A RELIGIÃO DE JESUS - CICLO C
Nº 1809-4
10 de Novembro de 2013
Do livro A RELIGIÃO DE JESUS – CICLO C – 2012/2013 editado por José Mª Castillo através da EDITORIAL DESCLÉE DE BROUWER. S.A., 2012 – Henao, 6 – 48009 Bilbao (Espanha) continuo a publicação dos textos do Evangelho do Dia e respectivos comentários, referentes a cada Domingo, ou dia de Festa da Igreja Católica, fazendo a sua tradução para português, por minha própria iniciativa – o que venho fazendo desde há 3 anos a esta parte.
Como não estou fazendo fotocópia nem digitalizo os referidos textos, e inclusivamente menciono os links da Editora acima referida, que são respectivamente www.edesclee.com e info@edesclee.com, estou certo de que não estou a infringir, quaisquer direitos autorais que protejam este livro, e, além disso a sua publicação neste blogue não beneficia de quaisquer proventos materiais – diga-se, numerário – sendo portanto absolutamente gratuito.
10 de Novembro de 2013
XXXII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc 20, 27-38
A ressurreição dos mortos - Aproximaram-se alguns saduceus, que negam a ressurreição, e interrogaram-n'O:
«Mestre, disseram; Moisés, prescreveu-nos que, se morrer um homem deixando a mulher, mas não tendo filhos, seu irmão casará com a viúva para dar descendência ao irmão. Ora havia sete irmãos, e o primeiro tomou esposa e morreu sem filhos. O segundo, depois o terceiro, e os restantes casaram e morreram sem deixar filhos. Finalmente, morreu também a mulher. Na ressurreição, a qual deles pertencerá ela, pois os sete a tiveram por esposa?»
Jesus respondeu-lhes: «Os filhos deste mundo casam e são dados em casamento, mas aqueles que forem julgados dignos de participar do outro mundo, e da ressurreição dos mortos, nem se casam, nem são dados em casamento, porque já não podem morrer:
são semelhantes aos anjos e, sendo filhos da ressurreição são filhos de Deus.
E que os mortos ressuscitam até Moisés o deu a entender no episódio da sarça, quando chama ao Senhor, Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob.
Ora, Deus não é Deus de mortos mas de vivos, pois, para Ele, todos estão vivos».
1. Para entender este estranho relato, concretamente o caso extravagante que apresentam os saduceus a Jesus, há que ter presente que:
1) A teologia do partido saduceu não admitia a ressurreição dos mortos, um tema em que se diferenciavam radicalmente dos fariseus, que acreditavam na ressurreição depois da morte;
2) no antigo Oriente estava muito espalhada a lei do Levirato (do latim levir, "cunhado") que pretendia perpetuar o nome e assegurar a manutenção da propriedade familiar. esta lei havia sido aceite pelos judeus (Dt 25, 5-10; Gn 38, 8).
2. O que menos interessa, neste relato, é o caso estranho que os saduceus apresentam a Jesus. Tampouco interessa, na resposta de Jesus, o tema da sexualidade, enquanto que aqui o Evangelho estaria ensinando que o sexo é assunto desta vida e da outra, depois da morte. Não esqueçamos que, na lei do Levirato, o que estava em jogo mão era a sexualidade, mas sim a descendência e a posse da herança, coisa que, no caso em que haja outra vida, é um assunto que já não interessa.
3. O que Jesus quer deixar claro é que em qualquer caso, o Deus de Jesus, o Deus que se nos revela em Jesus, é o Deus da vida. Ou seja, é um Deus ncecssariamente vinculado à vida, não à morte. Daí que, se Deus segue sendo Deus para os que se vão deste mundo, seu destino não é a morte, mas sim a vida. Não sabemos como será essa vida. O que sabemos é que, com a morte, não se acaba a vida, a vida segue por diante. E segue, sem as limitações próprias desta vida, entre elas, as inevitáveis limitações que preenchem o amor conjugal e familiar.
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