segunda-feira, 15 de abril de 2013

Nº 1621-1 - (104-13) - SANTOS DE CADA DIA - Segunda-feira - 15 de Abril de 2013 - 5º ANO

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Nº 1621 - (104-13) – 1ª Página



Segunda-feira - 15 de Abril de 2013

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Nº 1621-1 - (104-13)


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E U S O U



AQUELE QUE SOU



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CRESCENTE, Santo
Mártir (354)
Crescente nasceu em MIra, cidade da Lícia, Ásia Menor, pátria de muitos santos. Não se conhecem datas a seu respeito.
Cheio de zelo, chorava dia e noite os extravios dos infelizes que, desconhecendo as vantagens da verdadeira e única religião, viviam sepultados nas trevas do erro e da mentira. Um dia, em que os pagãos celebravam uma grande festa às suas falsas divindades, reprovou publicamente tão lamentável cegueira, dizendo que só Deus, Criador de tudo, era digno de adoração.
Se forte e enérgica foi a pregação do santo na praça pública, não o foi menos na presença do juiz. De mil meios se valeu o tirano para enfraquecer a fortaleza admirável do invencível campeão de Jesus Cristo; mas nada conseguiu.
Chegou a propor-lhe que ao menos oferecesse exteriormente incenso aos ídolos para salvar a vida; mas o santo recusou-se terminantemente. Vendo por último que nada conseguia, e que o santo permanecia constante e imperturbável na confissão de Jesus Cristo, mandou que fosse queimado, e neste suplício alcançou a palma e coroa dos mártires.


BASILISSA e ANASTÁCIA Santas

Mártires (66)
Neste dia faz-se comemoração das Santas Basilissa e Anastácia, ilustres matronas, discípulas de São Pedro e de São Paulo, as quais, tendo recolhido as relíquias dos príncipes dos Apóstolos, para lhes dar sepultura depois do martírio, denunciadas como cristãs foram presas e conduzidas, carregadas de cadeias, à presença do Imperador.
Nero fez-lhes padecer várias classes de tormentos, mandou cortar-lhes a língua e os peitos, açoitá-las e abrasá-las com archotes acesos para render aquelas duas heroínas da religião cristã. Por fim, foram degoladas, recebendo ambas por este meio a almejada coroa do martírio, no ano 66.
 


Fundador (1544-1607)
A 27 de Abril de 1975, João Paulo II beatificou o Padre César de Bus, que veio ao mundo em Cavaillon, no dia 3 de Fevereiro de 1544, sobrinho-neto de Santa Francisca Romana (1384-1436). Sétimo de 13 irmãos e irmãs, de família nobre, depois de uma infância e adolescência exemplares, deixou-se arrastar para o mal. Contudo, Deus não o abandonou e pela sua graça fez que voltasse ao bom caminho. Ordenado sacerdote, entregou-se de alma e coração ao ensino do catecismo. Fundou a Congregação dos Padres da Doutrina Cristã ou Doutrinários, cujos membros apesar de várias perseguições e sérias adversidades, continuam ainda hoje. Nos fins de 1970 contavam 103 professos e 9 noviços em 18 casas.
Eis alguns parágrafos da homilia de beatificação:
«Um estudo aprofundado revelou que esta grande figura do passado levou as virtudes evangélicas até ao heroísmo (…).
A penitência não foi, para César de Bus, uma palavra vaga. Teve que dominar as suas paixões, de que noutros tempos se fizera escravo. Combate violento e contínuo. Assim aprendeu a buscar e a amar o sacrifício, porque o sacrifício configura com Cristo padecente e vitorioso. Oferecer-se em oblação, abandonar-se inteiramente nas  mãos de Deus, à custa  de renúncias mais pesadas, parece ter sido o leit-motiv, a finalidade constante dos seus esforços. E quando, no fim da vida, atingido pelas doenças, em particular pela cegueira, pôde dispor-se já para o dom supremo, verificou até que ponto a ascese lhe havia sido útil para dominar o homem velho. Estava preparado para se encontrar com o Senhor. A sua alegria era perfeita».
L’OSS. ROM. 4.5.1975: DIP 1, 1681-83; 3, 975-77.

Sacerdote (1840-1889)

No dia 3 de Janeiro de 1840, nascia na aldeia de Trémelo, Brabante flamengo, uma criança que recebeu o nome de José Veuster. No ambiente do lar rural em que nasceu, vão brotando no coração de José as primeiras e profundas verdades e costumes religiosos, que se manterão firmes e florescerão até ao fim da sua vida e fizeram dele uma criança e jovem feliz.
Com 18 anos, quando estudava na região de Valónia, tomou a resolução de entrar na vida religiosa e pede que o aceitem na Congregação dos Sagrados Corações (Padres de Picpus) que tinha aberto um «Seminário de Missões» e onde um irmão seu já era noviço. Na religião recebeu o nome de Damião.
Fez o seu noviciado e estudou filosofia, como qualquer jovem que entrava na Congregação. Quando ainda estudava Teologia, ofereceu-se para ir trabalhar para as ilhas de Havai, em substituição do seu irmão que na véspera de partir para esta missão contraiu o tifo.
Pouco depois da chegada é ordenado sacerdote, na chamada “Ilha Grande” ao arquipélago, onde trabalhou durante 9 anos, em duas missões, de maneira incansável, construindo capelas, dando catequese, fazendo intermináveis caminhadas. A quem lhe perguntava onde vivia, apontava para a sela do seu cavalo e respondia: – «Esta é a minha casa».
Em 1873, o bispo pede voluntários para trabalhar em Molokai, chamada “ilha do diabo”, para onde o Governo tinha começado a deportar todos os contagiados pela lepra. O bispo pretendia organizar um grupo de missionários que se iriam revezando no trabalho, de maneira que nenhum permanecesse na ilha mais de 3 semanas seguidas. O Padre Damião oferece-se para ir sozinho e dedicar-se inteiramente  a esse trabalho e a sua oferta é aceite. Lembremos que naquele tempo a lepra não tinha cura e quem contraía a doença era isolado de qualquer contacto humano.
Quando o P. Damião chegou havia em Molokai cerca de 800 leprosos, mas o seu número aumentava continuamente com novos doentes vindos de outras ilhas. As condições de vida eram atrozes e as mortes numerosas, mas Damião via em cada uma daquelas pessoas “uma alma remida pelo sangue do nosso divino Salvador”.
Visitava os doentes nas suas cabanas, administrando os sacramentos e preocupando-se pelas suas condições de vida, introduzindo regras higiênicas, a fim de reduzir os efeitos da doença. Tinha a casa aberta aos leprosos, comia com eles, divertia-se a brincar com as crianças, ajudava a reparar as cabanas e administrava os medicamentos. A lista das suas atividades é infinita, na sua total entrega às necessidades espirituais e materiais da sua gente. Ele quer ser a imagem viva de Jesus no meio dos doentes.
Em Janeiro de 1885 é-lhe diagnosticada a doença. O facto provocou-lhe um período de desolação, pois para além da doença em si, foi-lhe proibido abandonar a ilha, a qualquer pretexto que fosse. Mas continuou ativo como sempre e a sua vida espiritual tornou-se ainda mais profunda. Ele próprio escreve: “Até agora sinto-me feliz e se se me desse a possibilidade de sair daqui, responderia, sem duvidar: – ‘Fico aqui para toda a minha vida, com os meus leprosos”.
A presença de Jesus numa igreja junto de sua casa, fê-lo sentir-se cada vez mais próximo e semelhante a Jesus, no seu mistério eucarístico, sacrifício de corpo entregue e sangue derramado por todos. O único medo que experimentava nesta fase da sua vida, era que a doença o viesse a impedir de dizer Missa.
Sobre a solidão que a doença acentuou, escreve ele: «Não sei , bem em que acabará tudo isto. Resigno-me, contudo, à divina Providência e encontro a minha única consolação no meu único companheiro que não me abandona, quero dizer, o nosso divino Salvador na santa Eucaristia”. E sobre a sua doença declara: “Permaneço tranquilo e resignado e inclusivamente me sinto mais feliz entre a minha gente”.
Na segunda-feira santa de 15 de Abril de 1889, partiu para o céu o “varão de dores”, glorificado na e pela ressurreição do Senhor Jesus, ao qual ele tanto amara. Centenas de leprosos choraram a morte do pai . O mundo comoveu-se ao toma conhecimento da façanha de Damião, sem precedentes na história. João Paulo II ouviu esse clamor da humanidade, beatificando o leproso por Deus em Molokai, a 4 de Junho de 1995.




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  • Nossa Senhora de Fátima, pediu aos Pastorinhos:

  • “REZEM O TERÇO TODOS OS DIAS”



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  • NOTA:
  • Como decerto hão-de ter reparado, são visíveis algumas mudanças na apresentação deste blogue (que vão continuar… embora não pretenda eu que seja um modelo a seguir, mas sim apenas a descrição melhorada daquilo que eu for pensando dia a dia para tentar modificar para melhor, este blogue). Não tenho a pretensão de ser um “Fautor de ideias” nem sequer penso ser melhor do que outras pessoas. Mas acho que não fica mal, cada um de nós, dar um pouco de si, todos os dias, para tentar deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos, quando nascemos e começamos depois a tomar consciência do que nos rodeia. No fim de contas, como todos sabemos, esta vida é uma passagem, e se Deus nos entregou o talento para o fazer frutificar e não para o guardar ou desbaratar, a forma que encontrei no “talento” de que usufruo, é tentar fazer o melhor que posso, aliás conforme diz o Evangelho.

    A PARTIR DE HOJE AS PÁGINAS SERÃO NUMERADAS PELA ORDEM ABAIXO INDICADA:

    Pág. 1Vidas de Santos; Pág. 2O Antigo Testamento; e Pág. 3ENCONTRO DIÁRIO COM DEUS - Além disso, semanalmente (ao Domingo e alguns dias santificados – quando for caso disso –) a Pág. 4A Religião de Jesus; e a Pág. 5 - Salmos) e, ainda, ao sábado, a Pág. 6In Memoriam.
  • Para terminar, APELO NOVAMENTE aos meus eventuais leitores se manifestem, sobre o merecimento OU NÃO deste Blogue ou dos textos que venho colocando diariamente bastando para tal marcar o quadrado que entendam, que segue sempre abaixo de cada publicação, como aliás eu faço, relativamente aos blogues que vou vendo sempre que me é possível, com o que ficaria muito grato.

    António Fonseca

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    Localização geográfica da sede deste Blogue, no Porto
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  • domingo, 14 de abril de 2013

    Nº 1620 - (103-13) – 1ª Página - SANTOS DE CADA DIA – III Domingo de Páscoa - 14 de Abril de 2013 - 5º ANO

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    Nº 1620 - (103-13) – 1ª Página



    Domingo - 14 de Abril de 2013

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    Nº 1620-1 - (103-13)


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    LUDOVINA, Santa
    Virgem (1380-1433)
    Santa Ludovina foi uma das poucas almas privilegiadas por Deus, destinada pela divina Providência a seguir o divino Esposo no dolorido caminho do sofrimento. Natural de Schiedam, cidade dos Países Baixos, era Ludovina filha de pais pobres, mas religiosos e honestíssimos.
    Desde a infância já lhe notavam o cunho de profunda religiosidade, manifestando-se numa admirável devoção à Santíssima Virgem. Como, em certa ocasião, se demorasse mais do que era costume e a mãe a repreendesse, Ludovina desculpou-se com toda a simplicidade, dizendo tê-la Nossa Senhora olhado com tanta ternura, que se deixara ficar ao pé do altar.
    Tendo apenas 12 anos, era Ludovina uma menina lindíssima e, por este motivo, não lhe faltaram admiradores, entre os jovens do lugar. Ludovina, porém, rejeitou todas as propostas, declarando-se esposa de Cristo, a quem desejava guardar fidelidade até à morte. Para se ver livre dos pedidos de casamento, rogou a Deus lhe tirasse a beleza do rosto e toda a formosura. Deus ouviu os rogos de sua serva de modo singular. Apreciadíssimo na Holanda é o divertimento da patinagem.  Era no dia 2 de Fevereiro de 1395, festa de Nossa Senhora das Candeias, quando Ludovina, acedendo ao convite das companheiras, com  elas se dirigiu ao lugar de patinagem. Ludovina contava 15 anos. Aconteceu que, estando a apreciar as evoluções, de repente recebeu um fortíssimo empurrão de uma companheira, que a não tinha visto. O golpe , de todo inesperado, fê-la cair com tanta infelicidade, que fraturou uma das costelas. Foi esta a primeira estação do caminho da cruz, que terminou com a morte, 38 anos depois. Ludovina teve de sujeitar-se aos mais dolorosos tratamentos, durante aquele tempo todo, sem que a ciência médica tivesse conseguido aliviar-lhe a triste sorte. As dores generalizaram-se. Não havia órgão  que estivesse a funcionar normalmente. Os pulmões, rins, estomago e fígado apresentaram sucessivamente os mais alarmantes sintomas de moléstia gravíssima. A insônia era-lhe companheira inseparável, e passava a enferma quase sem alimentar-de. Muitas pessoas julgavam extraordinário esse estado e não faltava quem o atribuísse a influências diabólicas. Em 1421 os magistrados de Schiedam declararam que Ludovina «estava há sete  anos sem comer nem beber». Não foi coisa fácil para a pobre doente, principalmente nos primeiros anos de enfermidade, conformar-se com a vontade de Deus e sofrer tudo com paciência. A situação tornou-se-lhe mais aflitiva, faltando quem a animasse e consolasse, confortando-lhe o espírito com palavras estimulantes , e quem  lhe desse direção firme, prudente e santa. Além disso, a grande pobreza em que viviam os pais fez que sofresse, às vezes, dolorosas privações das coisas mais necessárias.
    Deus compadeceu-se da sua serva enviando-lhe um confessor e diretor espiritual exemplaríssimo, que dirigiu a atenção da penitente para a Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor, mistério esse em que se seu espírito achou conforto, consolo e orientação segura. A meditação frequente da Sagrada Paixão e Morte, bem como a comunhão frequente, causaram grande mudança nas ideias de Ludovina. Abandonou o desejo de ficar boa, não tornou a afligir-se quando lhe faltava o recurso material nos padecimentos; não se lhe tornou a ouvir uma palavra de impaciência nem a ser-lhe visto um gesto de desânimo. Entregue à vontade de Deus, outra coisa não desejava senão sofrer e progredir no amor de Jesus.
    Pela paciência heroica, causou a conversão de não poucos pecadores, os quais, impressionados pelos sofrimentos de Ludovina e sua admirável conformidade, abandonaram a senda do vício e voltaram à graça de Deus.
    Diante de Santa Ludovina e outras  almas inocentes e sacrificadas, pode inquirir-se: porquê tantas torturas? – “Completo na minha carne o que falta aos sofrimentos de Cristo”, dizia São Paulo (Cl 1, 24). A resposta é decisiva para o crente. Só precisa de ser compreendida.
    Sem cessar oferecia as dores a Deus, para alcançar a conversão dos pecadores e pelo alívio das almas do purgatório. Paupérrima, distribuía entre os pobres as esmolas que lhe davam. Em compensação Deus cumulou a sua serva de graças extraordinárias; assim, Ludovina foi muitas vezes consolada com  a aparição do Anjo da guarda, que a aliviava e confortava nos sofrimentos, mostrando-lhe as delícias do céu e os horrores do inferno e do purgatório. Jesus Cristo e a Mãe Santíssima dignaram-Se aparecer à santa doente.
    Pelo fim da vida, Ludovina foi acometida de hidropisia; e quando a peste fez a sua marcha desoladora pelos Países Baixos, não parou diante da porta da pobre padecente. Cálculos renais causavam-lhe sofrimentos atrozes. Já não podia suportar a maciez da cama. O corpo parecia uma chaga. Para achar alívio e ter um modo de ficar deitada tomou por leito duras tábuas.
    A estes sofrimentos juntaram-se outros, causados pela invasão do exército de Filipe de Borgonha na Holanda. A rude soldadesca foi dum  procedimento indigno para com a pobre doente. Quanto os malfeitores, acusados dos seus crimes, deviam responder à justiça humana, Ludovina protestou, pedindo que a Deus se lhe entregasse tudo.
    Ludovina teve o grande consolo de receber o aviso da sua - morte dos lábios de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nos últimos dias os sofrimentos redobraram. Num dos acessos de vómito, Ludovina desfaleceu e entregou a alma puríssima ao divino Esposo. Era o dia 14 de Abril de 1433 Estrela.
    O corpo da Santa – tão maltratado e desfigurado pelas moléstias, cada qual mais grave – depois de morto, retomou toda a formosura primitiva.  Muitos milagres lhe testemunharam a santidade.
    Estrela Completam-se hoje precisamente 580 anos.



    PEDRO GONZÁLEZ TELMO, Santo

    Confessor (1190-1246)
    Este santo tem o nome estreitamente ligado à nossa aventura marítima, pela devoção que lhe tinham os marinheiros que das praias lusitanas se faziam ao mar imenso, em demanda das terras da Índia ou de Sant Cruz. Quando a tormenta uivava, vergando as enxárcias da nau gemente, a tripulação invocava o seu santo patrono, clamando: «Sant’Elmo! Sant’Elmo» (Primitivamente em italiano: Sant’Ermo = Santerasmo).
    Daí o chamar-se ainda hoje fogo de Sant’Elmo, ou simplesmente santelmo, à chama azulada que, ao estar iminente a tormenta, fosforeia na extremidade dos mastros ou das vergas das embarcações. É esta a origem de se chama popularmente ao nosso bem-aventurado – Corpo Santo, porque ao ver a lucilação elétrica, a marinhagem, na sua simplicidade, julgava que era o próprio santo que vinha socorrê-la, e chamava alvoroçada de esperança: – Corpo Santo ! Corpo Santo!.
    A cinco ou seis léguas de Palência, em Frómista, nasceu São Pedro Gonzalez, aí pelos fins do século XII. Viveu aproximadamente de 1190 a 1246.
    Muito novo, recebeu as honras de cónego e pouco depois de deão, com elogiosa carta do Santo Padre. Estas distinções em anos tão verdes constituíam grave perigo, que o investido nelas não soube vencer. Subiram-lhe ao cérebro os fumos da vanglória e comprazia-se em pompear galas e esplendores.

    Mas Deus não queria que a sua bela alma se perdesse na fatuidade e no orgulho. Um dia – era dia de Natal – saíra Pedro Gonzalez a estadear o luzimento da sua posição, montado em garboso palafrém, percorrendo ruas e praças, seguido de espaventosa comitiva, galhardeando a riqueza dos trajes e atraindo os olhares de não disfarçada admiração.
    De súbito, porém, o corcel que montava assustou-se, e dando um sacão, cuspiu da sela o vistoso cavaleiro, que foi cair numa cova de lodo.
    A multidão é irrefletida e volúvel. Vendo o jovem deão sair do fosso no estado que bem pode imaginar-se, os mesmos que o aplaudiam, romperam na mais estrondosa gargalhada. Fácil de compreender é quanto ficou corrida e confusa a vítima da impiedosa troça. Tão vivo foi o seu despeito, que exclamou – ao que se diz – em mal abafada cólera:

    - O mundo moteja e ri-se de mim, exatamente quando eu tudo fazia para lhe comprazer; pois bem, agora quero eu motejar e rir do mundo, voltando-lhe costas e fugindo para onde sei que não me atingirão os seus sarcasmos.

    Retirou-se apressadamente para casa, procurando seguir pelas vielas mais escusas. Limpando-se, encerrou-se no quarto, remoendo o despeito e a fúria. Depois, foi-se-lhe acalmando o espírito e resolveu abandonar deveras todas as vaidades par só se consagrar à verdadeira grandeza, à verdadeira magnificência: a da alma, a de Deus.
    Haviam-se estabelecido, pouco tempo antes, em Palência alguns religiosos de São Domingos, fundando um convento. Pedro Gonzalez foi bater-lhe à portaria e pediu que o recebessem. O alvorotado clérigo converteu-se no mais concentrado e austero monge. Quando, exausto da pregação, tinha direito e imperiosa necessidade de repouso, descia ao confessionário, a concluir a sua obra e a colher-lhe os frutos. E quando se hospedava numa casa, nunca se retirava sem haver confessado todos os seus moradores, convencendo-os primeiro a emendar a vida e entrar deveras no caminho da virtude.

    Andando o rei Fernando III a preparar uma expedição contra os mouros do sul de Espanha, convidou-o imediatamente a acompanhar os seus soldados. Tão universalmente era conhecido o fruto do apostólico zelo do nosso santo e tão conhecida, dentro e fora do país, o ascendente que exercia sobre as almas, que os mouros, ao saberem que ele acompanhava as forças acometentes, foram fácil e completamente derrotados. Trata-se da conquista de Córdoba, em 1236.

    Regressando da feliz campanha, Frei Pedro foi enviado para o convento de Compostela. Dali a sua atividade radiava para toda a diocese de Lugo. E, movido da pobreza espiritual dos povos da Galiza, deu-se a percorrer as aldeias dessa província de Espanha. A pregação chegou a Castelo, aldeia ribeirinha do rio Minho, perto de Ribadávia. A passagem do rio era muito perigosa nesse ponto, especialmente nas grandes cheias em que era frequente as águas revoltas destruírem as embarcações, atirando-as contra os rochedos.

    Compadecido, Frei Pedro empreendeu a construção duma ponte bem sólida, que resistisse às inundações. Mas como realizar tamanha empresa que demandava poderosos  capitais ?  Onde iria o humilde religioso buscar recursos para obra tão dispendiosa? Frei Pedro, agradecendo as esmolas, prosseguia na peregrinação. E quando alfim, cansado, com o hábito esfiado e empoeirado, voltou às margens do Minho, trazia consigo avultada quantia, bastante para poder abalançar-se à construção da ponte.
    Começaram logo as obras sob a direção do humilde religioso. No entanto, a azáfama material não tirava a Frei Pedro os cuidados e diligência pela vida espiritual. Doutrinava os numerosos operários da sua obra e tinha a consolação de ver bem compensados os seus labores. Um dia faltou o alimento para os operários e Frei Pedro obteve do céu uma nova pesca milagrosa no rio Minho.
    Terminada esta grande empresa com pasmo de todos, não esmoreceu a atividade de Frei Pedro. Retirando-se para o convento de Tuy, onde permaneceu muitos anos, dedicou-se com todo o seu zelo à conversão das almas. Em volta de si havia uma aureola de prodígios.

    Foi, dois anos, mestre de noviços da sua ordem em Amarante. Pregou em Tuy toda a Semana Santa, no meio de enorme concorrência de povo, que de longes terras vinha após a fama das suas maravilhas e do prestigio da sua palavra.

    Depois da festa da Páscoa sentiu um pequeno desfalecimento e viu-se obrigado a interromper os trabalhos do púlpito. Sentiu-se depois um pouco melhor, quis dirigir-se ao seu amado convento  de Compostela, onde desejava exalar o último suspiro. Chegado, porém, a uma aldeia chamada Santa Comba não conseguiu prosseguir.

    - A vontade de Deus é-me agora clara e bem manifesta – disse Frei Pedro ao religioso que o acompanhava. – É em Tuy que deverão terminar os meus dias, é a Tuy que devemos volver.
    E voltaram. Frei Pedro, ao terminar uma carreira tão cheia de boas obras, apresentou-se ao Proprietário da vinha, para receber o salário. Serenamente, piedosamente,cerrou os olhos, sorriu e morreu.
    Ocupemo-nos fugidiamente, e para terminar a biografia do santo dominicano, da devoção que lhe é tributada como padroeiro dos mareantes.

    A origem desta devoção dos que andam sobre as águas do mar é muito antiga. O nosso melodioso Frei Luís de Sousa dá-lhe como origem um milagre operado pelo santo na vila galega de Baiona; estando Frei Pedro a pregar ao ar livre, com  enorme assistência de ouvintes, começaram a amontoar-se nuvens negras sobre o lugar e parecia prestes a rebentar grande tempestade; mas o pregador sossegou o auditório: ordenou às nuvens que não perturbassem o serviço de Deus e o bem das almas, e imediatamente os pesados vapores rolaram para a direita e para a esquerda , e sobre o povo não caiu uma só gota de chuva.

    Quase não há vila nem povoação da nossa beira-mar que não tivesse confraria do Santo. Em Fão, por exemplo, a origem da confraria é antiquíssima, talvez pouco posterior ao século da morte do Servo de Deus. E a igreja paroquial de Massarelos, da cidade do Porto, pertencia à Confraria do Copo Santo, São Telmo. Esta Confraria era antigamente constituída somente por marinheiros. O Infante Dom Henrique foi seu presidente honorário.
    Esta devoção dos marinheiros portugueses e espanhóis foi por eles levada a todo o mundo.

    Mártir (585)
    Com o estabelecimento do reino visigodo na Espanha, o arianismo converteu-se em religião oficial, de maneira porém que permaneceu intacto o catolicismo dos naturais da terra. Não nos consta como se portaram os primeiros reis visigodos com os católicos, mas Teodorico (453-466) abriu uma era de perseguição e Leovigildo (569-586), para chegar à unificação total da Península, lançou-se numa campanha tenaz e forte contra os católicos.
    O ponto mais delicado foi o do seu filho Hermenegildo, que se fizera católico por influxo da esposa Ingunda, franca, e do bispo de Sevilha, São Leandro. Com esta conversão, Leovigildo viu que não só os seus planos de unidade desabavam, mas que perigava mesmo a coroa que cingira. Os católicos acabaram por colocar-se do lado do filho e proclamá-lo rei da Península inteira. Passados anos em Sevilha, foi aclamado com o rei por fortes cidades e castelos. O pai chamou o filho para vir a Toledo, capital, mas Hermenegildo desculpou-se com o temor de que o maltratassem. Leovigildo declarou-o então rebelde e começou a enfrentá-lo com a força das armas.
    No Outono de 582, o pai dirigiu as suas hostes contra Sevilha, para onde Hermenegildo se retirara. Cerca de dois anos resistiu a cidade: mas por fim, carecido de recursos, teve de abandoná-la e retirar-se para Córdoba, onde pretendeu em vão refazer-se. Vendo-se também aqui perdido, desistiu das armas e refugiou-se numa igreja, exclamando: « Não virá o meu pai contra mim. É crime o pai matar o filho ou o filho ao pai”.
    Leovigildo enviou o outro filho, Recaredo, falar com Hermenegildo: «Aproxima-te, irmão meu, prostra-te aos pés do nosso pai e ele te perdoará». Realmente, o pai levantou-o e beijou-o. E com palavras carinhosas conduziu-o ao acampamento. Mas o cálculo frio impôs-se ao coração e à misericórdia. Mandou-o atar, despojá-lo do vestuário real, vesti-lo de escravo, tirar-lhe todos os criados menos um, e levá-lo desterrado para Valência e depois Tarragona. Encerrado num calabouço, manietado de pés e mãos como traidor, tentaram-se inauditos esforços para o fazer apostatar da religião católica, mas tudo foi inútil. Na Páscoa, entre silêncio e a escuridão da noite, apresentou-se um bispo ariano para dar-lhe a comunhão e reconciliá-lo com o pai. Hermenegildo repeliu-o indignado, negando-se a comungar da mão de hereges. Uns dias depois, cortava-lhe o verdugo a cabeça por ordem do pai (585). Foi São Gregório Magno (604) o primeiro autor a declarar ter Hermenegildo sofrido o martírio.
    O sacrifício de Santo Hermenegildo não foi estéril. Seu irmão Recaredo sucedeu ao trono ao pai e, pouco depois, fez-se católico: toda a Espanha seguiu o seu exemplo, devido em grande parte ao bispo de Sevilha, São Leandro. Mas, sobretudo foi uma verificação máxima de Tertuliano: o sangue dos mártires é semente de cristãos.




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  • Como decerto hão-de ter reparado, são visíveis algumas mudanças na apresentação deste blogue (que vão continuar… embora não pretenda eu que seja um modelo a seguir, mas sim apenas a descrição melhorada daquilo que eu for pensando dia a dia para tentar modificar para melhor, este blogue). Não tenho a pretensão de ser um “Fautor de ideias” nem sequer penso ser melhor do que outras pessoas. Mas acho que não fica mal, cada um de nós, dar um pouco de si, todos os dias, para tentar deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos, quando nascemos e começamos depois a tomar consciência do que nos rodeia. No fim de contas, como todos sabemos, esta vida é uma passagem, e se Deus nos entregou o talento para o fazer frutificar e não para o guardar ou desbaratar, a forma que encontrei no “talento” de que usufruo, é tentar fazer o melhor que posso, aliás conforme diz o Evangelho.


    A PARTIR DE HOJE AS PÁGINAS SERÃO NUMERADAS PELA ORDEM ABAIXO INDICADA:

    Pág. 1Vidas de Santos; Pág. 2O Antigo Testamento; e Pág. 3ENCONTRO DIÁRIO COM DEUS - Além disso, semanalmente (ao Domingo e alguns dias santificados – quando for caso disso –) a Pág. 4A Religião de Jesus; e a Pág. 5 - Salmos) e, ainda, ao sábado, a Pág. 6In Memoriam.
  • Para terminar, APELO NOVAMENTE aos meus eventuais leitores se manifestem, sobre o merecimento OU NÃO deste Blogue ou dos textos que venho colocando diariamente bastando para tal marcar o quadrado que entendam, que segue sempre abaixo de cada publicação, como aliás eu faço, relativamente aos blogues que vou vendo sempre que me é possível, com o que ficaria muito grato.


    António Fonseca

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    Localização geográfica da sede deste Blogue, no Porto
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    http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com
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  • Nº 1618-8 - (3) - Encontro diário com Deus - III Domingo de Páscoa - 14 de Abril de 2013

    Encontro diário com Deus
    Nº 1618-8
    Domingo - 14 de Abril de 2013
    Do livro – Encontro diário com Deus - Editora Vozes – Petrópolis - http://www.vozes.com.br
     
    Pensamento do Dia
     
    O amor verdadeiro é o segredo de Deus impresso no coração do ser humano.
     
    C. Carreto
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    Bom Pai do Céu, eu sei que o Senhor cuida até dos passarinhos.
    Eu sei que o Senhor é o meu Pai e que o Senhor me ama.
    Portanto, todo o meu medo não tem nenhum fundamento.
    Eu sei que o Senhor vai cuidar de mim.
    Todo o medo que eu trazia em minha bagagem está lançado no fundo do mar e, livre de todas as amarras, eu entro na segurança do seu barco.
    Ámen.
     

    Frei Filipe Gabriel Alves, OFM
     
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    NOTA:
    Este livro foi adquirido em 11-2-2013 por mim, e, apesar de:
    Todos os direitos reservados.
    Julgo não estar a utilizar abusivamente parte dos textos ali publicados, para os editar diariamente no meu blog.
    Se, no entanto, a Editora entender que não os devo publicar, agradeço que me informem de imediato, através do meu endereço:

    Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

    Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

       Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...