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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

FREDERICO OZANAM

Como podem verificar, efectuei algumas alterações ao meu blogue relativamente à apresentação que tinha feito inicialmente. Não está ainda como pretendo, mas espero caminhar para lá; vamos ver se consigo alcançar essa meta.
Relativamente aos Modelos Vicentinos, debruço-me hoje na figura carismática de Frederico Ozanam, fundador das actuais Conferências Vicentinas. Não sendo lícito que um vicentino desconheça a grande figura do nosso fundador, vamos tentar recordar muito resumidamente a sua vida, assim como o papel predominante desempenhado na fundação da Sociedade.
Nascido em 1813 de pais cristianíssimos, que souberam comunicar-lhe o amor de Deus e lhe ensinaram a ver Jesus Cristo na pessoa do pobre, Frederico Ozanam soube conservar, mesmo na idade das fortes paixões, um coração puro e a sua fé, mal foi afectada ao primeiro contacto com os sistemas filosóficos, por uma ligeira incerteza, imediatamente dissipada, da qual resultou para a vida inteira uma forte compaixão pelos transviados e a vontade de demonstrar que só o ensino caído dos lábios de Cristo e perpetuado pela Igreja possui os sinais infalíveis da verdade eterna e divina.
Terminado em Lyon o curso secundário, vai seguir Direito em Paris, onde encontra aquele meio agitado que se seguiu à queda dos Bourbons; sente-se triste e isolado ao ouvir as diatribes anti-religiosas lançadas por Jouffroy do alto da cátedra da Sorbonne.
"Paris desagrada-me", escreve ele, "porque não tem vida, nem fé, nem amor". Mas ganha forças e reage ao agasalhar-se em casa do sábio Ampere, que remata assim as conversas íntimas que com ele tem sobre as maravilhas da natureza: "Ozanam, como Deus é grande, como Deus é grande!"
Refeito então, traça o programa que dominará a actividade de toda a sua vida: residindo no catolicismo o melhor remédio para os males da sociedade contemporânea, há que demonstrar a sua verdade científica e histórica.
Para se armar convenientemente, lança-se ao trabalho; estuda 15 horas por dia e aprende línguas estrangeiras, ao mesmo tempo que recruta entre os estudantes da Sorbonne colaboradores, com os quais prepara a resistência à ofensiva anti-religiosa que naquela Universidade se desenvolvia: respeitosamente mas com firmeza sustenta a sua opinião com uma lógica que desarma o adversário e obriga Jouffroy a dizer que a oposição, de materialista, se transformou em católica.
Vêm então as Conferências da História, como meios de formação intelectual e de adestramento para o combate; delas nasce a Conferência da Caridade, precursora da grande obra que é a Sociedade de S. Vicente de Paulo, graças à qual tantas misérias materiais e morais têm sido confortadas, por cujo intermédio tantos homens aprenderam que de nada valem os dons da inteligência se não forem acompanhados dos de coração e que o melhor preservativo contra as tentações do espírito ou da carne é ainda a comunhão com o sofrimento dos nossos irmãos desgraçados!
É também nessa época que Ozanam, apenas com 21 anos, consegue vencer prevenções existentes contra Lacordaire que, apesar da sua inteira submissão a Roma e rompimento com a doutrina extremista de Lamennais continua a ser tido como suspeito; impõe o seu nome para primeiro pregador das conferências de Notre-Dame; a primeira das quais se realiza com a assistência de 6 000 pessoas, e constitui um verdadeiro triunfo. Esta é, sem dúvida, outra das grandes obras de Ozanam, o qual tem levado ao púlpito de Notre-Dame, com a sua mundial projecção, grandes pensadores, que mais vão confirmando a vitalidade da Igreja.
Diplomado em Direito, defende também com o maior brilho, a tese de Letras, sobre Dante e a filosofia do século XIII; a sua viva argumentação e a convicção profunda com que defende os seus pontos de vista, valem-lhe no final esta exclamação do professor e ministro Victor Cousin: "Senhor Ozanam, a sua eloquência nunca foi excedida nesta faculdade!"
É então nomeado professor de Direito Comercial em Lyon e pretende ser promovido na cadeira, para ele bem mais interessante, de Literatura estrangeira, ao que se levantam dificuldades originadas pelas suas crenças. Procura o Ministro, que lhe promete a cátedra com a condição de tomar parte no concurso aberto para a cadeira de Literatura na Sorbonne, concurso que se realizará dentro de seis meses, e ao qual o Ministro quer dar o maior brilho.
As probabilidades para Ozanam são nulas, dado que há sete concorrentes que se preparam há um ano. No entanto, sem prejuízo da carreira que rege, nem tão pouco os seus trabalhos vicentinos em Lyon, lança-se na preparação para o concurso, que abrange três literaturas clássicas e quatro estrangeiras; estuda dezoito horas por dia e chega ao exame, extenuado e febril.
Presta provas escritas, que começam por um trabalho em latim sobre as causas que impediram a expansão da tragédia em Roma e continuam com outro trabalho em francês sobre o valor histórico das orações fúnebres de Bossuet.
Seguem-se argumentações orais, de três horas cada, sobre autores gregos. latinos, franceses, nas quais afirma desassombradamente a sua fé; exposições sobre literatura alemã, inglesa e espanhola, nos respectivos idiomas; depois, lições sobre temas tirados à sorte, um com vinte e quatro horas e outro com uma hora de antecedência.
O resultado é a sua classificação em primeiro lugar, o que o decide a optar pela cátedra da Sorbonne, onde sente que o seu combate pela causa da Igreja terá bem maior projecção, embora com sacrifício de condições de vida e proventos, que seriam bem mais vantajosos em Lyon. A decisão final do caso é entregue à sua noiva, Amélia Soulacroix que, bem digna dele, opta sem hesitação por Paris, se bem que isso implique o seu afastamento da família.
Na Sorbonne ensinou Ozanam, com verdade e com paciência, levada ao heroísmo durante doze anos, não hesitando em imolar-se ao serviço da civilização e da Igreja, como entendia ser dever de homem de ciência cristão, em paridade de sacrifício com o missionário que se deixa matar no Oriente. "Ah, meus senhores - dizia -, não sejamos cobardes a ponto de acreditar numa partilha que seria uma acusação contra Deus, que a teria feito e uma vergonha para nós que a aceitaríamos".
Apaixonadamente interessou-se pelos problemas sociais e, precursor da doutrina da Igreja neste campo, defendeu o salário natural, reivindicou disposições contra o desemprego e os acidentes e reclamou a reforma para os trabalhadores.
Nas Conferências ocupou-se, além da visita domiciliária, de obras anexas, e criou a visita aos menores detidos, a dos aprendizes e a dos militares.
Em 1852, exausto de trabalho, vai procurar no doce clima de Itália algum alívio para o seu mal. Mas as forças continuaram a declinar. Resignado, sente-se atraído para a eternidade e, posto que muito custosa a ideia da separação dos seus queridos, pronuncia o "fiat", abandonando-se inteiramente à vontade de Deus, na formosíssima oração escrita no dia do seu 40º aniversário, da qual extraímos estas passagens:
"... Sei que completo hoje os meus quarenta anos, mais de metade do caminho da vida. Sei que tenho uma mulher jovem e estremecida, uma filha encantadora, excelentes irmãos, uma segunda mãe, numerosos amigos, uma posição honrosa, trabalhos chegados precisamente ao ponto em que iriam servir de base a uma obra há muito sonhada. E entretanto eis que sou tomado por uma doença grave, renitente, e tanto mais perigosa, que esconde provavelmente um esgotamento completo".
... "Será então preciso deixar todos estes bens que Vós mesmo, meu Deus, me tínheis dado? Não Vos contentareis, Senhor, com uma parte do sacrifício? Qual das minhas afeições desordenadas deverei imolar-Vos? Não aceitareis o holocausto do meu amor-próprio literário, das minhas ambições académicas, ou até mesmo dos projectos de estudo, onde talvez houvesse mais orgulho do que zelo pela verdade? Se vendesse metade dos meus livros para dar o seu valor aos pobres e cingindo-me ao cumprimento dos deveres do meu cargo, consagrando o resto da vida à visita dos indigentes e à instrução dos aprendizes e soldados, Senhor, ficaríeis satisfeito e conceder-me-íeis a doçura de envelhecer junto de minha mulher e de completar a educação de minha filha? Talvez não o queirais! Não aceitais estas ofertas interesseiras; rejeitais os meus holocaustos e os meus sacrifícios. É a mim que Vós quereis. está escrito no começo do livro que devo fazer a Vossa vontade. E eu disse: "Eis-me aqui, Senhor".
..."Dar-me-eis a coragem, a resignação, a paz de alma, e aquelas consolações inexprimiveis que acompanham a Vossa presença real. Fár-me-eis encontrar na doença uma fonte de merecimentos e de bênçãos, bênçãos que fareis recair sobre minha Mulher, sobre minha filha e todos os meus, aos quais as minhas obras aproveitariam menos do que os meus sofrimentos".
Regressado a França, agrava-se a doença e, ao passar em Marselha, o fim parece iminente. Ozanam encara-o com a maior serenidade e responde com simplicidade ao sacerdote que o acompanhava, recomendando-lhe que tivesse confiança em Deus: "Como poderia temê-Lo, se O amo tanto?" E murmurando: "Meu Deus, meu Deus tende compaixão de mim", expirou. Era o dia 8 de Setembro, da Natividade de Nossa Senhora, no ano de 1853.
Paris reclamou o seu corpo, que jaz sepultado na cripta da Igreja dês Carmes.
Não é para admirar que a consideração de alta espiritualidade da sua vida, toda ela dominada pelo pensamento da defesa da religião, com inteira submissão ao Pontífice, a sua extrema caridade, assim como a evidente benção de Deus sobre as suas obras, tenham feito nascer a ideia da beatificação de Ozanam. Com o apoio do Cardeal-Arcebispo de Paris e do Cardeal-Protector da Sociedade, foi proposta a causa a 15 de Março de 1925 e feito já o exame aos seus numerosos escritos, nos quais nada se encontrou que obstasse ao prosseguimento do processo. Assim, Sua Santidade João Paulo II assinou o Decreto de beatificação em 25 de Junho de 1996 e foi solenemente beatificado, em Paris, no dia 22 de Agosto de 1997, durante o Encontro Mundial de Jovens, a pedido do Santo Padre, como exemplo para a juventude.
No mesmo dia foi declarada Doutora da Igreja, Santa Teresa de Lisieux.
&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& Lembro em seguida o texto da Homilia de Beatificação de Frederico Ozanam. HOMILIA DE BEATIFICAÇÃO
1. "O Amor vem de Deus" (1 Jo. 4, 7). O Evangelho deste dia apresenta-nos a figura do bom Samaritano. Mediante esta parábola, Cristo quer mostrar aos Seus ouvintes quem é o próximo citado no maior mandamento da Lei divina: "Amarás ao Senhor teu Deus, com todo o coração, com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento, e ao próximo como a ti mesmo" (Lc 10, 27). Um doutor da Lei perguntava o que devia fazer para ter parte na vida eterna; encontrava nestas palavras a resposta decisiva. Sabia que o Amor de Deus e do próximo é o primeiro e o maior dos mandamentos. Apesar disso, pergunta. "Quem é o meu próximo?" (Lc 10, 29).
O facto de Jesus propor um Samaritano, como exemplo para responder a esta pergunta, é significativo. Com efeito, os Samaritanos não eram particularmente estimados pelos Hebreus. Além disso, Cristo compara a conduta deste homem àquela de um sacerdote e de um levita, que viram o homem ferido pelos salteadores e deixado meio morto na estrada, e continuaram a sua caminhada sem lhe prestar socorro. Ao contrário o Samaritano, que ao ver o homem sofredor, "encheu-se de piedade" (Lc. 10, 33); a sua compaixão levou-o a uma série de acções. Em primeiro a fim de que cuidassem dele; e, antes de partir, deu ao estalajadeiro o dinheiro necessário para se ocupar do ferido (cf. Lc. 10, 34-35). O exemplo é eloquente. O doutor da Lei recebe uma resposta clara à sua pergunta: Quem é o meu próximo? O próximo, é todo o ser humano, sem excepção. É inútil perguntar pela sua nacionalidade, a sua pertença social ou religiosa. Se está em necessidade é preciso ir ajudá-lo. É isto que pede a primeira Lei divina, a lei do Amor de Deus e do próximo.
Fiel a este mandamento do Senhor, Frederico Ozanam acreditou no amor, no amor que Deus tem por todos os homens. Ele mesmo se sentiu chamado a amar, dando o exemplo de um grande amor de Deus e dos outros. Ia ao encontro de todos os que tinham mais necessidade de ser amados, daqueles a quem Deus-Amor não podia ser efectivamente revelado senão pelo amor duma outra pessoa. Ozanam descobriu nisto a sua vocação, viu o caminho para o qual Cristo o chamava. Encontrou nisto o seu caminho rumo à santidade. E percorreu-o com determinação.
2. "O Amor vem de Deus". O amor do homem tem a sua fonte na Lei de Deus; a primeira leitura do Antigo testamento demonstra-o. Nela encontramos uma descrição pormenorizada dos actos do amor ao próximo. É como que uma preparação bíblica para a parábola do Bom Samaritano.
A segunda leitura, tirada da primeira Carta de S. João, desenvolve o que significa a palavra "o amor vem de Deus". O Apóstolo escreve aos seus discípulos: "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama, nasce de Deus e conhece-O. Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor" (1 Jo. 4, 7-8). Esta palavra do Apóstolo constitui verdadeiramente o centro da revelação, o ápice para o qual nos conduz tudo o que foi escrito nos Evangelhos e nas Cartas Apostólicas. S. João prossegue: "Nisto consiste o Seu amor: não fomos nós que amámos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação para os nossos pecados" (1 Jo. 4-10). A remissão dos pecados manifesta o amor que por nós tem o Filho de Deus feito homem. Então o amor do próximo, o amor do homem, já não é apenas um mandamento. É uma exigência que deriva da experiência vivida do amor de Deus. Eis porque João pode escrever: "Se Deus nos amou assim, também nos devemos amar uns aos outros" (1 Jo. 4, 11).
O ensinamento da Carta de João prolonga-se; o Apóstolo escreve: "Ninguém jamais viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus está em nós e o Seu Amor é perfeito em nós". Nisto conhecemos que estamos n'Ele e Ele em nós, porquanto nos deu o Seu Espírito (1 Jo. 4, 12-13). amor é então a fonte do conhecimento. Se, por um lado, o conhecimento é uma condição do amor, por outro o amor faz aumentar o conhecimento. Se permanecermos no amor, temos a certeza da acção do Espírito Santo que nos faz participar no amor redentor do Filho, que o Pai enviou para a salvação do mundo. Ao reconhecermos Cristo como Filho de Deus, permanecemos n'Ele e, por Ele, permanecemos em Deus. Pelos méritos de Cristo, acreditamos no amor, conhecemos o amor que Deus tem por nós, sabemos que Deus nos ama.
&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO António Fonseca

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Banco Alimentar Contra a Fome

Hoje meus amigos, vou-lhes falar sobre a ajuda que o Banco Alimentar Contra a Fome nos está a prestar desde Setembro último, .
No ano de 2007, tentamos como Conferência Vicentina, conseguir a ajuda desta Instituição. Em fins de Junho do corrente ano, tivemos o grato prazer de ser contactados através do seu Director Sr. Vasco Fernandes e da Assistente Social, Drª Patrícia Correia que nos informaram que a partir de Setembro, iríamos passar a receber vários bens alimentares para ser distribuídos pelos nossos utentes, que nessa altura atingiam já mais de 20 famílias, num total aproximado de sessenta pessoas. Presentemente contamos com 28 famílias e cerca de 70 pessoas.
Efectivamente a 8 de Setembro, deslocamo-nos àquela Instituição, sita em Perafita, onde nos foram entregues mais de 300 quilos de vários bens, com o valor aproximado de 440 €uros. Em Outubro, no dia 13, foram recebidos mais de 790 quilos no valor de mais de 780 € e em Novembro, (ontem dia 10), cerca de 450 quilos, no valor de mais de 650 €uros.
Todos estes bens (Setembro e Outubro) foram entregues à totalidade das famílias carenciadas que se encontram inscritas na nossa Conferência. Os produtos que recebemos agora,deverão ficar totalmente distribuídos durante a presente semana.
Desejo aqui salientar e agradecer uma vez mais, em nome da Conferência Vicentina de São Paulo, e meu nome pessoal, as ofertas do Banco Alimentar que, tanto no seu volume, como na sua qualidade e no seu valor, muito tem contribuído para atenuar em grande parte, as dificuldades que em dada altura, chegamos a considerar intransponíveis, na ajuda que vimos prestando aos nossos protegidos que residem no Bairro do Viso.
AQUI FICA POIS, O NOSSO MUITO OBRIGADO, AO BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME.
A "talhe de foice", como se costuma dizer, gostaria também de por este meio, vir agradecer à Junta de Freguesia de Ramalde e ao seu Presidente - Senhor Manuel Maio, e também ao Dr. Artur Correia que foram inexcedíveis na colaboração que lhes foi solicitada para que nos fosse cedida por empréstimo uma carrinha (e o respectivo motorista) para que fosse possível efectuar o transporte daqueles bens alimentares, entre o BA e as instalações da Igreja da Comunidade de S. Paulo do Viso, dado que não possuímos viatura própria e nas duas entregas anteriores (Setembro e Outubro) foram utilizadas 2 viaturas ligeiras, propriedade de dois vicentinos. Aliás esta carrinha está ao serviço da Associação Asas de Ramalde, à qual também desde já agradecemos.
Boa noite e bem hajam todos os Vicentinos.
António Fonseca

O QUE É SER VICENTINO

(*) Este texto foi escrito no site da ssvp-portugal.org. por Gilberto Custódio, e como tal, com a devida vénia, faço a transcrição para este meu blog. O que é ser Vicentino O Vicentino VIVE o Evangelho através de uma aspiração de vida mais evangélica. DETECTA e serve directamente as várias situações de pobreza, vivendo uma espiritualidade Cristã, à maneira de Vicente de Paulo e de Frederico Ozanam. REVELA Cristo. O Cristo que serviu e amou a todos, principalmente os mais pobres. OFERECE um testemunho de fé, mais por obras que por palavras em todo o contacto pessoal, numa mútua santificaçao. COMPROMETE-SE a cumprir a Regra da S.S.V.P, que define a vocação e missão da Sociedade de São Vicente de Paulo. COM HUMILDADE E ESPÍRITO DE POBREZA, JUVENTUDE E ALEGRIA; CRIATIVIDADE, DINAMISMO E OUSADIA CENTRANDO A SUA ACÇÃO NA TRADICIONAL VISITA DOMICILIÁRIA NUNCA ESQUECENDO QUE A SEU LADO PODE ESTAR O "SEU PRÓXIMO" (AQUELE QUE MAIS PRECISA DE NÓS) ALGUNS MODELOS VICENTINOS (**) (**) A seguir descrevo alguns modelos Vicentinos que poderão servir para que todos nós nos inspiremos nos seus exemplos de vida dedicada à CARIDADE. Começarei por descrever o nome desses e dessas Vicentino(a)s (conforme discriminação efectuada por Gilberto Custódio no site da SSVP): São Vicente de Paulo; Frederico Ozanam; Irmã Rosália Rendu; Léon Papin Dupont; Jean-Léon Prevost; César Guasti; Léon Harmel; Felisberto Vrau e Camilo Féron-Vrau; Conde Alberto de Mun; José Toniolo; Ludovico Coccapani; Contardo Ferrini; Zeferino Gimenéz Malla; Pedro Jorge Frassati; Renato Masini; Santiago Masarnau Fernandez ... (outros mais se seguirão certamente...).
São Vicente de Paulo - (1581 a 1660) Ozanam quis colocar as Conferências sob o patrocínio de S. Vicente de Paulo: "modelo na terra, protector no Céu". Foi nas Landes, em Pouy, nos arredores de Dax, que nasceu em 1581 o jovem Vicente de Paulo, terceiro dos seis filhos de modestos lavradores. Dos longos dias passados no meio da natureza, na guarda de rebanhos, lhe veio o gosto da solidão e do recolhimento. A instâncias do pároco e do juiz, impressionados com a viva inteligência de Vicente, mandou-o seu pai para o colégio em Dax, onde fez rápidos estudos e se definiu a sua vocação. Ordenado em 1600, com vinte anos incompletos, torna-se sucessivamente capelão de Margarida de Valois - pároco de Clichy, que transforma em paróquia modelo - e preceptor na família de Filipe Manuel Gondi, general das galés, à qual acompanha nas suas deslocações; verifica então o que é a miséria dos lavradores e a insuficiência do clero rural e daí lhe nasce o sentimento da necessidade de evangelizar os meios rurais. É nomeado Pároco de Chatillon-les-Dombes, aldeia moralmente abandonada, numa igreja deserta, com uma população miserável, sob a influência protestante. Em pouco tempo está transfomado, moral e materialmente, prestando-se a populaçâo a auxiliá-lo. Funda então a primeira "Confraria de Caridade" destinada a "ajudar o corpo e a alma a bem morrer ou a bem viver". De novo em casa dos Gondi, que o reclamam, põe em pé, a Congregação da Missão, destinada a evangelizar aldeias, a qual em poucos anos cobre grande parte do solo da França. A completar a acção das missões, desenvolve as Confrarias da Caridade, para o que chama o concurso de Luísa de Marillac, que com ele colaborará até à morte e recruta as Damas da Caridade. Entretanto, como capelão das Galés, Vicente de Paulo toma contacto com as prisões, verdadeira imagem do inferno e consegue melhorar a sorte dos desgraçados presos, transferindo-os para lugar habitável, organizando visitas e socorros, tanto materiais como morais. Para assegurar permanência nos socorros aos deserdados, institui as "Filhas da Caridade", origem das "Irmâs de S. Vicente de Paulo". Ao mesmo tempo dedica os seus esforços à espiritualização do clero; daí nasceram, em diversos seminários, os "exercícios dos ordinandos", e também as "Conferências das Terças-feiras" destinadas aos futuros Bispos, frequentadas, entre outros, por Bossuet, que a Vicente de Paulo aplicava o dito do Apóstolo: "Se alguém fala, que as suas palavras sejam as palavras de Deus". Junto de Luís XIII, de Ana de Áustria, de Richelieu e de Mazarino, desenvolve notável acção na escolha de superiores eclesiásticos e a sua actividade torna-se prodigiosa para acudir a todos os males; cria o orfanato, instrução, aprendizagem e colocação de crianças expostas; organiza um vasto socorro às províncias devastadas pela guerra, vencendo a fome, as epidemias e levantando ruínas. Inteligência fulgurante, que lhe apresenta a raiz do mal a combater, vontade firme e privilegiado espírito de organização; tudo isto ao serviço dum coração a transbordar de amor fraterno, constitui o mais admirável exemplo terreno da "Caridade nas Obras".
Falecido em 1660, foi canonizado em 16 de Junho de 1937, vindo a ser proclamado por Leão XIII patrono das obras de caridade.
Tal é a figura do extraordinário santo a quem Ozanam foi buscar para patrono e modelo das Conferências, que são instadas a imitar o seu amor ao próximo e o seu zelo eminentemente operoso, com raiz na mais intensa piedade.

Nota: a seguir, Frederico Ozanam ...

sábado, 8 de novembro de 2008

Vicentinos - Quem somos nós ?

Antes de dar resposta à pergunta em título, quero dar aqui uma explicação:

Ontem dia 7 publiquei as leituras 25 e 26 do livro "Um ano a caminhar com São Paulo". Na primeira antecipei a transcriçâo com um introito a informar porque o fazia. Quanto ao segundo texto e embora eu tivesse dactilografado nova explicação, sucedeu que por lapso, não a gravei antecipadamente e o texto saiu sem qualquer aviso. Resta-me agora pedir desculpas e informar que fiz a referida publicação, porque o texto referia-se na sua maior parte ao tema CARIDADE que é aquele que move todos os Vicentinos e achei por isso que seria oportuno, publicá-lo.

Vamos então à resposta à pergunta que intitula esta mensagem:

Com a devida vénia ao Amigo Vicentino GILBERTO CUSTÓDIO, organizador do site: www.ssvp-portugal.org

Quem somos?

Desde a simples oferta de "umas achas de lenha" - oferta inicial de Ozanam às famílias que primeiro visitou em Paris - às ofertas de roupa, livros, medicamentos, ajuda na procura de empregos e internamentos, visitas a lares, hospitais, cadeias, ou à fundação das chamadas "obras especiais" (obras de acção especializada e individualizada, lares da 3ª idade, centros de dia, casas de trabalho, salas de estudo, cantinas, lares para jovens, creches, infantários, jardins de infância, colónias de férias, etc., ) a acção vicentina procura ser a resposta oportuna para cada situaçao de sofrimento ou pobreza que se detecta - resposta mais ou menos imediata, ou de simples encaminhamento das situações mais dificeis para as vias possiveis de resolução, inquientando consciências indiferentes, apesar de responsáveis, mas com possibilidade de resposta às situaçoes de pobreza e sofrimento.

A acção vicentina preocupa-se com a promoção do homem na sociedade através de um sentimento de acecto e respeito pela dignidade de cada pessoa, da oferta de amor, a que todos têm direito, da compreensão e receptividade a uma confidência ou a um desabafo, um conselho com uma palavra amiga, um olhar carinhoso, motivos de fé e de esperança.

Por hoje fico por aqui, com os melhores cumprimentos Vicentinos.

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

António Fonseca

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Mais uma leitura do livro de S. Paulo

Caros Amigos:
Dado que se insere muito no âmbito do tema mais querido da Conferência Vicentina, ou melhor, de todos os Vicentinos, que é a CARIDADE, achei por bem incluir nesta nova mensagem, o tema da 26ª leitura do livro "Um Ano a Caminhar com S. Paulo" que, conforme comuniquei anteriormente está sendo utilizado durante este Ano Paulino para celebrar condignamente o aniversário 2000 de S. Paulo, que fala profundamente sobre o assunto, para o que peço a vossa melhor atenção ao seu teor. Obrigado.
26 “ACIMA DE TUDO, REVESTI-VOS DA CARIDADE, QUE É O VÍNCULO DA PERFEIÇÃO Faz parte da celebração baptismal a imposição da veste branca aos neófitos, com as palavras que lhe dão sentido: Agora sois nova criatura e estais revestidos de Cristo. Ainda hoje, a veste serve para nos identificar. Perante os outros e em relação a nós próprios. Quantas vezes a roupa que vestimos nos ajuda a fazer aquilo de que somos capazes, a mostrar de que somos feitos. O branco tem a ver com a luz. Até a etimologia da palavra reflecte o que se passa a nível da física: o latim lux é da mesma raiz verbal do grego leukos, que significa branco. E sem luz não há vida. Pelo Baptismo é de Cristo ressuscitado que passamos a viver. Mediante a fé, somos dele revestidos (Gl 3, 27), ou então do homem novo (Cl 3, 10). É o mesmo, só que visto de perspectivas diferentes. O homem novo é aquele que pode dizer: Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do filho de Deus que me amou e se entregou a si mesmo por mim (Gl 2, 20). Destas palavras pode já concluir-se que esta vida nova tem de ser alimentada. Mas Paulo di-lo expressamente: O homem novo, que somos, não cessa de ser renovado à imagem do seu Criador (Cl 3, 10). Daí o apelo: Revesti-vos do Senhor Jesus Cristo (Rm 13, 14). Se não, arriscamo-nos a manchar a veste branca que nos identifica. O perigo é actual, e muitos não lhe resistem. Cristãos, cujo modo de pensar e agir pouco ou nada os distingue dos não cristãos. Será o meu caso? Para que não seja, acolhamos as exortações de Cl 3, 12-17. Vêm na parte da carta relativa à nossa conduta cristã (3,1-4,6), estão fundamentadas na mudança que Deus operou em nós e pretendem manter-nos em permanente renovação. Cl 3, 12-17 Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos, pois, de entranhas de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade, suportando-vos uns aos outros e agraciando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro; na medida em que o Senhor vos agraciou, fazei-o vós também. E, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vinculo da perfeição. Reine nos vossos corações a paz de Cristo, à qual também vós fostes chamados num só corpo. E sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós, em toda a sua riqueza: com toda a sabedoria, ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros; com salmos, hinos e cânticos inspirados, cantai a Deus, nos vossos corações, a vossa gratidão. E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, que tudo seja em nome do Senhor Jesus, dando graças por Ele a Deus Pai. Paulo diz-nos o que devemos fazer, primeiro nas ocupações do dia a dia (vv. 12-15) e depois em celebrações do culto (vv. 16s). Ambas são imprescindíveis. Estão, por isso, envolvidas por duas referências à nossa relação com Deus: dele partimos, naquilo que nos dá (v. 12a), e a Ele nos dirigimos, com aquilo que fazemos (v. 17). É, pois, dele e para Ele que vivemos, numa total união de graça. Cinco vezes aparece este termo e seus derivados, distribuídos pelas duas partes do texto. Se a vida que temos é uma graça divina (vv. 12-15), só a podemos viver como ela é, na gratidão (vv. 16s). Apenas para com Deus? Repare-se que no centro está: Sede agradecidos (v. 15b). É um eixo entre as duas partes, porque a gratidão é permanente e para com todos. Também os outros são agentes da graça. É ela que a todos nos identifica, a veste de que estamos revestidos.. Vejamos de que é constituída e como se manifesta, começando pela sua origem em Deus. Foi Ele que nos elegeu, despindo-nos dos vícios do homem velho, anterior ao Baptismo (3, 8s). Também então nos santificou, fazendo-nos seus filhos, em Cristo. E somos por Ele amados. No original grego, este verbo está no perfeito, indicativo de um acontecimento passado, mas ainda em acção no presente. Porém, só vivemos deste amor, e o pomos em prática, e como o recebemos. Isto é, por uma série de virtudes que a Bíblia atribui também a Deus e são determinantes no nosso relacionamento mútuo: a misericórdia, tão arreigada em nós que, segundo a concepção semítica, provém das entranhas, a sede dos sentimentos; a bondade, em que é prioritário o bem do outro; a humildade, que exclui o orgulho e o egoísmo; a mansidão, que exige autodomínio; a longanimidade, para vencermos obstáculos que nos podem desanimar. Há duas situações em que tudo isto é mais difícil e necessário: quando os outros são para nós um peso, devido ou às suas debilidades ou ao mal que nos fazem (v. 13). No primeiro caso, devemos suportá-los, mas no sentido positivo e original do termo: (trans)portá-los, connosco debaixo deles. No segundo, é imprescindível o poder da graça. Para perdoar, isto é, doar-se, depois do mal que nos foi feito, precisamos da emergia com que o Senhor Jesus morreu pelos nossos pecados, da graça que nos oferece. Por outras palavras: precisamos da caridade que Ele manifestou numa plenitude até então inimaginável. É ela que está acima de tudo, acima de todas as outras virtudes, como uma veste que as cobre, dotando-as do seu dinamismo e sentido profundo. É na caridade que está o pleno cumprimento da lei (Rm 13, 10) e, se não tiver caridade, nada sou (1 Cor 13, 2). Por isso ela é o vinculo da perfeição. Une, não só as virtudes próprias dos cristãos, como sobretudo os que as praticam, num grau que os aproxima de Deus, a suma perfeição (1 Cor 13, 8-13; Mt 5, 43-48). Fruto da caridade, talvez o maior, é a paz (v. 15). Tem origem em Cristo, reina no coração de cada crente, e dele, estende-se à Igreja que, deste modo, adquire ou reforça a sua unidade de um só corpo, tornando-se ela própria instrumento da paz. Mas esta paz, mais do que um convite, aqui é objecto de um voto, semelhante ao da saudação inicial e final das cartas e das celebrações em que eram lidas. Era também aí, nas celebrações, provavelmente eucarísticas, que mais se agradecia (vv. 16s). O esquema, em linhas gerais, é idêntico ao das nossas: à liturgia da palavra seguia-se a eucarística ou de acção de graças. Na primeira predominava o ensino e admoestação; na segunda, o louvor, com salmos, hinos e cantos inspirados, isto é, sob a acção do Espirito. O objectivo principal de uma e outra é levar a que habite no coração dos participantes palavra de Cristo, isto é, o Evangelho, cujo conteúdo é, de cada vez e conforme as circunstâncias, explicado e meditado, rezado e celebrado. Assim se formaram muitos dos textos do NT que hoje, entre outros, nos ajudam a realizar a exortação conclusiva a tudo fazermos em nome do Senhor Jesus, por Ele orientados e fortalecidos. Então teremos mais razões para dar graças a Deus Pai: pelo que nos dá, a nós e a tantos outros que O podem conhecer, pela veste da caridade que nos identifica. Queira Deus!

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...