quarta-feira, 30 de novembro de 2011

EVANGELHO, SEGUNDO S. MARCOS - ANO B – 30 DE NOVEMBRO DE 2011

 

 

(Em continuação…)

MINISTÉRIO NA GALILEIA

Milagres ao entardecerAo cair da tarde, quando o sol se pôs, trouxeram-Lhe todos os enfermos e possessos, e a cidade inteira estava reunida junto à porta. Curou muitos enfermos atormentados por diversos males e expulsou muitos demónios; mas não deixava falar os demónios porque sabiam quem Ele era.

Partida para um lugar desertoDe manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu; retirou-Se para um lugar solitário e ali Se pôs em oração. Simão e os que estavam com Ele, seguiram-n’O. E, tendo-O encontrado, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Mas Ele respondeu-lhes: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim  de pregar ali, pois, foi para isso que saí». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

Cura de um leproso – Um leproso veio ter com Ele, caiu de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes limpar-me». Compadecido, Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero, fica limpo». Imediatamente a lepra o deixou e ficou limpo. E Jesus logo o despediu com esta advertência: «Livra-te de falar nisto a alguém; antes vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o testemunho». Ele, porém, assim que se retirou, começou a proclamar e a divulgar o que acontecera, a ponto de Jesus não poder entrar publicamente numa cidade, ficando fora, nos lugares menos frequentados; e de todas as partes iam ter com  Ele.

 

(continua em 1/12)

Transcrição de António Fonseca

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Bíblia Católica News

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No Advento recordamos que nossa vida se orienta ao rosto de Deus, afirma o Papa

Posted: 27 Nov 2011 05:58 PM PST

Vaticano, 27 Nov. 11 / 02:03 pm (ACI)

Em sua meditação prévia à oração do Angelus dominical, o Papa Bento XVI recordou que hoje –com o início do Advento- começa um novo Ano Litúrgico para a Igreja e pediu aos fiéis que esperem o nascimento de Cristo com a certeza de que toda a vida se orienta ao encontro com Deus.

“Hoje, iniciamos com toda a Igreja o novo Ano Litúrgico: um novo caminho de fé, a se viver unidos nas comunidades cristãs, mas também, como sempre, a se percorrer no interior da história do mundo, para abri-la ao mistério de Deus, à salvação que vem do seu amor. O Ano Litúrgico inicia com o Tempo do Advento: tempo estupendo em que se desperta nos corações a expectativa do retorno de Cristo e a memória da sua primeira vinda, quando se despojou da sua glória divina para assumir a nossa carne mortal”, afirmou o Papa em sua alocução deste domingo.

Do mesmo modo, o Santo Padre refletiu sobre o Evangelho de hoje. “‘”Vigiai!”. Esse é o apelo de Jesus no Evangelho de hoje. Dirige-o não somente aos seus discípulos, mas a todos: “Vigiai!” (Mc 13,37). É um apelo salutar a recordar-nos que a vida não tem somente a dimensão terrena, mas é projetada rumo a um “além”, como uma muda que brota da terra e abre-se para o céu. Uma muda pensante, o homem, dotada de liberdade e responsabilidade, pelo que cada um de nós será chamado a dar conta de como viveu, de como utilizou as próprias capacidades: se as reteve para si ou as fez desfrutar para o bem dos irmãos”.

“Também Isaías, o profeta do Advento, nos faz refletir hoje com uma oração sincera, destinada a Deus em nome do povo. Ele reconhece as faltas do seu povo e, em certo ponto, diz: “Não há ninguém para invocar vosso nome, para recuperar-se e a vós se afeiçoar, porque nos escondeis a vossa Face, e nos deixais ir a nossos pecados” (Is 64,6)”.

“Como não se sentir atingido por essa descrição? Parece refletir certos panoramas do mundo pós-moderno: as cidades onde a vida torna-se anônima e horizontal, onde Deus parece ausente e o homem o único patrão, como se fosse ele o artífice e o regente de tudo: as construções, o trabalho, a economia, os transportes, as ciências, a técnica, tudo parece depender somente do homem. E, às vezes, neste mundo que parece quase perfeito, acontecem coisas chocantes, ou na natureza, ou na sociedade, devido ao que nós pensamos que Deus tenha como que se retirado, tenha nos, por assim dizer, abandonado a nós mesmos”, afirmou.

O Papa recordou que “Na realidade, o verdadeiro “patrão” do mundo não é o homem, mas Deus. O Evangelho diz: “Vigiai, pois, visto que não sabeis quando o senhor da casa voltará, se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de repente, não vos encontre dormindo” (Mc 13,35-36). O Tempo do Advento vem a cada ano recordar-nos isso, para que a nossa vida reencontre a sua justa orientação, em direção ao rosto de Deus. O rosto não de um “patrão”, mas de um Pai e de um Amigo”.

“Com a Virgem Maria, que nos guia no caminho do Advento, façamos nossas as palavras do profeta. “Senhor, vós sois nosso pai; nós somos a argila da qual sois o oleiro: todos nós fomos modelados por vossas mãos””, conclui o Papa.

Ao final do Angelus, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de língua portuguesa saudando com particular afeto aqueles peregrinos vindos de Lisboa e de Setúbal.

“O tempo do Advento convida-nos a fazer nossa a primeira vinda do Filho de Deus a fim de nos prepararmos para o seu regresso glorioso. Neste sentido, tomai por modelo e intercessora a Virgem Maria. E que Deus vos abençoe!”, desejou o Pontífice.

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Doutrina Católica

Advento – a espera pelo nascimento do Messias

Evangelho do dia 29/11/2011 →

Sua opinião em destaque – Contestando a Eucaristia

Posted on 28/11/2011by Doutrina Católica

Olá amigos!

Nosso blog tem tido alguns comentários muito interessantes, seja por parte de católicos nos apoiando, ou por parte de protestantes nos desafiando. Como os comentários de posts antigos por vezes não são lidos por nossos leitores, resolvemos postá-los em uma coluna especial, o “Sua opinião em destaque”.

Dessa forma, se você quiser compartilhar connosco suas ideias, basta deixar um comentário em nossos posts que se for oportuno o postaremos em nossa nova coluna.

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Para começar trazemos o comentário de um protestante sobre nosso artigo sobre a Eucaristia (clique aqui para ler) e na sequência nossa resposta.

Infelizmente seu artigo carece de muitas bases “lógicas” (conforme você gosta de usar).
Note que você usa um argumento extremamente falho ao afirmar que porque Jesus diz “Isto é o meu corpo e o meu sangue”, a literalidade é o que vale nesse caso. Se fosse assim, quando Jesus falou com a mulher samaritana e lhe disse que ele teria da água da vida, por que a Bíblia não nos relata que ele “ceiou” com ela? Quando Jesus disse que se tivermos a fé do tamanho de um grão de mostarda seremos capaz de transportarmos montes, acaso ele estava sendo literal? Se sim, conhece alguém que já teve tal fé? Ora, não é necessário perceber que são figuras de linguagem usadas a fim de exemplificar e clarear a mensagem. Mas ainda questiono: se de fato o pão vira corpo e o vinho vira sangue, significa então que nosso corpo “digere” literalmente a Cristo e depois o expele?
Lamentável você negar a Reforma Protestante (ainda que de forma subjetiva), pois se os grandes reformadores, seguidos pelos puritanos e tantos outros, não foram capazes de lhe converter a alma, que esperar mais? Além do mais, como você se vê diante da missa – que nada mais é do que a crucificação, a morte de Cristo (mais uma vez e de novo, e de novo…)? Acaso você, advogado da “lógica” e da literalidade, não compreendeu que a Cristo morreu uma só vez, não se fazendo necessário crucificá-lo outra vez?
Certamente que você desconhece o Sola Scriptura e o Princípio Regulador do Culto, pois se os conhecesse, certamente temeria em fazer certas afirmações.
Amigo, lembre-se dos filhos de Arão que ofereceram fogo estranho ao Senhor e foram fulminados. Lembre-se também que eles não receberam um “não faça isso”, mas tão somente um “faça isso”, ou seja, ou nos pautamos pelas Escrituras e seguimos o padrão tríplice de interpretação (a Bíblia interpreta a si mesma, contexto e analogia da fé), ou seguiremos fábulas e doutrinas de homens (que na verdade são de demônios), anulando assim a palavra de Deus por causa da tradição.
Um abraço.

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Prezado, a paz do Senhor!

Inicialmente você me fala que quando “Jesus diz “Isto é o meu corpo e o meu sangue”, a literalidade é o que vale nesse caso.”, acredito que esteja falando da linguagem figurada, Você está enganado. Não é a linguagem figurada que vale nesta situação, como em outros casos, como quando Jesus disse que era a porta ou o caminho, o que também não deixa de ser verdade, sendo Ele o caminho que nos leva ao Pai, e necessariamente a porta pelo qual temos que passar para tal. No entanto, antes mesmo de instituir a Eucaristia, Cristo já responde sua dúvida, vejamos:

[...] minha carne é verdadeira comida e meu sangue verdadeira bebida” (e ainda “quem não come minha carne e não bebe meu sangue não terá a vida eterna”. Os judeus se escandalizavam com isso: “disputavam, pois entre si os judeus, dizendo: como pode este dar-nos a comer a sua carne? E Jesus disse-lhes: em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós.” (São João, capítulo 6).

Cristo em sua divina misericórdia se adianta e já nos responde tal dúvida e desta forma podemos entender e acreditar que sim, Jesus está plenamente presente na Eucaristia.

Depois a passagem citada em São João no capítulo 4, em que Jesus conversa com a mulher samaritana e questiona porque Cristo não havia ceiado com ela, essa resposta é muito simples não era a hora e nem o momento. Pois o hora correta seria apenas na quinta-feira santa, no momento da ceia, antes do único e definitivo sacrifício da cruz.

Em seguida coloca as seguintes questões: “Quando Jesus disse que se tivermos a fé do tamanho de um grão de mostarda seremos capaz de transportarmos montes, acaso ele estava sendo literal? Se sim, conhece alguém que já teve tal fé?” Neste caso Cristo estava usando a linguagem figurada como você mesmo disse, e como Ele fazia por diversas ao ensinar utilizando parábolas, que deixavam até mesmo os apóstolos confusos. Mas analisemos:

Os Evangelistas contam como Cristo celebrou a nova páscoa, depois de celebrar a páscoa judaica pela última vez:

S. Mateus, XXVI (26-28): “Estando, eles, porém, ceando, tomou Jesus o pão e o benzeu, e partiu-o e deu-o aos seus discípulos e disse: Tomai e comei, ISTO É O MEU CORPO.” “E tomando o cálice, deu graças e deu-lho dizendo: Bebei dele todos.” “Porque este é o meu SANGUE do novo testamento, que será derramado por muitos, para remissão dos pecados.”

S. Marcos, XIV (22-24): “E quando eles estavam comendo, tomou Jesus o pão; e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, e disse: Tomai, ISTO É O MEU CORPO.” “E tendo tomado o cálice, depois que deu graças, lho deu: e todos beberam dele.” “E Jesus lhes disse: ESTE É O MEU SANGUE do novo testamento, que será derramado por muitos.”

S. Lucas, XXII (23-25): “Também depois de tomar o pão deu graças e partiu-o e deu-lho, dizendo: ISTO É O MEU CORPO que se dá por vós; fazei isto em memória de mim.” “Tomou também da mesma sorte o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é o novo testamento em MEU SANGUE, que será derramado por vós.”

Se Cristo tivesse falado figuradamente alguém dentre eles deveria ter dúvida sobre a verdadeira mensagem do mestre, como na passagem de S. João. Algum Apóstolo deveria ter perguntado o verdadeiro sentido, ou ao menos se surpreendido, para que Cristo, COMO SEMPRE FAZIA, lhes explicasse o que dissera.
Mas, ao contrário, não vemos nenhum pedido de explicação, nenhuma surpresa de nenhum Apóstolo, pois era uma verdade “verdadeira” tão evidente, tão clara, anunciada que fora na multiplicação dos pães, que TODOS ENTENDERAM LITERALMENTE!

Depois disso fiquei surpreso com a próxima indagação: “se de fato o pão vira corpo e o vinho vira sangue, significa então que nosso corpo “digere” literalmente a Cristo e depois o expele?” – a resposta é clara: não. A eucaristia é alimento para o corpo e para alma e é incabível pensar que nosso corpo após digeri-la iria expeli-la, ou seja, nosso corpo e alma se nutrem por completo da mesma.

Caro amigo, é claro que nego a reforma protestante. Permaneço com a Igreja de Cristo, com o ensinamento dos apóstolos que a própria bíblia atesta como verdadeiros. Permaneço com aqueles que receberam a ordem de nosso Senhor, “Ide e ensinai”. Aliás, a tradição apostólica é anterior a Bíblia, e ela que a berçou, portanto as escrituras só fazem sentido a luz da Sagrada Tradição Apostólica e mais, São Paulo (2Ts 2,15) mandou que os cristãos guardassem tudo o que ele lhes ensinou por escrito e por palavra (além das Escrituras – o que chamamos de Tradição apostólica).

Quando me questiona “como você se vê diante da missa – que nada mais é do que a crucificação, a morte de Cristo (mais uma vez e de novo, e de novo…)?” você está mais uma vez enganado. Trago então as palavras do beato papa João Paulo II na encíclica Ecclesia de Eucharistia:

“A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.(16) O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio),(17) de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo. [...] Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e « realiza-se também a obra da nossa redenção ».(11) Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do género humano que Jesus Cristo realizou-o e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes. Assim cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável. [...]”

Assim, que fique claro, eu e todos os católicos sabemos e professamos que Cristo sofreu, foi crucificado, morto e sepultado e ressuscitou uma única vez, sendo este sacrifício único e definitivo para nossa salvação. E a cada missa obedecemos a ordem de nosso Senhor “Fazei isto em memória de mim”. E já me adianto, o fazei isto em memória não quer dizer para somente lembrar de Cristo, mas fazer algo por Ele, em lembrança d’Ele. O caráter memorial não quer dizer que Cristo não está presente, mas que não está presente de forma visível. Se você disser que Cristo não está presente de forma alguma, então o que Nosso Senhor prometeu aos Apóstolos perde o sentido: “Estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos.” (São Mateus, XXVIII, 20).

E sim, eu conheço o sola scriptura e o princípio regulador do culto, mas como disse anteriormente eu nego a reforma protestante e permaneço com a Doutrina dos Apóstolos.

Os filhos de Arão foram fulminados porque desafiaram a autoridade de Deus, mas me diga, se nós seguimos a ordem de cristo que disse: “fazei isto em memória de mim” e “ide e ensinai”, onde é que estamos desafiando a autoridade e a ordem de Deus, Cristo Jesus?

A Tradição Apostólica não anula de maneira alguma as Escrituras, mas a completa (pois São João nos diz que nem tudo está escrito – Jo 21,25) e nos dá margem para a devida e correta interpretação.

Concluo esta resposta com a afirmação de São Paulo:

“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei a vós, que o Senhor Jesus, na noite em que foi entregue, tomou o pão, e dando graças, o partiu, e disse: recebei e comei; isto é o meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
Igualmente depois de ter ceado, (tomou) o cálice, dizendo: este cálice, é o novo testamento no meu sangue, fazei isto em memória de mim todas as vezes que o beberdes. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciareis a morte do Senhor, até que ele venha.
Portanto todo aquele que comer este pão ou beber este vinho indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.
Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para si a condenação, não distinguindo o corpo do Senhor.” (1 Cor 11, 23-29)

Portanto, que saibamos distinguir pão e vinho, do Corpo e Sangue do Senhor e que sejamos dignos de receber tal sacramento. Que não sejamos como os judeus que se escandalizaram quando Jesus afirmou que sua carne e seu sangue são verdadeiramente comida e bebida e por não entender, não ter fé abandonaram a Cristo.

In corde Iesu,
Leandro Nascimento
Doutrina Católica.

Com citações do site Montfort.

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Advento – a espera pelo nascimento do Messias

Posted on 28/11/2011by Doutrina Católica

Prof. Felipe Aquino

O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.

Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.

Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim… Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.

Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, “a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”, está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.

No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma boa Confissão, bem feita.

Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?

No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?

No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino do homem”; seu Reino começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, para onde devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.

No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No seu Reino acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade.

A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.

O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.

Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17); “convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15).

Natal do Senhor, este é o tempo favorável; este é o dia da salvação!

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=7741

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Sacramentos – Unção dos Enfermos

Posted on 28/11/2011by Doutrina Católica

Unção dos Enfermos

Doutrina Católica

A unção dos enfermos, também conhecida como extrema unção, é o sacramento que vem em auxílio às pessoas doentes, para que tenham o conforto do corpo e da alma, e que se for vontade do Pai possam ser curadas de suas enfermidades. Este sacramento nos traz esperança em momentos de dor, esperança de que haja cura do corpo e da alma, mesmo que a cura represente a partida de um ente querido para o reino dos céus. Este sacramento, como todos os outros tem sua fundamentação na Bíblia, na qual podemos encontrar passagens como a de Tg 5, 13-15, em que lemos:

Alguém de vocês está doente? Mande chamar os presbíteros (padres) da Igreja para que rezem por ele, ungindo-o com o óleo em nome do Senhor. A oração feita com fé salvará o doente: o Senhor o levantará, e se ele tiver pecados, será perdoado.

E ainda em Mc 6, 13 encontramos outra passagem falando da missão dos discípulos: “Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo”.

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LEITURA ORANTE


Mt 8,5-11 - Jesus cura sem limites

Posted: 27 Nov 2011 06:01 PM PST

Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a

Canção do Advento

Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de Paz!
1. Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo!

2. Ó vem, como a chuva no chão
Trazendo fartura de vida e de pão!

3. Ó vem, como chega a luz que faltou
Só tua palavra nos salva Senhor!

4. Ó vem, como chega a carta querida
Bendito carteiro do Reino da Vida!

5. Ó vem, como chega o filho esperado
Caminha conosco Jesus Bem amado!

6. Ó vem, como chega o Libertador
Das mãos do inimigo nos salva Senhor

Veja a melodia desta canção em: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/

1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?

Leio atentamente o texto na minha Bíblia: Mt 8,5-11 - Jesus cura sem limites
Quando Jesus entrou na cidade de Cafarnaum, um oficial romano foi encontrar-se com ele e pediu que curasse o seu empregado. Ele disse:

- Senhor, o meu empregado está na minha casa, tão doente, que não pode nem se mexer na cama. Ele está sofrendo demais.

- Eu vou lá curá-lo! - disse Jesus. O oficial romano respondeu:

- Não, senhor! Eu não mereço que o senhor entre na minha casa. Dê somente uma ordem, e o meu empregado ficará bom. Eu também estou debaixo da autoridade de oficiais superiores e tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Digo para um: "Vá lá", e ele vai. Digo para outro: "Venha cá", e ele vem. E digo também para o meu empregado: "Faça isto", e ele faz.

Quando Jesus ouviu isso, ficou muito admirado e disse aos que o seguiam:

- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca vi tanta fé, nem mesmo entre o povo de Israel! E digo a vocês que muita gente vai chegar do Leste e do Oeste e se sentar à mesa no Reino do Céu com Abraão, Isaque e Jacó.

O oficial romano, por ser pagão, era para os judeus “ impuro”, isto é, inaceitável. Um judeu observante não falava com um pagão e, muito menos, entrava na sua casa. Era o preconceito, por ser ele considerado impuro. O oficial romano é também chamado “centurião”, derivado de “cento”, ou seja, chefe de um batalhão de cem soldados. Pela sua fé, elogiada por Jesus, o centurião se torna representante de todos os pagãos que crerão em Jesus. Fica também entendido que as fronteiras do Reino de Deus vão muito além das fronteiras que criamos. A fronteira é a fé. Sem esta fé não se entra no Reino.

2. Meditação (Caminho)

O que o texto diz para mim?

O texto do Evangelho lido me fala de Não discriminar a ninguém e também, de fé. Os bispos, em Aparecida, usaram uma expressão interessante: "a formosa aventura da fé": " A Igreja, como “comunidade de amor” é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. “Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia” (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas “por ‘atração’: como Cristo ‘atrai tudo a si’ com a força de seu amor”72. A Igreja “atrai” quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34)." (DAp 159 ).
3.Oração (Vida)

Vivo esta fé que cria também a comunhão?

O que o texto me leva a dizer a Deus?

Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo acendendo a 1ª vela do 1º Domingo do

Advento, podendo rezar ou cantar ( a cada semana):
Coroa do Advento1° Domingo
Uma vela, na coroa, acendemos,
Toda sombra se esvai com sua luz;
Vigilantes, o Senhor esperemos:
Chegou o tempo do Advento de Jesus !

Refrão:
Meus irmãos, penitência e oração !
Arrumemos nossa casa co'alegria !
Logo a ela, o Senhor vai chegar,
Pelo ventre imaculado de Maria !

(A melodia da canção está em http://leituraorantedapalavra.blogspot.com)

Posso também rezar com o centurião, com a canção do Pe. Zezinho

Eu não sou digno, ó meu Senhor
Eu não sou digno,
De que tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
porque és tão Santo e eu pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor
Eu não sou digna, ó meu Senhor
Eu não sou digna,
De que tu entres, ó meu Senhor, na minha casa
meu coração é tão pecador
eu nem me atrevo a ti pedir este favor
Mas se disseres uma palavra,
a minha casa se transformará
Uma palavra é suficiente
suavemente ela nos salvará (2x)

Álbum: Canções que a fé escreveu
Faixa: 14

4.Contemplação (Vida e Missão)

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

Na vida, vou me empenhar para lançar sobre cada situação ou pessoa um olhar de fé

Bênção Bíblica

O Senhor o abençoe e guarde!

O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!

O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!’ (Nm 6,24-27).

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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Ir. Patrícia Silva, fsp

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Foto da semana.

by G. M. Ferretti

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Dom Wilmar Santin, O. Carm., nomeado prelado de Itaituba há pouco menos de um ano, administra o Sacramento do Crisma -- com uma mitra muito original -- na aldeia Muiussu, rio Cururu, no estado do Pará.

G. M. Ferretti | novembro 27, 2011 at 2:44 pm | Categorias: CNBB | Categories: Igreja | URL: http://wp.me/pgELf-4o1

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Todos os Posts acima colocados, são de inteira responsabilidade de António Fonseca – 29-11-2011

Nº 1118-2 - V I T R A L - Em memória - 29-11-2011

 
In Memorian
Padre Salgueirinho 
Um outro Vitral
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Na passada quarta-feira, dia 23, recebi a VOZ PORTUCALENSE e fui logo ansiosamente procurar o VITRAL ou UM OUTRO VITRAL, para o transcrever para este blogue, conforme prometi há 2 semanas atrás. Infelizmente, e, possivelmente, por motivos preponderantes, tal como falta de espaço, ou por qualquer outro, o certo é que nada foi publicado. Fiquei um pouco descoroçoado com a impossibilidade de o fazer e, de mais uma vez, reler e relembrar aos meus leitores, algo de relevante que o Padre Mário Salgueirinho tenha escrito, durante a sua longa atividade literária que repartiu connosco.
 
Por acaso ao folhear mais uma vez o jornal e na Tribuna do Leitor, na segunda página, deparei com uma carta Memória duma leitora, de seu nome, Maria Otília de Figueiredo, residente em Moura Morta (Peso da Régua) – que porventura devo ter conhecido e conhecer ainda (pelo menos o seu nome não me é estranho…) – e cujo texto me permito aqui repetir, porque de certo modo, retrata algo daquilo que eu penso sobre o desaparecido Amigo Padre Mário Salgueirinho (pois também se dá a coincidência de eu o ter conhecido quando estive internado no Sanatório D. Manuel II, não em 1958, mas sim em 1954, portanto uns anos antes),
 
Renovando o meu pedido de desculpas à D. Maria Otília, pelo atrevimento, ouso publicar na íntegra, a carta que está inserida na VOZ PORTUCALENSE – e espero que dentro em breve possamos contactar pessoal ou telefonicamente, - pelo menos para se comprovar se sim ou não, já nos teremos conhecido em qualquer altura. Aliás, tenciono envidar esforços no sentido de a contactar para o efeito, ou através de carta ou por outro meio qualquer. Sem mais, em seguida transcrevo o referido texto:

Eu conheci o senhor P. Salgueirinho em 1958. Eu estava internada no Sanatório D. Manuel II, no Monte da Virgem, onde ele era Capelão. Apreciei então a sua delicadeza, a sua paciência e carinho pelos doentes, quer na Capela, quer quando os encontrava nos corredores, ou era chamada à sua cabeceira. A todos transmitia uma mensagem de esperança e uma palavra de conforto. E eu perguntava-me: como é que um sacerdote tão novo, tão boa figura, decidira ir viver ali, no meio do sofrimento? Deus sabe o segredo. E deve estar já a recompensá-LO por essa doação. Mais tarde conhecia-o nos seus poemas, divulgado em postais de mensagem e ainda pelo «Vitral», que era a primeira coisa que eu procurava no jornal. Fiquei surpreendida com a notícia da sua morte. Apresento os meus sentimentos à Voz Portucalense, na pessoa do seu diretor. Quero continuar a perpetuar e a difundir as suas mensagens. Também sou professora e o seu poema «Professor» tão expressivo, tão real, tão gratificante, é um hino de amor ao Professor e ao Aluno. Gostei de saber que «Vitral» vai continuar. É sinal que mesmo no seio de Deus, Ele permanece connosco. Já encontrou o Senhor da Vida, a Vida que ele agradeceu, num texto do «Vitral», pouco antes da morte. Paz e felicidade à sua alma. Para todos os obreiros da Voz Portucalense, as melhores saudações e bênçãos divinas. Maria Otília de Figueiredo – Moura Morta (Peso da Régua).”
 
Após terminar esta transcrição, lembrei-me de ir procurar em algo que tivesse feito parte do seu Vitral na Voz Portucalense. Curiosamente, em Outubro de 2010 (um ano antes do seu falecimento), no referido blog encontrei o seguinte texto:
 
 

Friday, October 29, 2010

Flor no Deserto


Neste mundo egoísta, de indiferença cruel, de falta de atenção aos problemas difíceis dos outros, é admirável e motivo de alegria a atitude generosa e simpática que vivi no sábado passado.
No fim da celebração litúrgica vespertina na paróquia onde colaboro, encontrei o trânsito desviado através de um bairro, em virtude de obras nas ruas circundantes. Era já escuro e não consegui ler as placas indicadoras dos desvios. Entrei numa rua errada, segui tentando encontrar o caminho que queria, mas emaranhei-me em ruas desconhecidas e complicadas. Perguntei a várias pessoas, mas ninguém me dava uma explicação clara para eu sair dali.
Parei numa rua ampla. Atrás de mim parou um carro. Travei o meu e saí para pedir informações às pessoas que ocupavam esse carro. Dentro um casal e uma criança. Perguntei:
- Podem fazer o favor de indicar-me como posso ir para tal parte?
O condutor pensou uns momentos e disse-me: - É difícil. Mas eu vou indicar-lhe. Siga-me.
Passou o carro para a frente do meu e comecei a segui-lo com toda a atenção. Andou, andou, atravessou bairros novos que eu desconhecia. Depois de alguns minutos de marcha, chegou ao local que eu pedira. Encostou o carro ao lado da rua e eu parei ao lado dele. – Muito obrigado, disse-lhe eu, levantando o braço em expressão de gratidão. Ele sorriu, levantou o braço e seguimos o nosso caminho.
Fui a pensar, feliz: - Ainda há gente boa neste mundo materialista.
Fiquei com pena por não saber o nome e o endereço de pessoa tão bondosa, para lhe agradecer por escrito aquela ajuda maior do que a informação que eu lhe solicitei.
Também aquele desconhecido deve ter regressado a casa de consciência jubilosa, como sentimos quando ajudamos alguém a ser feliz.
Contei este episódio, porque os bons exemplos são frutuosos.
Louvemos o Senhor que nos oferece flores desta beleza em caminhos inesperados e áridos da vida.


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A título de curiosidade, esclareço que o facto que é referido foi-me contado pessoalmente pelo próprio P. Salgueirinho, no dia em que ocorreu, pois ele vinha celebrar Missa aqui `Comunidade de S. Paulo do Viso e realmente havia obras na rua que da Estrada da Circunvalação faz entrada para o Bairro do Viso e era necessário entrar pelo lado Sul e ele não conhecia aquele trajeto.

Como saliento atrás, segue-se o texto que eu já tinha preparado para ser hoje publicado, e que completa de certo modo, algumas das Memórias que partilhei com o Padre Mário Salgueirinho, desde que o conheci (em 1954 – portanto há 57 anos…):


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18-6-1927 - 29-10-2005

Completa-se precisamente hoje 1 mês sobre o falecimento do Padre Mário Salgueirinho Barbosa ocorrido após longo sofrimento que se acentuou mais a partir de 11 de Setembro quando celebrou a sua última Missa na Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso, onde todos os Domingos ia celebrar, desde a sua fundação em 1983 (há 28 anos) em colaboração com o anterior Pároco Padre António Inácio Gomes – Fundador da Paróquia da Senhora do Porto e da Comunidade de S. Paulo do Viso), que foi seu companheiro e Amigo no Seminário e que faleceu há 6 anos (um dia antes do seu aniversário, em 28-10-2005), e, após esta data, continuou a colaborar com o atual Pároco Dr. Manuel Correia Fernandes, que aliás, conhecia não só como padre e Amigo, mas também companheiro pelo menos na direção da Voz Portucalense, de quem chegou a ser também Diretor e Administrador.

Já se disse muita coisa sobre a vida do Padre Salgueirinho e já li muitos testemunhos de Amigos seus e que porventura terão muito gratas recordações da sua vida cheia (84 anos) e, inclusivamente, eu próprio no meu blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos) referi diversas vezes (veja-se 21, 27 e 29/10, e, ainda em 12/11 – data em que publiquei os últimos Vitrais desde 7, 14, 21 e 28/9 e 5 e 12/10) que foram editados na Voz Portucalense e no passado Sábado (dia 19) altura em que, infelizmente, por motivo decerto preponderantes, não foi publicado nenhum Vitral.

No entanto, encontrei na Voz Portucalense do dia 16, na “Tribuna do Leitor” duas referências, uma do Padre Alexandrino Brochado capelão da Capela das Almas que referia: “Acabo de ler o artigo de Fátima Malça, escrito na Voz Portucalense, sobre o Padre Mário Salgueirinho, meu amigo íntimo, cuja falta muito me amargurou e continua a amargurar. Em boa consciência, venho felicitá-la pela beleza do seu artigo, escrito com a inteligência e o coração, que deixou sulco no meu espírito”. Outra carta que me chamou a atenção, foi a de uma leitora “já acima citada” D. Maria Otília de Figueiredo, de Moura Morta (Peso da Régua), “e, que possivelmente, talvez nos tenhamos conhecido, em qualquer altura, dado que o seu nome não me é de todo estranho” e cujo texto tomei a liberdade de transcrever acima, (pedindo desculpa desde já à autora pela ousadia) e que é coincidente logo no seu início, com o modo como conheci o Padre Mário Salgueirinho.

De facto, também em 1954 estive internado no mês de Outubro, no Hospital que se chamava Sanatório D. Manuel II, com problemas do foro pulmonar, que graças a Deus, não deu em nada, porquanto quando fui intervencionado, foi verificado pelos médicos que tudo estava já cicatrizado e que já estava praticamente curado, tendo-me sido dado alta ao fim de um mês de internamento. Acontece que, quando fui internado, fui para uma enfermaria, onde se encontravam 6 doentes, contando comigo. Um deles, faleceu no segundo dia após a minha entrada e outro faleceu duas semanas depois. Entretanto troquei de cama com outro doente, que vim a saber depois estava noivo duma amiga minha, de escola e catequese. Esse doente foi operado mais ou menos oito dias depois e como eu era o único que não me encontrava deitado, fiquei encarregado, a pedido do médico (já falecido há muitos anos, o Dr. Veiga de Macedo) de tomar conta dele (pois havia falta de pessoal auxiliar e de enfermagem) após o seu regresso da sala de operações e durante o tempo que ali permaneci. A título de curiosidade, devo dizer que durante essa noite e após ter começado a recuperar a consciência, saltei da minha cama para o ir segurar, pois que ele tinha arrancado todos os fios a que estava ligado e atirou-se ao chão, tendo sido apanhado por mim a meio da queda que evitou possivelmente a sua morte, pois o sangue começou a sair às golfadas e quando o enfermeiro veio acorrendo à minha chamada, sedou-o novamente e recolocou os fios a que devia estar ligado, dado que estava bastante alterado e insultava e ameaçava tudo e todos.

A propósito, esse rapaz chamava-se Jacinto e a mulher que era a tal rapariga minha amiga de infância (cujo nome não me recordo, de momento, lamentavelmente – deve da ser problema da idade…) em 1962 estava empregado no café Sical, na Praça Filipa de Lencastre, no Porto, e como eu trabalhava na Rua Cândido dos Reis, no SBN, encontramo-nos por algumas vezes, – poucas, infelizmente – pois que ele foi transferido para os escritórios da Sical e depois nunca mais nos vimos. Não sei nada sobre ele nem sobre a mulher já há muitos anos – e já agora, se por acaso ele ou alguém que o tenha conhecido, gostaria que nos encontrássemos de novo.

Mas voltemos ao Padre Salgueirinho, que afinal era sobre isso que eu queria falar. Como acima digo, antes de ser intervencionado (o que aconteceu apenas na última semana de Outubro) estando eu isento pelo médico de permanecer na cama como os outros, comecei logo no segundo dia, a levantar-me às 8 horas da manhã, vestia-me e ia para a Capela onde todos os dias celebrava a Missa, salvo erro, às 9 horas, o Padre Mário Salgueirinho. Como praticamente não havia mais ninguém (apenas ao Domingo é que apareciam alguns doentes, pois nos outros dias, a maior parte das vezes era só eu e o Padre que ali estávamos) ele pediu para que eu o ajudasse, ou seja, fosse Acólito, o que eu fiz com muito gosto, com exceção apenas no dia da intervenção e no dia seguinte, de resto em todos os dias, às 8,30 ou 8,45, lá estava eu a abrir a Capela e a esperar que o P. Salgueirinho chegasse e ajudava-o na celebração da Missa. No último Domingo desse mês, e como hoje sucede, mudou a hora, mas eu esqueci-me e não mudei a hora. Na segunda-feira às 8 horas (no meu relógio…) levantei-me, arranjei-me e fui para a Capela. Estranhei um pouco, pois não via ninguém cá fora – pois embora muitos dos doentes não fossem à Missa, costumavam já andar por ali alguns deles, madrugadores a apanhar o Sol, logo de manhã cedo, e nesse dia, não estava ninguém só começando a aparecer por volta das 9 horas (no meu relógio…) e apenas quando o Padre Salgueirinho chegou é que ele me disse que a hora havia mudado, portanto eu é que me tinha adiantado e não era ela que estava atrasado.

Desde então encontramo-nos muitas vezes, em diversas situações, dado que eu era escuteiro, tendo estado no Bonfim e depois em Campanhã, e, eventualmente havia algumas celebrações ou encontros em que calhávamos de ir ambos. Ouviu.o muitas vezes, – não sempre – mas muitas vezes na Rádio Renascença quando ele ali fazia a Oração da Manhã. Daí começou a nascer, não uma grande amizade, mas sim uma respeitosa e sincera amizade. Quando vim viver para o Bairro do Viso (em 1971) já existia a Igreja da Senhora do Porto e havia sido iniciada a Comunidade de S. Paulo do Viso, e o Padre Salgueirinho já dava a sua colaboração ao Padre António Inácio Gomes, efetuando celebrações, tanto num lado como noutro e foi retomado o contacto que havíamos suspendido por alguns anos, poucos, e essa Amizade foi-se valorizando dia a dia: li muitos dos seus escritos e poemas, tendo-lhe até solicitado aquando dos matrimónios de dois dos meus filhos (já que os outros dois não estão casados) que me fizesse uns poemas a propósito, que eu ofereci a cada um deles.e, também quando nasceram as minhas 3 netas, também lhe fiz idêntico pedido. Lembro-me agora duma ocasião em que houve uma concelebração do Bispo do Porto e de vários padres que colaboravam com o P. Inácio Gomes, numa festa – possivelmente terá sido até nos 40 anos da Igreja da Senhora do Porto, não tenho a certeza… mas deve ter sido) que foi efetuada na Igreja da Senhora do Porto às 10 horas de um Domingo e como ele tinha de celebrar a Missa na Igreja da Comunidade do Viso, às 11 horas, pediu-me para o acompanhar a esta Igreja, às 10,50 horas. Viemos e curiosamente não estava nenhum Acólito, nem nenhum Leitor, e ele disse-me para eu fazer as duas funções o que aconteceu de facto, tendo eu feito as duas leituras e a Oração dos Fiéis e ajudado à Missa nas funções de Acólito.

Este tributo já vai longo, e para terminar, quero relembrar as palavras que ele me disse em em 25 de Outubro, quando o fui ver ao Hospital do IPO, nas vésperas de ir para sua casa e depois para a casa do Pai: “que estava à espera do desenlace com perfeita paz no coração com Deus e com os homens e que estava pronto para a partida”. Estas palavras deixaram-me fortemente comovido como devem calcular e portanto, quando soube que ele já tinha ido para casa – precisamente no dia 27, tive o pressentimento que não passaria dessa semana, o que infelizmente – ou não, só Deus o sabe…, veio a ocorrer no dia 29, sábado, já em sua casa, tendo o seu funeral sido realizado, como já informei no dia 31 de Outubro, em Santiago de Bougado, sua terra natal.

Espero que todos os Sábados possa vir a ter o ensejo de republicar no meu blogue, os VITRAIS que com certeza a Voz Portucalense não deixará de publicar, conforme comunicou em 9 de Novembro. Claro que no caso de ocorrer qualquer falha, por falta de espaço, por exemplo, como deverá ter acontecido nesta última semana, e dado que gostaria de cumprir a promessa que fiz a mim mesmo, de sempre que me for possível  manter viva a Palavra e o Pensamento do Padre Salgueirinho, todos os Sábados neste blogue, já sei o que tenho que fazer – vou recorrer como já o fiz duas vezes – ao blogue que ele escreveu e no qual, essa Palavra e esse Pensamento, ficaram bem expressos e não devem ser esquecidos, pelo menos enquanto eu Deus me permitir alimentar esta ideia.

PAZ E FELICIDADE Á SUA ALMA, junto do SENHOR DA VIDA que ele próprio agradeceu no Vitral publicado em 19 de Outubro, em que dizia OBRIGADO SENHOR, PELO DOM DA VIDA!

ANTÓNIO FONSECA

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

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