terça-feira, 12 de janeiro de 2010

FOI HÁ UM ANO...

É verdade: fez ontem, um ano que tive o infausto "prazer" de ter partido o meu braço esquerdo (na região cúbita, junto do cotovelo) - sem saber como (!) - o que originou uma imobilização total de movimentos no referido braço durante dois meses e parcial de mais de um mês, até ter sido operado por um médico competente ao contrário daqueles que me socorreram no dia do acidente, no Hospital de S. João que descuraram a necessidade de efectuar a operação, dado que segundo eles o assunto poderia ficar resolvido pura e simplesmente com o engessamento do braço e com umas posteriores sessões de ginástica fisioterapeuta...

Desde 11 de Janeiro até 13 de Março andei com o braço engessado, podendo apenas mover o braço direito, primeiro apenas um dedo da mão direita e só depois de dois meses é que pude mover o braço completo. Ainda aguentei mais um  mês com o braço resguardado com uma bandoleira e só em 14 de Abril é que fui operado nos SAMS-Serviços de Assistência Médico Social dos Bancários (onde estou inscrito e - que curiosamente foi fundado por mim, nos idos de 1976-Janeiro...) pelo Dr. Pinto Borges, a quem estou muito reconhecido e que me tirou as dores que sofri durante tanto tempo.

A conselho deste Médico e não só, fiz uma reclamação com  pedido de indemnização (que tinha intenções de doar em parte à Conferência Vicentina de S. Paulo, de que fui Presidente) ao Hospital de S. João e que em face de falta de resposta escrita (houve alguns contactos telefónicos, mas sem consistência alguma, nos quais eu fui convidado a deslocar-me ao Hospital para ver o processo (:::) - para quê? se não me era atríbuida nenhuma indemnização, mas apenas umas desculpas esfarrapadas...).

Entretanto também fiz uma chamada de atenção para a ERS (Entidade Reguladora de Saúde) que me informou ter enviado o processo para a Direcção Geral de Saúde que ia inquirir junto do Hospital sobre o que se passava... até hoje, nunca recebi qualquer comunicação destas entidades sobre a minha reclamação e respectiva indemnização (!).

Chegado a este ponto, e como depois da intervenção cirúrgica, efectuei 3 séries de 20 sessões cada, de tratamento de fisioterapia, no Centro de Diagnóstico CUF, que finalizaram em Novembro passado, resultando daí que já me sinto praticamente a 90 por cento recuperado, ainda não resolvi nada acerca da prossecução da reclamação-indemnização que gostaria que me fosse atendida. VOU PENSAR NO ASSUNTO.

Não sei para que serve a ERS. Pensava que era uma Instituição que defendesse os interesses dos doentes que tivessem queixas a apresentar relativamente a deficientes prestações de serviço dos Serviços Hospitalares, Médicos, Enfermeiros, etc., demoras inconcebíveis de horas e horas para tirar gessos, fazer radiografias, ser consultado por médico competente, e no caso de ser necessário, colocar novo gesso, sem ter de aguardar cheios de dores em más instalações, 4 e mais horas (!); para saber porque razão não foi feita uma operação que se impunha ter sido feita imediatamente, optando-se por imobilizar o braço num ângulo recto até ao antebraço, acima do cotovelo, quando o braço estava partido antes do cotovelo(?), etc., etc.,

Estamos no País em que estamos, temos o Governo que temos e há que aguentar a Saúde que temos... HAJA DEUS !

Bem vou terminar com este desabafo, - pois não adianta chorar sobre o "leite derramado" - e Saúdo todos os meus leitores, desejando-lhes um Novo Ano de 2010 livre de acidentes como eu tive.

Desculpem-me qualquer coisinha.

Obrigado

António Fonseca 

12 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA


SANTOS DO DIA DE HOJE
12 de JANEIRO de 2010

Benito (Bento) Biscop, Santo
Janeiro 12   -  Abade
Benito Biscop, Santo
Benito Biscop, Santo
Abade
Martirológio Romano: No mosteiro de Wearmouth, em Northumbria (hoje Inglaterra), são Benito Biscop, abade, que peregrinou cinco vezes a Roma, de onde trouxe muitos mestres e livros para que os monges reunidos na clausura do mosteiro sob a Regra de são Benito progrediram na ciência do amor de Cristo, no bem da Igreja (c. 690).
Etimologia: Benito = Aquele que Deus bendiz, é de origem latino.
Tal vez las palavras mais apropriadas para louvar a São Benito Biscop são as que se encontram na Vita quinque sanctorum abbatum del venerable san Beda: “Foi confiado por seus pais aos sete anos para que o educasse, e se converteu assim no meu mais ilustre discípulo e numa de minhas maiores glórias”. Aos 25 anos, Benito renunciou aos favores do rei Oswiu para pôr-se ao serviço do verdadeiro Rei, Jesus Cristo, para receber não um corruptível dom terreal, mas sim um reino eterno na cidade celestial; abandonou sua casa, seus familiares e a pátria por Cristo e pelo Evangelho, para receber o cêntuplo e possuir a vida eterna. No ano 653, depois de haver feito sua eleição, Benito fez a primeira de suas seis viagens a Roma para manifestar sua devoção aos Santos Pedro e Paulo e ao Papa, como também para buscar modelos de vida e de instituições monásticas, tanto em Roma como nos vários lugares por onde passava.
Com razão pôde dizer em seu leito de morte: “Filhinhos meus, não creiam que inventei a constituição que lhes dei. Depois de haver visitado dezassete mosteiros, de que tratei de conhecer perfeitamente as leis e os costumes, reuni as regras que me pareceram melhores e esta selecção é a que lhes dei”. Em Lerino, por exemplo, durante a segunda viagem a Roma, em 665, permaneceu quase dois anos. Não só se contentava com buscar modelos de vida, mas também numerosos livros, documentais iconográficos, relíquias de santos, ornamentos sagrados e outros objectos que servissem para o culto em perfeita sintonia com a Igreja de Roma.
Inclusive, uma vez pediu ao Papa Agatón que lhe enviasse o cantor da Basílica de São Pedro, o abade João, para que lhes ensinasse o canto romano a seus monges dos mosteiros de Wearmouth e de Yarrow, dedicados naturalmente um a São Pedro e o outro a São Paulo. Quando regressou da sexta viagem a Roma, teve a desagradável surpresa de encontrar quase destruídas suas instituições por causa de uma epidemia. São Benito Biscop morreu em 12 de Janeiro do ano 690 com a idade de 62 anos.
Margarita Bourgeoys, Santa
Janeiro 12   -  Virgem Fundadora
Margarita Bourgeoys, Santa
Margarita Bourgeoys, Santa
Fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora
Martirológio Romano: Em Montreal, na província de Quebec, no Canadá, santa Margarita Bourgeoys, virgem, que prestou grande ajuda aos colonos e aos soldados, e trabalhou para assegurar a formação cristã das jovens, fundando para isso a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora (1700).
Etimologia: Margarita = Aquela de beleza pouco comum, é de origem latino.
Margarita era a sexta filha dos doze do matrimónio de Abraham Bourgeoys e Guillermina Garnier. Nasceu em Troyes (França), em 17 de Abril de 1620. Aos vinte anos quis ingressar com as carmelitas e as clarissas, sem ser aceite. O padre Gendret, ao ver que os dois conventos a recusaram, viu o sinal para fundar uma congregação sem clausura, mas a dita fundação também fracassou.
Em 1652 o governador da pequena colónia francesa Villa Maria, no Canadá, a convidou como mestra. Troyes, Paris, Orleães, Nantes foram as primeiras etapas de sua viagem para o Canadá. Saiu do porto de São Nazário e, depois de quatro meses, em 16 de Novembro de 1653, chegou ao Canadá e, num mês, a Villa María, a pequena colónia que logo se converteria na cidade de Montreal, e que nesse momento se reduzia a um forte em que habitavam umas duas mil pessoas, com um pequeno hospital e uma capela atendida ocasionalmente por algum missionário. Aí Margarita ensinava o catecismo, curava enfermos, socorria aos soldados feridos e ajudava aos necessitados. Fez restaurar a grande cruz de Montreal que havia sido destruída pelos índios iroqueses e as arranjou para construir uma nova capela dedicada a Nossa Senhora em 1667. No ano seguinte inaugurou a primeira escola de Montreal num antigo estábulo com uma dezena de alunos. Os anos seguintes foram agitados e difíceis por causa da guerra contra os iroqueses. Ao terminar a guerra, Montreal se converteu numa verdadeira cidade. Em sua escola Margarita acolheu também aos filhos dos índios.
Viajou oito vezes a França para buscar a jovens que quisessem ajudar na tarefa da educação. Nessas ocasiões levava consigo a raparigas órfãs camponesas que desejavam educar-se no Novo Mundo e formar mais tarde seu lar, pois havia muitos soldados e comerciantes mas as filhas dos colonos eram poucas e não se podiam formar lares cristãos. Quando esteve em França de 1670 a 1672 conseguiu a aprovação do rei Luis XIV para seus planos de fundação da Congregação de Nossa Senhora, no ano 1676.
Em 1683 o convento se incendiou e duas irmãs morreram, entre elas sua sobrinha. Foi então quando monsenhor Laval quis fazer a fusão com as ursulinas já que era difícil aceitar a ideia de uma comunidade religiosa missionária sem clausura...
Finalmente no ano 1698 as vinte e quatro irmãs puderam fazer a profissão religiosa. Desde o momento em que Margarita renunciou ao cargo de superiora aos setenta e três anos, sua saúde começou a declinar. Mas o fim chegou de uma maneira inesperada. No último dia do ano 1699 a fundadora ofereceu sua vida para salvar a de uma religiosa que estava gravemente enferma. Havendo recobrado ela a saúde, a madre morreu em 12 de Janeiro de 1700. Alguns anos mais tarde, em 1768, num novo incêndio se queimou a capela onde se conservava o coração da madre Margarita e, ao resgatá-lo das chamas, notaram que saía sangue. Foi beatificada pelo papa Pío XII em 12 de Novembro de 1950 e canonizada pelo papa João Paulo II em 31 de Outubro de 1982.
Arcádio de Mauritânia, Santo
Janeiro 12   -  Mártir
Arcadio de Mauritania, Santo
Arcádio de Mauritânia, Santo
Mártir
Martirológio Romano: Em Cesareia de Mauritânia (hoje Argélia), santo Arcádio, mártir, que se escondeu em tempo de perseguição, mas, ao ser detido um familiar seu se apresentou espontaneamente ao juiz e, por negar-se a sacrificar aos deuses, sofreu dolorosos tormentos até consumar seu martírio (c. 304).
Etimologia: Arcádio = Aquele que é venturoso, é de origem grega.
Se desconhece a data exacta de seu martírio, mas parece que teve lugar em alguma cidade de Mauritânia, provavelmente em Cesareia, a capital. 
Arcadio de Mauritania, Santo
Arcádio de Mauritânia, Santo
As perseguições estavam em todo o seu furor e milhares de cristãos eram torturados pelos soldados romanos sem esperar a sentença do juiz.
Em tão terríveis circunstâncias, Santo Arcádio se retirou para a solidão.
Sem embargo, o governador da cidade ao saber que não se havia apresentado aos sacrifícios públicos, capturou a um parente e o manteve como refém até que o fugitivo se apresentasse. Ao sabê-lo, o mártir voltou à cidade e se entregou ao juiz que o obrigou a que se sacrificasse aos deuses.
Ante sua negativa, o juiz o condenou à morte, cortando cada um de seus membros de maneira lenta.
Ao encontrar-se totalmente mutilado, o mártir se dirigiu à comunidade pagã, exortando-os a abandonar a seus deuses falsos e a adorar ao único Deus verdadeiro, o Senhor Jesus.
Os pagãos se ficaram, espantados de tanto valor e os cristãos recolheram seu cadáver e começaram a honrá-lo como a um grande santo.
Elredo de Rievaulx, Santo
Janeiro 12   - Abade
Elredo de Rievaulx, Santo
Elredo de Rievaulx, Santo
Abade
Martirológio Romano: No mosteiro de Rievaulx, também em Northumbria (hoje Inglaterra), santo Elredo, abade, o qual, educado na corte do rei de Escócia, ingressou na Ordem Cisterciense, sendo mestre exímio da vida monástica e promovido constante e suavemente, com seu exemplo e seus escritos, a vida espiritual e a amizade em Cristo (c. 1166).
Abad de Rievaulx, escritor de homilias e historiador (1109-66).
Santo Elredo, cujo nome também há sido escrito como Aelred, Ailred, Æthelred e Ethelred, foi filho de um daqueles sacerdotes casados dos quais muitos se podem encontrar em Inglaterra nos séculos onze e doze.
Nasceu em Hexham, mas em tenra idade conheceu a David, o filho menor de Santa Margarita, que pouco depois foi Rei de Escócia, em cuja corte aparentemente actuou por alguns anos como um tipo de pajem, ou acompanhante para o jovem Príncipe Enrique. 
O Rei David amava ao pio jovem inglês, o promoveu a seu lar, e desejava fazê-lo bispo, mas Elredo decidiu converter-se em monge cisterciense, na recentemente fundada abadia de Rievaulx em Yorkshire.
Pronto foi nomeado mestre de noviços, e por muito tempo foi recordado por sua extraordinária paciência e ternura para com aqueles a seu cargo.
Em 1143 enquanto Guillermo, Earl de Lincoln, fundou uma nova abadia cisterciense em suas terras em Revesby em Lincolnshire, Santo Elredo foi enviado com doze monges a tomar posse da nova fundação.
Sua estadia em Revesby, onde parece haver conhecido a São Gilberto de Sempringham, não foi longa, pois em 1146 foi eleito abade de Rievaulx.
Neste posto o santo não só foi superior de uma comunidade de 300 monges, mas também esteve à cabeça de todos os abades cistercienses em Inglaterra.
As causas lhe eram referidas, e com frequência tinha que fazer longas viagens para visitar os mosteiros de sua ordem.
Uma viagem tal o levou em 1153 a Escócia, onde se encontrou com o Rei David por última vez e no seu regresso a Rievaulx pouco depois lhe chegou a notícia da morte de David, pelo que traçou um esboço sobre o personagem do falecido rei, a maneira de pêsames.
Parece haver exercido influência considerável sobre Enrique II nos primeiros anos de seu reinado, e havê-lo persuadido de unir-se a Luis VII de França para encontrar-se com o Papa Alexandre III, em Touci em 1162.
Ainda que sofresse de uma complicação de males muito dolorosos, viajou a França para assistir à reunião geral de sua Ordem.
Esteve presente na Abadia de Westminster, na traslação de Santo Eduardo o Confessor, em 1163, e em vista deste evento, escreveu a biografia do santo rei e deu uma homilia dedicada a ele.
Ao ano seguinte Elredo efectuou uma missão às tribos bárbaras Pictish de Galloway, onde se diz que seu chefe se comoveu tão profundamente por suas exortações que se converteu em monge. Através de seus últimos anos Elredo deu extraordinário exemplo de paciência heróica ao sofrer uma série de enfermidades. 
O que é mais, era tão abstémio que se o descrevia “mais como um fantasma que como um homem.” Se supõe em geral que sua morte ocorreu em 12 de Janeiro de 1166, ainda que haja razões para pensar que o ano realmente foi 1167.
Santo Elredo deixou uma considerável colecção de sermões, cuja eloquência lhe fez ganhar o título de “o Santo Bernardo Inglês”. Foi autor de vários tratados ascéticos, dos quais sobressai “Speculum Charitatis,” também um compêndio do mesmo (realmente um rascunho a partir do qual se desenvolveu o trabalho completo), um tratado “De Spirituali Amicitiâ” e uma certa carta a uma eremita.
Tudo isto, junto com um fragmento de sua obra histórica, foi coleccionado e publicado por Richard Gibbons, S.J., em Douai, em 1631. Uma edição mais completa e melhor está contida no quinto volume da “Biblioteca Cisterciensis” de Tissier, 1662, da qual foi impressa em P.L., vol. CXCV. As obras históricas incluem uma “Vida de Santo Eduardo,” um reconto importante da “Batalla del Estándar”, (1138), obra incompleta sobre a genealogia dos reis de Inglaterra, um tratado “De Sanctimoniali de Watton” (sobre a Monja de Watton), uma “Vida de Santa Ninian”, uma obra sobre os “Milagres da Igreja de Hexham”, um reconto das fundações da Abadia de Santa María de York e Fuentes, assim como outras que estão perdidas. Nunca se há publicado uma edição completa do opúsculo histórica de Aelred. Umas poucas foram impressas por Twysden em seu “Decem Scriptores”, outros devem ser buscados na Série Rolls ou em “Prior de Hexham” de Raine (Surtees Society, Durham, 1864).
António Maria Pucci, Santo
Janeiro 12   -  Presbítero Servita
Antonio María Pucci, Santo
António María Pucci, Santo
Presbítero Servita
Martirológio Romano: Em Viareggio, cidade de Itália, santo António María Pucci, presbítero da Ordem dos Servos de Maria, o qual, pároco durante quase cinquenta anos, se dedicou sobretudo a atender às crianças pobres e enfermos (1892).
Santo António María Pucci, ainda que membro da Congregação dos Servos de Maria (Servita), passou quase toda sua vida e se santificou como sacerdote de uma paróquia. Nasceu em Poggiole, perto de Pistoia, em 1810. Foi um dos sete irmãos da humilde família de Agustín e María Pucci.
Não obstante a heroicidade de suas virtudes, os traços elementares de sua biografia trazem à recordação tantas vidas paralelas de seminaristas e sacerdotes, companheiros de estudos uns, conhecidos outros talvez na própria paróquia. Já durante sua vida o padre Pucci se faz tão familiar e intimo a seus fregueses, que carinhosamente o chamavam, "o Curatino". Uma destas figuras de pároco, que há visto nascer e morrer quase toda uma geração e afunda no coração do povo, como uma instituição patriarcal.
Seu nome baptismal era Eustáquio. Acólito serviçal e piedoso, ganhou a confiança de dom Luigí, seu pároco. Em troca dos serviços prestados recebia aulas de latim e cultura geral. Não conheceu o Liceu do Renascimento italiano. E não o acharia depois; sua vida sacerdotal transcorreu alheia à luta de políticas e de culturas; e isso que seu tempo foi o da unidade italiana e em parte pertencia ao da "Kulturkampf". No último termo, seu pai não pretendia fazer de Eustáquio mais que um bom lavrador; e se opôs quando o pároco de Poggiole foi falar-lhe de que Eustáquio, jovem já de dezoito anos, aspirava a "fazer-se cura". Considerando sua piedade mariana, dom Luigi lhe havia proposto ingressar na Ordem dos Servos da Mãe de Deus, de Florença, com quem cultivava uma sincera amizade e estima.
No fim, o homem do arado e da esteva cedeu ao homem de igreja, e consentiu; o pai de Eustáquio não era dos piores paroquianos de dom Luigi. E o "curato" se faz respeitar muito também em Itália, hoje ainda, entre as boas famílias das paróquias rurais.
Conseguido a permissão paterna, Eustáquio ingressava em 10 de Julho de 1837 no convento da Anunciação. A primeira etapa de sua vida aldeã se encerra com um certificado protocolar de boa conduta, apresentado pelo pároco ao superior de Florença. ¡Haveria feito tantos outros para seus fregueses! E, sem embargo, aquele do filho da família Pucci seria um degrau mais do processo de canonização de um santo.
Sua inclinação ao sacerdócio, observada por dom Luigi e alguns de seus familiares que o haviam visto jogar "a dizer missa", se converteu em realidade. Eustáquio, agora frei António Maria, foi ordenado sacerdote em 24 de Setembro de 1843.
Foi destinado a exercer seu ministério em Viareggío, pequena cidade junto ao Tirreno, hoje famosa praia internacional. Três anos de coadjutor e depois... sempre pároco de Santo Andrés. Seus fregueses eram quase todos pescadores, que se foram acarinhando pouco a pouco com o pároco de pequena estatura e olhos serenos. Os mais íntimos se sentiriam orgulhosos de ter um pároco apreciado na cúria de Lucca, de que havia sido nomeado, tão jovem como era ainda, examinador pró-sinodal. Os primeiros anos de actividade pastoral não o haviam impedido preparar o exame de "mestre em Sagrada Teologia", título que concedia o capitulo da Ordem. Em outro ambiente, o padre Pucci houvera sido talvez um homem de estudos; mas se a Ordem perdeu um científico, ganhou em troca, um santo.
Os que o conheceram, confessam que não era simpático; sua voz nasal e de tom monótono, a cabeça sempre inclinada, seus ligeiros gestos nervosos, não faziam de sua pessoa uma figura estética. Se diria que era um homem com complexo de inferioridade. Alguns contemporâneos, ao saber que se introduzia seu processo de canonização, desconfiavam do êxito, porque consideravam que era uma personalidade ordinária. Não é um caso isolado. Também o alcaide de Viareggio, daquela época liberal, respondia ao superior de Santo Andrés, que solicitava a dedicação de uma rua em recordação do padre Pucci, minimizando sua actuação e justificando sua negativa. "Ao fim e ao cabo, é um cura que não fez mais do que cumprir com seu dever." 
É bela esta heroicidade humilde de um pároco que cumpre durante quarenta e cinco anos com seu dever. Heroicidade perseverante e desapercebida em sua actividade apostólica e em sua vida de religioso. Como o cardeal Laurenti, prefeito da Congregação de Ritos, dizia, de broma e de verdade, ao padre Ferrini, postulador geral da Ordem: "Se o padre Pucci tem sido sempre bom pároco e bom religioso por sua vez, é sem dúvida um santo de verdade."
Objectivo central de suas preocupações pastorais foi a organização paroquial: o ensino do catecismo e a beneficência, grupos de seculares e fundação de religiosas, acção social e apostolado do mar.
Para desenvolver mais eficazmente suas tarefas de catequista, organizou a Congregação da Doutrina Cristã. Com surpreendente espírito de dinamismo apostólico utilizava todos os meios para atrair as crianças à paróquia; ajudado de seus fieis militantes da congregação, dava especial relevo, religioso e espectacular à vez, as festas das primeiras comunhões, da repartição de prémios, da "Befana" (ou "´fada - boa"), manifestação italiana de tradição espanhola dos Reis Magos, levando ele próprio os brinquedos a casa das crianças.
Com uma concepção orgânica das obras paroquiais, instituiu para a formação integral dos jovens e em função também do ensino do catecismo, a "Companhia de São Luis". Sem se conhecer, o padre Pucci realizava com os jovens um trabalho paralelo a que contemporaneamente São João Bosco leva a cabo em Turim. Humano e perspicaz psicólogo, não olvidava prescrever a seus rapazes no regulamento da associação que "buscassem um bom amigo e fugissem dos tristes". Posteriormente, esta associação foi a base em Viareggio de um dos primeiros centros inter-paroquiais da Acção Católica, promovida pouco depois da morte do padre Pucci com as directrizes pontifícias.
Incrementou a devoção eucarística com a Confraria do Santíssimo Sacramento e organizou os grupos apostólicos femininos, cuja direcção encomendou a uma jovem piedosa, Giuliana Luccí; mais tarde, com outro grupo de jovens da paróquia, ingressou nas Servas de Maria de Viareggio, cuja fundação se atribui fundadamente ao Beato Pucci., em frase de Chateaubriand, "Leão da liberdade italiana".
Contra tal previsão ilusória, a unidade de Itália, sem intervenção pontifícia, foi proclamada por Cavour em Turim, em 1861. Em 1870 as tropas italianas eram saudadas em Roma, como libertadoras e Pío IX se refugiava no Vaticano. Cairoli, Crispí, Zanardellí, De Pretiis são nomes de notáveis republicanos, anti-pontifícios, comemorados agora como glória nacional nas ruas da que em outros tempos foi a Roma papal. Cavour resumia sua ideologia política em poucas palavras: "A Igreja livre em Estado livre". O espírito laico tomou auge em Itália depois da constituição do Reino; em 1873 era abolida a Faculdade de Teologia das Universidades e suprimido o ensino religioso nas escolas. 
O ambiente carregado de incerteza religiosa se fazia sentir também em Viareggio. Para o pároco de Santo Andrés a situação oferecia um aspecto eminentemente pastoral. Frente ao problema da descristianização pública que se apresentava em Viareggio, cujas autoridades civis eram todas republicanas e faziam profissão de incredulidade, o "Curatino" pensou numa associação de homens católicos; assim organizou "A Pia União dos filhos de São José para manter incólume a fé católica na família e na sociedade cristã".
Poderia pensar-se com motivo, que o pároco de Viareggio haveria sido criticado de "fazer política"; sobretudo, quando os biógrafos asseguram que "defendia com todas as armas da ciência e da história os sacrossantos direitos da Igreja, incluído o poder temporal dos Papas". Mas o "Curatino" não foi apelidado de clericalismo político, campanha preferida dos grupos de oposição desde que em Itália começou a desenvolver-se a democracia cristã. Nem sequer os republicanos de Viareggio quiseram misturar a recordação do padre Pucci com a política; porque o "Curatino" ¡havia sido tão bom! Havia socorrido heroicamente aos enfermos  nos dias da epidemia. 1854-55; havia dado tantas vezes sua manta e seu colchão aos pobres tiritando de frio, não excluindo os anti-clericais; havia instituído para a beneficência a Confraria da Misericórdia e a Conferência de São Vicente; sua vida havia sido uma cadeia de heróica caridade. 
A venerável figura do pároco. percorrendo as ruas a socorrer aos pobres ou a assistir aos enfermos, se havia gravado fundamente nos membros do Conselho Comunal e em atenção à sua obra assistencial, declaravam em sessão plenária, depois de sua morte: "Que o padre Pucci, não se ocupando nunca de política, deixou esta missão a que pertencia, sendo assim exemplo de como se deveria comportar o clero na convivência social". 
O "Curatino" havia conquistado deveras o amor de seu povo. Os factos de zelo e de caridade se sucediam dia a dia. De suas obras assistenciais merece destacar-se a Colónia Marinha, que organizou para filhos de operários, a primeira em Itália, superando assim com sua acção sua ideologia social, marcada no "paternalismo" próprio da época e paralela ao título que o povo lhe deu de "Padre dos pobres".
Seu templo de santo se acendrava na vida religiosa. Eleito superior da casa de Viareggio em 1859, foi reeleito, contra todo costume, continuamente, chegando a ser em 1883 Superior Provincial em toda a Toscana. Mas sua personalidade de pároco modelo absorve a de religioso observante.
Santo António Pucci morreu em 14 de Janeiro de 1892, aos setenta e três anos de idade. Sua morte causou grande consternação em Viareggio. Seu túmulo foi honrado por Deus com algumas curas. Foi beatificado sessenta anos depois de sua morte por Pio XII, em 1952 e canonizado em 9 de Dezembro de 1962 por João XXIII.
Bernardo de Corleone (Filippo Latini), Santo
Janeiro 12   -  Laico Capuchinho
Bernardo de Corleone (Filippo Latini), Santo
Bernardo de Corleone (Filippo Latini), Santo
Laico Capuchinho
Martirológio Romano: Em Palermo, cidade de Sicília (hoje Itália), são Bernardo de Corleone, da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos, admirável por sua caridade e exímio por sua penitência (1667).
Filippo Latini, que assim se chamava de secular nosso santo, nasceu em Corleone (Sicília, Itália), em 6 de Fevereiro de 1605. De jovem exerceu o oficio de sapateiro. Sua casa era conhecida como «a casa dos santos», porque tanto seu pai como seus irmãos eram muito caritativos e virtuosos. Por isso, recebeu uma boa formação religiosa e moral. Era muito devoto de Cristo crucificado e da santíssima Virgem. Sem embargo, tinha um carácter muito forte. Em certa ocasião, teve um confrontação com outro jovem; depois das palavras passaram às mãos: ambos desembainharam a espada e, após um breve duelo, o outro ficou gravemente ferido. Ao fugir da justiça humana, buscou refúgio numa igreja, invocando o direito de asilo, mas, ainda que se livrou da justiça humana, não pôde escapar de sua consciência.
Na solidão e na meditação reflectiu longamente sobre o delito cometido e sobre toda sua vida, desperdiçada, inútil e dissipada, odiosa aos demais e daninha para sua alma, o mais precioso que o homem possui. Se arrependeu, invocou o perdão de Deus e dos homens e fez áspera penitência. Para reparar seus pecados, com vestidos de penitente decidiu tomar o saial dos Irmãos Menores Capuchinhos. Abandonou Corleone, que lhe recordava seu passado, e chamou à porta do convento de Caltanissetta, em Sicília, onde foi admitido e tomou o nome de Bernardo.
Como laico professo da ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi em verdade um homem novo, decidido a alcançar uma perfeição cada vez mais alta, com humildade, obediência e austeridade. No convento exerceu quase sempre o ofício de cozinheiro o ajudante de cozinha. Além disso, atendia aos enfermos e realizava uma grande quantidade de trabalhos complementares, com o desejo de ser útil a todos, aos irmãos sobrecarregados de trabalho e aos sacerdotes, aos que lavava a roupa e prestava outros serviços. Dormia no chão, não mais de três horas diárias, e multiplicava sues jejuns.
Ainda que inculto e iletrado, alcançou as alturas da contemplação, conheceu os mais profundos mistérios, curou enfermos, distribuiu consolos e conselhos, intercedeu com sua oração para alcançar de Deus abundantes graças para os outros. Isto o realizou durante trinta e cinco anos, até sua morte. Sua oração assídua, sua caridade fervente, sua filial devoção à Virgem Imaculada e sua acendrada devoção à Eucaristia - apesar dos costumes daqueles tempos, recebia a comunhão diariamente -, foram o segredo de sua santidade. Se preocupou por conformar-se a Cristo crucificado. Tomou a sério o Evangelho e tratou sempre de o viver com todas suas consequências.
Morreu em 12 de Janeiro de 1667 em Palermo. Tinha 62 anos. O papa Clemente XIII o beatificou em 15 de Maio de 1768, e João Paulo II o canonizou em 10 de Junho de 2001.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
Pedro Francisco Jamet, Beato
Janeiro 12   -  Presbítero
Pedro Francisco Jamet, Beato
Pedro Francisco Jamet, Beato
Segundo Fundador do Instituto de Filhas do Bom Pastor
Martirológio Romano: Na cidade de Caen, em França, beato Pedro Francisco Jamet, presbítero, que se distinguiu por sua ajuda a  religiosas Filhas do Bom Pastor e por seu trabalho para a restituição da paz à Igreja, depois de um tempo de instabilidade (1845). 
Considerou-se e se lhe chamou o "Segundo Fundador" do Instituto das Filhas do Bom Pastor. Pedro Francisco Jamet, nasceu em 12 de Setembro de 1762 em Fresnes, França, seus pais, ricos agricultores, tiveram oito filhos, dos que dois foram sacerdotes e uma foi religiosa.
Pedro Francisco Jamet Estudou no Colégio de Vire e aos 20 anos sentiu-se chamado ao sacerdócio, pelo que se matriculou na renomeada Universidade de Caen, em que seguiu os cinco anos de estudo em filosofia e teologia.
Em 1784 entrou no seminário e em 22 de Setembro de 1787 foi ordenado sacerdote, obteve o título de licenciado em teologia e o título de "Master of Arts", mas não pôde continuar sua especialização por rebentar a Revolução Francesa.
Existia em Caen uma comunidade das Filhas do Bom Pastor, instituto fundado em 1720 pela Mãe de Anna Leroy, em 1790 o P. Jamet foi nomeado capelão e confessor do Instituto, de que chegou a ser superior religioso em 1819.
Em 1798 se negou realizar o juramento imposto pelas autoridades da Revolução Francesa, pelo que foi detido e recebeu ameaças de morte. Milagrosamente recuperou a liberdade e se dedicou com todos os meios a ajudar as Filhas do Bom Pastor, celebrando a Missa  secretamente, apoiando os irmãos vacilantes e alentando aos fieis perseguidos.
Depois da Revolução, pôde dedicar-se abertamente à restauração e ao crescimento da Congregação do Bom Pastor. Iniciou a assistência educativa aos surdo-mudos, para o que realizou estudos específicos sobre sua educação, introduzindo novos métodos de ensino específico.
Durante oito anos, desde 1822 a 1830, foi reitor da Universidade de Caen, logrando entre os docentes e os estudantes uma nova atmosfera de fé cristã, posterior à grande tormenta da Revolução e à propagação de ideias "ilustradas e racionalistas".
Tudo o fazia para a glória de Deus, porque interiormente era todo de Deus. Aos 83 anos, em consequência de esgotamento e à idade, Pedro Francisco Jamet morreu em 12 de Janeiro de 1845.
Os acontecimentos políticos fizeram, que pese o reconhecimento público de sua fama de santidade, o necessário processo canónico se iniciasse apenas em 1930, completado com a aprovação do milagre atribuído a sua intercessão, em 11 de Dezembro de 1985.
O Papa João Paulo II o beatificou em 10 de Maio de 1987.
Nicolás Bunkerd, Beato
Janeiro 12   -  Sacerdote e Mártir
Nicolás Bunkerd, Beato
Nicolás Bunkerd, Beato
Sacerdote Tailandês, Mártir
Martirológio Romano: No lugar chamado Tomhom, perto de Bangkok, na Tailândia, beato Nicolás Bunkerd Kitbamrung, presbítero e mártir, pregador exímio do Evangelho, que foi encarcerado no tempo de perseguição contra a Igreja e por causa da tísica, que contraiu ajudando aos enfermos, faleceu de modo exemplar (1944).
Nasceu em 28 de Fevereiro de 1895 em Sam Phran, Nakhon Pathom, Tailândia.
Foi um de seis filhos. Seus pais se converteram ao cristianismo e educaram a seus filhos na fé.
Ingressou no Seminário Menor de Hang Xan com a idade de 13 anos, e em 1920 no Seminário Maior em Penang, Malásia. Ordenado sacerdote na Arquidiocese de Bangkok, Tailândia em 1926.
Foi pastor em Bang Nok Khneuk e Phitsanulok. Missionário no norte de Vietname de 1930 a 1937, trabalhando para recuperar aos católicos que haviam decaído em sua prática devido à pobreza.
Durante a guerra entre França e Indochina, Nicholas foi acusado de espiar para os franceses. Em 1941 foi detido e condenado a 10 anos de prisão. Ali contraiu a tuberculose que, somando às penúrias da cadeia, finalmente lhe causou a morte (em 12 de Janeiro de 1944). Mas antes disso, durante os dois anos que viveu na prisão, converteu a seus companheiros, baptizando pelo menos a 68 deles. 
É o primeiro sacerdote mártir de Tailândia.
Foi beatificado por S.S. João Paulo II em 5 de Março de 2000.
Outros Santos e Beatos
Janeiro 12   -  Completando o santoral deste dia
Santos Tigrio, presbítero, e
Eutrópio, mártires
Em Constantinopla (Istambul, hoje na Turquia), santos mártires Tigrio, presbítero, e Eutrópio, leitor, aos quais, em tempo do imperador Arcádio, foram acusados falsamente de haver incendiado a igreja principal e o palácio senatorial como reacção ao desterro do bispo são Juan Crisóstomo, sendo submetidos ao martírio sob Optato, prefeito da cidade, partidário do culto aos falsos deuses e contrário à religião cristã (406).
Santa Cesária, abadessa

Em Arlés, cidade da Provença, na Gália (hoje França), santa Cesária, abadessa, irmã do bispo são Cesário, que, para ela e para suas irmãs, escreveu uma Regra destinada a santas virgens (c. 529).
Santo Ferreol, bispo e mártir


Em Grenoble, em Burgundia (hoje França), são Ferreol, bispo e mártir, que foi ferido de morte por um sicário enquanto exortava a  multidão (c. 659).
São Martín (Martinho) de la Santa Cruz, religioso presbítero


Na cidade de Leão, em Espanha, são Martín de la Santa Cruz, presbítero e canónico regular, que foi varão perito na Sagrada Escritura (1203).
Beato António Fournier, mártir


Em Preuilly, de Anjou, em França, beato António Fournier, mártir, o qual, artesão de ofício, foi fuzilado durante a Revolução Francesa por sua fidelidade à Igreja (1794).
São Victoriano, abade


No mosteiro de Asán, na região de Barbastro, do Reino de Aragão, são Victoriano, que, havendo nascido em Itália, abraçou a vida monástica, e estando dedicado à oração na solidão das montanhas pirenaicas, aceitou a responsabilidade de dirigir o mosteiro que depois levou seu nome (c. 561).
http://es.catholic.net/santoral
´Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português de António Fonseca

Matrimónio homossexual ???

NOTA PRÉVIA (AF)
Dado que considero muito oportuno para Portugal - embora infelizmente no que concerne aospais da naçãosocialista’, ‘BE’ e ‘PCP’ e alguns outros “iluminados” de outros partidos inclusive da dita direita portuguesa e pese embora o facto de tal, não vir a modificar nada relativamente à votação que fizeram em sede da AR na última semana, em que se permitiram calcar aos pés mais de 90 000 subscritores duma moção em que se pedia simplesmente para se efectuar um Referendo sobre a legalização do “casamento entre homossexuais”  (assim como a esmagadora maioria de portugueses “católicos ou não)… permito-me por este meio fazer a transcrição deste texto. António Fonseca

De:
http://es.catholic.net/
¿Legalizar o “matrimónio homossexual”?

A legalização do “matrimónio homossexual",é, em boa parte, o resultado de três grandes movimentos ideológicos e culturais.

Autor: P. Fernando Pascual | Fuente: Revista Sacerdos
A legalização do “matrimónio homossexual”, em finais do mês de Junho de 2005, em Espanha e no Canadá (já havia sido aprovado anteriormente nos Países Baixos e Bélgica) é, em boa parte, o resultado de três grandes movimentos ideológicos e culturais.

O primeiro arranca da Revolução francesa, a partir da qual se tem considerado que o Estado deveria regular cada vez com maior poder invasivo a realidade do matrimónio, até ao ponto de se arrogar o poder de definir qual seja a essência do matrimónio.
Por este motivo, nos últimos 200 anos se tem promulgado leis que permitem o divórcio, e, recentemente, leis que regulam outras formas de convivência, como as assim chamadas “parelhas de facto”,(*)  a que se confere direitos similares aos que são próprios do matrimónio. Como última etapa neste processo chegou-se à pretensão de definir que se entende por matrimónio e de legislar sobre o que pode receber este nome, como se se tratasse de algo que pode mudar segundo mudam os gostos da gente ou das maiorias parlamentares.


Na realidade, o matrimónio precede o Estado: é algo original e não submetido às decisões de uma ditadura ou de um partido político. O Estado, portanto, não deveria impor leis arbitrárias sobre esta instituição natural. Sua competência reguladora deveria limitar-se a aclarar e a dirimir aspectos sociais das uniões matrimoniais, para evitar abusos, para promover a convivência e, sobretudo, para proteger e fomentar as riquezas próprias do matrimónio e da família. 

O segundo movimento desenvolveu-se a partir da “ideologia contraceptiva”, que tem levado a viver a relação conjugal entre os esposos cada vez mais como algo desligado da procriação. Especialmente a partir da pílula Pincus e dos seguintes produtos anticonceptivos, os casais têm podido viver sua sexualidade sem o “perigo” de que sejam concebidos novos filhos. A mentalidade anticonceptiva culminou com a difusão do aborto, usado em não poucos casos como uma espécie de “anti-concepção” de emergência, sem esquecer que não poucos métodos anti-conceptivos podem ter também efeitos abortivos.

Quando Paulo VI escreveu, em 1968, a encíclica "Humanae vitae", intuiu os graves perigos que, ao longe, nasceriam se se generalizasse o uso de anti-conceptivos. Especialmente reconhecia o perigo de que o homem perdesse o respeito para com a mulher, e de que se difundisse uma mentalidade em que a transmissão da vida fosse vista como algo opcional, submetido completamente aos desejos humanos (inclusive de alguns governos que pretendessem controlar a fertilidade de seus povos).

A estes abusos poderíamos acrescentar, continuando as reflexões de Paulo VI, a difusão de um modo de ver a sexualidade simplesmente como procura de prazer sem respeitar seu sentido original. Só quando reconhecemos a estreita relação que existe entre os significados unitivo e procriativo no acto sexual resplandece com toda sua beleza a vida matrimonial.

Depois de mais de 40 anos, os resultados dão a razão à "Humanae vitae". É evidente o incremento da promiscuidade sexual entre jovens e adultos, da maior infidelidade dos esposos, do divórcio, do aumento dos nascimentos fora do matrimónio, da dilatação de doenças de transmissão sexual. Além disso, a sexualidade humana está sendo vista por muitos como algo referido somente ao prazer e às opções livres das pessoas, sem o horizonte de compromisso que é próprio do matrimónio, e sem se abrir à procriação.
 
As baixas taxas de natalidade dos países ricos mostram o triunfo desta ideologia anti-conceptiva e preparam o “húmus” em que se tem desenvolvido o movimento homossexual.

Encontramos assim o terceiro movimento ideológico que tem levado a nova lei espanhola e a outras leis similares em diversos lugares do planeta: o movimento homossexual. Tal movimento tem sua origem nas reivindicações de alguns grupos de homossexuais que têm conseguido um amplo poder no mundo da cultura, da comunicação, da política.

Estes grupos vêm a própria actividade sexual como plenamente legítima na vida social, e com direitos a um reconhecimento idêntico ao que se dá às demais uniões matrimoniais aceites pelo estado. De facto, os actos homossexuais naturalmente estão encerrados à vida, o que, por culpa dos abusos da anti-concepção, também ocorre entre muitos casais heterossexuais. 

A força da ideologia “gay” é tal que há chegado a condicionar os estudos da psicologia. Em não poucos países resulta sumamente perigoso o que alguns psicólogos insinuem que a homossexualidade “se pode curar”, ou manifeste a ideia de que poderia ser tratada como se fosse uma “doença”. Igualmente podemos dizer da ética: declarar os actos homossexuais como algo imoral leva o risco de ser acusado de “homofobia” e pode ser motivo de perseguições e ataques de diverso tipo.

A política também ficou seriamente afectada: se pressiona, estigmatiza, isola ou persegue de distintas maneiras a aqueles políticos que se opõem às reivindicações dos grupos “gay”. A Igreja católica e outras religiões são cada vez mais criticadas no mundo da cultura e naqueles meios de comunicação que avalizam e promovem o “orgulho gay”.

Estes três movimentos têm cristalizado na nova lei aprovada em Espanha em Junho de 2005 a petição do governo socialista.
Segundo o preâmbulo deste texto legislativo, “a lei permite que o matrimónio seja celebrado entre pessoas do mesmo ou diferente sexo, com plenitude e igualdade de direitos e obrigações qualquer que seja sua composição. Em consequência, os efeitos do matrimónio, que se mantém em sua integridade respeitando a configuração objectiva da instituição, serão únicos em todos os âmbitos com independência do sexo dos contraentes; entre outros, tanto os referidos a direitos e prestações sociais como a possibilidade de ser parte em procedimentos de adopção”.

Na realidade, esta nova lei não respeita a “configuração objectiva da instituição” do matrimónio, senão que a redefine, ao desvinculá-la do que deve ser: a união de um homem e uma mulher abertos à vida através da complementaridade sexual. A palavra “matrimónio” fica, assim, marcada em novo contexto, no qual é origem do matrimónio não é o amor unido à complementaridade sexual dos contraentes, mas só o amor ou o afecto que estes, homens com homens, mulheres com mulheres, homens com mulheres, manifestem entre si.

O resultado, contrariamente ao que pretende o governo espanhol e os grupos homossexuais que o apoiam, não vai a ser a “conquista de um direito” ou a supressão de uma discriminação, mas sim o abaixamento do “contrato matrimonial” a algo que seguirá recebendo o nome de “matrimónio” sem o ser realmente. Em suma, só haverá matrimónio naqueles casais heterossexuais que cumpram os requisitos que fazem válida sua união esponsal, entre eles a aceitação de suas duas propriedades essenciais: unidade e indissolubilidade. Não o haverá, ainda que abusem do nome, entre os casais do mesmo sexo.

Sobre esta temática, a Congregação para a Doutrina da fé publicou no ano 2003 o documento "Considerações acerca dos projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais", com a explícita aprovação do então Papa João Paulo II. Estas Considerações recordavam a doutrina católica e a reflexão racional sobre o verdadeiro matrimónio, e convidavam a opor-se ao reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais.
 
Entre as motivações de ordem racional que as Considerações (no n. 6) oferecem para opor-se a tal reconhecimento, encontramos a seguinte: “Neste sentido é necessário reflectir ante todo sobre a diferença entre comportamento homossexual como fenómeno privado e o mesmo como comportamento público, legalmente previsto, aprovado e convertido numa das instituições de ordenamento jurídico. O segundo fenómeno não só é mais grave mas também de alcance mais vasto e profundo, pois poderia comportar modificações contrárias ao bem comum de toda a organização social”.


Em outras palavras: dar estatuto de “matrimónio” às uniões homossexuais, e permitir-lhes, entre outras coisas, o adoptar crianças, cria uma enorme desordem social ao oferecer à gente a ideia de que o comportamento homossexual é não só normal, mas inclusive algo protegido e tutelado como um “bem social”.

Em realidade, nos actos homossexuais não se dá a presença daqueles elementos de complementaridade biológica e antropológica que são próprios do verdadeiro matrimónio. Esta complementaridade permite a abertura à vida e à criação daquelas condições ideais para educar aos próprios filhos desde a riqueza que nasce de conviver com uns pais de diferente sexo.

Opor-se com firmeza a leis como esta, inclusive com a objecção de consciência (Considerações n. 5), será um testemunho de respeito para com o verdadeiro matrimónio e a seu papel na configuração de sociedades sãs e de pessoas maduras. Isso não tira, desde logo, que os católicos, e especialmente os sacerdotes, mantenhamos uma atitude pastoral de acolhida e respeito para com as pessoas que têm tendências homossexuais, como recordam as Considerações (n. 4) citando a "Carta sobre a atenção pastoral às pessoas homossexuais", Carta publicada em 1986 pela mesma Congregação para a Doutrina da fé.

Perguntas ou comentários ao autor
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Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...