CAROS AMIGOS. SÃO JANUÁRIO, TRÓFIMO, ELIAS, EUSTOQUIO, SENA, MARIANO, GOERICO, TEODORO, POMPOSA, LAMBERTO, CIRIACO, ARNOLFO, MARIA DE CERVELLÓ, AFONSO DE OROZCO, CARLOS HYON SON-MUN, MARIA GUILHERMINA EMILIA DE RODAT, JACINTO HOYEULOS GONZALEZ, FRANCISCA CUALLADÓ BAIXAULI, MARIA DE JESUS LA ILGLESIA Y DE VAVO, 985,157 VISUALIZAÇÕES. Obrigado. Porto 19 de setembro de 2024. ANTONIO FONSECA
sábado, 27 de outubro de 2012
IN MEMORIAN do Padre Mário Salgueirinho - 27 de Outubro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Nº 1199-3ª Página - Recordando o Padre Salgueirinho–Vitral - 18 de Fevereiro de 2012
Os 3 textos que se seguem, foram transcritos através do blog http://padremariosalgueirinho.blogspot.com, e referem-se ao mês de Março de 2011 (durante a época de Carnaval desse ano) pelo facto de na VOZ PORTUCALENSE da semana em curso (15/2/12), porventura por falta de espaço, não ter sido publicado o costumado Vitral.
Os meus cumprimentos. AF.
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Tuesday, March 15, 2011
Tentação de riqueza
Uma das grandes tentações de sempre e mais ainda do nosso tempo é a ânsia da riqueza: querer possuir muito, “ter” cada vez mais. E esta tentação sôfrega leva à corrupção, à exploração nos salários, à desonestidade nos contratos, à usura nos empréstimos, à avareza na forma de viver, a partilhas roubadas, a vigarices de toda a espécie, etc.
A fome de riqueza entontece, cega e cria indiferença para com os famintos e miseráveis que muitas vezes moram na sua vizinhança.
Certo homem ávido de ouro entrou repentinamente numa ourivesaria, onde estavam bastantes pessoas. Agarrou vários objetos de ouro e fugiu. Foi apanhado por um policial, que lhe disse: estava lá muita gente, como te atreveste a roubar o ouro?
- Eu vi tanto ouro que nem vi a gente! – Respondeu.
Realmente o ouro, o dinheiro, a riqueza em abundância, cegam: não deixa ver a gente pobre, atulhada na miséria.
É contagiosa a doença de sede de riqueza, sem abrir o coração para esse mundo de angústias aumentadas pela crise que enfrentamos.
As pessoas tocadas pelo cancro da ambição apenas olham para si próprias e para os ídolos oferecidos pelo dinheiro: o luxo, a luxúria, reveillons, comezainas, etc.
Há que ter cuidado, pois esta sede de ouro não deixa ver a gente extremamente carente que nos rodeia.
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Monday, March 07, 2011
Limitações
Há tantas vidas mergulhadas na escuridão, que conseguem romper as trevas e iluminar vidas e caminhos de muita gente.
Luís era um miúdo de quatro anos que gostava de ajudar seu pai na oficina de correias e selas. Certo dia quando tentava perfurar uma correia com um objecto cortante, a ferramenta saiu-lhe das mãos e feriu-lhe gravemente o olho esquerdo. Depois uma infecção grave cegou-lhe o olho direito.
Totalmente cego, foi recordando imagens das coisas, esquecendo as próprias cores. Ajudava seu pai na oficina e frequentava a escola primária e seus colegas admiravam-se da sua memória. Mas não podia ler nem escrever como os companheiros. Sentia-se infeliz.
Aos dez anos, o pai matriculou-o no Instituto para crianças cegas em Paris. Aí os alunos tinham livros com letras grandes em relevo. Liam por eles e aprendiam palavras e frases. O jovem Luís viu que aquele método era muito limitado. Letras muito grandes e a impressão muito cara.
Luís ouviu falar num capitão do exército que tinha desenvolvido um método para ler mensagens no escuro. Consistia em pontos e traços em relevo no papel que os soldados liam passando os dedos.
Luís começou a pensar como havia de aperfeiçoar o método do capitão Barbier fazendo várias adaptações.
Luís Braille foi melhorando seu método. Chegou a um método constituído por um a seis pontos. Até música podia ser nesse método.
Luís morreu aos quarenta e três anos. Antes de morrer disse a um amigo: “Tenho a certeza que a minha missão na terra terminou”.
O método de Luís Braille foi divulgado por todo o mundo tornando mais felizes os invisuais. Tudo devido a um menino mergulhado nas trevas da cegueira.
Há pessoas que se julgam inúteis com as suas limitações. Mas muitas vezes encontramos gente com limitações de toda a espécie que transmitem a luz da felicidade a tanta gente que a não tem.
posted by Maia @ 1:14 AM 0 comments
Ingratidão
Toda a gente conhece um cauteleiro, vendedor de bilhetes da lotaria, quase sempre humilde e respeitador. Alguns vão acumulando conhecimentos, dando informações às pessoas sobre o turismo local, monumentos, etc..
António Aleixo, grande escritor, percorreu vários caminhos profissionais na vida, entre eles o de cauteleiro. É conhecido por “poeta-cauteleiro”.
Nas cidades e vilas, o vendedor de cautelas entra nos cafés e restaurantes, anunciando a sua atividade. E nas ruas lembra em alta voz que a sorte pode estar nas suas mãos.
Mas vamos contar a história curiosa de um cauteleiro simples e pobre que deambulava nas praças e ruas da sua terra.
Tinha um velho automóvel, que certo dia avariou.
Levou-o a um mecânico vizinho que rapidamente o compôs. Mas o cauteleiro quando foi buscar o carro não tinha dinheiro para pagar o conserto. Propôs então ao mecânico dar-lhe uma cautela para sair na semana seguinte. Talvez tivesse sorte…
Ele aceitou e teve sorte, pois saiu-lhe precisamente o primeiro prémio.
O mecânico ficou radiante e o cauteleiro com uma pequena esperança de receber uma parte do prémio, mesmo pequena, embora reconhecesse não ter direito a isso.
O mecânico arrecadou feliz uma enorme quantia, mas esqueceu o pobre cauteleiro por cujas mãos a sorte tinha chegado à sua vida.
E o humilde vendedor de cautelas continuou a deambular muito triste pelas praças e ruas da vila.
O povo comentava a seu modo e censurava aquele mecânico com muito dinheiro mas sem nenhuma solidariedade para dividir um pouco pelo cauteleiro necessitado.
A falta de solidariedade surge em todos os lugares e a todas as horas.
É bom refletir sobre esta palavra de Montagu:
“Ao fecharmos o interesse apaixonado pelos nossos semelhantes, perdemos a capacidade de sermos felizes.”
Embora o mecânico não tivesse obrigação de repartir a fortuna pelo cauteleiro, a gratidão é uma virtude que deve existir e crescer em todos os corações.
posted by Maia @ 1:13 AM 0 comments
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Autoria do Padre Mário Salgueirinho Barbosa.
Transcrição efectuada habitualmente através de http://vp-vozportucalense.pt. Não foi porém, o caso de hoje, como atrás disse.
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ANTÓNIO FONSECA
para publicar neste blogue, em 18-2-2012 – 10,30 horas
sábado, 31 de dezembro de 2011
Nº 1150-4–(31-12-2011) - Recordando o Padre Mário Salgueirinho - mais um Vitral
Esta semana não se publicou a Voz Portucalense, pelo que novamente recorri ao arquivo do blogue padremariosalgueirinho.blogspot.com para procurar um dos Vitrais que se aplicasse nesta época de fim de um ano (que não deixa muito boas saudades…).
Mau grado, os meus esforços ao vasculhar o referido arquivo, não pude encontrar nenhum Vitral que se adaptasse realmente à situação que se atravessa (nomeadamente a passagem de um Ano para o outro – fim de um ou começo de outro) – porventura, talvez não tenha procurado bem… - e por isso, resolvi de motu próprio, transcrever o que se segue, datado de 4/1/2010, que se debruça mais propriamente sobre o início da “Missão 2010” que D. Manuel Clemente – Bispo do Porto, entendeu e muito bem, levar a efeito no referido Ano, que reza assim:
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Monday, January 04, 2010
Tempo de anunciar
Iniciamos na nossa Diocese a “Missão 2010”: tempo de esperança, de entusiasmo, de acção, de metanóia, de evangelização transformadora.
Muitos factores têm arrefecido a fé dos cristãos. Verificamos uma diminuição crescente da prática litúrgica, fruto das ideias materialistas que contagiam os nossos crentes. Há menos jovens, menos adultos a viver a sua fé pela participação nos atos litúrgicos, quer por respeito humano, quer porque a base da sua catequese foi demasiado frágil e superficial.
É espantosa a ignorância religiosa de muito do nosso povo, tanto de cultura mediana como até de licenciados.
Nota-se um vazio generalizado, eivado de superstições enganosas, que uma boa catequese de adultos poderá modificar.
Dom Manuel Clemente, algum tempo depois de assumir o pastoreio da Diocese do Porto, com a sua competência e dedicação, apercebeu-se desta situação e decidiu convocar todo o povo a uma campanha de evangelização missionária, constituindo 2010 como ano de missão evangélica.
Atribuiu a cada mês a sua função. Janeiro é o mês do “anúncio”. È o mês em que cada cristão se empenhará a anunciar Jesus Cristo e a Sua Palavra de verdade, de igualdade, de justiça, de paz e de amor.
Que deve fazer cada diocesano? – Deve fazer melhor o que fazia até agora: melhor nos seus deveres familiares, profissionais, sociais, políticos e religiosos.
Com o esforço missionário é sempre possível operar melhor e transformar em melhor o nosso mundo: a gente da nossa rua, do nosso local de trabalho, das nossas comunidades, dos nossos bairros, das nossas paróquias, das nossas cidades.
Janeiro – mês do “anúncio” – carregado de entusiasmo para tornar Cristo mais conhecido, mais seguido, mais amado.
A nossa vida será um “anúncio” pela palavra e pelo testemunho; um grito de alerta, um clamor de guerra à apatia e à ignorância religiosa de muito do nosso povo; será uma entrega serena à “pesca de almas”, para que o nosso mundo se transforme, vivendo a Boa Nova salvadora de Jesus Cristo.
posted by Maia @ 5:47 PM 0 comments
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Transcrição efectuada através de padremariosalgueirinho.blogspot.com , por
ANTÓNIO FONSECA
para publicar neste blogue, em 31-12-2011 – 10,30 horas
sábado, 10 de dezembro de 2011
“Um Outro Vitral”–Recordando o Padre Salgueirinho - 10 de Dezembro de 2011
1927-2011
ANTÓNIO FONSECA
sábado, 3 de dezembro de 2011
Nº 1122-2 - Mais “Um outro Vitral” (in memorian P. Salgueirinho)–3-12-2011
Monday, October 26, 2009
A ignorância Bíblica
Nestes dias de ataques ao conteúdo da Bíblia, encontrei no “Público” de 23/10/2009, um primoroso texto de Vasco Pulido Valente. Vou recortar algumas passagens mais expressivas.
Diz o autor:
“Claro que Saramago tem 80 e tal anos, coisa que não costuma acompanhar uma cabeça clara e que, ainda por cima, não estudou o que devia estudar, muito provavelmente contra a vontade dele. Mas, se há desculpa para Saramago, não há desculpa para o país, que se resolveu escandalizar inutilmente com meia dúzia de patetices.”
“Claro que Saramago ganhou o prémio Nobel, como vários “camaradas” que não valiam nada, e vendeu milhões de livros,(...)”
“É claro que a saloiice portuguesa delirou com a façanha. Só que daí não se segue que seja obrigatório levar a criatura a sério. Não assiste a Saramago a mais remota autoridade para dar a sua opinião sobre a Bíblia ou sobre qualquer outro assunto, excepto sobre os produtos que ele fabrica (...)”
E referindo-se à palavra crítica do Sr. Bispo do Porto, Pulido Valente diz:
“D. Manuel Clemente conhece com certeza a dificuldade de explicar a mediocridade a um medíocre e a impossibilidade prática de suprir, sobre o tarde, certos dotes de nascença e de educação.”
Não perde tempo quem procurar ler na íntegra o referido artigo.
Postado em 3/12-2011 por
ANTÓNIO FONSECA
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Nº 1118-2 - V I T R A L - Em memória - 29-11-2011
Na passada quarta-feira, dia 23, recebi a VOZ PORTUCALENSE e fui logo ansiosamente procurar o VITRAL ou UM OUTRO VITRAL, para o transcrever para este blogue, conforme prometi há 2 semanas atrás. Infelizmente, e, possivelmente, por motivos preponderantes, tal como falta de espaço, ou por qualquer outro, o certo é que nada foi publicado. Fiquei um pouco descoroçoado com a impossibilidade de o fazer e, de mais uma vez, reler e relembrar aos meus leitores, algo de relevante que o Padre Mário Salgueirinho tenha escrito, durante a sua longa atividade literária que repartiu connosco.
“Eu conheci o senhor P. Salgueirinho em 1958. Eu estava internada no Sanatório D. Manuel II, no Monte da Virgem, onde ele era Capelão. Apreciei então a sua delicadeza, a sua paciência e carinho pelos doentes, quer na Capela, quer quando os encontrava nos corredores, ou era chamada à sua cabeceira. A todos transmitia uma mensagem de esperança e uma palavra de conforto. E eu perguntava-me: como é que um sacerdote tão novo, tão boa figura, decidira ir viver ali, no meio do sofrimento? Deus sabe o segredo. E deve estar já a recompensá-LO por essa doação. Mais tarde conhecia-o nos seus poemas, divulgado em postais de mensagem e ainda pelo «Vitral», que era a primeira coisa que eu procurava no jornal. Fiquei surpreendida com a notícia da sua morte. Apresento os meus sentimentos à Voz Portucalense, na pessoa do seu diretor. Quero continuar a perpetuar e a difundir as suas mensagens. Também sou professora e o seu poema «Professor» tão expressivo, tão real, tão gratificante, é um hino de amor ao Professor e ao Aluno. Gostei de saber que «Vitral» vai continuar. É sinal que mesmo no seio de Deus, Ele permanece connosco. Já encontrou o Senhor da Vida, a Vida que ele agradeceu, num texto do «Vitral», pouco antes da morte. Paz e felicidade à sua alma. Para todos os obreiros da Voz Portucalense, as melhores saudações e bênçãos divinas. Maria Otília de Figueiredo – Moura Morta (Peso da Régua).”
Friday, October 29, 2010
Flor no Deserto
Neste mundo egoísta, de indiferença cruel, de falta de atenção aos problemas difíceis dos outros, é admirável e motivo de alegria a atitude generosa e simpática que vivi no sábado passado.
No fim da celebração litúrgica vespertina na paróquia onde colaboro, encontrei o trânsito desviado através de um bairro, em virtude de obras nas ruas circundantes. Era já escuro e não consegui ler as placas indicadoras dos desvios. Entrei numa rua errada, segui tentando encontrar o caminho que queria, mas emaranhei-me em ruas desconhecidas e complicadas. Perguntei a várias pessoas, mas ninguém me dava uma explicação clara para eu sair dali.
Parei numa rua ampla. Atrás de mim parou um carro. Travei o meu e saí para pedir informações às pessoas que ocupavam esse carro. Dentro um casal e uma criança. Perguntei:
- Podem fazer o favor de indicar-me como posso ir para tal parte?
O condutor pensou uns momentos e disse-me: - É difícil. Mas eu vou indicar-lhe. Siga-me.
Passou o carro para a frente do meu e comecei a segui-lo com toda a atenção. Andou, andou, atravessou bairros novos que eu desconhecia. Depois de alguns minutos de marcha, chegou ao local que eu pedira. Encostou o carro ao lado da rua e eu parei ao lado dele. – Muito obrigado, disse-lhe eu, levantando o braço em expressão de gratidão. Ele sorriu, levantou o braço e seguimos o nosso caminho.
Fui a pensar, feliz: - Ainda há gente boa neste mundo materialista.
Também aquele desconhecido deve ter regressado a casa de consciência jubilosa, como sentimos quando ajudamos alguém a ser feliz.
Contei este episódio, porque os bons exemplos são frutuosos.
Louvemos o Senhor que nos oferece flores desta beleza em caminhos inesperados e áridos da vida.
A título de curiosidade, esclareço que o facto que é referido foi-me contado pessoalmente pelo próprio P. Salgueirinho, no dia em que ocorreu, pois ele vinha celebrar Missa aqui `Comunidade de S. Paulo do Viso e realmente havia obras na rua que da Estrada da Circunvalação faz entrada para o Bairro do Viso e era necessário entrar pelo lado Sul e ele não conhecia aquele trajeto.
Como saliento atrás, segue-se o texto que eu já tinha preparado para ser hoje publicado, e que completa de certo modo, algumas das Memórias que partilhei com o Padre Mário Salgueirinho, desde que o conheci (em 1954 – portanto há 57 anos…):
18-6-1927 - 29-10-2005
Completa-se precisamente hoje 1 mês sobre o falecimento do Padre Mário Salgueirinho Barbosa ocorrido após longo sofrimento que se acentuou mais a partir de 11 de Setembro quando celebrou a sua última Missa na Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso, onde todos os Domingos ia celebrar, desde a sua fundação em 1983 (há 28 anos) em colaboração com o anterior Pároco Padre António Inácio Gomes – Fundador da Paróquia da Senhora do Porto e da Comunidade de S. Paulo do Viso), que foi seu companheiro e Amigo no Seminário e que faleceu há 6 anos (um dia antes do seu aniversário, em 28-10-2005), e, após esta data, continuou a colaborar com o atual Pároco Dr. Manuel Correia Fernandes, que aliás, conhecia não só como padre e Amigo, mas também companheiro pelo menos na direção da Voz Portucalense, de quem chegou a ser também Diretor e Administrador.
Já se disse muita coisa sobre a vida do Padre Salgueirinho e já li muitos testemunhos de Amigos seus e que porventura terão muito gratas recordações da sua vida cheia (84 anos) e, inclusivamente, eu próprio no meu blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos) referi diversas vezes (veja-se 21, 27 e 29/10, e, ainda em 12/11 – data em que publiquei os últimos Vitrais desde 7, 14, 21 e 28/9 e 5 e 12/10) que foram editados na Voz Portucalense e no passado Sábado (dia 19) altura em que, infelizmente, por motivo decerto preponderantes, não foi publicado nenhum Vitral.
No entanto, encontrei na Voz Portucalense do dia 16, na “Tribuna do Leitor” duas referências, uma do Padre Alexandrino Brochado capelão da Capela das Almas que referia: “Acabo de ler o artigo de Fátima Malça, escrito na Voz Portucalense, sobre o Padre Mário Salgueirinho, meu amigo íntimo, cuja falta muito me amargurou e continua a amargurar. Em boa consciência, venho felicitá-la pela beleza do seu artigo, escrito com a inteligência e o coração, que deixou sulco no meu espírito”. Outra carta que me chamou a atenção, foi a de uma leitora “já acima citada” D. Maria Otília de Figueiredo, de Moura Morta (Peso da Régua), “e, que possivelmente, talvez nos tenhamos conhecido, em qualquer altura, dado que o seu nome não me é de todo estranho” e cujo texto tomei a liberdade de transcrever acima, (pedindo desculpa desde já à autora pela ousadia) e que é coincidente logo no seu início, com o modo como conheci o Padre Mário Salgueirinho.
De facto, também em 1954 estive internado no mês de Outubro, no Hospital que se chamava Sanatório D. Manuel II, com problemas do foro pulmonar, que graças a Deus, não deu em nada, porquanto quando fui intervencionado, foi verificado pelos médicos que tudo estava já cicatrizado e que já estava praticamente curado, tendo-me sido dado alta ao fim de um mês de internamento. Acontece que, quando fui internado, fui para uma enfermaria, onde se encontravam 6 doentes, contando comigo. Um deles, faleceu no segundo dia após a minha entrada e outro faleceu duas semanas depois. Entretanto troquei de cama com outro doente, que vim a saber depois estava noivo duma amiga minha, de escola e catequese. Esse doente foi operado mais ou menos oito dias depois e como eu era o único que não me encontrava deitado, fiquei encarregado, a pedido do médico (já falecido há muitos anos, o Dr. Veiga de Macedo) de tomar conta dele (pois havia falta de pessoal auxiliar e de enfermagem) após o seu regresso da sala de operações e durante o tempo que ali permaneci. A título de curiosidade, devo dizer que durante essa noite e após ter começado a recuperar a consciência, saltei da minha cama para o ir segurar, pois que ele tinha arrancado todos os fios a que estava ligado e atirou-se ao chão, tendo sido apanhado por mim a meio da queda que evitou possivelmente a sua morte, pois o sangue começou a sair às golfadas e quando o enfermeiro veio acorrendo à minha chamada, sedou-o novamente e recolocou os fios a que devia estar ligado, dado que estava bastante alterado e insultava e ameaçava tudo e todos.
A propósito, esse rapaz chamava-se Jacinto e a mulher que era a tal rapariga minha amiga de infância (cujo nome não me recordo, de momento, lamentavelmente – deve da ser problema da idade…) em 1962 estava empregado no café Sical, na Praça Filipa de Lencastre, no Porto, e como eu trabalhava na Rua Cândido dos Reis, no SBN, encontramo-nos por algumas vezes, – poucas, infelizmente – pois que ele foi transferido para os escritórios da Sical e depois nunca mais nos vimos. Não sei nada sobre ele nem sobre a mulher já há muitos anos – e já agora, se por acaso ele ou alguém que o tenha conhecido, gostaria que nos encontrássemos de novo.
Mas voltemos ao Padre Salgueirinho, que afinal era sobre isso que eu queria falar. Como acima digo, antes de ser intervencionado (o que aconteceu apenas na última semana de Outubro) estando eu isento pelo médico de permanecer na cama como os outros, comecei logo no segundo dia, a levantar-me às 8 horas da manhã, vestia-me e ia para a Capela onde todos os dias celebrava a Missa, salvo erro, às 9 horas, o Padre Mário Salgueirinho. Como praticamente não havia mais ninguém (apenas ao Domingo é que apareciam alguns doentes, pois nos outros dias, a maior parte das vezes era só eu e o Padre que ali estávamos) ele pediu para que eu o ajudasse, ou seja, fosse Acólito, o que eu fiz com muito gosto, com exceção apenas no dia da intervenção e no dia seguinte, de resto em todos os dias, às 8,30 ou 8,45, lá estava eu a abrir a Capela e a esperar que o P. Salgueirinho chegasse e ajudava-o na celebração da Missa. No último Domingo desse mês, e como hoje sucede, mudou a hora, mas eu esqueci-me e não mudei a hora. Na segunda-feira às 8 horas (no meu relógio…) levantei-me, arranjei-me e fui para a Capela. Estranhei um pouco, pois não via ninguém cá fora – pois embora muitos dos doentes não fossem à Missa, costumavam já andar por ali alguns deles, madrugadores a apanhar o Sol, logo de manhã cedo, e nesse dia, não estava ninguém só começando a aparecer por volta das 9 horas (no meu relógio…) e apenas quando o Padre Salgueirinho chegou é que ele me disse que a hora havia mudado, portanto eu é que me tinha adiantado e não era ela que estava atrasado.
Desde então encontramo-nos muitas vezes, em diversas situações, dado que eu era escuteiro, tendo estado no Bonfim e depois em Campanhã, e, eventualmente havia algumas celebrações ou encontros em que calhávamos de ir ambos. Ouviu.o muitas vezes, – não sempre – mas muitas vezes na Rádio Renascença quando ele ali fazia a Oração da Manhã. Daí começou a nascer, não uma grande amizade, mas sim uma respeitosa e sincera amizade. Quando vim viver para o Bairro do Viso (em 1971) já existia a Igreja da Senhora do Porto e havia sido iniciada a Comunidade de S. Paulo do Viso, e o Padre Salgueirinho já dava a sua colaboração ao Padre António Inácio Gomes, efetuando celebrações, tanto num lado como noutro e foi retomado o contacto que havíamos suspendido por alguns anos, poucos, e essa Amizade foi-se valorizando dia a dia: li muitos dos seus escritos e poemas, tendo-lhe até solicitado aquando dos matrimónios de dois dos meus filhos (já que os outros dois não estão casados) que me fizesse uns poemas a propósito, que eu ofereci a cada um deles.e, também quando nasceram as minhas 3 netas, também lhe fiz idêntico pedido. Lembro-me agora duma ocasião em que houve uma concelebração do Bispo do Porto e de vários padres que colaboravam com o P. Inácio Gomes, numa festa – possivelmente terá sido até nos 40 anos da Igreja da Senhora do Porto, não tenho a certeza… mas deve ter sido) que foi efetuada na Igreja da Senhora do Porto às 10 horas de um Domingo e como ele tinha de celebrar a Missa na Igreja da Comunidade do Viso, às 11 horas, pediu-me para o acompanhar a esta Igreja, às 10,50 horas. Viemos e curiosamente não estava nenhum Acólito, nem nenhum Leitor, e ele disse-me para eu fazer as duas funções o que aconteceu de facto, tendo eu feito as duas leituras e a Oração dos Fiéis e ajudado à Missa nas funções de Acólito.
Este tributo já vai longo, e para terminar, quero relembrar as palavras que ele me disse em em 25 de Outubro, quando o fui ver ao Hospital do IPO, nas vésperas de ir para sua casa e depois para a casa do Pai: “que estava à espera do desenlace com perfeita paz no coração com Deus e com os homens e que estava pronto para a partida”. Estas palavras deixaram-me fortemente comovido como devem calcular e portanto, quando soube que ele já tinha ido para casa – precisamente no dia 27, tive o pressentimento que não passaria dessa semana, o que infelizmente – ou não, só Deus o sabe…, veio a ocorrer no dia 29, sábado, já em sua casa, tendo o seu funeral sido realizado, como já informei no dia 31 de Outubro, em Santiago de Bougado, sua terra natal.
Espero que todos os Sábados possa vir a ter o ensejo de republicar no meu blogue, os VITRAIS que com certeza a Voz Portucalense não deixará de publicar, conforme comunicou em 9 de Novembro. Claro que no caso de ocorrer qualquer falha, por falta de espaço, por exemplo, como deverá ter acontecido nesta última semana, e dado que gostaria de cumprir a promessa que fiz a mim mesmo, de sempre que me for possível manter viva a Palavra e o Pensamento do Padre Salgueirinho, todos os Sábados neste blogue, já sei o que tenho que fazer – vou recorrer como já o fiz duas vezes – ao blogue que ele escreveu e no qual, essa Palavra e esse Pensamento, ficaram bem expressos e não devem ser esquecidos, pelo menos enquanto eu Deus me permitir alimentar esta ideia.
PAZ E FELICIDADE Á SUA ALMA, junto do SENHOR DA VIDA que ele próprio agradeceu no Vitral publicado em 19 de Outubro, em que dizia OBRIGADO SENHOR, PELO DOM DA VIDA!
ANTÓNIO FONSECA
sábado, 29 de outubro de 2011
Padre Mário Salgueirinho Barbosa – 18-Junho-1927 / 29 de Outubro de 2011
António Fonseca
Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso
Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024
Caros Amigos 17º ano com início na edição Nº 5 469 OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º Número da ...
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