sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

E assim vamos indo: golfinhos, baleias, florestas e até rios têm direitos, mas não os nascituros - 6 de Dezembro de 2013

 

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quarta-feira, dezembro 04, 2013

E assim vamos indo: golfinhos, baleias, florestas e até rios têm direitos, mas não os nascituros

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Finja que eu sou uma árvore e me salve!

No início de 2012, dois pesquisadores de Ética escandalizaram o mundo ao perguntarem "Por que um bebê deve viver?", assunto que foi abordado aqui no blog ("Pergunta abortista: E por que um bebê deveria viver?"). Em outra postagem ("Cultura da Morte: o infanticídio") podemos ver que a pergunta dos pesquisadores não traz nada tão novo assim em relação ao que já vem acontecendo mundo afora conforme descemos cada vez no poço impulsionados pela Cultura da Morte. 

Bebês prematuros abandonados à morte já não são coisa que abale uma sociedade como a inglesa. Nos EUA, Barack Obama é simplesmente o presidente mais comprometido com o avanço do aborto em seu próprio país e no mundo inteiro que já passou por lá. Aqui no Brasil, com a proteção de certos órgãos oficiais e "missionários", há tribos indígenas que ainda praticam o infanticídio de bebês com alguma deficiência ou até mesmo caso o nascimento tenha sido de gêmeos.

Ou seja, os pesquisadores Alberto Giubilini e Francesca Minerva nada mais fizeram que dizer às claras o que muita gente evita por vários motivos. Eles são apenas a vanguarda do atraso, aqueles que têm a coragem de levantar bem alto o estandarte de uma ética que há muito virou as costas para o que seria aceitável.

Mas como o fundo do poço é uma utopia ao lidarmos com a Cultura da Morte, não é de admirar o que legisladores, pressionados pela radical militância ambiental e defensora dos direitos dos animais, venham aprovando mundo afora. Na Índia, por exemplo, onde o aborto é liberado e devido à preferência cultural por bebês do sexo masculino há já detectado o aborto seletivo de bebês meninas ("A Índia e o generocídio feminino"), recentemente os golfinhos e outros cetáceos obtiveram o status de "pessoa não-humana", o que lhes conferirá direitos específicos. Esta iniciativa veio após protestos contra um parque que promovia shows aquáticos com golfinhos no estado de Kerala.

Como justificar o status de pessoa para golfinhos, orcas e assemelhados e negá-lo para seres humanos ainda não nascidos? É impensável que um golfinho possa fazer uma performance em um show, mas tudo está bem quando um bebê é trucidado ainda no ventre de sua mãe?

Mas há mais... Se os golfinhos são a bola da vez, é porque os grandes primatas (chimpanzés, gorilas, orangotangos, bonobos) já tiveram seu status de pessoa aprovado, não? Pois sim... Foi o que fez o parlamento da Espanha em 2008 ao dar direitos humanos a estes animais, o que impede, por exemplo, que estes animais sejam utilizados em comerciais, filmes, circos, etc. E isto aconteceu no mesmo país onde o aborto vem tendo seus números aumentados ano a ano. Tudo isto, claro, capitaneado pelos esquerdistas que chegaram ao poder e modificaram a legislação.

Mais? Pois não! Na Nova Zelândia o rio Whanganui -- sim: um rio! --, o terceiro maior daquele país, obteve o status de pessoa, tendo seus direitos e interesses protegidos pela lei, tendo apontado até mesmo dois guardiões legais. Que coisa curiosa, não? Ah, sim... O aborto também é legalizado na Nova Zelândia. Faz sentido.

Basta isto? Mas claro que não... Faltava a América Latina dar sua contribuição a esta loucura coletiva mundial, não é mesmo? O Equador, indo mais além, em sua mais recente Constituição deu direitos legais à natureza:

"Art. 71.- La naturaleza o Pacha Mama, donde se reproduce y realiza la vida, tiene derecho a que se respete integralmente su existencia y el mantenimiento y regeneración de sus ciclos vitales, estructura, funciones y procesos evolutivos. Toda persona, comunidad, pueblo o nacionalidad podrá exigir a la autoridad pública el cumplimiento de los derechos de la naturaleza."

Até o momento, o aborto segue ilegal no Equador, mas obviamente que grupos abortistas há anos pressionam sua legalização.

Como o Brasil não poderia ficar de fora, nunca é demais lembrar que aqui é crime inafiançável eliminar ovos de tartaruga marinha enquanto políticos, o Governo e inúmeras ONGs lutam para que o aborto seja liberado, o que deixaria tartarugas não-nascidas protegidas por lei enquanto bebês humanos não-nascidos poderiam ser eliminados livremente.

É curioso que alguns poucos levantem sua voz para mostrar que o rei está nu e deixar à vista de todos o absurdo que animais e até acidentes geográficos tenham mais "direitos" que um seu semelhante, um ser humano ainda não nascido. Milhões morrem porque não há quem lhes defenda e porque há aqueles que até negam sua humanidade para facilitar sua eliminação cruel enquanto se escandalizam ao verem um golfinho fazer uma pirueta ou um chimpanzé participar de um filme. 

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Publicada por William Etiquetas: aborto, bioética, ciência, Cultura da Morte, Direitos Humanos

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ANTÓNIO FONSECA

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