domingo, 19 de agosto de 2018

O LIVRO DA CONFIANÇA - (Nº 19) - 19 DE AGOSTO DE 2018

Caros Amigos: 



Apresento com muito gosto os textos do
 "O LIVRO DA CONFIANÇA" da autoria do Padre THOMAS DE SAINT-LAURENT. 

FICHA TÉCNICA DO LIVRO

NIHIL OBSTAT
Cónego José Valdemar Pires
Bragança, 20 de Setembro de 1993
IMPRIMATUR


Abençoo, aprovo e recomendo a mais ampla difusão deste precioso livro.
Confia no Senhor, que Ele venceu o mundo
António José Rafael
Bispo de Bragança-Miranda
Bragança, 22 de Setembro de 1993
Tradução:  António Azevedo


Coordenação editorial:  José Narciso Soares
Projecto gráfico e capa:  Filipe Baradiarán
Livraria Civilização Editora


R. Alberto Aires de Gouveia, 27 - 4050-023  PORTO
Telefone  226 050 900  -  Fax:  226 050 999
ISBN:  972 96598-0-5


Dep. Legal:  246503/06
Impresso por:  CEM Artes Gráficas - Barcelos






Nossa Senhora da Confiança 

*****

Padre THOMAS DE SAINT-LAURENT



CAPÍTULO  IV




CONFIANÇA!

A CONFIANÇA em Deus e as nossas necessidades temporais

Deus concede-nos todos os socorros necessários para a santificação e a salvação da nossa alma




Certas almas angustiadas duvidam da própria salvação. Lembram-se de faltas passadas; pensam nas tentações tão violentas que, por vezes, nos assaltam a todos; esquecem a bondade misericordiosa de Deus. Essa angústia pode tornar-se uma verdadeira tentação de desespero.

Quando jovem, São FRANCISCO DE SALES conheceu uma provação dessas: temia não ser um predestinado ao Céu. Passou vários meses nesse martírio interior. Uma oração heróica libertou-o; o santo prostrou-se diante de um altar de MARIA; Suplicou á Virgem que o ensinasse a amar o seu Filho com uma caridade tanto mais ardente sobre a terra, quanto ele temia não poder amá-l'O na eternidade.

Nesse género de sofrimento, há uma verdade de  que nos deve consolar imensamente. Só nos perdemos pelo pecado mortal.

Ora, sempre o podemos evitar, e, quando tivermos tido a desgraça de cometê-lo, poderemos sempre reconciliar-nos com Deus. Um acto de contrição sincero., enquanto esperamos a confissão obrigatória, que convém se faça sem demora.

Certamente a pobre vontade humana deve sempre desconfiar da sua fraqueza. Mas o Salvador nunca nos recusará as graças de que carecemos. Fará também todo o possível para ajudar-nos na empresa, soberanamente importante, da nossa salvação.

Eis a grande verdade que Jesus Cristo escreveu com o seu Sangue e que vamos agora reler juntos na história da sua Paixão.

Já tereis algum dia reflectido como puderam mos judeus apoderar-se de Nosso Senhor? Acreditareis por acaso, que isso conseguiram pela astúcia ou pela força?  Podeis imaginar que, na grande tormenta, Jesus foi vencido porque era o mais fraco?

Seguramente não. Os inimigos nada podiam contra Ele. Mais de uma vez nos três anos das suas pregações, haviam tentado matá-l'O. Em Nazaré, queriam atirá-l'O de um precipício; por várias vezes, tinham agarrado pedras para O lapidar. Sempre, porém, a sabedoria divina desfez os planos dessa ímpia cólera; a força soberana de Deus reteve-lhes o braço; e Jesus afastou-se sempre tranquilamente, sem que ninguém tivesse conseguido fazer-Lhe o menor mal
Em Getsemani, ao dizer Ele simplesmente o seu nome aos soldados do Templo vindos para assenhorearem-se da sua pessoa sagrada, toda a tropa cai por terra tocada de estranho pavor. Os soldados só se podem levantar pela permissão que Ele lhes dá.
Se Jesus foi preso, se foi crucificado, se foi imolado, é que assim o quis, na plenitude da sua liberdade e do seu amor por nós. "Oblatus est quia voluit" (20)
(20) "Foi oferecido (em sacrifício), porque ele mesmo quis e não abriu a sua boca; como uma ovelha que é levada ao matadouro, como um cordeiro nas mãos do tosquiador, guardou silêncio e não abriu sequer a sua boca" (Is 53, 7).

Se o Mestre derramou, sem hesitar, o Sangue todo por nós, se morreu por nós, como poderia recusar-nos graças que nos são absolutamente necessárias e que Ele próprio nos mereceu pelas suas dores?

Jesus ofereceu essas graças misericordiosamente às almas mais culpadas durante a paixão dolorosa.  Dois Apóstolos haviam cometido um crime enorme: a ambos ofereceu o perdão.

Judas atraiçoa-O e dá-Lhe um beijo hipócrita. Jesus fala-lhe com doçura tocante; chama-lhe amigo; procura á força de carinho tocar esse coração endurecido pela avareza. "Amigo, a que vieste? - Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?... (Mt 26, 50 e Lc 22, 48). É esta a última graça do Mestre ao ingrato.

Graça de tal força, que jamais lhe mediremos bem a intensidade. Judas, porém, repele-a; perde-se, porque assim formalmente o prefere.

PEDRO julgava-se muito forte... Tinha jurado acompanhar o Mestre até à morte, e abandona-O, quando O vê nas mãos dos soldados. Só O segue então de longe. Entra a tremer no pátio do palácio do Sumo Sacerdote. Por três vezes renega o seu Senhor, porque receia os motejos de uma criada. Com juramento afirma que não conhece "esse homem". Canta o galo... Jesus volta-se e fixa sobre o Apóstolo os olhos cheios de misericordiosas e doces censuras. Cruzam-se os olhares... Era a graça, uma graça fulminante que esse olhar levava a PEDRO. O Apóstolo não a repeliu: saiu imediatamente e chorou com amargura a sua falta.

Assim como a Judas, como a Pedro, Jesus nos oferece sempre graças de arrependimento e conversão. Podemos aceitá-las ou recusá-las. Somos livres! A nós compete decidir entre o bem e o mal, entre o Céu e o inferno. A salvação está nas nossas mãos.

O Salvador não só nos oferece as suas graças, como faz mais: intercede por nós junto ao Pai do Céu. lembra-lhe as dores sofridas pela nossa Redenção.  Toma a nossa defesa diante d'Ele; desculpa-nos as faltas: "Pai - exclama nas angústias da agonia - Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem!" (Lc 23, 34).

O Mestre, durante a Paixão, tinha tal desejo de salvar-nos, que não cessava um instante de pensar em nós.

No Calvário, dá aos pecadores o seu último olhar; pronuncia em favor do bom ladrão uma das suas últimas palavras. estende largamente os braços na Cruz para marcar com que amor acolhe todos os arrependimentos no seu Coração Amantíssimo.





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Boa leitura e Muita CONFIANÇA é o que desejo a todos...


ANTÓNIO FONSECA

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