sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nº 35 - 4 DE FEVEREIRO DE 2011 - SANTOS DO DIA - 3º ANO

 

Nº 1267

SÃO JOÃO DE BRITO

Sacerdote e Mártir

Juan de Britto, Santo

Juan de Britto, Santo

Era natural de Lisboa, onde nasceu em 1 de Março de 1647, filho de Salvador Pereira de Brito e D. Brites Pereira. Muito menino ainda, perdeu o pai, que alguns anos depois da restauração de 1640 fora mandado por D. João IV governar o Brasil, onde faleceu. D. Brites Pereira consagrou-se totalmente aos três filhos que o marido lhe deixara. João, o mais novo, foi educado na corte, entre os pajens do Infante D. Pedro. Já desde essa tenra idade começou a cultivar desejos de vida mais perfeita, abrigando aspirações de completo sacrifício e imolação a Deus.Mas nem todos os companheiros lhe sabiam apreciar devidamente a virtude e talentos; e com palavras ofensivas fizeram-lhe pagar às vezes os pequeninos triunfos conquistados. Desde então, começou a corte a dar-lhe o cognome de mártir. Assaltou-o nessa ocasião uma gravíssima doença. Chegaram os médicos a perder a esperança de lhe salvar a vida; não a perdeu porém sua piedosa mãe. E D. Brites fez promessa a S. Francisco Xavier que, se o filho recobrasse pronto a saúde, o traria vestido durante um ano inteiro com a roupeta da Companhia. Despachou Deus favoravelmente a piedosa súplica. Trajando humilde batina negra, acompanhava João o Infante D. Pedro. Começou a ser conhecido na corte pelo nome de Apostolinho, alusão ao nome glorioso de Apóstolos, com que em Portugal eram conhecidos os membros da Companhia de Jesus, graças ao zelo e fervor empregados pelos Padres Simão Rodrigues e S. Francisco Xavier. Ao expirar o prazo da promessa, com grande mágoa sua houve João de largar a batina da Companhia, conservando, porém, muito gravado no coração, o desejo de a poder um dia revestir para não mais a largar. Começados os 14 anos, sem demora se apresentou na casa professa de S. Roque a solicitar ser admitido entre os noviços. Era, porém, necessário vencer antes as dificuldades, que certamente haviam de surgir, tanto da parte dos seus, como, principalmente, do Rei e da corte. Com prudente e sábia destreza, logrou João de Brito declinar as honoríficas seduções. Apresentou-se depois à mãe e expôs-lhe as razões que o moviam a entrar na Companhia. D. Brites, ainda que amasse ternamente o filho, compreendendo que o amor de Deus está acima do amor das criaturas, generosamente concedeu a João a suspirada licença. Aos 17 de Dezembro de 1662 transpunha finalmente João de Brito os umbrais da casa do noviciado de Lisboa. Distinguiu-se muito pela piedade e observância religiosa. Com não menor ardor entrou na carreira dos estudos. Uma ideia o dominava e absorvia. Anelava conquistar almas para Jesus Cristo e sacrificar-se, a exemplo de S. Francisco Xavier, na evangelização da Índia. Implorou esta graça em repetidas cartas ao Geral da Companhia de Jesus. Em 1669 via coroadas de feliz êxito as suas ardentes súplicas. Ao chegar ao conhecimento de D. Brites que seu filho ia partir para a Índia, não houve pedra que não movesse para o conservar no reino. Recorreu primeiramente ao Padre Provincial, dirigiu-se depois ao Rei e ao Núncio. E decerto conseguiria retê-lo se ele não porfiasse em desfazer as tramas excogitadas pelo amor materno. Em Março de 1673, João de Brito, ordenado sacerdote pouco tempo antes, podia enfim sair a barra de Lisboa, em companhia de uma luzida expedição de 17 missionários. Durante os seis meses de travessia, foi apóstolo da tripulação. Nas costas da Guiné houve grande número de enfermidades. Apesar de muito abatido, o P. João de Brito prodigalizou aos enfermos toda a sorte de socorros espirituais e temporais. Mas sendo Deus servido que o mal cessasse dentro em pouco, arribaram felizmente a Goa em Setembro do mesmo ano. Em Goa terminou os estudos de teologia, e os Superiores pensaram encarregá-lo de reger uma cadeira de filosofia. Em Abril de 1674 partia para o colégio de Ambalacate, no qual os missionários se preparavam, no Sul da Índia, com o estudo das línguas nativas. E durante quase vinte anos havia de dar os exemplos mais admiráveis de selo e fortaleza. Destinaram-no os superiores para a missão do Maduré, uma das mais trabalhosas. Oferecia especiais dificuldades a evangelização, tanto por causa do clima ardente, das viagens através de areais, de pântanos, de bosques e de serras aspérrimas, como principalmente pela condição dos hindus e pelas suas ideias a respeito dos europeus. Tinham-nos na conta de pariás por verem que tratavam com estes “fora de castas”, aos quais “os de castas” não consentem morar em suas povoações nem deles se servem para qualquer mister. Neste afastamento os envolvem não só a eles, mas a todos os que com eles tratam. A caridade de Cristo ensinou, porém, aos missionários a maneira de vencer estas dificuldades, à primeira vista insolúveis. Conservando em tudo a pureza da doutrina cristã, procuraram amoldar-se ao carácter dos hindus, adotando os trajes, os costumes e o modo de viver dos brâmanes saniássis, espécie de religiosos letrados.  Que vida levava João de Brito, criado entre os mimos da corte de Lisboa? O seu alimento eram arroz, legumes, algumas ervas e leite, sem jamais tocar em carne ou peixe. Dormia sobre a terra nua ou, quando muito, sobre uma pele de tigre estendida no chão. O calçado reduzia-se a uma espécie de sola de madeira, presa ao pé com um  botão. Os vestidos eram tão pobres que um dos seus biógrafos, que os viu em Portugal, lhes chama andrajos. Tal foi o modo de vida, constantemente observado durante treze anos consecutivos. Depois de atravessar a pé o continente índico, desde Tanar na costa ocidental até Colei na oriental, estando a ponto de perder a vida, percorreu várias vezes toda a missão. os frutos recolhidos não podiam deixar de suscitar peregrinações, especialmente dos brâmanes. Em 1686 esteve a ponto de perder a vida o zeloso missionário, que viera pressuroso a socorrer os cristãos o Maravá, sobre os quais se desencadeara tremenda tempestade. Passaram de dois mil os catecúmenos batizados; administrou além disso os santos sacramentos a todos os cristãos que para lá se dirigiram. Alegre com os frutos consoladores, dirigia-se para as províncias do Norte, em companhia de alguns catequistas, quando se encontrou com o comandante das tropas do Maravá à frente de mais de 1 000 soldados e grande número de gente de corte. Preso, juntamente com os catequistas, fê-los o comandante açoitar crudelissimamente, querendo obrigá-los a invocar um deus dizendo Xivá, Xivá. Por fim, carregando-os de grilhões, amarraram o Padre Brito no meio da praça ao cepo dos pariás, e assim ficou, toda aquela noite e o dia seguinte, até depois do meio-dia, exposto às vaias e chufas. depois levaram-nos a uma fortaleza, usando os gentios de grandíssima crueldade durante o caminho. Chegados aí, quiseram outra vez obrigá-los a dizer Xivá, Xivá; em caso contrário,  condená-los-iam à morte, o que de facto aconteceu. Alegres esperavam o momento de receber a palma do martírio, e para essa hora se preparava m, entoando cânticos e rezando a ladainha de Nossa Senhora e outras orações. Foram interrompidos pelos algozes que, levando-os para fora da prisão, novamente os açoitaram. Depois conduziram o Padre Brito a um lugar onde havia uma grande pedra com muitas pontas agudas, e sobre a qual dardejava o sol o dia inteiro. Nela o deitaram e sobre ela o arrastaram, até que, por fim, cansados, o abandonaram com o corpo em chaga viva. No fim de 18 dias, foi intimada ao Padre a sentença em que o Rei o condenava a ser morto e espetado, depois de lhe cortarem os pés e as mãos. Mas alguns dias depois, mandou o régulo que o missionário e os catequistas fossem levados à corte, distante mais de 60 quilómetros.Fizeram o caminho algemados dois a dois e, com os pés vertendo sangue, chegaram em tal estado que até a muitos dos gentios causavam dó. Sustentou o valoroso campeão da fé contínuas disputas com os maiores letrados gentios, admirando e confundindo a todos com a energia e a solidez dos argumentos. Chegando esta noticia ao conhecimento do príncipe, mandou chamar ao palácio o Saniássis estrangeiro e pediu que lhe expusesse a doutrina que explicava aos discípulos. Ficou o gentio tão espantado com o que ouviu, que não pôde deixar de confessar que a lei dos cristãos era justa e santa. E, sem dar ouvidos às queixas do general e dos brâmanes, mandou restituir à liberdade o missionário e os cristãos. Assim se suspendeu o martírio de S. João de Brito, não faltando ele ao martírio mas o martírio a ele. Pouco tempo depois, uma carta do Padre Provincial Manuel Rodrigues, chamava-o à costa da Pescaria, onde recebeu ordem de voltar à Europa, a fim de, em Lisboa e Roma, tratar negócios para o bem das cristandades. A 8 de setembro de 1688 entrava pela barra de Lisboa. Apenas constou na cidade a vinda do heroico missionário, foi extraordinário o concurso de gente para ver e venerar aquele esforçado confessor da fé, que ainda conservava visíveis no corpo as cicatrizes dos tormentos suportados por amor de Cristo. D. Pedro II recebeu-o com a maior benevolência; quis ouvir de sua boca a exposição minuciosa dos trabalhos no Maduré e prometeu acudir com magnificência às necessidades das missões. Alcançada a benevolência do rei, e não lhe sendo possível passar a Roma, quis o Santo missionário percorrer os principais Colégios da Companhia em Portugal, despertando a sua vista santo entusiasmo em toda a parte. Sem esquecer nesta ocasião as obrigações para com a mãe e os irmãos, soube, contudo, dar repetidas mostras de quanto era sobrenatural o seu amor. Já se preparava para se fazer de novo à vela para a Índia, quando surgiu da parte do rei um impedimento inesperado. Queria D. Pedro II retê-lo, a todo o custo,. na corte para o cargo de preceptor do Príncipe e dos infantes. A tudo resistiu e de tudo triunfou a humanidade e constância do servo de Deus, que anelava somente a palma do martírio. Poucos meses depois de chegar à Índia, encontrava-se  de novo evangelizando entre os povos do Maravá; houve dias em que passou de 3 000 o número dos regenerados em Cristo pelo baptismo. Entre os convertidos contava-se um príncipe chamado Tariadevém,. Foi esta conversão a causa última da morte do nosso S. João de Brito. Antes de receber o sagrado baptismo, quebrou o neófito generosamente os laços da poligamia. Entre as mulheres repudiadas, contava-se uma sobrinha do rei de Maravá. Menos se necessitava para enfurecer o tirano. Sob o pretexto de vingar sua sobrinha, não se atrevendo a descarregar a ira sobre o esforçado príncipe, voltou-se contra o Saniássis europeu. Mandou, pois, saquear as igrejas dos cristãos e trazer à sua presença o missionário. Correm os ministros à povoação de Muni; sai-lhes ao encontro o padre João de Brito, manifestando o gozo que experimenta vendo finalmente chegada a hora do martírio. Poucos dias depois, dava entrada nos cárceres do Maravá em companhia dalguns cristãos. Somente 23 dias depois foi com seus companheiros apresentados ao rajá, em cuja presença estiveram mais de duas horas em pé, expostos às injúrias escárnios e vitupérios dos cortesãos. Pouco depois,  assistindo o Padre ao interrogatório de dois dos cristãos presos, advertiu ao bárbaro que, se era crime aqueles jovens serem cristãos, ele era culpado desse crime, pois os instruíra e batizara. Irritados com esta observação, o tirano e os que o assistiam lançaram-se ao missionário e descarregaram sobre ele tantas bofetadas e pancadas, que os circunstantes julgaram que não sairia dali com vida. Ali mesmo esteve para ser morto a tiros de arcabuz, mas, quando tudo estava já preparado para a execução, o régulo, temendo algum motim do povo, apartou o missionário da companhia dos outros cristãos e mandou-o a um seu irmão para que o degolasse. Foi a sentença executada a 4 de fevereiro de 1693, perto de Urgur, sobre um outeiro. Na véspera, dirigindo-se ao Superior da Missão, assim interpretava o martírio que iria sofrer: “ Quando a culpa é virtude, o padecer é glória”. Chegado ao lugar do martírio, ajoelhou-se o missionário para se encomendar pela última vez a Deus, no meio do silêncio da multidão atónita. Vacila o verdugo ao aproximar-se, não se atrevendo a interromper-lhe a fervente oração,. Vozes de indignação e despeito quebram de repente a solenidade daquele silêncio; era o filho do primeiro ministro que vinha correndo a estimular o verdugo à execução da sentença. Hesita, não obstante. Nesse momento, os circunstantes viram assombrados o santo Mártir levantar-se e, abraçando-se ao algoz, dizer-lhe: «Amigo, da minha parte cumpri o meu dever; tu cumpre a ordem que te foi dada». E, de joelhos em terra, espera o golpe. Aparta-lhe o bárbaro os vestidos, mas, ao notar o relicário que lhe pendia ao peito, novamente o invade o terror, julgando ver algum encantamento ou sortilégio. Retrocedendo um pouco, corta dum golpe o cordão, abrindo larga ferida no ombro e peito do Mártir; e com segundo e terceiro golpe lhe desprende inteiramente a cabeça do tronco. Decepadas em seguida também as mãos e os pés, o tronco juntamente com a cabeça foram atados a um poste, levantado no mesmo sítio em que o Mártir estivera em oração. Ficou o local do martírio guardado por soldados, para impedirem os cristãos apoderarem-se das relíquias. Na noite de 4 para 5 de Fevereiro e nos dias seguintes, pairou sobre o postre uma luz misteriosa. Vieram depois as feras, que devoraram quase por completo os despojos sagrados. Algumas poucas relíquias, que a piedade dos cristãos pôde ainda salvar, foram depois conduzidas a Goa e honorificamente guardadas no Colégio de S. Paulo. Pio IX inscreveu João de Brito no catálogo dos Bem-aventurados a 17 de fevereiro de 1852, e Pio XII canonizou-o a 22 de Junho de 1947. Nesta esplêndida glorificação do grande Missionário e Mártir esteve representado também, em bom número, todo o Ultramar Português. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuiitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it

SÃO JOSÉ DE LEONISSA (ou LEONESSA)

Confessor (1556-1612)

José de Leonessa, Santo

José de Leonessa, Santo

Martirológio Romano: Em Amatrice, lugar de Abruzo, são José de Leonessa, presbítero da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos, que em Constantinopla sustentou em sua fé os cristãos cativos , havendo sofrido grandes tribulações por haver pregado o Evangelho inclusive no palácio do Sultão, regressou a sua pátria e se distinguiu por atender aos pobres (1612). Este santo nasceu em 1556 em Leonessa na Umbria, e com a idade de dezoito anos fez sua profissão como frade capuchinho em sua cidade natal, e tomou o nome de José, em lugar de Eufrânio, seu nome de baptismo. Era humilde, obediente e mortificado em grau heróico, e três dias por semana não tomava outro sustento que pão e água. Geralmente pregava com um crucifixo na mão, e o fogo de suas palavras inflamava o coração de seus ouvintes. Em 1587 foi enviado a Turquia como missionário entre os cristãos de Pera, subúrbio de Constantinopla. Ali animava e servia os escravos cristãos das galeras com maravilhosa devoção, especialmente durante uma peste maligna, da qual se contagiou, ainda que depois tenha recobrado a saúde. Converteu a muitos apóstatas, e expôs-se ao rigor da lei turca quando pregava a fé aos muçulmanos. José foi encarcerado duas vezes, e à segunda vez o condenaram a cruel morte. Por meio de garfos afiados que atravessavam uma de suas mãos e um de seus pés foi pendurado de una forca. Sem embargo, depois de haver sido torturado por muitas horas, foi posto em liberdade e foi-lhe comutada sua sentença por desterro. Desembarcou em Veneza e, depois de uma ausência de dois anos, regressou de novo a Leonessa, onde retomou seus trabalhos com extraordinário zelo. No fim da sua vida sofreu muito por causa de um tumor. Para o extirpar, foi submetido a duas operações durante as quais não exalou o menor gemido ou queixa, sustentando todo o tempo um crucifixo sobre o qual tinha fixos os olhos. Quando se sugeriu que antes da operação deveria ser atado, indicou o crucifixo, dizendo: "Este é o laço mais forte; isto me sujeitará melhor que qualquer corda o faria". A operação não teve êxito e São José morreu felizmente em 4 de fevereiro de 1612, na idade de cinquenta e oito anos. Foi canonizado em 1745.

BEATA MARIA DE MATTIAS

Fundadora (1805-1866)

João de Mattias era advogado em Vallecorsa, no limite do Lácio com a Campanha, Itália. Do casamento com Octávia de Angelis teve quatro filhos: a mais velha, Maria, nasceu a 4 de fevereiro de 1805. Apesar das infelicidades da época, ela recebeu educação cristã, devido ao pai, homem honrado e virtuoso, que a instruiu nos mistérios da religião. Como todas as meninas, ela gostava de se enfeitar. Até um dia em que,  ao ver-se ao espelho, ficou tão impressionada contemplando uma imagem de Nossa Senhora dependurada ao lado, que tomou imediatamente a resolução de renunciar ao mundo. Tinha acabado de fazer 17 anos quando S. Gaspar del Búfalo, fundador dos Missionários do Precioso Sangue (28 de Dezembro), veio pregar uma missão na paróquia dela. Fez-lhe grande impressão. Ao confessar-se, entrou plenamente nos projetos do padre, que eram de trabalhar na salvação das almas. Animou-a e, pouco depois, confiou-a a um dos seus melhores discípulos, aquele quem lhe devia suceder, João Merlini. Maria de Mattias conservou-o como diretor durante todo o resto da vida. Imitando os Missionários do Precioso Sangue, Maria de Mattias lançou-se a reunir em sua casa as jovens e até mulheres casadas, para as instruir na doutrina  cristã e as formar na piedade. Conseguiu-o tão bem que provocou tempestades de inveja. Para sossegar os espíritos, o bispo de Ferentino, seu prelado,  que era também administrador da diocese de Anâgni, convidou-a a tomar a seu cargo a escola de Acuto, em 1834. Logo a seguir, resolveu viver mais como religiosa do que na simples qualidade de mestre-escola. Uma grave doença, que ela acabou por vencer, não a afastou dos seus projetos. O prédio escolar bem depressa se mostrou demasiado pequeno e insalubre, o que a levou a transferir-se para uma casa muito mais espaçosa, que pertencia aos bispos de Anâgni. A chegada duma companheira, Ana Farrotti, decidiu-a a fundar, em 1835, uma congregação a corresponder, para o sexo feminino, à de Gaspar del Búfalo. Depressa estendeu esta a sua ação às jovens e às casadas. No fim de 1837, inaugurou os Exercícios Espirituais para as mães de família. O bom resultado provocou , por outro lado,  violentos ataques. O bispo mandou fazer um inquérito. Viu-se que as acusações eram falsas; a Madre Maria de Mattias não pregava na Igreja, o seu modo era calmo e silencioso, ela não era nada tagarela. E, assim o bispo concedeu-lhe aprovação plena. Em 1840, abriu ela outra escola na sua velha casa de família, em Vallecorsa. Seguiram-se rapidamente outras fundações e, entre 1847 e 1851, foram abertas duas casas em Roma, devido ao auxilio duma viúva russa, a princesa Zena Volkonska. O papa Pio IX animou Maria de Mattias. Mas as dificuldades e adversidades não cessaram por isso; a casa de Acuto foi assaltada e superioras houve, demasiado independentes, que, não compreendendo o espírito da fundação, lhe embargaram a atividade; e algumas irmãs, descontentes, difamavam o seu governo. Para manter a observância, tinha ela de visitar com assiduidade, apesar da sua má saúde, casas cujo número sem cessar crescia: criou sessenta. Caiu doente em Roma, e lá morreu a 20 de Agosto de 1866, no momento em que o Padre, que rezava o hino Vexilla regis, chegava à estrofe O Crux , ave spes única. O papa Pio IX quis ajudar a construção do seu túmulo em Agro Verrano, o grande cemitério de Roma. E a fundadora das Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue foi beatificada por Pio XII, no dia 1 de Outubro de 1950. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuiitas.pt.

SANTA CATARINA DE RICCI

Virgem (1522-1589)

Nasceu em Florença, Itália, em 1522, e recebeu no baptismo os nomes de Alexandrina-Lucrécia-Rómula. Muito cedo perdeu a mãe e foi entregue aos cuidados da tia, Luísa de Ricci, religiosa da mesma cidade. O pai não a deixou estar longamente no convento; pensava prepará-la para que se casasse. Mas ela tanto insistiu que chegou a obter licença de seguir o próprio atrativo para a vida religiosa; tomou o véu aos 14 anos e mudou o nome para Catarina, no convento dominicano de Prato. Levou vida angélica e exercitou-se na prática de todas as virtudes. deu grande exemplo de paciência numa enfermidade prolongada e foi de exatidão extraordinária. passados cinco anos, confiaram-lhe o cargo de mestra das noviças e pouco depois o de subprioresa. Aos 25 anos, contra todas as suas resistências fizeram-ma prioresa, cargo que manteve durante 42 anos, até ao fim da vida. Duma sabedoria e prudência consumadas para dirigir as almas, duma dedicação e caridade a toda a prova, desempenhava os cargos mais humildes e tendia a viver na união mais íntima com Deus. Meditava sobretudo a sagrada Paixão, depressa objeto único das suas meditações, que a alheavam de tudo até ao êxtase. Esse estase começou para Catarina em Fevereiro de 1542, e renovou-se cada semana durante doze anos, desde quinta.-feira ao meio-dia até sexta-feira á tarde. Revia sempre a Paixão de Jesus. O corpo parecia suspenso do chão durante horas. Este favor cessou todavia, pois Catarina assim pediu ao Senhor e fez que o pedisse também a comunidade. Todavia o seu zelo não podia limitar-se ao convento; Catarina sentiu-se impelida a imolar-se como hóstia pacifica pela salvação do mundo, a ajudar os pobres distribuindo-lhes as generosidades que lhe vinham de fora, e a impor-se penitências e mortificações extraordinárias. Deusao mesmo tempo que lhe concedia o dom dos milagres, o espírito de profecia e a penetração dos segredos dos corações – sujeitava-o a diversos géneros de provas como as contradições e a fama de santidade que lhe pungia o coração. Catarina correspondia-se com S. Filipe de Néri e, como ambos tinham grande desejo de se ver, Deus concedeu-lhes este contentamento por uma visão durante a qual os dois falaram juntos; Filipe de Néri confirmou o facto. Do mesmo modo, Catarina e Maria Madalena de Pazzi estiveram em presença uma da outra. Tinha 66 anos de idade e 48 de profissão quando foi atacada de doença mortal. depois de óptimos conselhos as suas religiosas, entregou a alma a Deus entre cânticos angélicos que foram ouvidos pelos presentes. faleceu a 2 de fevereiro de 1589. Foi beatificada em 1732 e canonizada em 1746. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuiitas.pt.

• Juana (Joana) de Valois, Santa
  Rainha de França

Juana de Valois, Santa

Juana de Valois, Santa

Rainha de França
Fundadora da Ordem
da Santíssima Anunciação da Santa Virgem María

Martirológio Romano: Em Bourges, de Aquitânia, santa Juana de Valois, que sendo rainha de França, ao ser declarado nulo seu matrimónio com Luis XII se dedicou a servir a Deus, cultivando uma especial piedade para com a Santa Cruz e fundando a Ordem da Santíssima Anunciação da Santa Virgem Maria (1505). Não por ser filha do rei de França ia passando muito bem em sua vida; melhor se pode assegurar todo o contrário. O conjunto de sua existência foi uma mistura dos sofrimentos mais amargos aos que pode estar avocada uma pessoa. Nem querida, nem rica, nem agasalhada - como sucede com os príncipes e princesas-  nem galas, nem festas de palácio.Melhor tudo o contrário. Foi desprezada por seu pai o rei por desencanto ao esperar um filho varão e nascer-lhe uma fêmea. Pior assunto quando se descobre que a sua condição de mulher se acrescenta a fealdade de rosto e, por si fosse pouco, há que acrescentar o incipiente coxear. «Uma coisa assim» há que a tirar da Corte dos Valois. Será o castelo de Linières seu sitio para aprender a bordar. Ali passará uma vida monótona e solitária sem voltar a ver a sua mãe, Carlota de Sabóia, desde os cinco anos. Luis XI é, ainda que Valois, um tirano, dono de vidas e fazendas. Há querido casar a sua filha Juana com Luis de Orleães porque isso sim entra dentro de seu jogo e engrenagem política. Já o em todo disposto. Os Orleães se negam a aparentar com a feia, coxa e malquerida Juana; mas as ameaças de morte por parte do enojadiço rei são coisa séria e o matrimónio se celebra em 8 de Setembro de 1476 na capela de Montrichard, ainda que o noivo nem fale nem veja a noiva. A partir deste acontecimento, só há visitas do esposo à malquerida mulher quando o manda o rei. O duque Luis de Orleães - o esposo de palha - é levantisco; dá com seus ossos na cadeia por rebeldia e a boa esposa desprezada intercede por ele ante seu irmão, o novo rei Carlos VIII. Inesperadamente sobe ao trono francês o duque de Orleães por morte repentina de Carlos. Agora é o rei Luis XII e precipitadamente consegue a anulação do matrimónio.  Já Juana não é rainha, só duquesa de Berry. Retirada em Bourges funda a Ordem da Anunciação que honre à Virgem Maria, aprenda dela as virtudes e se desvela pelos pobres. É o ano 1504 quando ela faz sua própria profissão para morrer em santidade no ano 1505. A canonização solene será no Pentecostes de 1950. Com acrescento de matizes e divergências se pensa se a verdade desta vida é susceptível de ser narrada como uma real versão de «científica». Há reis, príncipes e palácios; abundam os desprezos mais que duradoiros, notáveis e bem sofridos; o final é feliz em ambos, se bem o do conto termina aqui enquanto que o verdadeiro é mais radiante; uma fada madrinha -com varita mágica- fez um papel fugaz entanto que a Virgem María prestou sua ajuda eficaz.

• Isidoro de Pelúsio, Santo
  Abade

Isidoro de Pelusio, Santo

Isidoro de Pelusio, Santo

Martirológio Romano: Em Pelusio, no Egipto, santo Isidoro, presbítero, homem de profunda doutrina, que, desprezando o mundo e as riquezas, tratou de imitar a vida de são Juan Bautista no deserto, vestindo o hábito monástico (c. 449). Etimologia: Isidoro = Dom de Ísis, é de origem grega. Nasceu em Alexandria na segunda metade do século IV, morreu não mais tarde de 449-50. Em ocasiões se o designa por erro como Isidoro de Damieta. Deixou sua família e propriedades, se retirou a uma perto da cidade de Pelusio, cujo nome se conectou logo ao dele, e abraçou a vida religiosa no mosteiro de Licnos, onde cedo foi famoso por sua exatidão na observância da regra e por sua austeridade. Uma passajem em sua volumosa correspondência oferece razões para crer que exercia o oficio de abade. Facundo e Suidas se referem a ele como sacerdote, ainda que nenhum destes escritores nos informam a que igreja pertencia; pode ser que não tivesse posto clerical, senão que só fosse sacerdote de um mosteiro. Sua correspondência nos dá uma ideia sobre sua atividade. O mostram pelejando contra clérigos indignos cuja elevação ao sacerdócio e ao diaconato era um sério perigo e escândalo para os fieis. Ele se queixava de que muitos laicos deixavam de receber os sacramentos para evitar contacto com estes homens desonrosos.  Sua veneração por São João Crisóstomo o fez propor a São Cirilo de Alexandria que fizesse completa justiça à memória do grande doutor. Se opôs aos nestorianos e durante o conflito que surgiu no fim do Concílio de Éfeso entre São Cirilo e João de Antioquia, ele pensou que São Cirilo estava muito obstinado. Portanto escreveu a este último em termos insistentes suplicando-lhe, como um filho a seu pai, que pusesse fim à divisão e não pusesse uma ofensa privada como um pretexto para uma ruptura eterna. Santo Isidoro ainda estava vivo quando a heresia de Eutiques começou a estender-se no Egipto; muitas de suas cartas lo descrevem como opondo-se à afirmação de uma só natureza em Jesus Cristo. Parece que sua vida não se prolongou mais além de 449, porque em suas cartas não se menciona o Concílio ladrão de Éfeso (agosto de 449) nem o Concílio de Calcedónia (451). Segundo Evagrio del Ponto, Santo Isidoro foi o autor de um grande número de escritos, mas o historiador não nos diz nada mais, excepto que um destes ia dirigido a Cirilo, inclusive deixando-nos na dúvida de se esta pessoa era o famoso bispo de Alexandria ou um homónimo. Isidoro mesmo diz incidentalmente que ele compôs um tratado “Adversus Gentiles” mas que se perdeu. Outra obra “De Fato”, da qual seu autor nos diz que teve certo grau de êxito, também se perdeu. As únicas obras existentes de Santo Isidoro são sua considerável correspondência, que compreendem cerca de duas mil cartas. Ainda este número parece ser pequeno comparado com a grande quantidade escrita, pois Santo Nicéforo fala de 10,000. Destas existem 2,182 divididas em cinco livros que contém respectivamente 590, 380, 413, 230 e 569 cartas. Estas cartas de Santo Isidoro podem ser divididas em três classes, de acordo ao tema tratado: as que tratam sobre o dogma e a Bíblia, sobre a disciplina eclesiástica e monástica e sobre a moralidade prática para guia dos laicos de todas classes e condições. Muitas destas cartas, como é natural, têm uma importância secundária, muitas são meras notas. Neste artigo se porá enfâse nas principais. Entre estas está a carta a Teológio contra os nestorianos, na qual Isidoro assinala que há uma grande diferença entre a mãe dos deuses nas fábulas e a Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus, pois a primeira, segundo reconhecido pelos pagãos, concebiam e pariam os frutos da libertinagem, enquanto que María concebeu sem haver tido relação sexual com nenhum homem, como é reconhecido por todas as nações do mundo. Sua carta a Hierax defende a legitimidade da veneração das relíquias; a carta a Tuba mostra que era considerado impróprio para um soldado carregar uma espada na cidade em tempos de paz e aparecer em público com armas e uniforme militar. Suas cartas a pessoas na vida religiosa trazem muitas pistas importantes que nos permitem ter uma ideia bastante exata das normas intelectuais que existiam nos centros monásticos egípcios. Isidoro reprova ao monge Taleleo em estar interessado em ler a historiadores e poetas pagãos cujos escritos estavam cheios de fábulas, mentiras e obscenidades capazes de abrir feridas já sanadas e de chamar ao espírito da impureza à casa de onde havia sido deixado. Seu conselho a respeito aos que abraçavam o estado monástico era que ao principio não se fizesse sentir todo o rigor da austeridade da regra para que não lhes tomassem repulsão, e que não se lhes devia deixar ociosos e isentos das tarefas ordinárias para que não fossem a adquirir o hábito da preguiça, mas que se lhes devia guiar passo a passo à perfeição. As grandes abstinências não servem um grande propósito se não vão acompanhadas da mortificação dos sentidos. Num grande número das cartas de Santo Isidoro respeito ao estado monástico se deve notar que ele afirma que consiste principalmente no retiro e na obediência; que o retiro inclui olvidar todas as coisas que se hão deixado atrás e a renúncia a velhos hábitos, enquanto que a obediência se obtém mediante a mortificação da carne. O monge de um hábito deve ser de couro, e sua comida deve consistir de ervas, a menos que a debilidade corporal requeira algo mais, em cujo caso deve ser guiado pelo juízo de seu superior, pois ele não se deve governar a si mesmo, mas de acordo com a vontade dos que crescem na prática da vida religiosa. Ainda que a maioria sejam muito breves, a maioria das cartas de Isidoro contêm muita instrução, a qual a miúdo se expõe com elegância, ocasionalmente com uma certa arte literária. Seu estilo é natural, sem afectação, ainda que não carece de refinamento. A correspondência se caracteriza por uma imperturbável equanimidade de temperamento; já seja que esteja explicando ou reganhando, disputando ou elogiando, sempre há a mesma moderação, os mesmos sentimentos de sinceridade, o mesmo gosto sóbrio. Na explicação das Escrituras o santo não dissimula sua preferência pelo sentido moral e espiritual, o qual julga más útil para aqueles que o consultam. Por querer que se veja o que pratica e ensinava aos outros, quer dizer que sua vida correspondia com suas palavras (coerência), que  deve praticar o que ensina, e que não é suficiente indicar o que se deve fazer, se não se traduz suas palavras em ação.

• Gilberto de Sempringham, Santo
Fundador

Gilberto de Sempringham, Santo

Gilberto de Sempringham, Santo

Martirológio Romano: Em Sempringham, em Inglaterra, são Gilberto, presbítero, que fundou, com a aprovação do papa Eugénio III, uma Ordem monástica, em que impôs uma dupla disciplina: a Regra de são Bento para as monjas e a de santo Agostinho para os clérigos (1189). Etimologia: Gilberto = Aquele que é um famoso arqueiro, é de origem germânica. São Gilberto nasceu em Sempringham de Lincolnshire. Depois de sua ordenação sacerdotal, ensinou algum tempo numa escola gratuita; mas seu pai, que estava encarregado de repartir os benefícios eclesiásticos de Sempringham e Terrington, o elegeu para um deles em 1123. O santo distribuía as rendas aos pobres e só reservava uma mínima parte para cobrir suas necessidades.  Com seu exemplo, arrastou à santidade a muitos de seus paroquianos. Redigiu as regras para sete jovens que viviam em estrita clausura numa casa anexa desenvolveu rapidamente e, São Gilberto se viu obrigado a empregar irmãs e irmãos leigos nas terras da fundação. Em 1147, foi a Citeaux a pedir ao abade que tomasse a direção da comunidade; mas como os cistercienses não pudessem fazê-lo o Papa Eugénio III animou a São Gilberto a dirigi-la por si mesmo. São Gilberto completou a obra, acrescentando um grupo de canónicos regulares que exerciam as funções de capelães das religiosas. Tais foram as origens das Gilbertinas, a única ordem religiosa medieval que produziu Inglaterra. Sem embargo, excepto uma casa na Escócia, a fundação não se estendeu nunca mais além das fronteiras de Inglaterra, e se extinguiu na época da dissolução dos mosteiros, quando contava com vinte e seis conventos. As religiosas tinham as regras de São Bento, e os canónicos as de Santo Agostinho. Os conventos eram duplos, mas a ordem era principalmente feminina, ainda que o superior geral era um canónico. A disciplina era muito severa, com certa influência cisterciense. O desejo de simplicidade no  ornato das igrejas e no culto em geral chegou até a impor que o oficio se recitasse em tom simples, como mostra de humildade.  São Gilberto desempenhou por algum tempo o cargo de superior geral, mas renunciou a ele, pouco antes de sua morte, pois a perda da vista o impedia cumprir perfeitamente suas obrigações. Era tão abstinente, que seus contemporâneos se maravilhavam de que pudesse manter-se em vida, comendo tão pouco. Em sua mesa havia sempre o que ele chamava "o prato do Senhor Jesus", em que separava para os pobres o melhor da comida. Vestia uma camisa de cerdas, dormia sentado, e passava grande parte da noite em oração. Durante o desterro de Santo Tomás de Canterbury, foi acusado, junto com outros superiores de sua ordem, de lhe ter prestado ajuda. A acusação era falsa; mas São Gilberto preferiu a prisão e expor-se à supressão de sua ordem, antes que defender-se, para evitar a impressão de que condenava uma coisa boa e justa. Quando era já nonagenário, teve que suportar as calúnias de alguns irmãos leigos que se haviam rebelado.  São Gilberto morreu em 1189, aos 106 anos de idade, e foi canonizado em 1202. Se diz que o rei Luis VIII levou suas relíquias a Toulouse, onde se encontram provavelmente ainda, na igreja de São Sernín. As dioceses de Northampton e Nottíngham celebram a festa de São Gilberto no dia 3; os Canónicos de Latrão a celebram em 4 de Fevereiro, dia en que o comemora o Martirológio Romano.
Foi canonizado em 1202.

• Nicolás Estudita, Santo
Fevereiro 4   -  Monge

Nicolás Estudita, Santo

Nicolás Estudita, Santo

Martirológio Romano: Em Constantinopla, são Nicolás Estudita, monge, que foi exilado repetidas vezes por defender o culto das santas imagens e terminou seus dias como hegúmeno do mosteiro de Estudion (868). Etimologia: Nicolás = Aquele que é vencedor do povo ou da multidão, é de origem grega. Este Nicolás nasceu em Sidónia (ahora Canea) em Creta, de pais acomodados que o levaram aos dez anos de idade a Constantinopla com seu tio Teofanes, ao mosteiro de Studius. O abade ficou muito bem impressionado com o jovenzito e permitiu-lhe entrar na escola do mosteiro, onde cedo se distinguiu por sua docilidade e afinco para aprender. Na idade de 18 anos, se fez monge e se notou que a obediência à regra não representava nenhum obstáculo para ele, pois já havia chegado ao domínio de si mesmo.  Não estava destinado Nicolás para levar uma vida pacífica naqueles tumultuosos tempos. Os sarracenos saquearam seu lar em Creta, enquanto que em Constantinopla e Grécia a Igreja era cruelmente perseguida pelos imperadores iconoclastas. Não passou muito tempo sem que fossem desterrados Nicolás, o patriarca São Nicéforo, o abade São Teodoro e outros, e Nicolás fez tudo o que pôde para ajudar a seus companheiros e aliviar seus sofrimentos. Depois do assassinato de Leão V o arménio, a perseguição foi diminuindo e se permitiu aos expatriados voltar, mas em tais condições que nem todos aceitavam. Quando São Teodoro morreu, San Nicolás que havia sido um discípulo modelo para os demais, se converteu em seu guia e mestre. A perseguição durou até à morte do imperador Teófilo, em 842, quando sua viúva, Teodora, fez voltar aos servos de Deus desterrados e restituiu as imagens que se veneravam nas igrejas. Entre os que regressaram, estava o novo abade dos estuditas, a quem depois sucedeu São Nicolás.  Em dezembro de 858, começou uma tremenda disputa de grande transcendência, quando se destituiu a Santo Ignácio da sede patriarcal de Constantinopla e puseram a Photius, nomeado pelo imperador Miguel III. São Nicolás não quis ter nenhum trato com ele e se desterrou voluntariamente, negando-se a voltar à amizade de Miguel, que então nomeou outro abade. Por vários anos o santo andava errante, mas ao cabo foi preso e enviado de volta a seu mosteiro, onde foi posto em completo isolamento. Por esse motivo, não pôde obedecer o chamamento do Papa São Nicolás I, que desejava examiná-lo como testemunha em favor de Ignácio. Em 867, mataram a Miguel e seu sucessor, o imperador Basilio, não só restituiu a Santo Ignácio, mas que também desejou restabelecer o abade Nicolás, que, sem embargo, se escusou por sua avançada idade. Morreu entre seus monges e foi sepultado junto a São Teodoro, seu grande predecessor.

• Rabano "Mauro", Santo
Bispo

Rabano

Rabano "Mauro", Santo

Martirológio Romano: Em Maguncia, da Francónia, na Alemanha, santo Rabano, apelidado “Mauro”, bispo, que, sendo monge de Fulda, foi à sede de Maguncia, e homem douto em ciência e eloquente no falar, nunca deixou de levar a cabo tudo o que pudesse redundar a maior glória de Deus (856). Rabano, que nasceu em 784, provavelmente era nativo de Mainz, ainda que alguns escritores creiam que foi escocês ou irlandês. Seus pais foram seus primeiros mestres, e quem depois o levaram ao mosteiro próximo de Fulda, que São Bonifácio, o apóstolo inglês de Alemanha, havia fundado. A escola do mosteiro que se achava sob a direção do abade Bangulfo era muito famosa, e Rabano correspondeu com muito afinco à instrução.  Cedo chegou a ser a admiração de seus mestres e condiscípulos, por seu grande talento à rapidez com que aprendia. Para completar sua educação, foi enviado com seu amigo Hatto a estudar um ano em Tours, sob o cuidado de outro grande inglês, o douto conselheiro de Carlomagno, Alcuino. Nele encontrou um mestre ideal e um segundo padre. Alcuino lhe teve muito afecto e o apodou de Mauro, pelo discípulo favorito de São Bento, e quando o jovem havia regressado a Fulda, escreveu-lhe cartas comovedoras cheias de conselhos. "Sê um pai para os pobres e necessitados", lhe disse numa delas, "sê humilde a servir aos demais, generoso ao outorgar benefícios e assim descerão sobre ti suas bênçãos".  Em Fulda havia uma magnífica biblioteca fundada por Carlomagno e enriquecida pelo zelo dos amanuenses monásticos. Ali trabalhava Rabano, buscando como compreender e poder explicar as Sagradas Escrituras, sobre as que depois escreveu muitos comentários. Aprendeu o grego, o hebreu, algo de siríaco e estudou os Padres e fez uma sinopse de seus ensinamentos.  Cerca do ano 799, recebeu a ordenação de diácono e foi nomeado diretor  da escola do mosteiro. Por esse mesmo tempo compôs uns versos métricos em forma de acróstico em honra da Santa Cruz. Em 805 os monges, tiveram uma época muito dura, quando a fome seguiu a peste. Mais duro se fez a Rabano abandonar seus amados livros para se dedicar a um trabalho manual, para o qual era bastante inepto. O abade Ratgar havia dado a ordem de que todos os monges trabalhassem na obra de construção. Se ordenou de sacerdote em 815, e sob o abade Egilius, retomou seu labor escolástico como professor. Nunca omitiu nenhuma das práticas prescritas por sua ordem, ainda que seu trabalho de ensinar e de escrever lhe levassem muito tempo.  Em 822, chegou a ser abade e provavelmente foi então quando escreveu a maioria de suas obras, particularmente as sessenta e quatro homilias que hão chegado até nós e que ilustram seu competente método de ensinar, (ainda que se queixasse tristemente de que "é um grande impedimento  procurar que estes jovens tenham o suficiente para comer"). Era tão obediente à Santa Sede, que era chamado "o escravo do Papa", e aborrecia de tal modo a heresia, que para ele todo herege era um anticristo; se baseava na autoridade dos Padres para tudo o referente a assuntos dogmáticos e desconfiava das inovações. Sua fama se havia estendido tanto, que o encontramos continuamente em sínodos e concílios, em diversas cidades. Acabou os edifícios do mosteiro e construiu igrejas e oratórios em todas as quintas que pertenciam a sua casa. Também construiu um ou dois mosteiros. Renunciou a seu cargo em favor de seu amigo Hatto e parece que viveu algum tempo no recolhimento, mas em 847 foi nomeado arcebispo de Mainz, apesar de ter nessas datas já 71 anos de idade.  Daí em diante, Rabano viveu talvez mais ativamente que nunca: jamais suavizou sua antiga regra de vida, não bebia vinho nem comia carne. Três meses depois de haver sido eleito arcebispo, convocou um sínodo, que deu como resultado uma série de resoluções referentes na sua totalidade a uma observância mais estrita das leis da Igreja. Estas regulamentações ganharam adversários ao novo arcebispo; se formou uma conspiração contra sua vida, mas se descobriu, e ele perdoou aos conspiradores magnanimamente. Um segundo sínodo teve lugar em 852 e Rabano contribuiu a que se condenassem as doutrinas do monge Gottschalk, que havia estado difundindo doutrinas heréticas sobre a graça e a predestinação, baseado sobre um exagero dos ensinamentos de Santo Agostinho. Rabano conservou suas energias quase até ao fim. Viajava pela diocese com sacerdotes letrados, ensinando, pregando e reconciliando aos pecadores com Deus. Certa vez que houve fome na região, alimentou diariamente a 300 pobres em sua casa e continuou em seus trabalhos e seus escritos até que sua saúde se quebrou por completo. Pouco antes de sua morte, em 856, teve que guardar cama. O beato Rabano foi um dos homens mais ilustres de sua época.

 

• Fileas e Filoromo, Santos
Mártires,

Fileas y Filoromo, Santos

Fileas y Filoromo, Santos

Martirológio Romano: En Alexandria, no Egipto, paixão dos santos mártires Fileas, bispo de Thmuis, e Filoromo, tribuno militar, que durante a perseguição sob o imperador Diocleciano, não podendo ser persuadidos pelos amigos a pensar em si mesmos, obtiveram do Senhor a palma do martírio ao ser degolados (c. 306).  Fileas pertencia a uma das famílias mais nobres e mais antigas do baixo Egipto. Era originário de Thmuis, ocupou altos cargos, desempenhou funções públicas e possuía amplos conhecimentos filosóficos. Provavelmente se converteu ao cristianismo em idade madura, sendo logo eleito bispo de sua cidade natal. Paralelamente, Filoromo ocupava um alto posto administrativo em Alexandria, e também ele se converteu ao cristianismo tardiamente. Ambos foram feitos prisioneiros ao mesmo tempo e sem dúvida estiveram na masmorra os últimos meses do ano 306. Neste lapso, Fileas dirigiu uma carta aos fiéis de sua diocese exortando-os a seguir firme na fé a Cristo ainda depois de sua iminente morte. Posteriormente, os dois mártires foram interrogados por Culciano, prefeito de Egipto e ao manterem-se firmes á sua adesão a Jesús, foram condenados a ser decapitados.

 

•Outros Santos e Beatos
  Completando o santoral deste dia

Santo Eutíquio, mártir

Em Roma, nas catacumbas da via Ápia, santo Eutiquio, mártir, que durante muito tempo foi castigado com insónias e fome e, finalmente, atirado a uma profunda cavidade. Com sua fé em Cristo venceu a crueldade do tirano (s. inc.).

Santos Papías, Diodoro e Claudiano, mártires

Em Perge, de Pamfilia, santos Papías, Diodoro e Claudiano, mártires (s. III).

São João Speed, mártir

Em Durham, em Inglaterra, beato Juan Speed, mártir, que, durante o reinado de Isabel I, por haver auxiliado a uns sacerdotes alcançou a palma do martírio ao ser degolado (1594).

Santo Aventino, bispo

Em Châteaudun perto de Chartres, na Gália, trânsito de santo Aventino, bispo, que havia ocupado a mencionada sede de Chartres (c. 511).

Santo Aventino, laico

Em Troyes, na Gália Lugdunense, santo Aventino, que foi servidor de santo Lupo, bispo (c. 537).

SAN AVENTINO DE TROYES

93976 > Beati Alfonso de Meneses e Dionisio de Vilaregut Mercedari 
91880 > Santa Ammonisia Vergine e martire Prima domenica di febbraio
93512 > Sant' Aventino di Chartres Vescovo  MR
92200 > Sant' Aventino di Troyes  MR
39510 > Sant' Eutichio di Roma Martire MR
39530 > Santi Filea e Filoromo Martiri  MR
39500 > San Gilberto di Limerick Vescovo 
39550 > San Gilberto di Sempringham  MR
39600 > Santa Giovanna di Valois Regina di Francia, religiosa MR
39625 > San Giovanni de Britto Martire  MR
39580 > Beato Giovanni Speed Martire  MR
90380 > San Giuseppe (Desideri) da Leonessa  MR
90236 > Sant' Imerio di Bosto Pellegrino e martire 
39540 > Sant' Isidoro di Pelusio Abate  MR
92278 > Beati Martiri Gesuiti in Giappone 
39570 > San Nicola Studita Abate  MR
39520 > Santi Papia, Diodoro e Claudiano Martiri  MR
91530 > San Rabano Mauro Abate di Fulda 4 MR

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Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por

 António Fonseca

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nº 34 - 3 de FEVEREIRO DE 2011 - SANTOS DO DIA - 3º ANO

 

Nº 1266

SÃO BRÁS

Bispo e mártir (316)

Blas, Santo

Blas, Santo

Bispo de Sebaste de Arménia

Este santo bispo, martirizado em Sebaste de Arménia, no tempo de Licínio (308-323), não entrou no calendário romano até ao século XI. Mas começou a ter lugar nele pela grande devoção que principiou então a ser-lhe dedicada na Cidade Eterna. Em sua honra levantaram-se lá não menos de 35 igrejas. As Atas da sua Vida e Martírio são um pouco anteriores, do século IX. Embora tardias, como se vê, têm um fundo de verdade e historicidade que não se pode desprezar. A tradição oral e a liturgia conservaram sempre os traços fundamentais do seu carácter e santidade, que exagerou depois o autor anónimo das sua lenda escrita. Figura entre os 14 Santos Auxiliadores (8 de Agosto). Sebaste, cidade da Arménia, foi o berço de S. Brás, no fim do século II. Seus pais eram abastados e puderam facilitar-lhe os estudos até à especialização em medicina. Já médico, desenganou-se na totalidade dos ideais humanos e deu-se inteiramente à perfeição cristã. Retirou-se do mundo e começou a vida solitária de oração e penitência. A fama do Santo espalhou-se na comunidade cristã de Sebaste e, sobrevindo a morte do bispo, todos o aclamaram, como novo pastor. O Santo viu-se coagido a aceitar, embora com verdadeira repugnância, porque amava muito mais a vida retirada e de contemplação. Segundo as Atas, o seu palácio episcopal continuou a ser a cova que antes habitara no monte Argeu; dela descia à cidade quando as obrigações do zelo pastoral o reclamavam. As Atas insistem na força taumatúrgica do Santo, sempre em favor dos pobres e enfermos. Licínio, marido de Constança, irmã de Constantino, ficara, desde a derrota de Maximino, com o império do Oriente, mantendo Constantino para si o Ocidente. Depressa se travou luta entre os dois poderosos; na verdade, o poder não sofre iguais. Em 314 Constantino venceu o cunhado, mas deixou-lhe a Trácia e a Ásia. E a luta renovou-se em 323. Licínio então, por ódio a Constantino, começou a perseguir os cristãos, negando-lhes todo o direito, até mesmo o de se juntarem nas igrejas que tinham.  Entre as vitimas desta perseguição deve colocar-se S. Brás. A província da Capadócia e Arménia governava-a em nome de Licínio, um prefeito anticristão chamado Agrícola. O Bispo de Sebaste era muito conhecido pelo cargo e pelos milagres que fazia. Foi logo detido pelos soldados do Prefeito. Tiveram de ir buscá-lo à sua gruta no Monte Argeu. Trazido à cidade, propuseram-lhe que adorasse os deuses. O santo negou-se decididamente: “Não quero ser amigo deles, porque não quero arder eternamente com os demónios”. Foi açoitado com vergas de boi, posto no ecúleo, submetido aos garfos com puas de ferro e lançado a um lago frio. Por último degolaram-no. S. Brás é padroeiro contra as doenças de garganta, porque, segundo referem as Atas, salvou a vida dum menino que estava próximo de morrer por engolir uma espinha de peixe. A mãe apresentou-se ao Santo Bispo com o menino ao colo. Brás levantou os olhos ao céu, suplicou ao Senhor, e logo a seguir o menino deitou fora a espinha e ficou são. Conta.-se outro milagre parecido do Santo, realizado em 1589 numa mulher. A devoção a ele penetrou fundamente no coração do novo cristão. O que não se explica sem as graças especiais que o Santo concede aos seus devotos. Os cardadores invocam-no também como patrono,  pois foi submetido aos pentes de ferro, quando era martirizado. Na Rússia é tido como advogado especial nas doenças dos animais, pelos milagres que realizou neles, segundo contam também as suas Atas. Do Livro SANTOS DE CADA DIA, de www.es.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it

• Óscar (Anscário), Santo
Bispo de Brema.

Oscar (Ansgario), Santo

Óscar (Anscário), Santo

Nasceu na França, perto de Corbie, em 801, e morreu em Brema, na Alemanha, em 865. Este grande missionário saiu da abadia de Corbie para ir evangelizar os “terríveis Normandos” da Dinamarca (826-828) e da Suécia (829-830), que depressa o expulsaram das suas terras. Encontrou melhor acolhimento em Schleswig-Holstein; mas os Normandos dinamarqueses invadiram este território e destruíram, todas as igrejas que ele lá construíra. Terminou a vida como bispo de Brema, onde implantara também o cristianismo. Uma vez que São Ramberto, seu discípulo, sucessor e biógrafo, se atreveu a falar dos milagres que lhe eram atribuídos, recebeu a seguinte resposta: “Se eu tivesse o dom dos milagres, o primeiro que faria seria mudar a minha má natureza na de um homem honrado”. Do Livro SANTOS DE CADA DIA, de www.es.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it .


• Maria de Santo Ignácio (Claudina) Thévenet, Santa
Virgem e Fundadora

María de San Ignacio (Claudina) Thévenet, Santa

María de San Ignacio (Claudina) Thévenet, Santa

Virgem e Fundadora

Foi solenemente canonizada no dia 21 de março de 1993 esta Serva de Deus, que veio ao mundo em Lião, na França, a 30 de Março de 1774. Fora beatificada a 4 de Outubro de 1981. Na homilia desse dia, João Paulo II relata-nos as angústias por que passou a bem-aventurada: “Teve a adolescência perturbada pela revolução francesa que agitou tão violentamente a sua cidade natal. Numa manhã de janeiro de 1794, esta jovem de 19 anos reconhece os seus dois irmãos, Luís e Francisco, num cortejo de condenados à morte. Tem a coragem de os acompanhar até ao lugar do suplicio e de recolher as últimas palavras deles. “Glady, perdoa, como nós perdoamos”. Este facto foi sem dúvida elemento determinante da vocação de Claudina, já tão compassiva diante das misérias acumuladas pelas tempestade revolucionária. Pensa em tornar-se mensageira da misericórdia e do perdão de Deus numa sociedade destroçada , e dedicar a própria vida à educação dos jovens, sobretudo dos mais pobres, cujo estado de abandono ultrapassa a imaginação. Por isso com o apoio esclarecido do P. Coindre, Claudina funda em 1816 uma Piedosa União, que virá a ser dois anos mais tarde a Congregação de Jesus e Maria”. A seguir o Santo Padre faz o ponto da situação do novo Instituto: “Hoje, para o maior prazer da Igreja, as Filhas de Madre Thévenet são mais de 2000, presentes em todos os continentes e vivendo verdadeiramente do seu espírito. escolas e colégios, lares para jovens e para pessoas idosas, pastoral catequética e familiar, dispensários e casas de oração, não têm senão uma finalidade: levar a que se conheçam Jesus e Maria, trabalhando ao mesmo tempo na promoção social dos pobres”. AAS 84 (1992) 482-4; L’OSS. ROM. 11.10.1981. Do livro SANTOS DE CADA DIA , de www.jesuitas.pt.  Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it .

• María Elena Stollenwerk, Beata
Fevereiro 3   -  Co-fundadora

María Elena Stollenwerk, Beata

María Elena Stollenwerk, Beata

Virgem e Co-fundadora
da Congregação Missionária Servas do Espírito Santo.

Martirológio Romano: Na povoação de Steyl, nos Países Baixos, beata María Elena Stollenwerk, virgem, que colaborou com o beato Arnoldo Janssen na fundação da Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo e, tendo abandonado a função de superiora, se entregou à adoração (1900). Nasceu em 28 de Novembro de 1852 na Alemanha, filha e herdeira de um acomodado agricultor. Seu desejo de se unir à obra missionária empreendida pelo sacerdote Arnoldo Janssen, a levou a ingressar na Casa Missional de Steyl en 1882.  Em 1889, participa - junto com Josefa Hendrina Stenmanns - na fundação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo. Em 1898, o P. Arnoldo Janssen lhe pede que ingresse na Congregação das Irmãs Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua, fundada em 8 de Dezembro de 1896. obra que ia a ser consolidada definitivamente por sua sucessora: María Micaela Tönnies. O chamado que recebe Elena e que a marca desde sua meninice, é o chamado à missão. Se sente convocada a levar calor, luz e a segurança do amor de Deus aos meninos abandonados de China. Seus anseios de ir à missão não se cumprirão jamais, mas hoje suas irmãs estão repartidas por todo o mundo. Em 3 de Fevereiro de 1900 partiu desta terra a seu destino definitivo. Sua vida religiosa se caracterizou por uma relação viva e profunda com o Espírito Santo e seu entranhável amor a Jesus Sacramentado. Em 7 de Maio de 1995, a Irmã María Elena foi proclamada Beata, por João Paulo II.

• María Ana Rivier, Beata
Fundadora

María Ana Rivier, Beata

María Ana Rivier, Beata

Francesa por nascimento, veio à luz do dia em Montpezat-sous-Bauzon, a 19 de dezembro de 1768. No rito da beatificação, a 23 de maio de 1982, o Santo Padre assim resumiu os principais traços da vida e espiritualidade da nova beata: “Observamos agora a Beata Marie Rivier que Pio IX já denominava a ‘mulher-apóstolo’. É, de facto, o ardor do seu apostolado que surpreende todos os seus contemporâneos, durante e depois da Revolução francesa. Apaixonada desde a infância da ideia de instruir crianças, de as ensinar, como uma ‘pequena mãe’ a amar a Deus, ela funda muito mais tarde as Irmãs da Apresentação, especialmente para educar a juventude a viver na fé, privilegiando os pobres, as órfãs, as abandonadas ou que desconhecem Deus. Não só reúne as jovens, mas quer ‘formar boas mães de família’ , convicta do papel evangelizador das famílias e da importância da iniciação religiosa desde a primeira infância: “A vida está inteiramente nas primeiras impressões!" Pôde ser considerada como uma ‘ceifeira de inumeráveis almas’. E para isto não poupava meio algum: numerosas escolas de aldeia, missões, retiros que ela própria pregava, assembleias de domingo… Qual era pois o segredo do zelo de Marie Rivier? Fica-se impressionado com a sua audácia, a sua tenacidade, a sua alegria comunicativa, a sua coragem ‘disposta a preencher mil vidas’. Muitas dificuldades, dada a sua natureza, poderiam todavia tê-la desencorajado: a enfermidade da sua infância até à cura no dia dedicado à Virgem, uma ausência de crescimento físico, uma saúde sempre abalada durante os setenta anos da sua vida, a miséria da ignorância religiosa que a circundava . Mas a sua vida mostra bem a força da fé numa alma simples e recta, que se entrega inteiramente à graça do seu batismo. Conta a fundo com Deus, que a purifica mediante a cruz. Implora intensamente Maria e, com Ela, apresenta-se diante de Deus em estado de adoração e de oferenda. A sua espiritualidade é solidamente teológica e claramente apostólicas: ‘A vocação, é Jesus Cristo’; é necessário encher-se do seu espírito, para fazer chegar o seu reino, especialmente à juventude”. À sua morte, a 3 de Fevereiro de 1838, as irmãs da Apresentação de Maria contavam em França 120 casas. L’OSS. ROM. 30.5.1982; DIP 7, 1862. Do livro SANTOS DE CADA DIA , de www.jesuitas.pt.  Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it . Reproduzido com autorização expressa de Abadía San José de Clairval

• Celerino de Cartago, Santo
Mártir

Celerino de Cartago, Santo

Celerino de Cartago, Santo

Martirológio Romano: Em Cartago, cidade de África, são Celerino, leitor e mártir, que confessou denodadamente a Cristo na cadeia entre açoites, cadeias e outros suplícios, seguindo as pegadas de sua avó Celerina, anteriormente coroada pelo martírio, e de seus tios Lorenzo, paterno, e Ignácio, materno, os quais, tendo servido em acampamentos militares, chegaram a ser soldados de Deus, obtendo do Senhor palmas e coroas com sua gloriosa paixão (s. III). Celerino era originário de Roma e pertencia a uma família de mártires.  No começo da perseguição de Décio e sendo ainda muito jovem, foi detido como soldado de Cristo. O levaram ao tribunal onde o próprio Décio devia julgá-lo, pelo que se esperava uma sentença muito severa. Sem embargo, o imperador, comovido talvez pela juventude, o valor e a audaz franqueza de Celerino, lhe concedeu a liberdade, depois de dezanove dias de prisão e de torturas. O jovem levava sobre seu corpo os sinais de seus tormentos.  Na primavera do ano 250, Celerino marchou para Cartago para levar a Cipriano novas dos confessores da Igreja em Roma. No seu regresso, teve a pena de constatar a defecção de sua irmã Numéria. Para mitigar sua dor, o compartilhou com um de seus amigos, Lucianno, que estava prisioneiro em Cartago, escrevendo-lhe uma extensa carta com a funesta noticia. Isto aconteceu pouco depois de Páscoa. Fazia a metade do Outono, quando recebeu a resposta de seu amigo, Celerino regressou a Cartago, onde Cipriano o ordenou leitor de sua igreja, com outro confessor da fé chamado Aurélio. Numa de suas cartas, Cipriano faz o mais sentido elogio de Celerino: se vê nela a intenção do bispo de elevar ao sacerdócio a um atleta do cristianismo: sua gloriosa confissão havia provado que, apesar de sua juventude, já estava consumado na virtude.  Provavelmente Celerino permaneceu sempre ao lado do bispo de Cartago, sem que possa dizer-se se foi elevado ao diaconado. Sem embargo, quase todos os martirológios o consideram como diácono. Depois da morte de Cipriano, Celerino se mostrou sempre tão firme e piedoso, como havia sido desde o começo de sua vida.  No dia 3 de Fevereiro, a Igreja honra sua memória como a de um santo confessor de Jesus Cristo. Alguns hão confundido a nosso santo com outro Celerino, um dos clérigos romanos, enredado no cisma Novaciano. Mas esta defecção não haveria passado inadvertida ao bispo Cipriano e seguramente teria provocado as reconversões do prelado, em vez dos elogios que se lhe tributaram. Se pode considerar a Celerino como mártir, em razão dos tormentos que suportou na prisão.

• João Nelson, Beato
Sacerdote e Mártir,

Juan Nelson, Beato

Juan Nelson, Beato

Em Londres, em Inglaterra, beato Juan Nelson, presbítero da Companhia de Jesus e mártir, que por haver negado a suprema potestade da rainha Isabel I no referente à vida do espírito, foi condenado à morte e enforcado em Tyburn (1578). Beatificado em 29 de dezembro de 1886, pelo Papa Leão XIII. O Beato João (John) Nelson nasceu em Skelton, Yorkshire, Inglaterra, no ano 1534. Estava chegando aos 40 quando viajou a Douai (França) para se preparar para ser sacerdote. Dois de seus quatro irmãos também fariam seus estudos sacerdotais no mesmo lugar. Recebeu a ordenação sacerdotal em Binche (Henao, Bélgica) de mãos de Monsenhor Louis de Berlaymont, Arcebispo de Cambrai, em 11 de junho de 1576. Apenas cinco meses depois, no mês de novembro, já estava em Londres realizando sua missão. Foi preso em 1 de dezembro de 1578 e levado à prisão de Newgate.  Quando foi interrogado, aproximadamente uma semana depois, negou-se a fazer o juramento que reconhecia a supremacia da Rainha em matéria espiritual, e foi provocado pelos comissionados a declarar que a Rainha estava afastada da doutrina da verdadeira e única Igreja, que era cismática.Sob a Legislação de 1571, uma declaração assim era alta traição e a condenação era a morte. A sentença foi ditada algumas semanas depois, o sábado 1 de fevereiro de 1578, e confirmada depois quando foi levado a um calabouço na Torre de Londres. Enquanto esteve na prisão se alimentou tão só de pão e água e foi-lhe permitido dizer Missa e confessar. No dia de sua execução se negou a ser assistido por ministros protestantes logo depois de se reunir com seus familiares. Levado a Tyburn e permitiu-se-lhe falar aos espectadores, a maioria deles hostis na Inglaterra protestante. Negou-se a pedir perdão à Rainha e pediu que os católicos presentes na multidão rezassem com ele enquanto recitava várias orações comuns em latim. Foi suspenso da forca, mas ainda vivia quando foi descido para ser esquartejado. Segundo relatos da época, enquanto o verdugo o fazia suas últimas palavras foram: “perdoo à rainha e a todos os autores de minha morte”, ainda que este dado pode ser parte de sua lenda.

Fonte: Catholic.org
OurLadyStears.blogspot.com

 

Santos Simeão e Ana,

santos do Novo Testamento

 

EL ANCIANO SIMEÓN ANA LA PROFETISA

Em Jerusalém, comemoração dos santos Simeão, ancião honrado e piedoso, e Ana, viúva e profetisa, que mereceram saudar a Jesus Menino como o Messias e Salvador, esperança e redenção de Israel, no momento em que, segundo a lei, foi apresentado no Templo.

Outros Santos e Beatos
Completando o santoral deste dia,


São Leónio, presbítero

Em Poitiers, na Aquitânia, são Leónio, presbítero, que foi discípulo de santo Hilário (s. IV).

Santos Terídio e Remédio, bispos

Em Gap, da Provença, na Gália, santos Terídio e Remédio, bispos (s. IV/V).

São Lupicino, bispo

Em Lyon, na Gália, são Lupicino, bispo, que viveu na época da perseguição sob os vândalos (s. V ex.).

Santo Adelino, abade

No mosteiro de Celle, em Hanonia, santo Adelino, presbítero e abade (c. 696).

Santa Wereburga, abadessa

Em Chester, na região de Mercia, em Inglaterra, santa Wereburga, abadessa de Ely, que fundou vários mosteiros (c. 700).

Santa Berlinda, virgem

Em Meerbeke, em Brabante, santa Berlinda, virgem, que se distinguiu nessa cidade por sua vida religiosa de pobreza e caridade

Beato Helinando, monge

No mosteiro cisterciense de Froidemont, na região de Beauvais, em França, beato Helinando, monge, o qual, depois de haver vivido como trovador itinerante, abraçou a vida humilde e escondida no claustro (post 1230).

39470 > Sant' Adelino di Celles Abate  MR
92636 > Sant' Anna Vedova e profetessa  MR
39480 > Santa Berlinda di Meerbeke  MR
25950 > San Biagio Vescovo e martire - Memoria Facoltativa MR
39420 > San Celerino di Cartagine Martire MR
90731 > Santa Claudina Thevenet (Maria di S. Ignazio) Religiosa  MR
39485 > Beato Elinando Monaco a Froidmont MR
39490 > Beato Giovanni Nelson Sacerdote e martire MR
93975 > Beato Giovanni Vallejo Mercedario 
39430 > San Leonio Sacerdote  MR
39465 > San Lupicino Vescovo  MR
91847 > Beata Maria Anna Rivier Fondatrice  MR
92292 > Beata Maria Elena Stollenwerk Fondatrice  MR
26000 > Sant' Oscar (Ansgario) Vescovo - Memoria Facoltativa MR
92861 > San Remedio di Gap Vescovo  MR
73600 > San Simeone il Vecchio MR
92860 > San Tigrido (Teridio) di Gap Vescovo  MR
39475 > Santa Vereburga Badessa  MR

http://es.catholic.net/santoral

Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português (incompleta pela extensão de algumas das biografias) por

António Fonseca

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

2 de FEVEREIRO DE 2011–A APRESENTAÇÃO DO SENHOR ou NOSSA SENHORA DAS CANDEIAS

 

 

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª CastilloComentário ao Evangelho do diaCiclo A (2010-2011)Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbaowww.edesclee.cominfo@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

 

2 de Fevereiro  -  Quarta-feira  -  Apresentação do Senhor
 
Lc 2, 22-40
 
(SENHORA DA CANDELÁRIA)

 

Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a lei de Moisés, levaram-nO a Jerusalém para O apresentarem ao Senhor, conforme está escrito na lei de Deus: “Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor, e para oferecerem em sacrifício, como se diz na lei do Senhor, um par de rolas ou duas pombinhas Ora, residia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso esperava a consolação de Israel e o Espírito Santo estava nele. Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor. Impelido pelo Espírito, veio ao templo e, quando os pais trouxeram o Menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a lei a Seu respeito, tomou-O nos braços, bendisse a Deus e exclamou: Agora, Senhor, podes deixar o Teu servo partir em paz, segundo a Tua palavra, porque os meus olhos viram a Salvação, que preparaste em favor de todos os povos; Luz para iluminar as nações e glória de Israel, Teu povo. Seu pai e Sua mãe estavam admirados com o que se dizia d’Ele. Simeão, abençoou-os e disse a Maria, Sua Mãe. «Este Menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição: uma espada trespassará a tua alma, a fim de se revelarem, os pensamentos de muitos corações». Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, servindo a Deus, noite e dia, com jejuns e orações. Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Depois de terem cumprido tudo o que a lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e robustecia-Se , enchendo-Se de sabedoria e a graça de Deus estava com Ele.
 
1. A festa da “apresentação” do Menino e da “purificação” da mãe eram, na religião de Israel, consequência de uma ideia do “puro” e do “impuro” que provém de tradições muito antigas na história das religiões. Segundo tais tradições, não só os pecados impurificam e afastam de Deus, mas também determinadas  ações humanas, que são próprias e até necessárias na condição humana. Por isso se compreendem as prescrições e os rituais de purificação que se impõem, por exemplo, em Lev 15, 4-12, 20-28; 11, 31.40 
2.  A ideia de fundo, que subjaz a estas normas, é que coisas, que são simplesmente “humanas”, não podem ser “sagradas”, nem portanto “religiosas”. Porque o mal é simbolizado como “mancha”, como “culpa” ou como “ofensa” a Deus ou ao próximo (P. Ricoeur). A ideia do mal como mancha é de origem mágica e nada tem que ver com Deus. Além disso, esta festa é um resíduo das leis do Antigo Testamento, que ficou no cristianismo. 
3. Para Jesus, não tem importância alguma a pureza “ritual”; só é importante a pureza “moral”, a bondade de coração (Mc 7, 15 par), que é na realidade a “humanização” que vence a “desumanização” que danifica e rompe as relações humanas.
 

Compilação e tradução de

António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...