segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Concílios da Igreja Católica - 10 de Dezembro de 2012 - pág. nº 2

NOTA:  Leia-se a nota publicada em 10-12 às 15 horas

 

**********************

******************************

CONCILIOS da Idade Média

9º Concílio – LATRÃO I

Ano 1123 (de 18 de Março a 6 de Abril). Papa Calisto II. Foi o primeiro realizado na Basílica de São João de Latrão. Convocado pelo papa.  Matéria: Reforma da disciplina da Igreja. Confirmar a Concordata de Worms. Foram tomadas medidas no sentido de evitar guerras feudais durante certos dias de semana. Foi confirmada a Concordata de Worms, que punha fim à luta das investiduras e condenava a simonia, o concubinato clerical e o matrimónio dos clérigos.

10º Concílio - LATRÃO II

Ano 1139 (em Abril). Papa Inocêncio IIMatéria: cisma provocado pelo antipapa Anacleto II. Retomados os temas da reforma gregoriana.

11º Concílio - LATRÃO III

Ano 1179 (de 5 a 22 de Março). Papa Alexandre III. Convocado pelo Papa. Matéria: cisma dos antipapas Calisto III e Inocêncio III.  Aprovou-se a Paz de Veneza e assinalou-se o procedimento a seguir para eleger os papas. Foram também condenados os cátaros, membros de uma seita herética que, a pretexto de defender a pureza dos costumes cristãos, não faziam mais do que seguir o maniqueísmo e, consequentemente, desrespeitar a hierarquia eclesiástica. Esta seita, de origem balcânica, espalhou-se pela Europa nos séculos XI e XII.

12º Concílio - LATRÃO IV

Ano 1215 de 11 a 30 de Novembro). Papa Inocêncio III. Convocado pelo Papa. Matéria: decisão no que respeita à confissão reparadora e à comunhão, anuais, à eucaristia, propriamente dita e à luta contra o islamismo. Foi o mais importante dos concílios lateranenses; estabeleceu a definição doutrinal do termo transubstanciação relativo à eucaristia e algumas regras disciplinares.

13º Concílio – LIÃO I

Ano 1245 (de 28 de Junho a 17 de Julho). Papa Inocêncio IV. Convocado a instâncias pelo Papa. Matéria: excomunhão de Frederico II e ritos da Igreja Grega. Foi condenado e excomungado o imperador Frederico II, da Alemanha, que tinha obrigado o papa a fugir de Roma, procurando-se sem resultado, destroná-lo. Acordaram-se medidas de auxílio aos cruzados. Neste concílio estiveram presentes, na qualidade de padres conciliares, quatro bispos portugueses que propuseram a substituição do rei D. Sancho I por seu irmão D. Afonso. O papa, após o concílio, expediu a bula pontifical Grandi non immerito, pela qual era entregue a D. Afonso a administração do reino.

14º Concílio - LIÃO II

Ano 1274 (de 7 de Maio a 17 de Julho)Papa Beato Gregório X. Convocado pelo Papa. Matéria: ajuda a Jerusalém, tratando da cruzada à Terra Santa. Tentativa da união da Igreja Latina com a Grega, em face do perigo tártaro. Precisou o sentido da expressão filioque. Ainda que se tenha proclamado a união das igrejas Oriental e Ocidental, a fusão não se pôde consumar. A reforma da Igreja, tendo em vista a regulamentação da eleição pontifícia, que foi fixada, teve de ser feita em conclave.

15º Concílio - VIENNE

Ano 1311-1312. Papa Clemente V. Convocado pelo Papa a instâncias de Filipe IV, rei de França. Matéria: abolição da Ordem dos Templários. A Ordem foi abolida mediante uma regulamentação administrativa levada a cabo por uma bula papal. Foram também dissolvidos os begardos.

16º Concílio – CONSTANÇA

Ano 1414-1418 (de 5 de Novembro de 1414 a 24 de Abril de 1418). Papa Martinho V. Proposto pelo imperador Segismundo e convocado pelo antipapa João XXIIIMatéria: Grande cisma do Ocidente. Foram depostos três papas, Gregório XII, Bento XIII (antipapa) e João XXIII (antipapa), tendo sido eleito Martinho V. Foram condenadas as heresias de Wicle e de João de Hus. Foram introduzidas novas reformas em matéria de natureza tributária e de administração fiscal. O concílio declarou a total autoridade dos concílios ecuménicos sobre o papa, mas Martinho V recusou-se reconhecer tal resolução e fez publicar, em 10 de Maio de 1418, uma constituição repondo a autoridade e superioridade suprema do papa sobre os concílios.

17º Concílio – BASILEIA, FERRARA e FLORENÇA

Ano 1431-1439. Papa Eugénio IV. Convocado pelo Papa. Matéria: primazia da autoridade papa/concílio ou concílio/papa. O concílio visou prosseguir os trabalhos do Concílio de Constança – luta contra os hereges: reforma da Igreja e consagrar a autoridade dos concílios sobre o pontificado. Este último ponto levou à rotura com Roma (1437/1438) e à eleição de Amadeu VIII, de Saboia, como papa Félix V (antipapa de 1439 a 1447). O concílio continuou depois em Ferrara em 1 de Janeiro de 1438, por determinação do Papa Eugénio IV. Neste concílio tiveram assento não só os padres conciliares de Basileia, como igualmente João VIII, da família bizantina dos Paleólogos, e muitos prelados gregos, tentando-se a união das Igrejas Latina e Grega. Depressa se estabeleceram os principais pontos de unidade, tais como a cláusula do filioque, a questão do pão ázimo e a supremacia papal, tendo chegado a publicar-se (1439) uma bula em que se proclamava a união das igrejas Romana e Ortodoxa. Tal projeto de união foi muito efémero e ficou anulado com a queda de Constantinopla, em poder dos Turcos, desde 1453. Em 1439 o concílio foi transferido para Florença onde Eugénio IV se impôs ao antipapa e o concílio foi dissolvido.

18º Concílio – LATRÃO V

Ano 1512-1517 (de 10 de Maio de 1512 a 16 de Março de 1517). Papas Júlio II e Leão X. Convocado pelo papa Júlio II. Matéria: neo-aristotelismo. reforma geral da Igreja. Foi tratada a reforma geral da Igreja, reduzindo a pedaços a as resoluções tomadas no concílio não ecuménico, realizado em Pisa de 15 de Março a 7 de Agosto de 1409, no qual foram depostos o papa de Roma, Gregório XII, e o antipapa de Avinhão, Bento XIII, e eleito Alexandre V, o que ainda agravou mais o Cisma do Ocidente.

***************************************

Seguir-se-ão os Concílios da Idade Moderna

Post colocado em 10-12-12 – 20,10 horas

ANTÓNIO FONSECA

Concílios da Igreja Católica - 10 de Dezembro de 2012

 

Caros Amigos:

Com a 5ª publicação da Relação dos Papas (e Antipapas) que têm estado à frente da Igreja desde o ano de 42 e ao longo de cerca de 2000 anos, vou agora iniciar a descrição dos Concílios desde o ano 325 em Niceia e dos respectivos Temas ali discutidos.

Começarei pelos Orientais, que são os 8 primeiros; seguindo-se os da Idade Média que são 10 e concluindo com os da Idade Moderna (Trento, Vaticano I e Vaticano II).

Antes e em conformidade com o livro O Papado – 2000 anos de história – transcrevo o seu Prólogo a este respeito:

**********************

Os Concílios gerais ou ecuménicos são convocados pelo Papa, o qual assume a presidência e direção dos trabalhos, mas que pode delegar poderes em legados seus. Os decretos, constituições e resoluções finais, para terem validade universal, têm de ser confirmados pelo Papa.

Dos 21 Concílios já  celebrados distinguem-se três grupos, segundo as suas características especiais:

 

1) Concílios Orientais (os 8 primeiros);

2) Concílios da Idade Média (10 seguintes);

3) Concílios da Idade Moderna (Trento, Vaticano I e Vaticano II).

******************************

CONCILIOS ORIENTAIS

1º Concílio -  NICEIA I

Ano 325.  Papa S. Silvestre I. Foi convocado pelo Imperador Constantino. Matéria: o arianismo. Condenou Ário, defensor de que na Trindade, o Filho e o Pai eram de natureza diferente e declarou a consubstanciação do Filho com o Pai.

2º Concílio  -  CONSTANTINOPLA I

Ano 381Papa São Dâmaso. Convocado a instâncias de Teodósio I. Matéria: macedónios e divindade do Espírito Santo. Confirmou e condenou de novo o arianismo e outras correntes heréticas. Confirmou os dogmas do Concílio de Niceia I (325).

3º Concílio  -  ÉFESO

Ano 431. Papa São Celestino I. Convocado por Teodósio II e Valentiniano III. Matéria: condenar o nestorianismo, bem como o pelagianismo. Maternidade divina da Virgem. Foi deposto o patriarca de Constantinopla, Nestório, e condenado o monge herisiarca Pelágio, bem como a heresia por ele defendida. Nestório, realçando excessivamente a duplicidade de naturezas, chegou a declarar a duplicidade de pessoas em Cristo. Em contrapartida, o Concílio sustentou a unidade da divindade e da humanidade na pessoa de Cristo.

4º Concílio  -  CALCEDÓNIA

Ano 451. Papa São Leão o Magno. Convocado pelo Imperador Marciano. Matéria: condenar o monofisismo e o eutiquianismo. Anulou os decretos do conciliábulo denominado “Latrocínio de Éfeso”, condenando Eutiques e reafirmando as duas naturezas (divina e humana) de Cristo, perfeitas em si mesmas, ainda que unidas numa só pessoa.

5º Concílio  – CONSTANTINOPLA II

Ano 553. Papa Vigilio. Convocado a instâncias do imperador Justiniano. Matéria: condenar o nestorianismo e o origenismo. Condenou os «Três Capítulos», excomungou o papa Vigilio e promulgou a ortodoxia da Fé.

6º Concílio  -  CONSTANTINOPLA III

Ano 680-681 - Papa Santo Agatão. Convocado por Constantino IV. Matéria: condenar o monotelismo. Foi condenado o monotelismo, que propunha uma só vontade em Cristo.

7º Concílio  -  NICEIA II

Ano 787 (de 24 de Setembro a 23 de Outubro). Papa Adriano I. Convocado a instâncias da imperatriz Irene. Matéria: restabelecer a doutrina ortodoxa. Condenar os iconoclastas, definindo o culto das imagens, com a proclamação da legitimidade desse culto do seguinte modo: veneração, mas não adoração. A condenação do culto das imagens deu início à chamada querela das imagens.

8º Concílio  -  CONSTANTINOPLA IV

Ano 869-870. Papa Adriano II. Convocado a pedido de Basílio I. Matéria: condenação de Fócio, usurpador do patriarcado de Constantinopla e do seu cisma. Fócio (Photius), teólogo bizantino, nascido em 820, em Constantinopla, foi por duas vezes patriarca de Constantinopla (858-867 e 877-886), isto porque tendo sido afastado pelo papa Adriano II, em 867, veio a ser reconduzido pelo papa João VIII, mas seria definitivamente destituído do patriarcado em 886, pelo papa Leão VI. Deixou contudo uma obra teológica e erudita considerável. O seu cisma consistiu na oposição ao papa da Igreja do Ocidente com as mais graves acusações: falsificação da verdadeira fé pela «adição» do filioque ao Credo de Niceia e pela doutrina do Purgatório. Filioque é a forma de expressar quando se diz, no credo da Igreja Católica: «Creio no Espírito Santo… que procede do Pai e do Filho.» Tal expressão foi, pelos visigodos espanhóis, «acrescentada» ao Símbolo de Niceia no século VII e pela cúria francesa no seguinte. Só que Fócio acusou de hereges os latinos que seguiram tal doutrina. Daí a sua oposição ao papa e a origem desta cisma.

***************************************

Seguir-se-ão os Concílios Ocidentais…

Post colocado em 10-12-12 – 15,30 horas

ANTÓNIO FONSECA

Papas desde o Nº 251 (CCLI) até ao 266 (CCLXVI) - de Dezembro de 2012

 

Em continuação das publicações efectuadas em

30-11-12, 1-12-12, 5-12-12 e 9-12-12

segue-se a resenha dos Papas desde o

nº 251 (ou CCI) até ao nº 266 (ou CCLXVI)Estrela

Estrela Não acham curioso que BENTO XVI seja o CCLXVI Papa??? 

 

CCLI – Pio VI - De 1775 a 1799

Nasceu em Cesena (Itália), em 27 de Dezembro de 1717. Chamava-se Giovanni Angélico Braschi, de uma família nobre, mas empobrecida. Foi educado pelos jesuítas em Cesena e estudou em Ferrara, formando-se em Direito Civil e Canónico. Foi diplomata em Nápoles, secretário papal e cónego de São Pedro. Clemente XIII nomeou-o tesoureiro da Igreja romana e Clemente XIV fê-lo cardeal. Quando se retirou para a abadia de Subiano, foi nomeado abade. Morreu em 29 de Agosto de 1799.

CCLII – Pio VII - De 1800 a 1823

Nasceu em Cesena (Itália), em 1742. Chamava-se Luigi Barnaba Chiaramonti. Ingressou aos 16 anos num mosteiro beneditino, onde estudou Filosofia e Teologia, sendo depois professor em colégios da ordem, em Parma e Roma. Abade do mosteiro de São Calisto e bispo de Tivoli, nomeado por Pio VI (1782) e bispo de Imola (1787). Morreu em Roma, em 20 de Agosto de 1823.

CCLIII – Leão XII – De 1823 a 1829

Nasceu em Genga, perto de Espoleto (Itália), em 22 de Agosto de 1760. Chamava-se Annibale della Genga, de uma família nobre. Estudou no Colégio Campana, em Ósimo e depois em Piceno e Roma, onde foi ordenado subdiácono e sacerdote. Foi arcebispo de Tire, secretário privado de Pio VI, legado em Lucerna, Colónia e Munique, cardeal-bispo de Senigalia e vigário-geral de Roma, nomeado por Pio VII, em 1820. Em 1805 representou o papa Pio VII na Dieta de Ratisbona. Morreu em 10 de Fevereiro de 1829.

CCLIV – Pio VIII - De 1829 a 1830

Nasceu em Cingoli (Itália), em 1761. Chamava-se Francesco Severio Castiglione, sendo membro de uma família feudal. Estudou em Ósimo, com os Jesuítas, e Direito Canónico em Bolonha e Roma. Vigário-geral de Anagni e depois Cingoli e Fano, foi bispo de Montalvo, cardeal-bispo de Cesena (1816) e de Frascati (1821), nomeado por Pio VII. Morreu em 30 de Novembro de 1830.

CCLV – Gregório XVI - De 1831 a 1846

Nasceu em Belluno (Itália), em 18 de Setembro de 1765. Chamava-se Bartolomeu Alberto Cappellari, oriundo de uma família nobre. Ingressou aos 22 anos no ramo beneditino de Camáldula, sendo ordenado sacerdote em 1787. Estudou Filosofia e Teologia, foi nomeado censor librorum da sua ordem e da Santa Sé e escreveu o livro Triunfo da Santa Sé e da Igreja contra os Assaltos dos Inovadores Repelidos com as Suas Próprias Armas, contra o febronianismo e o jansenismo, que foi traduzido em várias línguas europeias. membro da Academia de Religião Católica, fundada por Pio VIII, abade do Mosteiro de São Gregório, em 1825 foi nomeado cardeal, por Leão XII. Foi Vigário-geral de Camaldoli, conselheiro da Inquisição, prefeito da Propaganda e examinador de bispos. Morreu a 1 de Junho de 1846.

CCLVI – Beato Pio IX - De 1846 a 1878

Nasceu em Senigallia, na Úmbria (Itália), em 13 de Maio de 1792. Chamava-se Giovanni Maria Mastafai Ferreti. Estudou em Volterra e em Roma, sendo ordenado presbítero em 1819. Foi diretor espiritual do Orfanato Tata Giovanni, em Roma, nomeado por Pio VII, depois delegado apostólico no Chile e, ao regressar, cónego de Santa Maria, na Via Lara, diretor do Hospital de São Miguel e, mais tarde, arcebispo de Espoleto em 1827. Gregório XVI nomeou-o cardeal em 1832 e transferiu-o para a diocese de Ímola. Morreu em 5 de Fevereiro de 1878. O seu processo de beatificação foi iniciado em 1907 por São Pio X e concluído por João Paulo II no ano 2000.

CCLVII – Leão XIII - De 1878 a 1903

Nasceu em Carpineto (Itália), em 2 de Março de 1810. Chamava-se Vicenzo Gioacchino Pecci e era o sexto filho de uma família de baixa nobreza. Foi educado pelos jesuítas em Viterbo e depois na Academia de Eclesiásticos Nobres e na Universidade Sapienza, de Roma, onde se doutorou em Direito Canónico e Civil. Foi ordenado sacerdote aos 27 anos; entrou ao serviço de Pio IX com tratamento de monsenhor. Foi consagrado bispo em 1843, núncio em Bruxelas, bispo de Perúsia e cardeal em 1853. Morreu em 20 de Julho de 1903.

CCLVIII – São Pio X - De 1903 a 1914

Nasceu em Riese, Treviso (Itália), em 2 de Junho de 1835. Chamava-se Giuseppe Melchior Sarto, de uma família modesta, sendo o pai carteiro e a mãe costureira. Ingressou aos 15 anos no Seminário de Pádua. Foi ordenado sacerdote em 1858. Chanceler e diretor espiritual do seminário, em Treviso, em 1875. Bispo de Mântua em 1884 e cardeal em 1893, nomeado por Leão XIII, que o transferiu para patriarca de Veneza. Morreu em 20 de Agosto de 1914. Foi beatificado em 12 de Fevereiro de 1951, por Pio XII, que o canonizou em 29 de Maio de 1954.

CCLIX – Bento XV - De 1914 a 1922

Nasceu em Pogli, Génova (Itália), a 21 de Novembro de 1854. Chamava-se Giacommo della Chiesa, sendo filho de marqueses. Formou-se em Jurisprudência em Marchese. Foi ordenado sacerdote em 1878. Em 1882 entrou na Congregação dos Assuntos Eclesiásticos, como colaborador do cardeal Rampola, Foi núncio em Madrid entre 1883 e 1887 como colaborador do cardeal espanhol Merry del Val. Foi consagrado bispo de Bolonha em 1907, por Pio X, que, em 1910, o nomeou cardeal. Morreu no Vaticano, em 22 de Janeiro de 1922.

CCLX – Pio XI - De 1922 a 1939

Nasceu em Desia, perto de Milão (Itália), em 31 de Maio de 1857. Chamava-se Aquiles Ratti, oriundo de uma família da média burguesia. Estudou em Milão e na Universidade Gregoriana de Roma, onde se doutorou em Direito Canónico e Teologia. Foi ordenado sacerdote em 1879. Exerceu a cátedra de Teologia Dogmática e foi nomeado prefeito da Biblioteca Ambrosiana, em 1907, vice-prefeito da Biblioteca Vaticana, em 1911, e diretor em 1914, nomeado por Pio X. Publicou trabalhos sobre paleografia, arte, literatura e história, especialmente da Igreja, com destaque para Acta Ecclesiae Mediolanensis. Praticava desporto, principalmente o alpinismo. Foi núncio em Varsóvia, aos 62 anos, e arcebispo de Milão, em 1932, nomeado por Bento XIV. Morreu no Vaticano, em 10 de Fevereiro de 1939.

CCLXI – Pio XII - De 1939 a 1958

Nasceu em Roma, em 2 de Março de 1876. Chamava-se Eugénio Maria Giovanni Paccelli, filho de Filipe Paccelli decano do Colégio de Advogados e irmão de um  jurisconsulto do Vaticano. Formou-se em Teologia e Direito Canónico e Civil na Universidade Gregoriana. Foi ordenado em 2 de Abril de 1839. Em 1891 trabalhou na Secretaria de Estado do Vaticano. Em 1904 fez parte da comissão para a revisão e nova codificação das leis canónicas, formada por Pio X. Em 1909 foi professor da Academia Pontifícia dos Nobres Eclesiásticos. Em 1911 foi subsecretário da Congregação dos Assuntos Eclesiásticos Extraordinários, e, mais tarde, secretário. Foi sagrado bispo na Capela Sistina, por Bento XV, em 13 de Maio de 1917, no mesmo dia das aparições da Santíssima Virgem em Fátima. Foi núncio na Baviera e, em 1920, em Berlim, onde assinou uma concordata pela Santa Sé. Foi legado a diversas nações, presidindo a congressos eucarísticos. Morreu em 9 de Outubro de 1958, na sua residência em Castel Gandolfo.

CCLXII – Beato João XXIII - De 1958 a 1963

Nasceu em Sotto il Monte, perto de Bérgamo (Itália), em 25 de Novembro de 1881. Chamava-se Ângelo Giuseppe Roncalli, sendo o terceiro filho de uma família de trabalhadores. Fez os primeiros estudos em Bérgamo e, já seminarista, continuou-os em Roma a partir de 1900. Foi ordenado presbítero em 1904, secretário do bispo de Bérgamo, em 1905, e professor de Sociologia e História Eclesiástica no Seminário de Bérgamo, em 1909. Publicou Actas da Visita Apostolica de São Carlos Borromeu a Bérgamo e um livro sobre a vida do cardeal César Barónio. Foi sargento-enfermeiro e tenente-capelão na Primeira Guerra Mundial e combateu na frente da batalha,. Fez a preparação do Ano Santo de 1925, nomeado por Pio XI. Foi administrador apostólico em Sófia, em 1924, e depois em Istambul e Atenas, como legado apostólico. Foi núncio em Paris depois de terminada a Segunda Guerra Mundial e, a partir de 1951, observador efetivo do papa junto da Unesco, em Paris. Cardeal em 12 de Fevereiro de 1953, nomeado por Pio XII, e patriarca de Veneza. Em 11 de Outubro de 1962 procedeu à abertura do Concílio Vaticano II. Morreu em 3 de Junho de 1963. O seu processo de beatificação foi iniciado por Paulo VI, em 1965, e concluído por João Paulo II, em 2000.

CCLXIII – Paulo VI - De 1963 a 1978

Nasceu em Conésio, Bréscia (Itália), em 26 de Setembro de 1897. Chamava-se Giovanni Battista Montini. Estudou com os Jesuítas, ingressou no seminário de Bréscia e aos 23 anos foi ordenado sacerdote. Estudou depois na Academia dos Nobres Eclesiásticos, na Universidade do Estado e na Universidade Gregoriana, em Roma. Aos 25 anos foi nomeado secretário do núncio de Varsóvia. depois de regressar a Roma foi para a Secretaria de Estado do Vaticano e para capelão da Universidade Católica Italiana. Foi professor catedrático de História Pontifícia, aos 32 anos, e publicou uma tradução de La Religion Personnelle, do padre Lànse de Grandmaison, e uma Introdução ao Estudo de Cristo. Aos 40 anos foi nomeado secretário do cardeal Paccelli, depois papa Pio XII, que o nomeou diretor dos Assuntos Eclesiásticos Internos. Em 1954 era arcebispo de Milão e em 1958 cardeal. Morreu em 6 de Agosto de 1978.

CCLXIV – João Paulo I – Em 1978

Nasceu em Forno di Canale, hoje chamada Canale d’Agordo, na diocese de Belluno (Itália), em 17 de Outubro de 1912. Chamava-se Albino Luciani, filho de uma família humilde, o pai operário e emigrante e a mãe cozinheira e mulher-a-dias. Estudou no Seminário de Belluno e foi ordenado sacerdote em 1935. Estudou Teologia na Universidade Gregoriana de Belluno. Foi coadjutor da paróquia de Belluno e, mais tarde, vice-reitor da Universidade Gregoriana de Belluno, onde ensinou Teologia Dogmática, Moral, Direito Eclesiástico e Arte Sacra. Escreveu o livro Catequese em Migalhas. Pro-vigário de Belluno em 1949 e vigário-geral em 1954. Consagrado bispo de Vittorio Veneto, perto de Veneza, em 1958, por João XXIII, que o vinculou como bispo à Comissão para a Doutrina da Fé. Em 1969, Paulo VI nomeou-o Patriarca de Veneza e, em 1973, cardeal. De 1973 a 1976 foi vice-presidente da Conferência Episcopal Italiana. Faleceu em 28 de Setembro de 1978.

CCLXV – Beato João Paulo II - De 1978 a 2005

Nasceu em 18 de Maio de 1920, em Wadovice, a 50 quilómetros de Cracóvia, na Polónia. Chamava-se Karol Josef Wojtyla e era filho de Karol Wojtyla, oficial subalterno do Exército e de Emília Kaczorowska, bordadora, que também leccionava como professora, tendo ficado órfão de mãe em 1929 e de pai em 1941. Fez a primeira comunhão em 1929 e a confirmação em 1938, ao terminar o ensino secundário na Escola Marcin Wadowita, da sua cidade natal. Matriculou-se na Universidade Jaghellonica, de Cracóvia, e também numa escola de teatro. Quando os nazis ocuparam a Polónia e encerraram a universidade, trabalhou na construção civil e numa fábrica de produtos químicos. Em 1942 assistia aos cursos eclesiásticos do cardeal Adan Stefan Sapieha e trabalhava no Teatro Rapsódico, que era clandestino. Terminada a guerra, ingressou no Seminário Maior de Cracóvia, continuando os estudos sacerdotais e frequentando a Faculdade de Teologia da Universidade de Cracóvia. Foi ordenado sacerdote em 1 de Novembro de 1946, na cripta de São Leonardo, na Catedral de Cracóvia, pelo cardeal Stefan Sapieha, que o enviou depois para Roma, onde se doutorou em Teologia, em 1948, com o seu teste sobre a fé e nas obras de São João da Cruz. Regressado à Polónia, foi vigário em várias paróquias e retomou os estudos de Teologia e Filosofia, culminados com uma tese sobre a fundação de uma ética católica a partir do sistema ético de Max Scheler, tornando-se professor de Teologia Moral e Ética Social no Seminário Maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin. Em 1958 foi nomeado bispo-auxiliar de Cracóvia, por Pio XII, e em 1964, Paulo VI nomeou-o arcebispo de Cracóvia e cardeal em 1967. Participou no Concílio Vaticano II, fazendo parte das assembleias dos sínodos dos bispos e contribuiu para a elaboração da constituição Gaudium et Spes, elaborando o seu capítulo VI. Karol Wojtyla foi sempre um amante do desporto. Na sua juventude jogou futebol como guarda-redes do SK Cracóvia e, já pároco, os jovens da sua congregação chamavam-lhe «Wujek» e foi com o seu amigo Jerzy Janik que esquiou pela primeira vez, tornando-se um entusiasta desse desporto, que praticou até sair da Polónia. Também, o ténis era um dos seus desportos favoritos, continuando a praticá-lo mesmo depois de ser papa. Karol Wojtyla teve uma carreira literária, escrevendo até sob o pseudónimo de Andrzej Jawien: A Joalharia (1960), escritos ético-teológicos como Amor Responsável e Fértil e O Signo da Contradição (1979). Mas o jovem Karol gostava também de poesia e vale a pena incluir aqui o excerto de um dos seus poemas:

Ouço os segredos da noite dos regatos,

são silenciosas as palavras que olham as estrelas.

Transformemos em luas as palavras

entrelaçadas na coroa de louros da alma

Talvez elevem denúncias  … hoje,

todos podem contar a história das suas dores,

a rapsódia e o destino do seu próximo.”

João Paulo II faleceu em 2 de Abril de 2005, nos seus aposentos no Vaticano.

CCLXVI – Bento XVI - De 2005 a . . .

Nasceu em 16 de Abril de 1927, em Mark am Inn, na diocese de Passau, na Baviera (Alemanha). Chama-se Joseph Ratzinger, pertence a uma família de agricultores, a mãe era doméstica e o pai comissário de polícia, mas demitiu-se por ser antinazi. Entrou em 1939 para o Seminário de Traunstein e pertenceu à Juventude Hitleriana porque, como diz, era obrigatório para quem estudava. Por ordem militar foi integrado no destacamento antiaéreo Flak, ainda jovem. Mais tarde, em 1944, já em idade militar, tomou parte na Segunda Guerra Mundial, alistado no Exército, mas em 1945 desertou, fugindo para uma casa de família, em Traunstein. Pouco depois um destacamento do Exército Americano identifica-o como soldado alemão e envia-o para um campo de prisioneiros de guerra, mas foi libertado meses depois e regressou ao seminário. Em 1947 entra no Herzogliches Georgianum, instituto teológico associado à Universidade de Munique, e estuda também Filosofia na Escola Superior de Freising. Foi ordenado sacerdote em 29 de Junho de 1951. Em 1953 doutorou-se em Teologia, dedicando a tese de pós-doutoramento à história da Teologia. Foi professor de Teologia na Universidade de Bona, de 1959 a 1969, e na Universidade de Munster, de 1963 a 1966. Regeu a cadeira de Teologia Dogmática na Universidade de Tubingen, em 1966. Esteve presente no Concilio Vaticano II, como conselheiro teológico. Em Março de 1977 é nomeado, por Paulo VI, arcebispo de Munique, e o mesmo papa, no consistório de 27 de Junho de 1977, nomeia-o cardeal, passando a ser bispo de Valletri-Segni e Óstia. A STASI, policia política da antiga República Democrática Alemã (RDA) espiou durante 15 anos o então teólogo alemão Joseph Ratzinger, hoje Bento XVI, sendo seguido de perto entre 1974 e 1989, antes da queda do Muro de Berlim. Em 25 de Novembro de 1981, João Paulo II nomeia-o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, um novo nome dado ao Tribunal da Santa Inquisição. Desde 2002 era decano do Colégio Cardinalício. Tomou parte nos conclaves que elegeram João Paulo I e João Paulo II. Em 1953 publicou o seu primeiro trabalho. O Povo e a Casa de Deus na Doutrina de Santo Agostinho para a Igreja, e em 1996 publicou o livro-entrevista O Sal da terra: O Cristianismo e a Igreja Católica no Limiar do III Milénio. Na década de 1970 dirigiu o jornal trimestral teológico Communio, que transformou num dos jornais católicos mais importantes do mundo. No Vaticano, entre os cardeais, tinhas a alcunha de «Cardeal Panzer» (nome dos tanques alemães da Segunda Guerra Mundial), por ser um homem que defendia com mão de ferro a ortodoxia católica.

 

Post em  10- 12-12 - 12,35 horas

ANTÓNIO FONSECA

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...