Feliz Ano de 2017
Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso
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Nº 3 2 6 7
Série - 2017 - (nº 2 9 4)
20 de OUTUBRO de 2017
SANTOS DE CADA DIA
10º A N O
LOUVADO SEJA PARA SEMPRE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
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Todos os Católicos com verdadeira Fé,
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
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MARIA BERTÍLA BOSCARDIN, Santa
MARIA BERTILA (Ana Francisca Boscardin), Santa
Em Treviso, na Itália, Santa MARIA BERTILA (Ana Francisca Boscardin) virgem da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia dos Sagrados Corações, que num hospital velou solicitamente pela saúde corporal e espiritual dos enfermos. (1922)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
MARIA BERTÍLA BOSCARDIN, baptizada simplesmente com o nome de ANA, foi beatificada em 1852 por PIO XII e canonizada por JOÃO XXIII em 1961. Era a mais velha de três filhos duma família de pobres lavradores que habitavam em Brendola, na provincia de Vicenza, em Itália. Nascida em Outubro de 1888, instruída pela mãe, cuja doçura devia compensar a violência do marido, aliás bom homem. ANINHAS gostava de rezar muito tempo de joelhos diante dum quadro de Nossa Senhora que se encontrava dependurado na cozinha. Isto desde a idade dos cinco anos. Ajudava a mãe nos cuidados da casa e o pai nos trabalhos do campo.
Sendo tão piedosa, conseguiu, coisa não fácil nessa altura, fazer a primeira comunhão com a idade de nove anos. Aos treze, fez voto de castidade. Muito tímida, com inteligência lenta e fraca memória, era chamada na aldeia a ignorante e a pata, mas ela não se ofendia. E estava sempre cheia de boa vontade.
Quando manifestou ao pároco o desejo secreto de entrar na vida religiosa, este respondeu-lhe: «ANINHAS, tu não serves para nada. Quaisquer religiosas não saberiam que fazer duma aldeã ignorante como tu és». Ela afastou-se muito desgostosa. Mas o padre surpreendeu o olhar entristecido da rapariga, arrependeu-se da sua recusa e no dia seguinte, de manhã, chamou-a.
A 8 de Abril de 1905, ANINHAS saiu da casa paterna para entrar nas religiosas de Santa Doroteia (não nas de Santa PAULA FRASSINETTI). Tomou entre elas o nome de MARIA BERTILA. Sã e robusta, foram-lhe entregues os trabalhos mais custosos, o forno e a lavandaria. Fez o segundo ano de noviciado no hospital de Treviso. A Superiora Geral destinava-a para o cargo de enfermeira . Mas a superiora do hospital, Irmã MARGARIDA, pensou diferentemente; que esperar de bom dessa noviça tímida, com rosto pastoso e inexpressivo? Pô-la na cozinha com o ajudante de uma freira idosa e enferma, encarregada de a vigiar e formar.
A 8 de Dezembro de 1907, foi a profissão solene da jovem religiosa, com a presença dos pais na casa-mãe de Vicenza. A Superiora Geral decidiu pela segunda vez que ela seria enfermeira e mandou-a de novo para o hospital de Treviso. «Tu de novo aqui? - exclamou ao vê-la a Irmã MARGARIDA. Preciso de enfermeiras para a cirurgia e para as doenças contagiosas, e mandam-me gente desta! » E a boa religiosa voltou às suas panelas.
No dia seguinte, por falta de pessoal, foi preciso colocá-la na secção de crianças atacadas de difteria ou garrotilho. Como por encanto, a sua imperícia desapareceu. Dum momento para o outro, manifestou-se enfermeira inteligente e hábil. Impunha respeito e inspirava confiança. Embora não tivesse em seu favor senão três anos de escola primária, preparou exames que superou com brilho.
A primeira guerra mundial forneceu à Irmã BERTILA outras ocasiões para se dedicar como enfermeira aos soldados feridos. Mas foi preciso sair de Treviso, que se encontrava na frente das operações militares. Muito teve de sofrer nessa altura, devido à incompreensão duma nova superiora. Mas aceitou esta prova como as precedentes.
A estas humilhações juntou-se um cansaço de velar contínuo. A saúde ressentiu-se. Voltando ao hospital de Treviso, sujeitou-se a uma operação cirúrgica. Mas a recuperação não veio. Morreu no dia 20 de Outubro de 1922, depois de converter, com a sua agonia resignada e serena, o chefe-médico do hospital.
E a 11 de Maio de 1961, festa da Ascensão de Nosso Senhor, não chegavam as proporções gigantescas da Basilica de São Pedro do Vaticano; não chegavam luzes, nem galas, nem cerimónias da liturgia papal, para que JOÃO XXIII proclamasse infalivelmente, ao mundo inteiro, a santidade de vida de Soror MARIA BERTILA BOSCARDIN, que morreu tão simples como tinha vivido.
Roma falou, a Roma sagrada, e por entre a perturbação que produzem os grandes contrastes, é exaltada uma mulher simplicíssima cuja vida, sem história aparente, decorre numa penumbra humilde. E esta vida sem brilho transforma-se agora numa luz no candelabro, numa rocha que ilumina a verdade de tantas vidas semelhantes à sua.
ANA BOSCARDIN teve a sorte de ter uma mãe extraordinária. Ante a pobreza que sempre rondou o seu lar, ante a iracúndia do marido, ante o mal-estar ambiente, ante as dificuldades de toda a vida, MARIA TERESA BENETTI cala-se, tem paciência, reza muito, e os filhos vêem tudo isto. Vêem e escutam dos seus lábios palavras sempre suaves, que lhes falam da fé, de Deus, do céu e da paciência.
Texto do Livro SANTOS DE CADA DIA,da Editorial A. O. de Braga:
«A sua fé e vida cristã sempre me pareceram quase milagrosas na sua situação e na nossa época», declarava Monsenhor AQUILES RATTI, prefeito da Biblioteca ambrosiana de Milão (futuro PIO XII). Na verdade, o nosso FERRINI (1859-1902) nascia na Itália no momento em que este país atravessava uma perigosa crise de crescimento: o zelo pela independência e a unidade misturava-se então com o anticlericalismo. O grande poeta CARDUCCI chamava ao Vaticano «vergonha sem nome», às igrejas «prisões». Na ponte Vitor Manuel, um grupo patético de pedra esforçava-se por preservar a chama da Liberdade contra o vento que sopra do bairro papal. Em 1881, o corpo de PIO IX, ao ser transferido para São LOURENÇO fora dos muros, pouco faltou para que fosse lançado ao rio entre gritos de «Ao Tibre o cadáver». Todavia, não vamos enegrecer exageradamente o quadro para fazer ressaltar o nosso herói.
RINALDO FERRINI, professor de física geral e tecnologia no Politécnico de Milão, e sua mulher LUISA BUCCELATI formavam um par profundamente cristão. A 4 de Abril de 1859, um ano exactamente a contar do casamento, tinham um filho que foi baptizado com o nome de CONTARDO nesse mesmo dia.
Não lhe ponhamos depressa demais uma auréola. Um dia, CONTARDINHO lembrou-se de lançar um par de chinelos ao fundo dum poço. Grande maroto! Birichino! Aos doze anos, já ajuizado e amadurecido, fez a primeira comunhão. Escrevia um pouco mais tarde a uma irmã mais nova, que se preparava para o mesmo: «Uma combinação eterna, inefável, em que nos comprometemos a não querer senão o bem..., promessa de imperecível amor que nos faça passar através do mundo sem conseguir mesmo compreender como o mal é possível nele; depois disso já não falta senão suspirar pela plenitude da nossa adoração no céu». CONTARDO era estudante de memória prodigiosa, hábil para versejar e para atingir coisas abstractas. Chamavam-lhe «o Aristóteles». Para apresentar aquele que devia ser um perfeito helenista, seja-nos permitido referir o elogio do jovem TEETETO que PLATÃO atribui a TEODORO:
«Aprender com uma facilidade que dificilmente se encontraria noutro, e ser ao mesmo tempo duma rara doçura de carácter, ter com isso coragem, tanta como nenhum outro, eis o que, por minha parte, eu julgaria impossivel, e não vejo disso outro exemplo. Aqueles, na verdade, que têm o espírito penetrante como ele, o pensamento pronto e a memória boa, têm também em geral forte propensão para a ira: dão saltos que os levam como navios sem lastro, e são de temperamento mais impulsivo do que corajoso; aqueles, pelo contrário, que têm mais ponderação lançam-se aos estudos com uma espécie de lentidão e por assim dizer carregados de esquecimento. Mas ele, é com um passo tão igual, tão seguro, e para tão belo resultado, que encara as noções e os problemas com doçura espantosa, como lavra silenciosa uma gota de azeite. Podemos assim admirar-nos de ver uma pessoa tão jovem vencer do modo dito tais dificuldades».
E Sócrates conclui: «A tua descrição é perfeita».
Sendo jovem liceísta, CONTARDO veio pedir a Monsenhor CERIANI, prefeito da Ambrosiana lições de hebraico. Depois do hebraico, foi o síriaco. Depois, lições de sânscrito e de copta. Foi estudar Direito em Pavia, em 1876 aos 17 anos. Seu tio, o Padre BUCCELLATI ensinava lá direito penal. CONTARDO conheceu, no colégio Borromeu, um internato um tanto análogo aos de Oxford ou Cambridge. Os camaradas viram logo que o recém-chegado era duma pureza escrupulosa. Assim, logo que ele entrava numa sala comum, os patifes começavam com as grandes saídas de obscenidade; e CONTARDO punha-se a andar. O Inverno é frio e húmido em Pavia. O de 1879-1880 foi especialmente rigoroso e só as salas comuns estavam aquecidas. CONTARDO ficava no seu quarto gelado.
«Senhor, escreveu ele, antes a infelicidade que o pecado; melhor uma vida inteira de lágrimas que uma hora de riso inconveniente».
A menor alusão ambígua trazia ao seu rosto um trejeito. Nunca olhava para as pessoas de cara. Não ia às festas mundanas, aos serões. Nas carruagens, estar defronte duma senhora levava-o a mudar de lugar. Já na juventude usava o cilício e confessava-se todos os dias. Tinha-se «a impressão de alguma coisa verdadeiramente delicada no capítulo da virtude e de verdadeiramente virginal, que emanava de toda a sua pessoa», notava Monsenhor RATTI. Com o tempo, estabeleceu-se a paz nesta alma um pouco tensa e inquieta. Por outro lado, não queria ser melancólico. Ouvia-se a cantar, desafinado, e foi visto dançar um pouco, no campo, com a irmã. Sorria. A respeito do sorriso escreveu:
«É muitas vezes acto de heroísmo, o cúmulo da abnegação, um maravilhoso acto de fé. essas almas sorridentes são, de verdade, as flores do jardim de Deus: têm o perfume de Cristo. Ele recebeu a unção do óleo da alegria (Sl 44, 8); desta alegria podemos nós participar: ela será tanto maior quanto maior foi a caridade».
No Verão de 1881 fez voto de castidade, com a aprovação do seu director de consciência. Apesar disso, ofereceram-lhe raparigas interessantes, boas escolhas. Uma vez diziam-lhe que escolhesse entre duas irmãs: respondeu que se reservava para a terceira; ainda por nascer.
Em Junho de 1880, defendeu brilhantemente tese em Pavia; uma dissertação latina sobre a importância de Homero e de Hesíodo para a história do direito penal. rendeu-lhe uma bolsa de estudos. Foi a Berlim. Lá apreciou muito o catolicismo sério, corajoso, dos militantes aguerridos por causa do Kulturkampf bismarkiano. Aproveitou muito do ensino de grandes juristas, que reconheceram imediatamente o valor excepcional deste jovem italiano.
FERRINI era um sábio com gostos de ermitão contemplativo, «santamente tímido». A ciência foi a sua dama. Com muito desinteresse, não procurou no estudo um meio de subir a algum posto lucrativo e agradável. O professorado foi para ele uma espécie de sacerdócio: procurava a verdade para o ensino. Não se especializou nas matérias de êxito fácil, com publicidade assegurada: escolheu o direito penal romano e o direito bizantino. Para esta última disciplina, foi quase um iniciador na Itália. Em 1881, lançou-se a uma edição critica da paráfrase grega das Institutas de Justiniano, atribuídas a Teófilo, e teve de procurar os manuscritos em grandes arquivos europeus. Em Outubro de 1883, aos 24 anos, foi encarregado em Pavia dum curso de história do direito penal romano. Depois deram-lhe uma cátedra, criada por ele, de exegese das fontes do direito romano. Concorreu à cátedra de Bolonha, mas foi preterido um partidário do divórcio. Em 1887 veio ensinar em Messina, e em 1890 em Módena. Em 1894 voltou à faculdade - ao Ateneu - de Pavia. Foi sempre um mestre compenetrado da seriedade do seu ofício e do respeito devido ao auditório.
Nuns vinte anos, este homem laborioso redigiu uns 200 trabalhos. PIO XI evocava assim em 1931 a sua obra de sábio:
«O trabalho! Trabalho cientifico no mais alto grau, trabalho de investigação, reflexão e ensino. Trabalho que FERRINI realizava com um zelo apaixonado, mas que bem se pode classificar entre os mais áridos, desenvolvendo-se quase integralmente sobre textos antigos, escritas difíceis de decifrar e ainda mais difíceis de compreender. Vimo-la em exercício, mais que uma vez, essa inteligência soberana. Li à primeira vista textos embrulhados, escondidos em escritas indecifráveis dos séculos antigos: do latim, do grego, do síriaco: pois ele passava com a maior facilidade duma língua à outra. Lia os textos e ao mesmo tempo captava-lhes o sentido, e, ao correr da pena, apresentava logo a tradução latina ou italiana. Labor muito fatigante, essencialmente dificil e árduo, e que só pode apreciar quem dele tem experiência, labor que se parece a verdadeiro e longo cilício, trazido a vida inteira».
Em vista duma síntese futura sobre Cristo e o direito romano, estudou o pensamento jurídico de Arnóbio, Lactâncio, Minúcio Félix e de Santo AMBRÓSIO.
«É necessária, escrevia ele, minuciosa e pacientíssima comparação entre os escritos dos juristas e as obras dos escritores cristãos».
Este homem de escritório e de biblioteca soube ser um carácter. Afirmou-se, impôs-se com doçura humilde. Em política, era conservador. A sua docilidade às directrizes pontifícias foi incensurável. Em 1895, era vereador da câmara de Milão e mostrou-se excelente neste cargo. Um homem que pelo pensamento vivia nos séculos antigos, lutou valentemente pelas boas causas do seu tempo: contra o divórcio; para salvar a infância abandonada.
Na família, este sábio mantinha-se como empregadinho, disposto para os deveres enfadonhos que lhe impunha a mãe. Deixava os Digestos para pôr a mesa ou descer à adega, abandonava os livros para recolher lenha. Tinha para com o pai o respeito amigo devido ao paterfamilias.
Foi julgada excessiva a sua modéstia. Se recebia um cumprimento por um artigo, um livro, respondia sorridentemente: «Não tem importância».
Tinha o sentido da liturgia.., sabia dar a honra à sua Missa quotidiana. Diante do tabernáculo, a sua oração parecia-se às vezes com êxtase: podia-se-lhe pegar no chapéu ou no casaco, sem ele reagir. Em Agosto de 1898, foi visto estar horas em adoração num santuário da montanha. Porque ele, era durante as férias, robusto alpinista. «Faça como se eu fosse um penedo» dizia a quem se apoiava nele durante uma excursão.
Levou-o rapidamente desta vida uma febre tifoide em Suana - Novara, a 17 de Outubro de 1902. PIO XI assim o pintou:
«De estatura média, forte, harmoniosa, elegante nas linhas; o passo rápido, mas firme, o passo dum caminhante a isso habituado; e que sabe para onde vai; a pena sempre pronta e sábia, a palavra fácil e persuasiva; no rosto um ar de alegria sempre igual, que o não deixou nunca até à véspera da morte; mas, sobretudo, neste rosto, uma irradiação de pureza e de amável juventude. O seu olhar tinha todas as doçuras da bondade do coração excelente; os seus olhos e a sua testa vasta tinha o encantador reflexo duma inteligência verdadeiramente soberana».
Era terceiro franciscano desde 1886. Citemos algumas passagens do seu regulamento de vida:
«... Procurarei ser modelo de mansidão, de doçura, de caridade e humildade. Repararei cada falta redobrando a atenção e procurando sempre as ocasiões de praticar essas virtudes. Quanto ao café, manter-me-ei indiferente e, se possível, não lhe deitarei açúcar. resistirei a desejar gulodices, mesmo parecendo-me precisar delas. Durante o dia farei uma visita a Jesus no Santíssimo Sacramento, recordando-me do seu amor, da Sua ternura e da Sua doçura inefáveis: irei ter com Ele com espírito de afectuosa confiança e humildade. Conservar-me-ei em união com Ele o dia inteiro com frequentes aspirações e grande pureza de intenção... A caridade espiritual para com os outros será o meu primeiro cuidado; tornar-me-ei humilde e afável. Falando aos outros de Deus, pedir-Lhe-ei que dê fruto ao que digo pela sua acção inefável...»
O espírito de pobreza de CONTARDO era real. Emprestara todas as suas economias, 30 000 francos-ouro, a um amigo que os dissipou num mau negócio. FERRINI não se queixou nem o mínimo. Não tentou recuperar a quantia nem sequer em parte.
Sendo professor em Pavia, morava com a irmã numa quinta a 3 quilómetros da cidade. Levantar às 5 e meia, ou voltava ao quarto só às 22 horas. depois de se entregar às suas devoções em Pavia, almoçava num alojamento que tinha o cunhado na cidade. Dava o curso vestindo casaco escuro e luvas pretas. Os professores gostavam de se encontrar no café: FERRINI preferia a biblioteca ou a igreja. Visitava o bispo. Depois de receber os estudantes que lhe desejavam falar, voltava a pé para casa da irmã. Depois do jantar, algumas vezes jogava uma partida de cartas. O dia terminava com o terço rezado em família. A uma pergunta, que um dia faziam ao porteiro, este respondeu da seguinte maneira:
«Nos dias de festas, o professor não é fácil de encontrar. Está sempre na igreja, onde tem muitas coisas para fazer».
FERRINI, falecido aos 43 anos, faz pensar no francês OZANAM, falecido aos quarenta anos, em 1853. Ambos mostraram pelo exemplo que a ciência é compatível com o Cristianismo. OZANAM com uma vida mais activa. FERRINI, de maneira mais oculta.
CONTARDO FERRINI foi beatificado em 1947 pelo Papa PIO XII
IRIA, Santa
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Venerada em Espanha e sobretudo em Portugal, esta santa tem uma história romanesca que se conta assim.
No reinado de Recesvinto, vivia em Nabância, na Lusitânia, uma donzela chamada IRIA, filha de Ermígio e Eugénia, pessoas de sangue ilustre. EUGÉNIA tinha um irmão, chamado CÉLIO, abade dum mosteiro daquela região. Vendo este a vivacidade e boa disposição da sobrinha, encarregou o monge REMÍGIO, homem douto e religioso, de a instruir nas letras e bons costumes. A menina vivia retirada do mundo em companhia de CASTA e JÚLIA, irmãs de seu pai. Todas costumavam, uma só vez por ano, em dia de São PEDRO visitar a Igreja dedicada a este Apóstolo, que se erguia junto ao palácio de Castinaldo, governador daquelas terras.
Também este acudia devotamente à Igreja com a sua família e um filho único, chamado BRITALDO, que, ao ver a donzela numa dessas festas, ficou enamorado da sua formosura. Não se atreveu, porém, a manifestar-lhe o seu amor, porque o conteve o amor de Deus e o respeito devido aos pais de IRIA e ao abade CÉLIO. Essa paixão reprimida ia-o consumindo dia a dia, sem que nada valesse o carinho da família e o auxilio da medicina.
Sabendo do estado do enfermo por divina revelação, IRIA decidiu-se a ir visitá-lo, para lhe dizer que a doença não era mortal e que Deus lhe restituiria a saúde, se ele afastasse o mau afecto a que os olhos o tinham inclinado. Alentado com as exortações da santa, o doente tranquilizou-se. Como ela lhe prometesse que não casaria com outro, BRITALDO em breve se restabeleceu, e seus pais ficaram a ter maior devoção pelo mosteiro onde IRIA estava recolhida, dando-lhe muitas esmolas e privilégios.
Passados dois anos, entrou o demónio no coração do monge REMÍGIO, inspirando-lhe um amor impuro pela discípula. Como a santa recusasse as suas solicitações e o repreendesse, o monge ministrou-lhe ocultamente uma beberagem que lhe deu o aspecto de mulher grávida. BRITALDO acreditou nos rumores a respeito do mau procedimento de IRIA e, julgando que ela tinha faltado à promessa, encarregou um soldado de a matar.
Estava ela uma noite a rezar junto do rio Nabão, quando sobreveio o soldado e a degolou, atirando depois o cadáver à corrente. De manhã, como ela não aparecesse, correu a fama de que tinha fugido com um amante. Conhecendo, porém, a verdade por divina revelação, o abade CÉLIO divulgou o acontecimento e todos começaram a procurar o cadáver pelo Nabão e pelo Zézere até ao Tejo. Encontraram-no, enfim, junto à cidade de Scalábis. As águas do Tejo afastaram-se da margem e deixaram em seco o sepulcro de mármore dentro do qual estava o corpo da virgem. Não houve forças humanas que pudessem removê-lo. Espraiou-se outra vez o Tejo e cobriu-o com as suas águas. Por memória, a cidade ficou a chamar-se de Santa IRENE, e daí vem o nome de SANTARÉM.
Concluindo esta biografia, a edição portuguesa das Vidas dos Santos, 1955, apresenta esta nota: «Retocamos a lenda apresentada pelo Autor, de harmonia com as lições «próprias» de Lisboa. O caso é atribuído ao ano de 653 e anda contado de modo diverso, num conhecido romance popular».
E Santos de Portugal, diz nas páginas 21 e 22: «Com semelhante associação de ideias, e ainda outras mais arrojadas, se adensaram, sobre Santa IRIA, a lenda e até o romance tão maravilhosamente que, no seu sermão, o Padre ANTÓNIO VIEIRA começou por exclamar, desde o exórdio:
"Ó IRIA, Virgem entre todas, e em tudo, singularíssima! Singular na vida, singular na morte, singular na sepultura, e com singularidade, nem antes nem depois de vós, comunicada a outrem, verdadeiramente única!"»
NABÂNCIA, diz o Ano Cristão, vol X, p. 270, é o nome antigo de TOMAR.
CAPRÁSIO, Santo
Máryir em Agen, França, depois de presenciar os tormentos qye sofreun a virgem Santa FÉ. Celebra-se a 20 de Outubro.
Outro CAPRÁSIO foi ermitão dos Vosgos, FRança, o qual, em união com Santo HONORATO fundou o mosteiro de Lerins. Foi bispo de Arles e morreu pelo ano de 430. É celebradio no dia 1 de Junho.
Em Agen, na Aquitânia, França, São CAPRÁSIO mártir. (303)
SINDOLFO DE AUSSONCE, Santo
Em Aussonce, território de Reims, França, São SINDOLFO eremita que seguiu a vida solitário somente conhecida por Deus. (600)
VITAL DE SALZBURGO, Santo
Em Salzburgo, na Baviera, hoje na Áustria, São VITAL bispo que, originário da Irlanda, foi discípulo de São RUPERTO companheiro nas suas viagens e imitador dos seus trabalhos e vigílias; escolhido por ele como seu sucessor, converteu à fé de Cristo a população de Pinsgau. (730)
ANDRÉ "In Crisi" ou "Calabita", Santo
ADERALDO ou ADELARDO, Santo
Em Troyes, junto ao rio Sena, na França, Santo ADERALDO ou ADELARDO, arcediago, que ilustrou a Regra canonical com as suas palavras e o seu exemplo, mesmo quando era prisioneiro dos Sarracenos na terra Santa. (1002)
ADELINA DE MORTAIN, Santa
Em Savigny, na Normandia, França, Santa ADELINA primeira abadessa do mosteiro de Mortain que fundou com a ajuda de seu irmão São VITAL. (1125)
TIAGO STREPA, Santo
Em L'viv na Roménia, hoje Ucrânia, o Beato TIAGO STREPA bispo de Halic, da Ordem dos menores, ilustre pela sua solicitude pastoral e virtudes apostólicas. (1409)
TIAGO KERN (Francisco Alexandre Kern), Beato
BERENGARIO ALEMAN DE BELLPUIG, Beato
Originario di Valenza (Spagna), il Beato Berengario Aleman de Bellpuig, cavaliere laico mercedario, onorò l'Ordine con le sue eroiche virtù. Nel 1230 prese parte alla liberazione dell'isola di Maiorca sconfiggendo i mori, riportandola alla fede di Cristo. Nella stessa isola nel convento del Santissimo Salvatore terminò la sua vita accompagnato da prodigiosi miracoli che attestarono la sua santità.
L'Ordine lo festeggia il 20 ottobre.
Sono più d'una, nei calendari, le Sante con il nome di Irene. Nome bello nel suono e nel significato, perché deriva dalla parola greca che significa " pace ". La Santa Irene di oggi è una delle più note, grazie soprattutto a una pittoresca leggenda che ha incontrato grande popolarità in molti paesi, benché abbia ben poco di verosimile. Narra dunque come Irene, nata nel Portogallo sulla metà del VI secolo, fosse religiosa in un monastero di vergini consacrate a Dio. Benché modesta e pudica, ella spiccava tra le consorelle per la sua eccezionale bellezza di lineamenti.
Si innamorò di lei un giovane signore, che più volte la chiese in sposa. Irene gli fece capire come ciò fosse impossibile, e non per sprezzo o antipatia, ma per restare fedele a un impegno più alto. Al rifiuto, il giovane, sinceramente innamorato, si afflisse tanto da ridursi gravemente ammalato. Spronata dalla carità, Irene si recò a visitarlo, e lo consolò con parole così ispirate da far presto guarire l'innamorato giovane.
Ma la storia non finì lì. Un religioso indegno, turbato dalla bellezza di Irene, tentò di corrompere la giovane, sua penitente. Non riuscendovi, egli si vendicò atrocemente. Offrì alla fanciulla una misteriosa bevanda, e poco dopo Irene mostrò i segni di una prossima maternità.
Lo scandalo dilagò. Lo seppe anche il primo pretendente, il quale, giustamente si ritenne odiosamente beffato. Mandò perciò un sicario per punire la donna, da lui ritenuta menzognera e impudica.
Il sicario recise con la spada la testa di Irene, poi ne gettò il corpo nelle acque di un fiume. La corrente portò il corpo di Irene fino al Tago, poi lo fece arenare presso la città di Scallabis; dove viveva un Abate, zio della fanciulla. Avvertito in visione dell'accaduto, l'Abate si recò in processione a raccogliere le spoglie dell'uccisa.
Non fu difficile comprovare l'innocenza della fanciulla, Martire senza colpa. La sua vicenda commosse l'intera città, tanto che da allora venne chiamata, non più Scallabis, ma Santarèm, cioè " Sant'Irene ".
Abbiamo già detto che questa popolarissima leggenda non ha nessun fondamento reale. La Santa di oggi, la Santa Irene di Santarèm, altro non è che l'immaginario " doppione " di un'altra Martire dallo stesso nome.
Sant'Irene, Martire di Tessalonica nei primi secoli, era particolarmente venerata a Scallabis, dove si trovavano alcune sue reliquie. La devozione per l'antica Martire orientale dette corpo alla leggenda della Santa dallo stesso nome, ma con le fattezze di una fanciulla portoghese. Si volle insomma rendere più edificante e commovente un esempio di virtù e di eroismo, non però allo scopo di ingannare i fedeli, ma al contrario per accrescere il loro zelo e ravvivare il loro affetto per la Santa.
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LEOPARDO DE ÓSIMO, Santo
Tra molti Leoni e non pochi Orsi, due o tre Santi di nome Foca e uno addirittura chiamato Tigre, il serraglio del Calendario presenta anche due Santi di nome Leopardo, e accanto a questi un San Leopardino.
Leopardo, non Leonardo: cioè il nome stesso del felino chiamato anche pantera. Il primo Leopardo, ricordato il 30 settembre, fu un Martire romano caduto sotto Giuliano l'Apostata. Sepolto nel cimitero di Sant'Ermete, sarebbe stato poi trasportato ad Otricoli, da dove le sue reliquie emigrarono ad Aquisgrana, la capitale di Carlo Magno. Nella città dei " tepidi lavacri " fiori e sopravvisse il suo culto e la sua memoria.
Il secondo San Leopardo è Patrono della città di Osimo, e a lui è dedicata la bella cattedrale della città, oggi in forme romaniche, ma che risale ad un'epoca ancora più antica, perché sembra che sia stata eretta nell'VIII secolo.
E' probabile, anzi, che il duomo di Osimo, cioè la cattedrale di San Leopardo, occupi il luogo dove era il Campidoglio dell'antica Auximum romana, con le Terme e il tempio dedicato a Igea e ad Esculapio. Queste due divinità pagane, come è noto, presiedevano alla salute dei mortali, e il loro ricordo sembra alludere alla salubrità dell'aria e delle acque di quel ridente angolo di terra marchigiana. Il culto di San Leopardo ad Osimo è antico di almeno mille anni. L probabile che la vita del Santo stesso risalga a diversi secoli più addietro, e non c'è motivo di dubitare dei dati riferiti dalla sua storia leggendaria, per quanto frammentari e incompleti, secondo la quale egli sarebbe vissuto nel V secolo cristiano, al tempo del Papa Innocenzo I e degli Imperatori Valentiniano III e Teodosio.
Gli eventi della vita di San Leopardo sono incerti, e i documenti scritti sul suo conto sono assai posteriori, frutto in gran parte di immaginazione. Ciò non vuol dire, però, che si debba negare il dato tradizionale che fa di lui il primo Vescovo di Osimo, onorato come tale fin dal X secolo, o prima.
Il nome proprio di Leopardo dovette essere abbastanza diffuso nella regione di Osimo, ed è sicuramente dal nome di un medievale Leopardo, secondo una ben nota regola della formazione di moltissimi cognomi italiani, che la sua discendenza ebbe il nome di famiglia dei Leopardi.
MARIA DE JESUS, Beata
Monaca mercedaria nel convento di Vera Cruz di Berriz in Spagna, la Beata Maria di Gesù, fu resa famosa per le rivelazioni divine dello Spirito profetico. Dopo molte fatiche e gravissime pene, decorata di meriti e di miracoli migrò allo Sposo Divino.
L'Ordine la festeggia il 20 ottobre.
MARIA BERTILA (Ana Francisca Boscardin), Santa
Em Treviso, na Itália, Santa MARIA BERTILA (Ana Francisca Boscardin) virgem da Congregação das Irmãs de Santa Doroteia dos Sagrados Corações, que num hospital velou solicitamente pela saúde corporal e espiritual dos enfermos. (1922)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
MARIA BERTÍLA BOSCARDIN, baptizada simplesmente com o nome de ANA, foi beatificada em 1852 por PIO XII e canonizada por JOÃO XXIII em 1961. Era a mais velha de três filhos duma família de pobres lavradores que habitavam em Brendola, na provincia de Vicenza, em Itália. Nascida em Outubro de 1888, instruída pela mãe, cuja doçura devia compensar a violência do marido, aliás bom homem. ANINHAS gostava de rezar muito tempo de joelhos diante dum quadro de Nossa Senhora que se encontrava dependurado na cozinha. Isto desde a idade dos cinco anos. Ajudava a mãe nos cuidados da casa e o pai nos trabalhos do campo.
Sendo tão piedosa, conseguiu, coisa não fácil nessa altura, fazer a primeira comunhão com a idade de nove anos. Aos treze, fez voto de castidade. Muito tímida, com inteligência lenta e fraca memória, era chamada na aldeia a ignorante e a pata, mas ela não se ofendia. E estava sempre cheia de boa vontade.
Quando manifestou ao pároco o desejo secreto de entrar na vida religiosa, este respondeu-lhe: «ANINHAS, tu não serves para nada. Quaisquer religiosas não saberiam que fazer duma aldeã ignorante como tu és». Ela afastou-se muito desgostosa. Mas o padre surpreendeu o olhar entristecido da rapariga, arrependeu-se da sua recusa e no dia seguinte, de manhã, chamou-a.
A 8 de Abril de 1905, ANINHAS saiu da casa paterna para entrar nas religiosas de Santa Doroteia (não nas de Santa PAULA FRASSINETTI). Tomou entre elas o nome de MARIA BERTILA. Sã e robusta, foram-lhe entregues os trabalhos mais custosos, o forno e a lavandaria. Fez o segundo ano de noviciado no hospital de Treviso. A Superiora Geral destinava-a para o cargo de enfermeira . Mas a superiora do hospital, Irmã MARGARIDA, pensou diferentemente; que esperar de bom dessa noviça tímida, com rosto pastoso e inexpressivo? Pô-la na cozinha com o ajudante de uma freira idosa e enferma, encarregada de a vigiar e formar.
A 8 de Dezembro de 1907, foi a profissão solene da jovem religiosa, com a presença dos pais na casa-mãe de Vicenza. A Superiora Geral decidiu pela segunda vez que ela seria enfermeira e mandou-a de novo para o hospital de Treviso. «Tu de novo aqui? - exclamou ao vê-la a Irmã MARGARIDA. Preciso de enfermeiras para a cirurgia e para as doenças contagiosas, e mandam-me gente desta! » E a boa religiosa voltou às suas panelas.
No dia seguinte, por falta de pessoal, foi preciso colocá-la na secção de crianças atacadas de difteria ou garrotilho. Como por encanto, a sua imperícia desapareceu. Dum momento para o outro, manifestou-se enfermeira inteligente e hábil. Impunha respeito e inspirava confiança. Embora não tivesse em seu favor senão três anos de escola primária, preparou exames que superou com brilho.
A primeira guerra mundial forneceu à Irmã BERTILA outras ocasiões para se dedicar como enfermeira aos soldados feridos. Mas foi preciso sair de Treviso, que se encontrava na frente das operações militares. Muito teve de sofrer nessa altura, devido à incompreensão duma nova superiora. Mas aceitou esta prova como as precedentes.
A estas humilhações juntou-se um cansaço de velar contínuo. A saúde ressentiu-se. Voltando ao hospital de Treviso, sujeitou-se a uma operação cirúrgica. Mas a recuperação não veio. Morreu no dia 20 de Outubro de 1922, depois de converter, com a sua agonia resignada e serena, o chefe-médico do hospital.
E a 11 de Maio de 1961, festa da Ascensão de Nosso Senhor, não chegavam as proporções gigantescas da Basilica de São Pedro do Vaticano; não chegavam luzes, nem galas, nem cerimónias da liturgia papal, para que JOÃO XXIII proclamasse infalivelmente, ao mundo inteiro, a santidade de vida de Soror MARIA BERTILA BOSCARDIN, que morreu tão simples como tinha vivido.
Roma falou, a Roma sagrada, e por entre a perturbação que produzem os grandes contrastes, é exaltada uma mulher simplicíssima cuja vida, sem história aparente, decorre numa penumbra humilde. E esta vida sem brilho transforma-se agora numa luz no candelabro, numa rocha que ilumina a verdade de tantas vidas semelhantes à sua.
ANA BOSCARDIN teve a sorte de ter uma mãe extraordinária. Ante a pobreza que sempre rondou o seu lar, ante a iracúndia do marido, ante o mal-estar ambiente, ante as dificuldades de toda a vida, MARIA TERESA BENETTI cala-se, tem paciência, reza muito, e os filhos vêem tudo isto. Vêem e escutam dos seus lábios palavras sempre suaves, que lhes falam da fé, de Deus, do céu e da paciência.
CONTARDO FERRINI, Beato
Texto do Livro SANTOS DE CADA DIA,da Editorial A. O. de Braga:
«A sua fé e vida cristã sempre me pareceram quase milagrosas na sua situação e na nossa época», declarava Monsenhor AQUILES RATTI, prefeito da Biblioteca ambrosiana de Milão (futuro PIO XII). Na verdade, o nosso FERRINI (1859-1902) nascia na Itália no momento em que este país atravessava uma perigosa crise de crescimento: o zelo pela independência e a unidade misturava-se então com o anticlericalismo. O grande poeta CARDUCCI chamava ao Vaticano «vergonha sem nome», às igrejas «prisões». Na ponte Vitor Manuel, um grupo patético de pedra esforçava-se por preservar a chama da Liberdade contra o vento que sopra do bairro papal. Em 1881, o corpo de PIO IX, ao ser transferido para São LOURENÇO fora dos muros, pouco faltou para que fosse lançado ao rio entre gritos de «Ao Tibre o cadáver». Todavia, não vamos enegrecer exageradamente o quadro para fazer ressaltar o nosso herói.
RINALDO FERRINI, professor de física geral e tecnologia no Politécnico de Milão, e sua mulher LUISA BUCCELATI formavam um par profundamente cristão. A 4 de Abril de 1859, um ano exactamente a contar do casamento, tinham um filho que foi baptizado com o nome de CONTARDO nesse mesmo dia.
Não lhe ponhamos depressa demais uma auréola. Um dia, CONTARDINHO lembrou-se de lançar um par de chinelos ao fundo dum poço. Grande maroto! Birichino! Aos doze anos, já ajuizado e amadurecido, fez a primeira comunhão. Escrevia um pouco mais tarde a uma irmã mais nova, que se preparava para o mesmo: «Uma combinação eterna, inefável, em que nos comprometemos a não querer senão o bem..., promessa de imperecível amor que nos faça passar através do mundo sem conseguir mesmo compreender como o mal é possível nele; depois disso já não falta senão suspirar pela plenitude da nossa adoração no céu». CONTARDO era estudante de memória prodigiosa, hábil para versejar e para atingir coisas abstractas. Chamavam-lhe «o Aristóteles». Para apresentar aquele que devia ser um perfeito helenista, seja-nos permitido referir o elogio do jovem TEETETO que PLATÃO atribui a TEODORO:
«Aprender com uma facilidade que dificilmente se encontraria noutro, e ser ao mesmo tempo duma rara doçura de carácter, ter com isso coragem, tanta como nenhum outro, eis o que, por minha parte, eu julgaria impossivel, e não vejo disso outro exemplo. Aqueles, na verdade, que têm o espírito penetrante como ele, o pensamento pronto e a memória boa, têm também em geral forte propensão para a ira: dão saltos que os levam como navios sem lastro, e são de temperamento mais impulsivo do que corajoso; aqueles, pelo contrário, que têm mais ponderação lançam-se aos estudos com uma espécie de lentidão e por assim dizer carregados de esquecimento. Mas ele, é com um passo tão igual, tão seguro, e para tão belo resultado, que encara as noções e os problemas com doçura espantosa, como lavra silenciosa uma gota de azeite. Podemos assim admirar-nos de ver uma pessoa tão jovem vencer do modo dito tais dificuldades».
E Sócrates conclui: «A tua descrição é perfeita».
Sendo jovem liceísta, CONTARDO veio pedir a Monsenhor CERIANI, prefeito da Ambrosiana lições de hebraico. Depois do hebraico, foi o síriaco. Depois, lições de sânscrito e de copta. Foi estudar Direito em Pavia, em 1876 aos 17 anos. Seu tio, o Padre BUCCELLATI ensinava lá direito penal. CONTARDO conheceu, no colégio Borromeu, um internato um tanto análogo aos de Oxford ou Cambridge. Os camaradas viram logo que o recém-chegado era duma pureza escrupulosa. Assim, logo que ele entrava numa sala comum, os patifes começavam com as grandes saídas de obscenidade; e CONTARDO punha-se a andar. O Inverno é frio e húmido em Pavia. O de 1879-1880 foi especialmente rigoroso e só as salas comuns estavam aquecidas. CONTARDO ficava no seu quarto gelado.
«Senhor, escreveu ele, antes a infelicidade que o pecado; melhor uma vida inteira de lágrimas que uma hora de riso inconveniente».
A menor alusão ambígua trazia ao seu rosto um trejeito. Nunca olhava para as pessoas de cara. Não ia às festas mundanas, aos serões. Nas carruagens, estar defronte duma senhora levava-o a mudar de lugar. Já na juventude usava o cilício e confessava-se todos os dias. Tinha-se «a impressão de alguma coisa verdadeiramente delicada no capítulo da virtude e de verdadeiramente virginal, que emanava de toda a sua pessoa», notava Monsenhor RATTI. Com o tempo, estabeleceu-se a paz nesta alma um pouco tensa e inquieta. Por outro lado, não queria ser melancólico. Ouvia-se a cantar, desafinado, e foi visto dançar um pouco, no campo, com a irmã. Sorria. A respeito do sorriso escreveu:
«É muitas vezes acto de heroísmo, o cúmulo da abnegação, um maravilhoso acto de fé. essas almas sorridentes são, de verdade, as flores do jardim de Deus: têm o perfume de Cristo. Ele recebeu a unção do óleo da alegria (Sl 44, 8); desta alegria podemos nós participar: ela será tanto maior quanto maior foi a caridade».
No Verão de 1881 fez voto de castidade, com a aprovação do seu director de consciência. Apesar disso, ofereceram-lhe raparigas interessantes, boas escolhas. Uma vez diziam-lhe que escolhesse entre duas irmãs: respondeu que se reservava para a terceira; ainda por nascer.
Em Junho de 1880, defendeu brilhantemente tese em Pavia; uma dissertação latina sobre a importância de Homero e de Hesíodo para a história do direito penal. rendeu-lhe uma bolsa de estudos. Foi a Berlim. Lá apreciou muito o catolicismo sério, corajoso, dos militantes aguerridos por causa do Kulturkampf bismarkiano. Aproveitou muito do ensino de grandes juristas, que reconheceram imediatamente o valor excepcional deste jovem italiano.
FERRINI era um sábio com gostos de ermitão contemplativo, «santamente tímido». A ciência foi a sua dama. Com muito desinteresse, não procurou no estudo um meio de subir a algum posto lucrativo e agradável. O professorado foi para ele uma espécie de sacerdócio: procurava a verdade para o ensino. Não se especializou nas matérias de êxito fácil, com publicidade assegurada: escolheu o direito penal romano e o direito bizantino. Para esta última disciplina, foi quase um iniciador na Itália. Em 1881, lançou-se a uma edição critica da paráfrase grega das Institutas de Justiniano, atribuídas a Teófilo, e teve de procurar os manuscritos em grandes arquivos europeus. Em Outubro de 1883, aos 24 anos, foi encarregado em Pavia dum curso de história do direito penal romano. Depois deram-lhe uma cátedra, criada por ele, de exegese das fontes do direito romano. Concorreu à cátedra de Bolonha, mas foi preterido um partidário do divórcio. Em 1887 veio ensinar em Messina, e em 1890 em Módena. Em 1894 voltou à faculdade - ao Ateneu - de Pavia. Foi sempre um mestre compenetrado da seriedade do seu ofício e do respeito devido ao auditório.
Nuns vinte anos, este homem laborioso redigiu uns 200 trabalhos. PIO XI evocava assim em 1931 a sua obra de sábio:
«O trabalho! Trabalho cientifico no mais alto grau, trabalho de investigação, reflexão e ensino. Trabalho que FERRINI realizava com um zelo apaixonado, mas que bem se pode classificar entre os mais áridos, desenvolvendo-se quase integralmente sobre textos antigos, escritas difíceis de decifrar e ainda mais difíceis de compreender. Vimo-la em exercício, mais que uma vez, essa inteligência soberana. Li à primeira vista textos embrulhados, escondidos em escritas indecifráveis dos séculos antigos: do latim, do grego, do síriaco: pois ele passava com a maior facilidade duma língua à outra. Lia os textos e ao mesmo tempo captava-lhes o sentido, e, ao correr da pena, apresentava logo a tradução latina ou italiana. Labor muito fatigante, essencialmente dificil e árduo, e que só pode apreciar quem dele tem experiência, labor que se parece a verdadeiro e longo cilício, trazido a vida inteira».
Em vista duma síntese futura sobre Cristo e o direito romano, estudou o pensamento jurídico de Arnóbio, Lactâncio, Minúcio Félix e de Santo AMBRÓSIO.
«É necessária, escrevia ele, minuciosa e pacientíssima comparação entre os escritos dos juristas e as obras dos escritores cristãos».
Este homem de escritório e de biblioteca soube ser um carácter. Afirmou-se, impôs-se com doçura humilde. Em política, era conservador. A sua docilidade às directrizes pontifícias foi incensurável. Em 1895, era vereador da câmara de Milão e mostrou-se excelente neste cargo. Um homem que pelo pensamento vivia nos séculos antigos, lutou valentemente pelas boas causas do seu tempo: contra o divórcio; para salvar a infância abandonada.
Na família, este sábio mantinha-se como empregadinho, disposto para os deveres enfadonhos que lhe impunha a mãe. Deixava os Digestos para pôr a mesa ou descer à adega, abandonava os livros para recolher lenha. Tinha para com o pai o respeito amigo devido ao paterfamilias.
Foi julgada excessiva a sua modéstia. Se recebia um cumprimento por um artigo, um livro, respondia sorridentemente: «Não tem importância».
Tinha o sentido da liturgia.., sabia dar a honra à sua Missa quotidiana. Diante do tabernáculo, a sua oração parecia-se às vezes com êxtase: podia-se-lhe pegar no chapéu ou no casaco, sem ele reagir. Em Agosto de 1898, foi visto estar horas em adoração num santuário da montanha. Porque ele, era durante as férias, robusto alpinista. «Faça como se eu fosse um penedo» dizia a quem se apoiava nele durante uma excursão.
Levou-o rapidamente desta vida uma febre tifoide em Suana - Novara, a 17 de Outubro de 1902. PIO XI assim o pintou:
«De estatura média, forte, harmoniosa, elegante nas linhas; o passo rápido, mas firme, o passo dum caminhante a isso habituado; e que sabe para onde vai; a pena sempre pronta e sábia, a palavra fácil e persuasiva; no rosto um ar de alegria sempre igual, que o não deixou nunca até à véspera da morte; mas, sobretudo, neste rosto, uma irradiação de pureza e de amável juventude. O seu olhar tinha todas as doçuras da bondade do coração excelente; os seus olhos e a sua testa vasta tinha o encantador reflexo duma inteligência verdadeiramente soberana».
Era terceiro franciscano desde 1886. Citemos algumas passagens do seu regulamento de vida:
«... Procurarei ser modelo de mansidão, de doçura, de caridade e humildade. Repararei cada falta redobrando a atenção e procurando sempre as ocasiões de praticar essas virtudes. Quanto ao café, manter-me-ei indiferente e, se possível, não lhe deitarei açúcar. resistirei a desejar gulodices, mesmo parecendo-me precisar delas. Durante o dia farei uma visita a Jesus no Santíssimo Sacramento, recordando-me do seu amor, da Sua ternura e da Sua doçura inefáveis: irei ter com Ele com espírito de afectuosa confiança e humildade. Conservar-me-ei em união com Ele o dia inteiro com frequentes aspirações e grande pureza de intenção... A caridade espiritual para com os outros será o meu primeiro cuidado; tornar-me-ei humilde e afável. Falando aos outros de Deus, pedir-Lhe-ei que dê fruto ao que digo pela sua acção inefável...»
O espírito de pobreza de CONTARDO era real. Emprestara todas as suas economias, 30 000 francos-ouro, a um amigo que os dissipou num mau negócio. FERRINI não se queixou nem o mínimo. Não tentou recuperar a quantia nem sequer em parte.
Sendo professor em Pavia, morava com a irmã numa quinta a 3 quilómetros da cidade. Levantar às 5 e meia, ou voltava ao quarto só às 22 horas. depois de se entregar às suas devoções em Pavia, almoçava num alojamento que tinha o cunhado na cidade. Dava o curso vestindo casaco escuro e luvas pretas. Os professores gostavam de se encontrar no café: FERRINI preferia a biblioteca ou a igreja. Visitava o bispo. Depois de receber os estudantes que lhe desejavam falar, voltava a pé para casa da irmã. Depois do jantar, algumas vezes jogava uma partida de cartas. O dia terminava com o terço rezado em família. A uma pergunta, que um dia faziam ao porteiro, este respondeu da seguinte maneira:
«Nos dias de festas, o professor não é fácil de encontrar. Está sempre na igreja, onde tem muitas coisas para fazer».
FERRINI, falecido aos 43 anos, faz pensar no francês OZANAM, falecido aos quarenta anos, em 1853. Ambos mostraram pelo exemplo que a ciência é compatível com o Cristianismo. OZANAM com uma vida mais activa. FERRINI, de maneira mais oculta.
CONTARDO FERRINI foi beatificado em 1947 pelo Papa PIO XII
IRIA, Santa
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Venerada em Espanha e sobretudo em Portugal, esta santa tem uma história romanesca que se conta assim.
No reinado de Recesvinto, vivia em Nabância, na Lusitânia, uma donzela chamada IRIA, filha de Ermígio e Eugénia, pessoas de sangue ilustre. EUGÉNIA tinha um irmão, chamado CÉLIO, abade dum mosteiro daquela região. Vendo este a vivacidade e boa disposição da sobrinha, encarregou o monge REMÍGIO, homem douto e religioso, de a instruir nas letras e bons costumes. A menina vivia retirada do mundo em companhia de CASTA e JÚLIA, irmãs de seu pai. Todas costumavam, uma só vez por ano, em dia de São PEDRO visitar a Igreja dedicada a este Apóstolo, que se erguia junto ao palácio de Castinaldo, governador daquelas terras.
Também este acudia devotamente à Igreja com a sua família e um filho único, chamado BRITALDO, que, ao ver a donzela numa dessas festas, ficou enamorado da sua formosura. Não se atreveu, porém, a manifestar-lhe o seu amor, porque o conteve o amor de Deus e o respeito devido aos pais de IRIA e ao abade CÉLIO. Essa paixão reprimida ia-o consumindo dia a dia, sem que nada valesse o carinho da família e o auxilio da medicina.
Sabendo do estado do enfermo por divina revelação, IRIA decidiu-se a ir visitá-lo, para lhe dizer que a doença não era mortal e que Deus lhe restituiria a saúde, se ele afastasse o mau afecto a que os olhos o tinham inclinado. Alentado com as exortações da santa, o doente tranquilizou-se. Como ela lhe prometesse que não casaria com outro, BRITALDO em breve se restabeleceu, e seus pais ficaram a ter maior devoção pelo mosteiro onde IRIA estava recolhida, dando-lhe muitas esmolas e privilégios.
Passados dois anos, entrou o demónio no coração do monge REMÍGIO, inspirando-lhe um amor impuro pela discípula. Como a santa recusasse as suas solicitações e o repreendesse, o monge ministrou-lhe ocultamente uma beberagem que lhe deu o aspecto de mulher grávida. BRITALDO acreditou nos rumores a respeito do mau procedimento de IRIA e, julgando que ela tinha faltado à promessa, encarregou um soldado de a matar.
Estava ela uma noite a rezar junto do rio Nabão, quando sobreveio o soldado e a degolou, atirando depois o cadáver à corrente. De manhã, como ela não aparecesse, correu a fama de que tinha fugido com um amante. Conhecendo, porém, a verdade por divina revelação, o abade CÉLIO divulgou o acontecimento e todos começaram a procurar o cadáver pelo Nabão e pelo Zézere até ao Tejo. Encontraram-no, enfim, junto à cidade de Scalábis. As águas do Tejo afastaram-se da margem e deixaram em seco o sepulcro de mármore dentro do qual estava o corpo da virgem. Não houve forças humanas que pudessem removê-lo. Espraiou-se outra vez o Tejo e cobriu-o com as suas águas. Por memória, a cidade ficou a chamar-se de Santa IRENE, e daí vem o nome de SANTARÉM.
Concluindo esta biografia, a edição portuguesa das Vidas dos Santos, 1955, apresenta esta nota: «Retocamos a lenda apresentada pelo Autor, de harmonia com as lições «próprias» de Lisboa. O caso é atribuído ao ano de 653 e anda contado de modo diverso, num conhecido romance popular».
E Santos de Portugal, diz nas páginas 21 e 22: «Com semelhante associação de ideias, e ainda outras mais arrojadas, se adensaram, sobre Santa IRIA, a lenda e até o romance tão maravilhosamente que, no seu sermão, o Padre ANTÓNIO VIEIRA começou por exclamar, desde o exórdio:
"Ó IRIA, Virgem entre todas, e em tudo, singularíssima! Singular na vida, singular na morte, singular na sepultura, e com singularidade, nem antes nem depois de vós, comunicada a outrem, verdadeiramente única!"»
NABÂNCIA, diz o Ano Cristão, vol X, p. 270, é o nome antigo de TOMAR.
CAPRÁSIO, Santo
Texto do LÇivro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Máryir em Agen, França, depois de presenciar os tormentos qye sofreun a virgem Santa FÉ. Celebra-se a 20 de Outubro.
Outro CAPRÁSIO foi ermitão dos Vosgos, FRança, o qual, em união com Santo HONORATO fundou o mosteiro de Lerins. Foi bispo de Arles e morreu pelo ano de 430. É celebradio no dia 1 de Junho.
CORNÉLIO o Centurião, Santo
Comemoração de São CORNÉLIO centurião que, em Cesareia da Palestina, foi baptizado por São PEDRO como primícias da Igreja dos gentios.
CAPRÁSIO DE AGEN, Santo
Em Agen, na Aquitânia, França, São CAPRÁSIO mártir. (303)
SINDOLFO DE AUSSONCE, Santo
Em Aussonce, território de Reims, França, São SINDOLFO eremita que seguiu a vida solitário somente conhecida por Deus. (600)
VITAL DE SALZBURGO, Santo
Em Salzburgo, na Baviera, hoje na Áustria, São VITAL bispo que, originário da Irlanda, foi discípulo de São RUPERTO companheiro nas suas viagens e imitador dos seus trabalhos e vigílias; escolhido por ele como seu sucessor, converteu à fé de Cristo a população de Pinsgau. (730)
ANDRÉ "In Crisi" ou "Calabita", Santo
Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, Santo ANDRÉ chamado «In Crisi» ou «Calabita» monge e mártir, o qual, nascido na ilha de Creta, por defender o culto das santas imagens, no tempo do imperador Constantino Coprónimo foi repetidamente flagelado e torturado até à morte e finalmente precipitado do alto da muralha da cidade. (767)
ADERALDO ou ADELARDO, Santo
Em Troyes, junto ao rio Sena, na França, Santo ADERALDO ou ADELARDO, arcediago, que ilustrou a Regra canonical com as suas palavras e o seu exemplo, mesmo quando era prisioneiro dos Sarracenos na terra Santa. (1002)
ADELINA DE MORTAIN, Santa
Em Savigny, na Normandia, França, Santa ADELINA primeira abadessa do mosteiro de Mortain que fundou com a ajuda de seu irmão São VITAL. (1125)
TIAGO STREPA, Santo
Em L'viv na Roménia, hoje Ucrânia, o Beato TIAGO STREPA bispo de Halic, da Ordem dos menores, ilustre pela sua solicitude pastoral e virtudes apostólicas. (1409)
TIAGO KERN (Francisco Alexandre Kern), Beato
Em Viena, na Áustria, o beato TIAGO KERN (Francisco Alexandre Kern) presbitero da Ordem Premonstratense que, ainda aluno seminarista mobilizado durante a primeira guerra mundial, foi ferido em combate; depois entregou-se com grande solicitude ao ministério pastoral que exerceu por breve tempo; efectivamente, afectado por uma longa e penosa enfermidade, suportou-a com grande fortaleza de ânimo, aceitando serenamente a vontade de Deus. (1924)
... E AINDA ...
BERENGARIO ALEMAN DE BELLPUIG, Beato
Originario di Valenza (Spagna), il Beato Berengario Aleman de Bellpuig, cavaliere laico mercedario, onorò l'Ordine con le sue eroiche virtù. Nel 1230 prese parte alla liberazione dell'isola di Maiorca sconfiggendo i mori, riportandola alla fede di Cristo. Nella stessa isola nel convento del Santissimo Salvatore terminò la sua vita accompagnato da prodigiosi miracoli che attestarono la sua santità.
L'Ordine lo festeggia il 20 ottobre.
DIEGO DE CERVANTES, Beato
Inviato come redentore in terra africana, il Beato Diego de Cervantes, religioso dell'Ordine Mercedario, liberò da una dura schiavitù 443 prigionieri dei saraceni.Amato da Dio e dagli uomini, dopo aver accumulato meriti e buone opere si addormentò nel Signore. L'Ordine lo festeggia il 20 ottobre. |
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IRENE DE PORTUGAL, Santa
Sono più d'una, nei calendari, le Sante con il nome di Irene. Nome bello nel suono e nel significato, perché deriva dalla parola greca che significa " pace ". La Santa Irene di oggi è una delle più note, grazie soprattutto a una pittoresca leggenda che ha incontrato grande popolarità in molti paesi, benché abbia ben poco di verosimile. Narra dunque come Irene, nata nel Portogallo sulla metà del VI secolo, fosse religiosa in un monastero di vergini consacrate a Dio. Benché modesta e pudica, ella spiccava tra le consorelle per la sua eccezionale bellezza di lineamenti.
Si innamorò di lei un giovane signore, che più volte la chiese in sposa. Irene gli fece capire come ciò fosse impossibile, e non per sprezzo o antipatia, ma per restare fedele a un impegno più alto. Al rifiuto, il giovane, sinceramente innamorato, si afflisse tanto da ridursi gravemente ammalato. Spronata dalla carità, Irene si recò a visitarlo, e lo consolò con parole così ispirate da far presto guarire l'innamorato giovane.
Ma la storia non finì lì. Un religioso indegno, turbato dalla bellezza di Irene, tentò di corrompere la giovane, sua penitente. Non riuscendovi, egli si vendicò atrocemente. Offrì alla fanciulla una misteriosa bevanda, e poco dopo Irene mostrò i segni di una prossima maternità.
Lo scandalo dilagò. Lo seppe anche il primo pretendente, il quale, giustamente si ritenne odiosamente beffato. Mandò perciò un sicario per punire la donna, da lui ritenuta menzognera e impudica.
Il sicario recise con la spada la testa di Irene, poi ne gettò il corpo nelle acque di un fiume. La corrente portò il corpo di Irene fino al Tago, poi lo fece arenare presso la città di Scallabis; dove viveva un Abate, zio della fanciulla. Avvertito in visione dell'accaduto, l'Abate si recò in processione a raccogliere le spoglie dell'uccisa.
Non fu difficile comprovare l'innocenza della fanciulla, Martire senza colpa. La sua vicenda commosse l'intera città, tanto che da allora venne chiamata, non più Scallabis, ma Santarèm, cioè " Sant'Irene ".
Abbiamo già detto che questa popolarissima leggenda non ha nessun fondamento reale. La Santa di oggi, la Santa Irene di Santarèm, altro non è che l'immaginario " doppione " di un'altra Martire dallo stesso nome.
Sant'Irene, Martire di Tessalonica nei primi secoli, era particolarmente venerata a Scallabis, dove si trovavano alcune sue reliquie. La devozione per l'antica Martire orientale dette corpo alla leggenda della Santa dallo stesso nome, ma con le fattezze di una fanciulla portoghese. Si volle insomma rendere più edificante e commovente un esempio di virtù e di eroismo, non però allo scopo di ingannare i fedeli, ma al contrario per accrescere il loro zelo e ravvivare il loro affetto per la Santa.
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LEOPARDO DE ÓSIMO, Santo
Tra molti Leoni e non pochi Orsi, due o tre Santi di nome Foca e uno addirittura chiamato Tigre, il serraglio del Calendario presenta anche due Santi di nome Leopardo, e accanto a questi un San Leopardino.
Leopardo, non Leonardo: cioè il nome stesso del felino chiamato anche pantera. Il primo Leopardo, ricordato il 30 settembre, fu un Martire romano caduto sotto Giuliano l'Apostata. Sepolto nel cimitero di Sant'Ermete, sarebbe stato poi trasportato ad Otricoli, da dove le sue reliquie emigrarono ad Aquisgrana, la capitale di Carlo Magno. Nella città dei " tepidi lavacri " fiori e sopravvisse il suo culto e la sua memoria.
Il secondo San Leopardo è Patrono della città di Osimo, e a lui è dedicata la bella cattedrale della città, oggi in forme romaniche, ma che risale ad un'epoca ancora più antica, perché sembra che sia stata eretta nell'VIII secolo.
E' probabile, anzi, che il duomo di Osimo, cioè la cattedrale di San Leopardo, occupi il luogo dove era il Campidoglio dell'antica Auximum romana, con le Terme e il tempio dedicato a Igea e ad Esculapio. Queste due divinità pagane, come è noto, presiedevano alla salute dei mortali, e il loro ricordo sembra alludere alla salubrità dell'aria e delle acque di quel ridente angolo di terra marchigiana. Il culto di San Leopardo ad Osimo è antico di almeno mille anni. L probabile che la vita del Santo stesso risalga a diversi secoli più addietro, e non c'è motivo di dubitare dei dati riferiti dalla sua storia leggendaria, per quanto frammentari e incompleti, secondo la quale egli sarebbe vissuto nel V secolo cristiano, al tempo del Papa Innocenzo I e degli Imperatori Valentiniano III e Teodosio.
Gli eventi della vita di San Leopardo sono incerti, e i documenti scritti sul suo conto sono assai posteriori, frutto in gran parte di immaginazione. Ciò non vuol dire, però, che si debba negare il dato tradizionale che fa di lui il primo Vescovo di Osimo, onorato come tale fin dal X secolo, o prima.
Il nome proprio di Leopardo dovette essere abbastanza diffuso nella regione di Osimo, ed è sicuramente dal nome di un medievale Leopardo, secondo una ben nota regola della formazione di moltissimi cognomi italiani, che la sua discendenza ebbe il nome di famiglia dei Leopardi.
MARIA DE JESUS, Beata
Monaca mercedaria nel convento di Vera Cruz di Berriz in Spagna, la Beata Maria di Gesù, fu resa famosa per le rivelazioni divine dello Spirito profetico. Dopo molte fatiche e gravissime pene, decorata di meriti e di miracoli migrò allo Sposo Divino.
L'Ordine la festeggia il 20 ottobre.
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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto
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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
In
MARTIROLÓGIO ROMANO
Ed. Conferência Episcopal Portuguesa - MMXIII
e através dos sites:
Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral,
e do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial de Braga, além de outros, eventualmente
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Também no que se refere às imagens que aparecem aqui no fim das mensagens diárias, são recolhidas aleatoriamente ou através de fotos próprias que vou obtendo, ou transferindo-as das redes sociais e que creio, serem livres.
Quanto às de minha autoria, não coloco quaisquer entraves para quem quiser copiá-las
Igreja da Graça
Santarém
ANTÓNIO FONSECA
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