sexta-feira, 10 de abril de 2009

EZEQUIEL, Santo (e outros)-10-ABRIL

Ezequiel, Santo
Profeta, Abril 10
Ezequiel, Santo
Ezequiel, Santo

Profeta

Quando vive, já terminou o império assírio com a queda de Nínive; agora os poderosos são os calduos, com Nabucodonosor. É uma época dificil para o povo de Israel. Em Jerusalém reina Joaquim, filho do piedoso rei Josías que morreu na batalha de Megiddo (609 a. C.). Num primeiro momento, Joaquim tenta afastar o colosso babilónico, mas termina unindo-se em coalisão com pequenas potências contra Nabucodonosor. Jeremias já deu a voz de alerta, sugerindo a submissão, mas o orgulho dos eleitos faz isso impossível. Em 598 os babilónios põem cerco a Jerusalém e Judá capitula. Seu preço á a deportação de grande parte da população, entre eles o rei Jeconías, filho de Joaquim que morreu durante o assédio. Com os deportados vai também o jovem Ezequiel que será o profeta do exilio.

Duas etapas marcam sua acção profética.

A primeira é antes da destrucção de Jerusalém pelos caldeus (598 a. C.). Aqui o homem de Deus se encontra com um povo racialmente orgulhoso e cheio de falso optimismo, fruto da presunção. "¿Como vai Deus abandonar-nos? ¡Estão as Promessas! É impossível uma catástrofe total". Assim falavam perante os requerimentos do profeta. É verdade que século e meio antes havia permitido Deus a desaparição de Samaría, o Reino do Norte; mas Jerusalém é outra coisa; Yahwéh habita nela. Pensavam que passaría como em tempos de Senaquerib, um século antes, quando teve que abandonar o assédio por uma intervenção milagrosa; agora Deus repetiría o prodígio. Ezequiel não pensa como eles. Afirma e prega que Jerusalém será destruída com o Templo. Diz a todos que chegou a hora do castigo divino para o povo israelita pecador; só resta aceitar com compunção e humildade os designios punitivos de Yahwéh. A esta altura o profeta tem uma missão ingrata porque é um agouro de males futuros e próximos. Para a gente simples e as autoridades passa por ser considerado como um judeu desprezável que não tem categoria para compreender os altos desígnios do Povo; é um derrotista cego de pessimismo.
A segunda fase de sua profecía se desenvolve uma vez consumada a catástrofe. Agora há que levantar os ânimos oprimidos; deve dar esperanças luminosas sobre um porvir melhor. Acreditavam os seus compatriotas deportados que Deus se havia excedido no castigo, o que lhes havia feito carregar com os pecados dos antepassados. "¡Nossos pais comeram os agraços e nós sofrimos dos dentes!", é o grito unânime de protesto. Ezequiel se preocupará em fazer-lhes ver que Deus há sido justo e que o castigo não tem outra finalidade senão a de os purificar antes de passar a uma nova etapa gloriosa nacional.
E isto faz Ezequiel empregando um estilo que não tem nada que ver com o dos profetas pre-exílicos Amós, Oseas, Isaías e Jeremías; não goza de sua simplicidade e frescor. Ezequiel pertence à classe sacerdotal, está cavalgando entre duas épocas e se aproxima à literatura apocalíptica do judaísmo tardío. Frequentemente sua mensagem vem expressando com o simbolismo das visões e também com o simbolismo de sua própria existência. É conhecidísima a visão "dos quatro viventes" (c. 1) em que, toda a criação simbolizada no homem, o touro, o leão e a águia, são o trono do Criador que vem triunfante e esplendoroso a visitar os exilados de Mesopotâmia. E o expressivo conteúdo da visão do "campo cheio de ossos" (c. 37) que revivem pelo poder de Yahwéh, cobrindo-se de nervos e carne, cobrando vida novamente. Ou a outra do "Templo de que nasce uma torrente de águas" (c. 47) para regar e fazer feroz a nova terra com plenitude edénica. Em todas elas está viva a mensagem de restauração nacional; voltará do exilio um povo purificado e virá com certeza uma teocracia messiânica.
Foi a vida profética de Ezequiel um período de vinte años (593-573) de ampla actividade para salvar as esperanças messiânicas de seus companheiros de infortúnio, ao derrubar-se a monarquia israelita. Talvez hoje na Igreja convenha também um novo tipo religioso que, surgido em horas de aturdimento e desalento geral, seja instrumento de Deus para salvar a crise de consciência que traz o desmoronamento dos princípios. Bem pode estar o secreto em copiar a fidelidade de Ezequiel.
Fulberto de Chartres, Santo
Bispo, Abril 10
Fulberto de Chartres, Santo
Fulberto de Chartres, Santo
Fulberto de Chartres (St. Fulbert) (v. 960 - 1028) Bispo de Chartres, amigo e discípulo de Gerberto de Aurillac. Sábio de renome, docente em ciências profanas, teólogo e científico, passou à história por ser o mestre de obra da reconstrução da esplêndida catedral de Chartres, depois do incêndio na noite de 7 de Setembro 1020. Ignora-se o seu lugar de nascimento exacto e a data do mesmo mas estima-se que podía ser originário de Picardía. Seu nome provém do alemão "volk" - povo e "bert" - brilhante, a tradução sería algo como "brilhante do povo".
Ao contrário de seus predecessores e de seus sucessores no episcopado de Chartres, todos filhos de familias nobres, Fulberto provinha de familia humilde. Se educou em Reims, onde muito provávelmente recebeu parte de sua formação de parte do arcebispo Gerberto d’Aurillac, futuro Papa de nome Silvestre II, conhecido por ser o "Papa do Ano Mil". Está documentada sua permanência em Reims ao longo do ano 984. Foi enviado logo a Chartres onde ensinou durante 20 anos antes de ser nomeado Bispo desta cidade com a idade de 50 anos (no ano 1007). Ali fundou uma escola de grande fama e notoriedade, a Escola de Chartres, de carácter neoplatónico e neopitagórico, que destacou principalmente em filosofía, matemáticas e astronomía, além de teología.
Morre em 10 de abril 1028. Desde 10 de abril 1861, a Igreja celebra sua festividade nesta data.
Foi um afamado mestre em teología mas também ensinou gramática, retórica, dialéctica, aritmética e geometría. Fulberto foi qualificado por seus contemporâneos como o «venerável Sócrates da academia de Chartres». Um ponto destacado requere o seu ensino acerca de astronomia e do manejo deoastrolábio, aprendido provavelmente em Reims através do arcebispo Gerberto que havia residido em Gerona e viajado pela Espanha muçulmana tomando contacto com a astronomía árabe. Devido tanto a seu cargo e posição como a sua profunda e extensa formação Fulberto manteve contacto constante e directo com os homens mais poderosos de sua época. Neste dominio, seu talento se fez notar depois do lamentável incêndio de sua catedral em 1020. Seu carisma lhe permitiu obter financiamento não somente dos particulares e grémios da cidade, mas também dos grandes de Europa, incluidos alguns soberanos pagãos como Knut, rei saxão de Dinamarca.
Foi preceptor de Roberto, filho do rei Hugo Capeto que mais tarde, já como rei Roberto II de França, conhecido como "o piedoso" o nomearía Bispo de Chartres, em 1007. Foi um Bispo consciente da necessidade de independência da Igreja. Foi conselheiro de numerosos príncipes e reis, entre outros de Inglaterra, Húngria e Dinamarca.
Gema Galgani, Santa
Virgem, Abril 10
Gema Galgani, Santa
Gema Galgani, Santa

Virgem

A história desta santa, tão perto de nós pelo tempo (1878-1903) e pelos costumes da vida quotidiana, tem coisas incríveis pelos fenómenos místicos de que foi protagonista.
Em certos períodos de sua atormentada vida suportou vexames de toda a espécie. O demónio aparecia-lhe até sob a figura do confessor para sugerir-lhe obscenidades. Outras vezes aparecía-lhe como um anjo luminoso; quando se via desmascarado, desaparecia numa grande chama vermelha deixando no chão uma estrela de cinza. Às vezes a golpeava e a deixava exânime no chão, onde a encontravam com o rosto tumefacto e com os ossos deslocados. Mas a animava a miúdo a companhia de Cristo, da Virgem e de seu anjo custódio. Assim contou ela mesma, por obediência, os acontecimentos que precederam o misterioso fenómeno dos estigmas: “Era a noite de 8 de Junho de 1899, quando de repente senti uma dor interna de meus pecados... Apareceu Jesus, com todas as feridas abertas; mas dessas feridas já não saía sangue, mas saíam umas chamas de fogo, que vieram tocar a minhas mãos, meus pés e meu coração. Pensei que morria...
As chagas que se haviam aberto apareciam cada semana das oito da noite de quinta-feira até às três da tarde de sexta-feira, acompanhadas com o êxtase. Ante estes fenómenos misteriosos, que foram logo motivo de curiosidade dos vizinhos de Lucca onde vivia Gema, a gente començou a chamá-la: “a menina da graça”. Era uma jovenzita crescida rapidamente e amadurecida pela experiência da dor. Era filha de um farmacêutico da provincia de Lucca, e quando tinha oito anos perdeu a mãe. Cuidaram dela os sete irmãos. Poucos anos depois morreu também o pai e ela, curada prodigiosamente duma grave enfermidade que a atormentava, pediu para entrar no convento, mas sua petição foi recusada. Foi recebida em casa do cavalheiro Mateo Giannini, e ali levou uma vida muto retirada, serena e obediente às directivas do padre espiritual e das Irmãs passionistas que se preocuparam com ela. Debaixo das luvas e do modestíssimo vestido ocultava os sinais de sua participação na paixão de Cristo. Entretanto as manifestações de sua santidade haviam superado os límites do bairro e da cidade. Muitos, que haviam ido a sua casa movidos pela curiosidade, saíam transformados em seu espírito. A doença óssea que a havia atacado desde muito jovem voltou a aparecer e a fazia sofrer atrozmente. Compreendeu que seu calvário estava para terminar. Mas em sua humildade não cria ter pago suficientemente com a moeda do sofrimento o privilégio de haver sido associada à paixão de Cristo. Morreu aos 25 anos, em 11 de abril de 1903. era a manhã de sábado santo. Canonizada por S.S. Pío XII em 2 de Maio de 1940
Antonio Neyrot de Rivoli, Beato
Mártir Dominicano, Abril 10
Antonio Neyrot de Rivoli, Beato
Antonio Neyrot de Rivoli, Beato
(1420-1460) Nasceu em Rívoli, Italia, ao redor do ano 1423. Ingressou nos dominicanos de Florência e nessa época de sua vida não se destacou precisamente pelo seu fervor. Numa viagem de Sicilia a Nápoles foi preso por uns corsários e levado para Tunís. Abraçou o Islão e contraiu matrimónio, mas nem sua nova religião nem o seu novo estado civil o fizeram feliz. Sabedor por mercadores genoveses que seu mestre S. Antonino havia morrido e fazia milagres, começou a encomendar-se à sua intercessão e obteve a graça de se converter.. Retomou o seu hábito de dominicano, e se dispôs a percorrer a cidade de Tunís, proclamando sua fé cristã.
Enquanto chorava seus pecados de joelhos ante o verdugo, a multidão impaciente se abalançou sobre ele e o matou. Depois passearam o seu cadáver peas ruas. António não tardou em ser venerado como mártir em Itália e Clemente XIII confirmou seu culto em 1767.
Marco Fantuzzi de Bolonia, Beato
Franciscano, Abril 10
Marco Fantuzzi de Bolonia, Beato
Marco Fantuzzi de Bolonia, Beato
Nascido em Bolonha aproximadamente no ano 1405, quando tinha 25 anos, logo dá um brilhante passo pela universidade na área das artes liberaiss1 ingressando nos Frades Menores no convento de S. Paulo em Monte.
Infatigável servo da Palavra, realizou uma famosa pregação Quaresmal em S. Petrónio (1455), e se dedicou à predigação popular inspirando-se em grandes modelos de seu tempo, como por exemplo S. Bernardo de Siena, S. Juan de Capistrano ou Santiago de la Marca.
Foi um arauto da Palabra em muitos lares de Itália, como Norcia, Mantova, Milán, Florence, Bolonia. Eleito por três ocasiões Vigário Geral da Ordem, trabalhou com firmeza e caridade evangélica para salvaguardar o movimento reformatório franciscano visitando vários conventos na Europa, Oriente e Terra Santa.
Em Bolonha promoveu a fundação do Mosteiro de Corpus Christi e o nascimento do Monte de Piedade. Morreu em Piacenza, logar de sua pregação quaresmal, seus restos mortais se guardam na igreja de Santa María de Campagna.
Seu culto foi confirmado por S.S. Pío IX em 1868.
1Artes liberais: Termo que designava os estudos que tinham como propósito oferecer conhecimentos gerais e destrezas intelectuais antes que destrezas profissionais ou ocupacionais especializadas, eram:
° a gramática, lingua "la lengua"; ° a dialéctica, tropus "las figuras"; ° a retórica, ratio "la razón"; ° a aritmética, numerus "los números"; ° a geometría, angulus "los ángulos"; ° a astronomía, astra "los astros"; y ° a música, tonus "los cantos".
Miguel de los Santos, Santo
Trinitário, Abril 10
Miguel de los Santos, Santo
Miguel de los Santos, Santo
(1591-1624)
Nasceu S. Miguel dos Santos em Vich, Catalunha, em 29 de Setembre de 1501. Desde a idade de cinco anos descobriu sua piedade. Indo com seus irmãos a uma vinha de seu pai, se desnudou e estendeu sobre uns espinhos, por amor de Deus e por imitar a S. Francisco. Aos doze anos passou a Barcelona e foi recebido no convento da Santíssima Trindade.
Havendo sabido que na Reforma Trinitária se observava a primitiva regra, partiu para Pamplona, onde o S. João Bautista da Concepción, fundador, lhe deu o hábito descalço, chamando-se desde então Frei Miguel de los Santos.
De Pamplona foi a Madrid, e por vários motivos fez a sua profissão em Alcalá de Henares. Recebeu a ordem sacerdotal por obediência. Jejuava com rigor, e só nas quinta-feiras e domingos comia pão e bebia água uma vez por dia.
Por obediência aceitou o cargo de superior. Em 1 de Abril de 1615 se senti doente e, recebido o Santo Viático, expirou no dia 10 do mesmo mês, aos trinta e três anos de idade, em Valladolid, onde se venera hoje o seu corpo.
Magdalena de Canossa, Santa
Fundadora, Abril 10
Magdalena de Canossa, Santa
Magdalena de Canossa, Santa

Virgem, fundadora da familia Canosiana, Filhos e Filhas da Caridade

MAGDALENA DE CANOSSA, mulher que acreditou no Amor do Senhor Jesus, foi enviada pelo Espírito entre os irmãos mais necessitados a que serviu com coração de mãe e ardor de apóstola.
Nasce em Verona em 1 de Março de 1774 de nobre e rica familia, terceira nascida de seis irmãos. Através de etapas muito dolorosas, como a morte de seu pai, as segundas núpcias de sua mãe, a doença e a incompreensão, o Senhor a guiou por caminhos imprevisiveis que Magdalena intenta recorrer com muitos esforços.
UMA CHAMADA
Atraída pelo Amor de Deus, aos 17 anos deseja consagrar sua vida a Ele e por duas vezes intenta a experiência do Carmelo. Mas o seu Espírito solicita-a interiormente a percorrer um novo caminho: deixar-se amar por Jesus, o Crucificado, pertencer a Ele só para dedicar-se completamente a seus irmãos afligidos por distintas pobrezas.
Volta a sua familia e, obrigada por eventos dolorosos e trágicas situações históricas de fins do século XVIII, encerra em secredo de seu coração a vocação e participa na vida do Palácio Canossa aceitando a gestão do grandioso património familiar.
UM DOM
Com empenho e dedicação, Magdalena cumpre com seus deveres diários e amplía seu círculo de amigos, ficando disponível à misteriosa acção do Espírito que, pouco a pouco, plasma seu coração e a faz partícipante da paixão do Padre para o homem, demonstrada no dom completo e supremo de Jesus Crucificado, no exemplo de María, a Virgem Mãe Dolorosa.
Presa por esta caridade, Magdalena ouve o grito dos pobres famintos de pão, instrução, compreensão e da Palavra de Deus. Ela os descobre nos bairros periféricos de Verona, onde os reflexos da Revolução francesa, as subsequentes dominações de Imperadores estrangeiros e as Páscoas de Verona, haviam deixado sinais de patente devastação e de sofrimento humano.
UM PROJECTO
Magdalena busca e encontra as primeiras companheiras chamadas a seguir Cristo pobre, casto, obediente e enviadas a testemunhar sua incondicionada Caridade entre os irmãos. Em 1808, superadas as últimas oposições de sua familia, Magdalena deixa definitivamente o Palácio Canossa para começar, no bairro mais pobre de Verona, aquela que interiormente reconhece como a vontade do Senhor: servir aos mais necessitados con o coração totalmente plasmado em Cristo.
UMA PROFECÍA
¡A Caridad é um fogo que inflama! Magdalena está disposta ao Espírito que a guia também entre os pobres de outras cidades: Venecia, Milán, Bérgamo, Trento ... Em poucos decénios, as fundações da Canossa se multiplicam, a familia religiosa cresce ao serviço do Reino.
O amor por Cristo Morto e Ressuscitado arde no coração de Magdalena que, com suas companheiras, volve-se em testemunho do mesmo Amor em cinco sectores específicos: a escola de caridade pelo crescimento integral da pessoa; a catequese a todas as classes, privilegiando aos mais longínquos; a assistência sobretudo às enfermas nos hospitais; seminários residenciais para formar mestras, que trabalhassem no campo, e preciosas colaboradoras dos párocos nas actividades pastorais; cursos de exercícios espirituais anuais para as damas da alta nobreza, com o fim de animá-las espiritualmente e envolvê-las nos diferentes âmbitos caritativos.
Mais tarde, esta actividade é dirigida a qualquer classe de pessoas.
Ao redor da figura e da obra de Magdalena nascem constantemente outros testemunhos da Caridade: a Naudet, o Rosmini, o Provolo, o Steeb, o Bertoni, a Campostrini, a Verzeri, a Renzi, os Cavanis, o Leonardi, todos fundadores de outras Familias religiosas.
UMA FAMILIA
A Institução das Filhas da Caridade obtém, entre 1819 e 1820, a aprovação eclesiástica nas diferentes dioceses onde as Comunidades já estão presentes. Em 23 de Dezembro de 1828, Sua Santidade León XII aprova a Constitução do Instituto com o Breve Si Nobis.
Depois de repetidas intenções negativas com D. António Rosmini e com D. António Provolo, até ao fim de sua vida, Magdalena consegue iniciar também o Instituto masculino que projectou já desde 1799.
Em Veneza, em 23 de Maio de 1831, abre o primeiro oratório dos Filhos da Caridade para a formação cristã dos jóvens e dos adultos, entregando-o ao Sacerdote veneziano D. Francesco Luzzo, coadjuvado por dois laicos de Bérgamo: Giuseppe Carsana e Benedetto Belloni.
Magdalena acaba sua intensa e fecunda existência terrena com a idade de 61 anos. Morre em Verona em 10 de abril de 1835 assistida por suas Filhas. Era Sexta-feira Santa.
UMA MISSÃO
¡Façam conhecer sobretudo a Jesus Cristo! A grande paixão do coração de Magdalena, é a grande herança que as Filhas e os Filhos da Caridade estão chamados a viver, uma disponibilidade radical, "dispostos pelo divino serviço a ir a qualquer povo, ainda o mais longínquo" (Magdalena, Ep. II / I, p. 266).
As Filhas da Caridade cruzam o Oceano até ao Extremo Oriente em 1860. Hoje são cerca de 4000, presentes nos cinco continentes, divididas em 24 Organismos.
Os Filhos da Caridade são cerca de 200 e trabalham em distintas cidades de Itália e do ultramar.
Irmãs e Irmãos Canosianos chamados "ad Gentes" tratam de entender e acolhem "as sementes do verbo", presentes em cada cultura e, com seus testemunhos, anunciam "o que hão visto, ouvido e contemplado...": o Amor do Pai que em Jesus Cristo alcança a todos os homens para que haja vida e, em este dar e recibir, o carisma se enriquece e se volta fecundo para o Reino.
O carisma que é o Espírito Santo em Magdalena seguramente não esgota sua vitalidade na realização dos dois Institutos. Como consequência, distintos grupos laicos encontram em Magdalena e em seu dom, sua especial maneira de viver a fé, de testemunhar a caridade nos distintos âmbitos apostólicos das distintas comunidades cristãs.
UM CANTO DE GRATIDÃO
A Igreja nos propõe a todos a Magdalena, e em especial, a seus Filhos e Filhas, como um testemunho do Amor gratuito e fiel de nosso Deus. A Ele damos graças pelo dom desta Mãe e Irmã e por sua intercessão pedimos podê-lo amar como Ela, por cima de qualquer outra coisa e facê-lo conhecer aos homens de nosso tempo, vivendo nossa específica vocação.
ORAÇÃO
Deus Omnipotente e Eterno
que dás a teus Santos uma grande luz
e um forte sustentar para a debilidade humana,
digna-te escutar nossa oração por
intercessão de Santa Magdalena de Canossa.
Dá-nos a graça de seguir a Cristo
humilde e pobre e de caminhar,
como Maria,
na fidelidade a tua Palavra,
para chegar até Ti
e participar um dia de tua glória
com todos os santos.
Por Cristo Nosso Senhor.
Amén
Reproduzido com autorização de Vatican.va http://es-catholic.net/santoral
Os mártires colombianos
da comunidade de San Juan de Dios
En 1934 estalló en España una cruel persecución contra los católicos por parte de los comunistas, masones y de la extrema izquierda. En pocos meses fueron destruidos en España más de mil templos católicos y gravemente averiados más de dos mil. Desde 1936 hasta 1939, los comunistas españoles asesinaron a 4100 sacerdotes seculares; 2300 religiosos; 283 religiosas y miles de laicos. Unas de las víctimas de esta persecución fueron siete jóvenes colombianos, hermanos de la Comunidad de San Juan de Dios, que estaban estudiando y trabajando en España a favor de los que padecían enfermedades mentales y se encontraban en condición de abandono. Sus nombres eran: Juan Bautista Velásquez, Esteban Maya, Melquíades Ramírez de Sonsón, Eugenio Ramírez, Rubén de Jesús López, Arturo Ayala y Gaspar Páez Perdomo de Tello. La Comunidad colombiana los había enviado a España a perfeccionar sus estudios de enfermería, y a asistir a los enfermos que vivían en un centro médicos ubicado en Ciempozuelos cerca de Madrid. Hasta dicho lugar, llegó personal del gobierno comunista español quienes les ordenaron abandonar el plantel y dejarlo en manos de empleados marxistas desconocedores de la medicina y de la dirección de centros médicos. Los siete jóvenes fueron hechos prisioneros y llevados a una cárcel de Madrid. Gracias a la intersección de la cancillería colombiana en el país, los jóvenes consiguieron su libertad, y ya su comunidad religiosa había gestionado los pasajes y viáticos para su retorno al país natal. Sin embargo, antes de abordar el tren que los transportaría a Barcelona, de donde partirían a Colombia, oficiales del gobierno comunista español los asesinaron cruelmente. El Cónsul de Colombia en España los identificó en el Hospital Clínico del país, y dio aviso a la congregación religiosa. Pese a las protestas por parte del gobierno colombiano y de la cancillería en España, el gobierno comunista realizó ninguna investigación pertinente, dejando sin castigo alguno a los responsables del asesinato de los religiosos. El Papa Juan Pablo II beatificó a los siete religiosos en 1992, convirtiéndose en los primeros beatos del país latinoamericano.
Esta última referência foi retirada de http://peque-semillitas.blogspot.com - de Felipe Urca (Argentina) Compilação de António Fonseca

quinta-feira, 9 de abril de 2009

PÁSCOA - Da tradição judaica à vivência cristã

Páscoa: Da tradição judaica à vivência cristã
A festa Páscoa, tal como nós a concebemos, deve ser vista como um todo, de modo integrado (Páscoa judaica e Páscoa cristã), o que nos ajuda a compreender e perceber a simbologia da nossa Páscoa e da nossa liturgia, já que é das tradições judaicas que nós recebemos o quadro de referência que dá sentido à linguagem e aos diversos símbolos que usamos nas nossas celebrações. Por exemplo: Ceia pascal, Cordeiro pascal, a Noite pascal, etc.

Além das referências directas às festas, temos também muitos motivos que são tomadas da simbologia das festas e da sua fundamentação teológica, recorrendo aos textos do Antigo Testamento. No caso da Páscoa, os textos mais significativos são: Ex 12; Lv 23,5-8; Nm 28,16-25; Dt 16,1-8.

Todas as festas têm na sua base e origem um sentido agrícola (ou agrário, se quisermos) e nomádico. Correspondem às grandes etapas (ou fases) da vida agrícola, da vida dos campos e dos nómadas. A Páscoa: saída dos rebanhos, após as chuvas de Inverno, no início da Primavera, correspondendo também à época do germinar da vida e dos campos.

Portanto, temos aqui duas perspectivas fundamentais: Celebrar a vida nova que renasce e agradecer os dons recebidos, testemunhando assim que tudo isso é um dom que o Povo de Israel, agradecido, vive e celebra.

A Páscoa Judaica: O que é?

A festa da Páscoa (Pesah) é de todas a mais significativa do calendário judaico e a primeira das chamadas ‘festas de peregrinação’ (Ah harregalîm: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos). Estas festas celebravam os principais acontecimentos da história da salvação e, por isso, todo o israelita devia ‘subir’ a Jerusalém por ocasião de uma dessas três festas, para aí festejar os dons de Deus e a Sua aliança. A celebração da Páscoa, na noite de 14 de Nisãn, estava inserida e dava início a uma outra festa, a dos Ázimos que durava sete dias e se concluía com uma convocação solene no 7º dia da festa (Dt 16,8) que assim encerrava o ciclo da solenidade pascal.

Os textos que chegaram até nós mostram-nos duas tradições muito fortes que se misturam e entrecruzam na sua redacção; falam-nos de origens nomádicas (tradições pastoris) e da experiência da saída do Egipto (tradições do Êxodo). Estas fontes podem ter existido separadas e durante muito tempo, tendo depois sido cruzadas e elaboradas como uma narrativa conjunta. Quando e como?

O texto de Josué (5,10-11) leva-nos a supor que este cruzamento das diversas tradições é tardio, talvez já ligado às escolas sacerdotais e teológicas que agora colocam em evidência a experiência do Êxodo, já que com a sedentarização na terra e a centralidade cultual no Templo não fazia sentido privilegiar o sentido nomádico, mas antes realçar a acção libertadora de Yahwé que arrancou o Seu povo do Egipto.

Com a experiência do exílio da Babilónia e o regresso a Jerusalém, constituindo-se a comunidade eleita dos judeus ‘santos e sacerdotes’, as tradições da libertação do Egipto assumem ainda maior força e representam o verdadeiro padrão do Israel eleito que foi resgatado e que de novo retoma a sua caminhada.

2. A celebração da Páscoa judaica

A festa da Páscoa (Pesah), de todas a mais significativa do calendário judaico, era essencialmente um ‘memorial’ (Ex 12,14) da libertação do Egipto. Em Jos 5,10-11, após a passagem do Jordão, os israelitas celebraram a 1ª Páscoa já na terra prometida, ‘comendo dos frutos da terra: pães ázimos e espigas tostadas’. Trata-se, naturalmente, de uma espécie de ritual de ‘exorcização’ do local, para aí manifestar a supremacia sobre os costumes dos cananeus. Os textos da tradição do Êxodo já combinavam as diferentes tradições das tribos. Assim, Ex 23,15-19, que tinha a sua origem no Norte conhecia a tradição dos ázimos mas desconhecia a Páscoa, enquanto que em Ex 34 encontramos já uma conjugação dos dois ritos, conjugação esta que depois está consagrada em Lv 23,5-8 e Dt 16,1-8. Por sua vez, o livro das Crónicas faz-se eco de duas celebrações da Páscoa: uma ao tempo de Ezequias (2 Cr 30,1) e a outra na época de Josias (2 Cr 35,1). O seu ritual evoca a saída do Egipto com a imolação do cordeiro no Templo e a aspersão do altar com o seu sangue.

A literatura apócrifa dá igualmente grande relevo à celebração da festa de Páscoa. O livro dos Jubileus faz remontar a celebração da Páscoa a Abraão e estabelece uma relação intrínseca entre o sacrifício de Isaac e a festa (18,13-19). Esta mesma relação encontra-se também no Targum Lv 26,46, em que o sacrifício de Isaac é considerado como o verdadeiro fundamento da Aliança.

Enquanto o judaísmo palestiniano destacava esta relação entre o sacrifício de Isaac e a Páscoa, o judaísmo alexandrino sublinhava mais o sentido alegórico da festa, como símbolo da primeira criação e anúncio da nova criação. É particularmente Filão de Alexandria que desenvolve este sentido alegórico da saída do Egipto, fazendo desta festa um ‘memorial’ e uma ‘acção de graças’ da libertação. Idêntica perspectiva encontra-se no livro da Sabedoria com um sentido de reactualização do tema do êxodo para a comunidade judaica de Alexandria.

O centro da celebração litúrgica da festa da Páscoa decorria no Templo e nas famílias, com o Seder pascal: a refeição da família. É a partir da reunião familiar que se desenvolve a Haggadah pascal que é, ao mesmo tempo, um ‘ordo’ da refeição e um memorial do acontecimento celebrado que não se confina apenas à libertação do Egipto, mas também abarca os principais momentos da história da salvação.

No que diz respeito à liturgia sinagogal, um dos textos mais belos e sugestivos sobre esta festa é aquele que nos provém do Targum Neófiti. Trata-se de um comentário de tipo midráshico que encontra o seu desenvolvimento a partir do facto do autor de Ex 12 referir 4 vezes o termo ‘noite’. Vejamos:

“Quatro são as noites que estão inscritas no livro das memórias. A primeira noite Deus manifestou-se sobre o mundo para o criar. O mundo era confusão e trevas. As trevas cobriam o abismo. A Palavra de Yhawé era a luz e brilhava. Chamou-se a primeira noite.

A segunda noite, quando Yhawé apareceu a Abraão com a idade de 100 anos e a Sarah, sua esposa, com a idade de 90 anos, para realizar a Escritura que diz: Será que Abraão, com 100 anos de idade, vai gerar e Sarah, sua esposa, com 90 anos, vai dar à luz? Isaac tinha 37 anos quando foi oferecido em sacrifício sobre o altar… Chamou-se a segunda noite.

A terceira noite Yhawé apareceu aos egípcios no meio da noite: a sua mão matou os primogénitos dos egípcios e a sua direita protegeu os primogénitos de Israel para que se cumprisse a Escritura que diz: Meu filho primogénito, é Israel… Chamou-se a terceira noite.

A quarta noite o mundo chegará ao seu fim para ser destruído; os jugos de ferro serão destruídos e as gerações perversas serão aniquiladas. Moisés subirá do meio do deserto e o Rei Messias virá do alto. Um caminhará à frente do rebanho e o outro caminhará à frente do rebanho e a sua Palavra caminhará entre os dois. Eu e eles caminharemos lado a lado. É a noite da Páscoa para a libertação de todo Israel” (1)

Quanto aos textos rabínicos, a Páscoa aparece bem documentada nessas fontes, particularmente no tratado Pesahim da Mishná. Os capítulos 5º e 10º oferecem-nos uma detalhada descrição dos ritos fundamentais da festa segundo a tradição rabínica, mas recolhendo tradições que, provavelmente, são já do período posterior à destruição do Templo, uma vez que não há alusões à celebração festiva no Templo e os rabinos citados são, em geral, também do período posterior a 70. Os rituais festivos que este tratado nos apresenta têm uma forte componente alusiva à celebração familiar e assemelham-se em muito às tradições que se perpetuam na Haggadah pascal que é um texto que condensa em si esse sentido da festa celebrada e vivida na família como memorial da história da salvação.

Em termos teológicos, podemos sintetizar a teologia da Páscoa em 3 grandes perspectivas:

a) Sentido messiânico-escatológico da celebração pascal

A festa actualiza a saída do Egipto na vida da comunidade e, ao mesmo tempo, antecipa a libertação definitiva. A simbologia dos ritos festivos têm uma dimensão escatológica, prefigurada no vinho do banquete messiânico, tal como o deixa entender o Targum do Cântico dos Cânticos. De acordo com Gn 49,11, o vinho tem um sentido profundamente messiânico, pois o Messias lavará as suas vestes no sangue da videira (2). Esta dimensão messiânica é também confirmada por Pesh 9,11 que refere que ‘os habitantes de Jerusalém convidavam os pobres para a refeição pascal, já que Elias se manifestaria sob a forma de um pobre, antes do advento do Messias que deve acontecer na noite pascal.

A Páscoa é também a festa do anúncio da libertação que Yhawé concede ao seu povo, fazendo-o passar da ‘casa da escravidão’ que era o Egipto para a libertação que é a Terra Prometida. Não se trata de um anúncio celebrativo, memória do passado; ele é antes um grito de esperança que percorre toda a história do povo e aberto ao futuro. De facto, a perspectiva escatológica da liturgia pascal está bem presente num texto atribuído a Rabban Gamaliel (3), em que cada um dos crentes judeus é convidado a celebrar a festa como se ele próprio tivesse estado presente na altura da sua instituição. Diz o texto:

“Cada um de nós tem o dever de se considerar como se ele próprio tivesse saído do Egipto, já que está escrito: Explicarás ao teu filho naquele dia, dizendo: ‘É pelo que o Senhor fez em meu favor quando saí da terra do Egipto’. Por isso, estamos obrigados a dar-lhe graças, louvá-lo, cantar, magnificar, exaltar, glorificar, bendizer aquele que fez, em favor dos nossos antepassados e por nós, todos estes prodígios. Ele conduziu-nos da escravidão à liberdade, da tristeza à alegria, do luto à festa, das trevas à luz, da escravidão à redenção. Cantemos em Seu louvor, Aleluia”.

Esta dimensão escatológica da festa é aquela que melhor se coaduna e que mais facilmente foi assumida pela liturgia cristã. De acordo com os Evangelhos Sinópticos, o próprio Jesus tinha consciência da dimensão escatológica da Sua ceia pascal, quando após a bênção da taça do vinho acrescenta: “Eu vos asseguro que já não beberei do fruto da videira até ao dia em que o beba de novo no reino de Deus (Mc 14,25)” (4). Jesus não só conferiu à refeição pascal com os discípulos este sentido escatológico, mas também a própria comunidade cristã primitiva encontrou aqui a ‘chave de leitura’ da vida do Mestre. O seu sangue, tal como o do ‘cordeiro pascal’, selou uma nova aliança, a aliança escatológica que fora proclamada pelos profetas e que agora se concretiza no mistério da sua Páscoa.

b) A Páscoa como nova criação

O judaísmo alexandrino cultivou muito o método alegórico e simbólico na sequência da tradição platónica. Muitos dos acontecimentos da história do povo de Israel foram interpretados e comentados como alegorias de realidades futuras ou, então, como protótipos dos verdadeiros mistérios da salvação (5). Também com a festa da Páscoa sucede o mesmo. Assim, sendo o mês de Nisãn o primeiro dos meses (Ex 12,2) [6], Filão de Alexandria interpreta isso como sendo ‘um memorial da origem do mundo’ (7) e a Páscoa, enquanto festa da primavera, era o memorial da nova criação que Deus realiza, libertando o Seu povo da escravidão para a liberdade (8). A leitura do Cântico dos Cânticos (Shir haShirim) que era feita na liturgia pascal confere a esta celebração um sentido de ‘núpcias festivas’ entre Deus e o Seu povo e dessas núpcias nasce um povo novo, o povo da aliança. A própria tradição rabínica também interpreta o “êxodo como uma espécie de criação precedendo o nascimento de Israel” (9), já que para certos rabinos a origem do mundo teria tido lugar no mês de Nisãn. A própria simbologia dos pães ázimos’ (os matzot) confere o significado de algo novo, original à celebração, determinando assim o começo de uma realidade que se inicia sem qualquer mácula, ou seja, em santidade. O mesmo se pode dizer do ‘ovo’ que se coloca na ceia pascal, simbolizando a origem da vida, mas também a vida nova da ressurreição. Podemos dizer que a liturgia pascal é, por ela mesma, um apelo à esperança, não só a Israel, mas também a toda a humanidade, que se renova num novo dinamismo de libertação. É esta a mensagem que o texto de Pesh 10,5 nos deixa quando diz que a Páscoa é a passagem ‘das trevas à luz’, passagem que o Targum confirma pondo a noite pascal em ligação com a noite da criação.

c) A Páscoa e a Aqedah de Isaac

A liturgia judaica, tal como se pode constatar pelo texto do Targum Neófiti a Ex 12,42, estabelecia uma estreita relação entre a festa da Páscoa e o sacrifício de Isaac. Esta relação foi também assumida pela liturgia cristã que na noite de Páscoa retoma a leitura de Gn 22 como um dos momentos mais significativos da história da salvação e pré-figuração do sacrifício de Cristo, o novo Isaac.

De facto, a teologia judaica sempre interpretou a entrega de Isaac no país de Moriá como o nascimento do povo de Israel na pessoa do filho de Abraão. É em atenção aos méritos de Isaac que Israel subsiste aos olhos de Deus. Para o Livro dos Jubileus (18,3), o sacrifício de Isaac teve lugar a 15 de Nisãn. A intenção do autor dos Jubileus é a de mostrar que as festas judaicas, especialmente a mais importante de todas – a Páscoa – tinham já uma origem patriarcal através da concretização do apelo que Yhawé lhe fizera. Os sete dias da festa de Páscoa eram a ‘memória’ dos sete dias da viagem de Abraão até ao país de Moriá. O mesmo se pode deduzir desta haggadah a Ex 12,2 que diz:

“Este mês será para vós o primeiro dos meses (Ex 12,2). O Santo, bendito seja Ele, designou para os israelitas um mês de redenção no qual eles foram redimidos do Egipto e no qual eles serão redimidos… Nesse mês nasceu Isaac, e nesse mês ele foi ‘ligado’” (10).

No entanto, a relação simbólica entre os dois acontecimentos não se restringe apenas à data; é muito mais profunda. Assim, o cordeiro pascal recorda o cordeiro sacrificado por Abraão em substituição do próprio filho, embora, como diz o Targum, Isaac é o verdadeiro cordeiro para o sacrifício. Ele mesmo, quando está a ser atado ao altar, suplica ao pai para que o ate bem, já que não quer remexer-se nem manifestar qualquer recusa da sua entrega, a fim de que o seu sacrifício não seja inválido e desta forma Israel possa ser redimido pelos seus méritos. Isaac é assim a perfeita imagem do ‘cordeiro pascal’ que se oferece para merecer a salvação para Israel. Por sua vez, o Targum de Lv 22,27 reconhece que os cordeiros oferecidos no Templo o eram para ‘fazer memória’ do sacrifício de Isaac. Desta forma, Isaac é o protótipo do crente israelita que se entrega a Deus para expiar o pecado do mundo, tal como outrora ele se oferecera no altar. Foi em atenção ao sacrifício de Isaac que Yhawé preservou, na noite pascal da libertação através do sangue do cordeiro, os primogénitos dos israelitas.

Esta teologia fundada na Aqedah de Isaac foi também desenvolvida pelos autores cristãos que a aplicaram ao sacrifício de Cristo, tal como nos mostra Melitão de Sardes no seu Peri Pascha. O facto do judaísmo pós-rabínico e moderno ter transferido o memorial da Aqedah de Isaac para a festa de Rosh haShanah (festa do ano novo, no mês de Tishri) pode ser uma consequência da apropriação feita pelo cristianismo do tema do sacrifício de Isaac e da sua releitura como chave interpretativa do sacrifício de Cristo, novo Isaac.

Pe. João Lourenço, professor de Sagrada Escritura na UCP

NOTAS:

1 - Targum Neófiti a Ex 12,42.

2 - Na refeição pascal cada israelita devia beber 4 taças de vinho, de acordo com o rito da Ceia (Seder), devendo permanecer uma 5ª taça na mesa em honra de Elias, já que Elias era esperado na noite pascal e devia tomar parte no banquele celebrativo. Embora se trate de uma prescrição da Hallakah, a imaginação popular, como diz Ben Chorin (Le Judaïsme en prière, 136), estabeleceu uma “relação entre a taça do profeta Elias e a oração de Jesus no Getsémani” quando suplica ao Pai: ‘Meu Pai, se é possível afasta de mim este cálice’ (Mt 26,39). Era o cálice que evoca a chegada dos tempos messiânicos.

3 - Mishná, Pesahim, 10,5.

4 - A tradição judaica fala das 4 taças de vinho que se deviam beber durante a ceia pascal, às quais era costume juntar uma quinta, a taça de Elias, o profeta que vinha na noite de Páscoa, evocando assim os tempos messiânicos. Segundo Malaquias (3,23), Elias é o mensageiro do Messias que vem à frente a preparar-lhe o caminho (Mc 9,11-13).

5 - Filão de Alexandria dizia: “As coisas claras que são ditas são símbolos de coisas escondidas e obscuras” (De specialibus legibus I, 200).

6 - Trata-se do 1º mês do ano religioso ou ano cultual, já que o ano civil começa com a festa de Rosh haShanah, no mês de Tishri que corresponde ao nosso Setembro-Outubro. De facto, a Páscoa era a festa das festas e daí que fosse ela a marcar o ritmo de toda a liturgia judaica, já que a lua nova de Nisãn determinava todo o ritmo festivo do ano. Todavia, é bom ter presente que este calendário é tardio, retomando inclusive nomes de alguns meses do calendário de Babilónia.

7 - De specialibus legibus II,151.168.

8 - “A Páscoa tem um sentido universal pela sua relação com a harmonia da natureza. Porque a primavera nascente trás com ela uma renovação que recorda a criação” (De specialibus legibus II, 150-155), cf. La Pâque: fête juive et fête chrétienne, Le Monde de la Bible 43, Paris, 1986, 19.

9 - Cf. F. Manns, Le judaïsme, 113.

10 - Ex Rabbah 15,11.

Dossier | Pe. João Lourenço| 17/03/2009 | 12:35 | 17665 Caracteres | 976 | Páscoa Transcrição feita através do site www.ecclesia.pt António Fonseca

Missa Quinta-feira Santa

Celebração da Missa

Data: 09-04-2009 Dia: Quinta
Semana: Tríduo Pascal Tempo: Quaresma
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Gal. 6, 14 Toda a nossa glória está na cruz de Nosso senhor Jesus Cristo. N’Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição. Por Ele fomos salvos e livres. ORAÇÃO COLECTA Senhor nosso Deus, que nos reunistes para celebrar a Ceia santíssima em que o vosso Filho Unigénito, antes de Se entregar à morte, confiou à Igreja o sacrifício da nova e eterna aliança, fazei que recebamos, neste sagrado banquete do seu amor, a plenitude da caridade e da vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. LEITURA I Ex 12, 1-8.11-14 Com o banquete pascal, o povo hebreu revivia, todos os anos, a libertação do Egipto e a sua constituição como «povo», em consequência dessa acção libertadora de Deus. Através desse rito pascal, que consistia na imolação de um cordeiro, agradeciam também todas as outras intervenções salvíficas de Deus, ao longo dos séculos, e proclamavam a sua esperança na libertação definitiva. Leitura do Livro do Êxodo Naqueles dias, o Senhor disse a Moisés e a Aarão na terra do Egipto: «Este mês será para vós o princípio dos meses; fareis dele o primeiro mês do ano. Falai a toda a comunidade de Israel e dizei-lhe: No dia dez deste mês, procure cada qual um cordeiro por família, uma rês por cada casa. Se a família for pequena demais para comer um cordeiro, junte-se ao vizinho mais próximo, segundo o número de pessoas, tendo em conta o que cada um pode comer. Tomareis um animal sem defeito, macho e de um ano de idade. Podeis escolher um cordeiro ou um cabrito. Deveis conservá-lo até ao dia catorze desse mês. Então, toda a assembleia da comunidade de Israel o imolará ao cair da tarde. Recolherão depois o seu sangue, que será espalhado nos dois umbrais e na padieira da porta das casas em que o comerem. E comerão a carne nessa mesma noite; comê-la-ão assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. Quando o comerdes, tereis os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Comereis a toda a pressa: é a Páscoa do Senhor. Nessa mesma noite, passarei pela terra do Egipto e hei-de ferir de morte, na terra do Egipto, todos os primogénitos, desde os homens até aos animais. Assim exercerei a minha justiça contra os deuses do Egipto, Eu, o Senhor. O sangue será para vós um sinal, nas casas em que estiverdes: ao ver o sangue, passarei adiante e não sereis atingidos pelo flagelo exterminador, quando Eu ferir a terra do Egipto. Esse dia será para vós uma data memorável, que haveis de celebrar com uma festa em honra do Senhor. Festejá-lo-eis de geração em geração, como instituição perpétua». Palavra do Senhor. SALMO RESPONSORIAL Salmo 115 (116), 12-13.15-16bc.17-18 (R. cf. 1 Cor 10, 16) Refrão: O cálice de bênção é comunhão do Sangue de Cristo. Repete-se Como agradecerei ao Senhor tudo quanto Ele me deu? Elevarei o cálice da salvação, invocando o nome do Senhor. Refrão É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis. Senhor, sou vosso servo, filho da vossa serva: quebrastes as minhas cadeias. Refrão Oferecer-Vos-ei um sacrifício de louvor, invocando, Senhor, o vosso nome. Cumprirei as minhas promessas ao Senhor, na presença de todo o povo. Refrão LEITURA II 1 Cor 11, 23-26 A libertação definitiva já chegou: «O nosso Cordeiro Pascal que é Cristo, foi imolado»! (I Cor. 5, 7). Possuídos por essa certeza, desde o começo da Igreja os cristãos se reuniam para celebrar o Memorial do Sacrifício redentor de Cristo, a Eucaristia, por Ele instituída como Páscoa da Nova Aliança. Ao celebrarem, porém, o Memorial da Morte do Senhor nem sempre os cristãos estavam unidos na caridade, como acontecia em Corinto, 25 anos após a morte do Senhor. Por isso, Paulo lhes lembra que a Eucaristia e a Igreja, o Corpo sacramental e o Corpo Místico, estão intimamente ligados. Uma Eucaristia celebrada entre divisões deixaria de ser o sinal da união de todos os homens em Cristo. Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios Irmãos: Eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus, na noite em que ia ser entregue, tomou o pão e, dando graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu Corpo, entregue por vós. Fazei isto em memória de Mim». Do mesmo modo, no fim da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova aliança no meu Sangue. Todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de Mim». Na verdade, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha. Palavra do Senhor. ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 13, 34 Refrão: Glória a Vós, Jesus Cristo, Palavra do Pai. Repete-se Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. Refrão EVANGELHO Jo 13, 1-15 «Amou-os até ao fim» Pelo Seu gesto, que constitui um dos momentos importantes da Ceia Pascal, Jesus manifesta-nos, concretamente, a Sua realidade de «Servo», ou seja a Sua humilhação, que atingirá o limite extremo na Cruz. Recorda-nos, na hora da Sua passagem para o Pai, onde está a essência da Sua doutrina. Manda aos Seus discípulos que, como Ele e com Ele, estejam ao serviço humilde, generoso e eficaz dos irmãos. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também». Palavra da salvação. ANTÍFONA Jo. 13, 34 Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS Concedei-nos, Senhor, a graça de participar dignamente nestes mistérios, pois todas as vezes que celebramos o memorial deste sacrifício realiza-se a obra da nossa redenção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. PREFÁCIO DA SANTÍSSIMA EUCARISTIA A Eucaristia, memorial do sacrifício de Cristo V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus. V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação. Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte, por Cristo, nosso Senhor. Verdadeiro e eterno sacerdote, oferecendo-Se como vítima de salvação, instituiu o sacrifício da nova aliança e mandou que o celebrássemos em sua memória. O seu Corpo, por nós imolado, é alimento que nos fortalece; e o seu Sangue, por nós derramado, é bebida que nos purifica. Por isso, com os Anjos e os Arcanjos e todos os coros celestes, proclamamos a vossa glória, cantando numa só voz: Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo… ANTÍFONA DA COMUNHÃO cf. 1 Cor 11, 24.25 Isto é o meu Corpo, entregue por vós; este é o cálice da nova aliança no meu Sangue, diz o Senhor. Fazei isto em memória de Mim. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO Deus eterno e omnipotente, que hoje nos alimentastes na Ceia do vosso Filho, saciai-nos um dia na ceia do reino eterno. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. http://ecclesia.pt

Celebração da Missa

Data: 09-04-2009 Dia: Quinta
Semana: Semana Santa Tempo: Quaresma
ANTÍFONA DE ENTRADA Ap 1, 6 Jesus Cristo fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai. Louvor e glória a Cristo pelos séculos dos séculos. Amen. Diz-se o Glória. ORAÇÃO COLECTA Deus de bondade infinita, que, pela unção do Espírito Santo, constituistes o vosso Filho Unigénito Messias e Senhor, concedei-nos que, participando na sua consagração, sejamos no mundo testemunhas do seu Evangelho. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. LEITURA I Is 61, 1-3a.6a.8b-9 «O Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos pobres e a levar-lhes o óleo da alegria» Jesus de Nazaré é chamado Cristo, nome que significa Ungido, isto é, marcado pelo Espírito Santo, como foi manifestado na hora do seu Baptismo. Os membros do seu Corpo, que é a Igreja, chamam-se, por sua vez, “cristãos”, porque participam da unção de Cristo, sua Cabeça. Para o significar serão ungidos com o Óleo do Crisma, que nesta celebração todos os anos é consagrado. É a todo o povo de Deus que esta leitura, agora aqui, se refere ao chamar-lhes “Sacerdotes do Senhor”, “Ministros do nosso Deus”. Esta unção dos Óleos e a Consagração do Crisma faz-se agora para que esteja tudo preparado para a celebração da Vigília, em que eles vão ser necessários. Leitura do Livro de Isaías O espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu e me enviou a anunciar a boa nova aos infelizes, a curar os corações atribulados, a proclamar a redenção aos cativos e a liberdade aos prisioneiros, a proclamar o ano da graça do Senhor e o dia da acção justiceira do nosso Deus; a consolar todos os aflitos, a levar aos aflitos de Sião uma coroa em vez de cinza, o óleo da alegria em vez do trajo de luto, cânticos de louvor em vez de um espírito abatido. Vós sereis chamados «Sacerdotes do Senhor» e tereis o nome de «Ministros do nosso Deus». – Eu lhes darei fielmente a recompensa e firmarei com eles uma aliança eterna –. A sua linhagem será conhecida entre os povos e a sua descendência no meio das nações. Quantos os virem terão de os reconhecer como linhagem que o Senhor abençoou. Palavra do Senhor. SALMO RESPONSORIAL Salmo 88 (89), 21-22.25.27 (R. cf. 2a) Refrão: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade. Repete-se Encontrei David, meu servo, ungi-o com o óleo santo. Estarei sempre a seu lado e com a minha força o sustentarei. Refrão A minha fidelidade e bondade estarão com ele, pelo meu nome será firmado o seu poder. Ele me invocará: «Vós sois meu Pai, meu Deus, meu Salvador». Refrão LEITURA II Ap 1, 5-8 «Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai» O que o profeta já no Antigo Testamento dizia dos membros do povo de Deus, chamando-lhes “sacerdotes do Senhor”, di-lo agora, com mais razão o Novo Testamento tratando a Igreja de Cristo como “reino de sacerdotes” ou “povo sacerdotal”, ungido pelo sangue de Jesus. Leitura do Apocalipse de São João A graça e a paz vos sejam dadas por Jesus Cristo, a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens e todos os olhos O verão, também aqueles que O trespassaram: por causa d’Ele hão-de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Amen. «Eu sou o Alfa e o Ómega, – diz o Senhor Deus – Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo». Palavra do Senhor. ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18) Refrão: Glória a Vós, Senhor, Filho do Deus vivo. Repete-se O Espírito do Senhor está sobre mim: Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão EVANGELHO Lc 4, 16-21 «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu» É agora o próprio Senhor Jesus a afirma que n’Ele se cumpre a palavra do profeta que acabava de ler na celebração de Nazaré e onde se declarava que Ele é o Ungido Senhor, enviado a anunciar a boa nova. O mesmo continua a realizar agora nos membros do seu Corpo, para tal ungidos com o Óleo santo, que de Cristo tira o nome, o Crisma. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Palavra da salvação. ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS Nós Vos pedimos, Senhor, que o poder deste sacrifício nos purifique do antigo pecado, nos faça crescer na vida nova e nos alcance a salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Fi¬lho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. PREFÁCIO O sacerdócio de Cristo e o ministério dos sacerdotes V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Corações ao alto. R. O nosso coração está em Deus. V. Dêmos graças ao Senhor nosso Deus. R. É nosso dever, é nossa salvação. Senhor, Pai santo, Deus eterno e omnipotente, é verdadeiramente nosso dever, é nossa salvação dar-Vos graças, sempre e em toda a parte. Pela unção do Espírito Santo constituístes o vosso Filho Unigénito pontífice da nova e eterna aliança, e no vosso amor infinito quisestes perpetuar na Igreja o seu único sacerdócio. Ele não só revestiu do sacerdócio real todo o seu povo santo, mas também, de entre os seus irmãos, escolheu homens que, mediante a imposição das mãos, participam do seu ministério sagrado. Eles renovam em seu nome o sacrifício da redenção humana, preparando para os vossos filhos o banquete pascal; dirigem com amor fraterno o vosso povo santo, alimentam-no com a palavra e fortalecem-no com os sacramentos. Como verdadeiras testemunhas da fé e da caridade, comprometem-se generosamente a cumprir a sua missão, prontos, como Cristo, a dar a vida por Vós e pelos homens seus irmãos. Por isso, com todos os Anjos e Santos, proclamamos a vossa glória, cantando com alegria: Santo, Santo, Santo... ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 88, 2 Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor e para sempre proclamarei a sua fidelidade. ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO Deus todo-poderoso, que nos alimentastes com os vossos sacramentos, fazei que sejamos no mundo fiéis testemunhas de Cristo, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
www.ecclesia.pt António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...