Bogumilo de Gniezno, Santo

Bogumilo de Gniezno, Santo

Eremita

Martirológio Romano: Em Dobrowo, em Polónia, morte de são Bogumilo, bispo de Gniezno, que, depois de renunciar a sua sede, levou neste lugar vida eremítica, consumado por sua austeridade (1182)

Después de las numerosas instancias realizadas en los siglos XVII y XVIII, iniciadas por el arzobispo Matteo Lubienski (1641-52), la papa Pío XI aprobó con el decreto firmado el 27 mayo de 1925 el culto al beato Bogumilo y estableció que Polonia lo recuerde el día 10 junio. El centro del culto a Bogumilo, ya existente en el siglo XV, era la iglesia parroquial del Santísima Trinidad en Dobrowo, dónde se encontraba su tumba. Los primeros documentos de ese culto son los decretos de los años 1443 y 1462, emanados por los arzobispos de Gniezno para reglamentar la concurrencia «al tumbam S. Bogumili». Aproximadamente en el año 1580, ejecutando el «recognitio corporis», se encontraron en la tumba el cayado pastoral y el anillo que certificaban su dignidad episcopal, dignidad que también es sustentada en los cuadros de la iglesia de Dobrowo, en los que Bogumilo es representado como obispo con la mitra, el cayado pastoral y usando el hábito camaldulense, por lo que se arguye que pertenecía a esa orden.
Una biografía, escrita en Dobrowo alrededor de 1584, que nos informa que Bogumilo era descendiente de la familia de san Adalberto, se cuenta que fue arzobispo de Gniezno en los años 1170-82, pero que, por presiones de los poderosos señores de la zona, renunció a la dignidad episcopal retirándose a una ermita, dónde finalizó sus días, luego de haber donado sus bienes a Dobrowo, a las aldeas circunstante y a los Cistercienses, Orden a la que perteneció su hermano Bogufal. Es natural que Bogumilo también fuera venerado en aquella orden, de modo particular en Koronowo. En este lugar fue redactada otra biografía, según la cual Bogumilo fue arzobispo de Gniezno en los años 1167 -72. Por esta fuente sabemos que él nació en Kozmin en el año 1116, hizo los primeros estudios en Gniezno bajo la tutela de su tío, el arzobispo Giovanni, terminando sus estudios en París. De regreso en Polonia, destinó una parte de sus bienes a la construcción de la iglesia a Dobrowo. Recomendado por su tío, fue ordenado. Al principio fue el párroco de su ciudad natal, y posteriormente pasó a ser el decano de Gniezno, luego de la muerte de su tío el año 1167, lo sucede él en la cátedra episcopal. Dotado del espíritu contemplativo, aspiró poder seguir las huellas de san Romualdo.
Conseguido el consentimiento del papa Alejandro III, renunció a la dignidad arzobispal y se retiró a un lugar desierto cerca de Dobrowo, dónde murió el 10 junio de 1182, confortado por una visión de la Virgen. Su cuerpo, primero enterrado en la iglesia de Dobrowo, fue trasladado en 1668 a Uniejów donde es venerado. Se cree que esta biografía puede fundamentarse en un documento de 1232 en el que el príncipe Vladimiro Odonicz confirmó a los Cistercienses de Sulejów la posesión de las tierras en Dobrowo y aldeas aledañas, que fueran donadas por el arzobispo Bogumilo a su hermano Bogufal y pasados por lo tanto al obispo Cristiano, cisterciense, quien los cedió a la abadía de Sulejów.
La dificultad en poder dar credibilidad los datos de estas biografías, consiste en el hecho que ni Dlugosz en su trabajo «Vitae archiepiscoporum atque episcoporum universi Regni Poloniae». Ni los anuncios necrológicos citan algún Bogumilo en la sede de Gniezno en esa época. De hecho, en los años 1153-99, la sede episcopal fue ocupada por Juan Zdzislao y Pedro. Algún historiador identifica a Bogumilo con Pedro: de hecho, Bogumilo sería, la variación eslava del nombre. También Pedro desciende de la familia de san Adalberto y tenía sus bienes en los alrededores del río Warta. Esta hipótesis, sin embargo, se contradice por la circunstancia eremítica de vida de Bogumilo, los datos indican que el arzobispo Pedro murió el 19 de agosto, mientras ocupaba aún la sede episcopal, no se lo menciona como ermitaño ni como ex arzobispo, y además, según un documento de 1219, este Pietro era director del monasterio de San Vicente en Wroclaw y pertenecía a la familia Labeclz (Labendz). Algún otro identifica al beato de Dobrowo con el arzobispo Bogumilo que murió en 1092, asumiendo su cargo en 1080, tras haber sucedido a Gregorio VII: teoría que demolería la tradición cisterciense. Otros, en cambio, como Martinus Baronius, Abraham Bzowski y el camaldulense Taddeo Mini, confunden a Bogumilo con Wloscibor que debía ser y nunca fue arzobispo; ya que, habiendo sido elegido en el año 1279, éstos, elegidos por el capítulo en el año 1279, inmediatamente fue desterrado por el príncipe Przemyslaw II y, después de haber renunciado a la dignidad episcopal, murió en un monasterio próximo a Dobrowo. Pero también esta hipótesis tiene errores: en la historia de los obispos de Gniezno del siglo XIII no se menciona a Bogumilo. La teoría más probable parece la de Pietro David, según la cual el ermitaño de Dobrowo no había sido nunca arzobispo, tan sólo un abad benedictino a Mogilno, muerto el 28 noviembre de 1179. Él habría renunciado a su dignidad como abad y pasó el resto de su vida en una ermita. Su nombre señalaría la afiliación a la familia de san Adalberto y sus bienes estaban en las proximidades de Dobrowo. También es fácil de explicar la transformación del abad en arzobispo, confirmado por la tradición.

responsável da tradução: Xavier Villalta

Eustáquio (José) Kugler, Beato
Junho 10   -  Religioso

 

Eustaquio (José) Kugler, Beato

Eustáquio (José) Kugler, Beato

Um religioso que resistiu a políticas nazis

Ni el miedo frente a la presión nazi ni el rechazo a las personas discapacitadas que se vivía en su país con el Nacionalsocialismo de Hitler pudieron apagar la intensa espiritualidad y el amor a los limitados físicos que tuvo el hermano Eustaquio Kugler.
La diócesis de Regensburg celebra su beatificación este domingo, en una ceremonia presidida por monseñor Angelo Amato, prefecto de la Congregación para la Causa de los Santos y enviado por el papa Benedicto XVI.
Hospitalario con los discapacitados
Su nombre de pila era José. A los 16 años, mientras trabajaba en una construcción, cayó de un andamio, a la altura de 4 metros y tuvo una distorsión en el pie y una herida que lo hicieron cojear toda su vida.
El hermano Kugler, (1867 – 1946) ingresó a los 26 años a la orden de San Juan de Dios, luego de haber entrado en contacto con esta comunidad durante la construcción de un hospital en Reichenbach (Alemania).
Durante casi toda su vida religiosa fue prior de diversas comunidades y de su Provincia religiosa. Cargo al que era reelegido por voluntad de los propios miembros de la orden de San Juan de Dios.
Tenía un gran sentido de la justicia y un talento para la organización. Bajo su mando estaban 16 hospitales con 2.500 personas asistidas. En 1929 se inauguró un magno hospital (masculino y femenino) con su iglesia en Regensburg, en honor a San Pío V.
Se preocupó que se atendieran principalmente a los pobres. Escribió los criterios para acompañar a los enfermos en los hospitales que se rigen en la actualidad. Aún con esta responsabilidad, pasaba las noches caminando por los pasillos del hospital velando por las necesidades de los enfermos, desde las más pequeñas.
“Los que trabajamos en el campo de la discapacidad sabemos que las personas se abren sólo con quienes tienen el corazón abierto hacia ellas. El hermano Eustaquio Kugler, fue un gran modelo de este enfoque”, afirma Ubli Doblinger, actual responsable de la pastoral del centro para personas discapacitadas de Reichenbach, en un video editado por Max Kronawitter.
Para el postulador de su beatificación, el hermano Félix Lizaso, Kugler vivió su llamado en medio de dos importantes pilares: “Una realidad existencial profunda en la comunidad, con una vida de fe y espiritualidad y una vida de entrega a los enfermos”, dijo en diálogo con Zenit.
Peligro nazi
Como muchas otras órdenes religiosas y la misma Iglesia, los hermanos de San Juan de Dios eran acechados por los nazis. También lo eran los mismos enfermos que ellos atendían. Muchos fueron deportados ya que los nazis los consideraban un tumor para la sociedad, pero el hermano Kugler puso todo su empeño por salvarlos de la cámara de gas.
El 17 de agosto de 1943 hubo un gran bombardeo sobre Ratisbona. Los alrededores del hospital fueron destruidos. En cambio, este centro de salud quedó intacto. “Podemos decir que aquí hay un santo, que nos ha salvado de la guerra y de las bombas”, decía un pastor evangélico.
Cuenta el padre Lizaso que un día Hitler pasó frente al hospital. Todos corrieron a asomarse a las ventanas para verlo. El hermano Kugler en cambio, no quiso mirarlo y decía a sus hermanos “nuestro Fuhrer vive ahí”, señalándoles el sagrario.
“Nunca iba a ningún sitio si no era con el rosario en la mano. Era un hombre muy recto. Con espíritu de oración, de recogimiento, de humildad”, asegura su postulador.
Sufrió mucho por la devastación nazi. Soportó más de 30 interrogatorios de la Gestapo. Fue tal su impresión que durante uno de estos cayó desmayado.
“Además de no delatar a ningún hermano, ni a otras personas, mantuvo gran silencio en su comunidad sobre los interrogatorios y trato recibido. Ni se quejó ni insultó a los policías” testimonia Lizaso.
Hubo hermanos que abandonaron la orden, deslumbrados por las ideologías nazis. Esto golpeó profundamente a Eustaquio. Pero guardando la calma, se refería a los nazis diciendo: “Esos árboles no crecerán hasta el cielo”.
“No era una persona de oficiales estudios teológicos, pero sí de una espiritualidad ascética profunda, una innegable vivencia mística por su vida interior y profundidad de fe, que acompañaba a sus actos en auténtica respuesta de amor a Dios”, asegura su postulador.
El hermano Kugler murió en 1946 de un tumor en el estómago. Han pasado más de 60 años después de su tránsito. Hoy sus hermanos, así como miles de fieles en Regensburg admiran de él su sencillez, su sabiduría y su espíritu de servicio.
Fue beatificado el 4 de octubre de 2009 durante el pontificado de S.S. Benedicto XVI.
Está disponible en el sitio web de la
Orden Hospitalarioa San Juan de Dios un hermoso vídeo sobre el Beato Eustaquio.

ORACIÓN
Me dirijo confiadamente a ti, oh mi Dios, Padre, Hijo y Espíritu Santo,
admirado por el ejemplo extraordinario de fe y entrega
de tu fiel Siervo Eustaquio Kugler,
que consagró enteramente su vida al servicio de la caridad,
por amor, en favor de los enfermos y desprotegidos.
Su ejemplo de vida santa y de servicio total a la hospitalidad
estimula mi fe y mi confianza en ti, para pedirte, por su intercesión,
esta intención personal... que ahora te indico.
Haz que, favorecido por tu bondad, yo te reconozca como mi Dios y Señor
y que tu Siervo Eustaquio Kugler sea glorificado para nuestro ejemplo e intercesión.
Por Jesucristo nuestro Señor.
Amén

Si usted tiene información relevante para la canonización del Beato Eustaquio, contacte a:
Frt. Félix Lizaso Berruete, OH
Barmherzigen Brüder - Bayerische Ordensprovinz
Südliches Schlosondell 5
80638 München, ALEMANIA

http://es.catholic.net/santoral  e  www.jesuitas.pt

Recolha, transcrição e tradução muito incompleta de espanhol para português, por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...