CAROS AMIGOS:
As minhas melhores Saudações de Amizade e Gratidão e acima de tudo desejo
que os meus leitores e/ou simples visitantes, continuem a passar os seus olhares por este Blogue e façam os comentários favoráveis ou não, como entenderem
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Nº 4 1 9 7
SÉRIE DE 2020 - (Nº 1 2 7)
6 DE MAIO DE 2020
SANTOS DE CADA DIA
SANTOS DE CADA DIA
(Nº 1 8 3)
1 3º A N O
1 3º A N O
LOUVADO SEJA PARA SEMPRE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E
SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E
SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
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Todos os Católicos com verdadeira Fé,
deverão recordar, comemorar e até imitar a
Vida dos Santos e Beatos de cada dia
(ao longo dos tempos) e durante toda a vida
deverão recordar, comemorar e até imitar a
Vida dos Santos e Beatos de cada dia
(ao longo dos tempos) e durante toda a vida
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MARTÍRIO DO APÓSTOLO DE
SÃO JOÃO EVANGELISTA
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O. de Braga:
A primeira perseguição cristã, que principiou sob o domínio do imperador Nero, cessou no ano de 69. Durante mais de 20 anos, sucedendo-se no império Galba, Otão, Vitélio, Vespasiano e Tito, viveram em paz os fieis em toda a extensão do domínio de Roma.
Tendo a Santíssima Virgem subido ao céu pelo ano de 42, São JOÃO ficou estabelecido na cidade marítima de Éfeso, capital efectiva de toda aquela Província Romana. Lá estava o Santo Apóstolo quando subiu ao trono o imperador Domiciano (81-96). Os primeiros anos passaram tranquilos para os cristãos, mas no ano 14 do seu reinado (94), Domiciano enfureceu-se contra eles e renovou aquilo que Tertuliano (cerca de 155-220) chama o Institutum Neronianum, o rescrito neroniano: muitos cristãos, por ateísmo (rejeição dos deuses tradicionais) e por costumes judaicos foram, como dizem os pagãos, condenados à morte ou ao desterro ou ainda à confiscação dos próprios bens. mesmo da família imperial, Flávia Domitila, a jovem, neta, ao que parece, de Pompónia Greciana e filha de Santa PLAUTILA foi deportada para a ilha Pôncia. Também, foi martirizado e morreu ACÍLIO GLABRIÃO, no ano de 91, quase certamente adepto do cristianismo.
Da Palestina foram levados a Roma e julgados na presença de Domiciano dois parentes do Senhor, netos de São JUDAS Apóstolo. O Imperador convenceu-se de que não aspiravam à coroa dos Judeus e deixou-os em liberdade.
Com São JOÃO Apóstolo foi mais severo. Não consta claro com que motivo e em que circunstâncias veio São JOÃO a Roma. mas a sua vinda e martírio no tempo de Domiciano são coisas certas. Tertuliano, em princípios do século III, muito informado em todas as tradições romanas dos primeiros séculos, diz-nos claramente que São JOÃO esteve em Roma e que foi lançado a uma caldeira de azeite a ferver.
São JOÃO era já idoso e provavelmente foi açoitado antes de ser lançado nu dentro da caldeira. Podemos imaginá-lo dentro, de mãos postas e em fervorosa oração, recordando as palavras proféticas do Senhor, quando lhe anunciou que tinha de beber o cálice da sua Paixão, antes de entrar no Reino de seu Pai. Ali se ofereceu como vítima pela Igreja, mas Deus contentou-Se com a oferta e talvez com as primeiras dores, pois, em vez de submergir-se e morrer, perseverou orando e louvando a Deus, até que o tiraram mais forte e rejuvenescido, como expressamente diz Tertuliano. São JERÓNIMO menciona esta confissão do Apóstolo, também referida pelos Padres da Igreja posteriores. Santo ISIDORO fala dum veneno que o obrigaram a tomar, sem que lhe fizesse qualquer mal.
Desde o século IX, comemora-se este martírio numa basílica romana, junto à porta chama Latina, que dá saída para o Lácio. A igreja é do século V e foi restaurada em várias ocasiões.
Diante da evidência e força do poder sobrenatural, que tão sensível se mostrou no velho Apóstolo de Cristo, cedeu o Imperador, deixou-o viver e contentou-se com enviá-lo desterrado apara a ilha de Patmos. Não tinha ainda chegado a hora final de São JOÃO; Deus conservava-o ainda para grandes empresas. No desterro de Patmos iria escrever a sua Revelação ou Apocalipse, e depois, com a morte do tirano, voltar às igrejas da Ásia Menor, para deixar-lhes como herança o Evangelho de Jesus Cristo, o Evangelho espiritual, que tão manifestamente ia pôr em relevo o amor e a divindade de Jesus.
ANDRÉ KIM, PEDRO YU, MARCOS CHONG, TERESA KWON, ÁGUEDA YI e + 100 companheiros, Santos
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O. de Braga:
Sua Santidade JOÃO PAULO II, ao celebrar-se o segundo centenário da implantação do Cristianismo na república da Coreia, no Extremo Oriente, visitou esse país e canonizou, a 6 de Maio de 1984, 103 cidadãos coreanos ou missionários lá residentes, isto é, 11 clérigos e 92 leigos. Vamos reproduzir a parte central da homilia então pronunciada pelo Santo Padre:
"A verdade sobre Jesus Cristo chegou também à terra coreana. Chegou por meio de livros trazidos da China. E, de modo maravilhoso, a graça divina estimulou logo os vossos sábios antepassados, primeiro a uma pesquisa intelectual sobre a verdade da palavra de Deus, e depois a uma fé viva no Salvador ressuscitado.
Desejando ardentemente maior participação na fé cristã, os vosso antepassados enviaram, em 1784, um dos seus a Pequim, onde foi baptizado. Desta boa semente nasceu a primeira comunidade cristã na Coreia, comunidade única na história da Igreja pelo facto de ter sido fundada inteiramente por leigos. Esta inexperiente Igreja, tão jovem e já com uma fé tão forte, resistiu a várias ondas de ferozes perseguições. Foi assim que, em menos de um século, ela já podia vangloriar-se de milhares de mártires. Os anos de 1791, 1801, 1827, 1839, 1846 e 1866 ficaram para sempre marcados com o sangue dos vossos mártires e gravados nos nossos corações.
Apesar dos cristãos, nos primeiros cinquenta anos, terem tido apenas dois sacerdotes vindos da China para os assistir, e isto ´só por algum tempo, eles intensificaram a sua unidade em Cristo mediante a oração e o amor fraterno; não fizeram distinção de classes sociais e encorajaram as vocações religiosas. E procuraram uma união cada vez mais estreita com o seu Bispo em pequim e com o Papa na longinquá Roma.
Depois de, por vários anos, terem suplicado que lhes enviassem mais sacerdotes, os vossos antepassados cristãos deram as boas vindas aos primeiros missionários franceses, em 1836. Alguns destes encontram-se também entre os Mártires que deram a vida pela causa do Evangelho, e que vão ser canonizados hoje nesta histórica celebração. Hoje, a esplêndida florescência da Igreja na Coreia é certamente fruto do heroico testemunho dos Mártires. Também o hoje o seu espírito imortal ampara os cristãos na Igreja do silêncio, no Norte desta terra tragicamente dividida.
Hoje, pois, é-me dado, como Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro na Sé Apostólica, participar no Jubileu da Igreja na terra coreana. Há vários dias que me encontro entre vós como peregrino, prestando o meu serviço, como Bispo e como papa, aos filhos e filhas da amada nação coreana. A Liturgia de hoje constitui o ponto culminante deste serviço pastoral.
Observai: mediante esta Liturgia de Canonização, os Bem-Aventurados Mártires coreanos são inscritos no catálogo dos Santos da Igreja Católica. Estes são verdadeiros filhos e filhas da vossa Nação, juntamente com numerosos missionários vindos doutras terras. São sio vosso antepassados, pela descendência , língua e cultura. Ao mesmo tempo, são os vossos pais e as vossas mães na fé, que eles testemunharam derramando o próprio sangue.
Desde PEDRO YU, de 13 anos, a MARCOS CHONG de 72 - homens e mulheres, sacerdotes e leigos, ricos e pobres, gente do povo e nobres, muitos deles descendentes de mártires desconhecidos de épocas precedentes - todos eles morreram com alegria pela causa de Cristo.
Escutai as últimas palavras de TERESA KWON uma das primeiras mártires: «Dado que o Senhor do Céu é o Pai de toda a humanidade e o senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para O trair? E se neste ,mundo, aquele que trair o próprio pai ou a própria mãe não é perdoado, com maior razão não posso nunca trair Aquele que é o Pai de todos nós».
Uma geração depois, o pai de PEDRO YU, AGOSTINHO, declara firmemente: «Agora, depois de conhecer a Deus, não me é possível traí-Lo». PEDRO CHO vai mais além e diz: «Supondo que o próprio pai tivesse cometido um crime, ninguém possui o direito de o repudiar nem de o não reconhecer como próprio pai. Por conseguinte, como posso dizer que não conheço o Pai e Senhor celestial que é tão bom?».
E que é que respondeu ÁGUEDA YI, de 17 anos, quando a ela e ao irmão mais novo deram a falsa notícia de os pais terem renegado a fé? «Se os meus pais traíram ou não, é coisa deles. No que diz respeito, não podemos trair o Senhor do Céu que sempre servimos». Ouvindo isto, outros seis cristãos adultos entregaram-se voluntariamente aos magistrados para que os martirizassem. ÁGUEDA, os seus pais e os outros seis, vão ser canonizados hoje. Além disso, há muitíssimos outros desconhecidos e humildes Mártires, que serviram ao senhor com igual fé e coragem».
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O. de Braga:
Há cento e oitenta anos ( + ou - ) vivia em Aizeq (Charentes) França, uma jovem viúva de apelido AUMAITRE, com o seu único filho de 7 anos de idade, chamado PEDRO, nascido a 8 de Abril de 1837. Para ganhar o pão de cada dia, para si e para o seu menino, andava pelas casas a coser e remendar roupa. Costureira muito competente, trabalhadora e séria, não lhe faltava trabalho.
Mãe e filho encontravam-se no único compartimento que havia em casa. A grande lareira servia para os cozinhados e para se aquecerem do frio. Naquele tempo, não havia rádio nem televisão, as noites ao lume constituíam uma espécie de paraíso terrestre. A jovem mãe fiava lã e cantava, com uma música de séculos, páginas inteiras do Evangelho que sabia de cor . O pequeno PEDRO escutava sem perder palavras e sentia apoderar-se do seu coração grande amor por Jesus. O dia terminava com a oração de joelhos diante da imagem da Virgem Nossa Senhora, Mãe e protectora de todas as famílias cristãs. A paz e o amor estendiam o seu manto sobre este pequenino e feliz lar cristão.
Certo dia, ao voltar da escola, contou PEDRO que o professor tinha falado da China imensa e da muralha com mais de três mil quilómetros, que cercava a nação e a defendia da Mongólia. A imaginação do pequeno ficou impressionada com esta imensa nação. Certa noite à lareira, perguntou:
- Ó mãe, os chineses conhecem Jesus?
- Oh, creio que são muito poucos aqueles que O conhecem!
- Porquê?
- Porque seriam precisos muitos missionários para lhes falar de Jesus. Poucos são os que se atrevem a ir para lá e, raríssimos regressam à Pátria.
O rapazinho não ss assustou. reflectiu e sonhou partir para a China. Quando PEDRO contava doze anos, certa noite,à lareira, abriu o seu coração:
- Ó minha mãe, queria ser missionário na China. Dá-me licença?
Esperou a resposta, mas só viu lágrimas correrem pelo rosto da mãe.
- Meu querido filho - murmurou ela depois de uma, longa pausa - só te possuo a ti. Pensava que tu me levarias contigo para tua casa, quando eu fosse velhinha, e que os netos me haviam de estimar e brincar comigo. Esta pobre casa comprei-a, tostão a tostão para ti... Mas se Jesus te chama, vai, meu querido filho. Parte-se-me o coração de dor, mas não te direi que não.
PEDRO tornou-se aluno do Colégio Municipal da vila. Aos 19 anos entrou no Seminário das Missões Estrangeiras, na Rua do Bac, em Paris. Aos 25 foi ordenado sacerdote e designado para a China. A cerimónia da partida foi comovedora, como era então costume. A mãe de PEDRO encontrava-se presente. Bem sabia que muito provavelmente era a última vez que o podia abraçar e beijar.
Depois de longa e trabalhosa viagem em vapor e, a última parte, barco à vela, o padre PEDRO chegou á região de Tseu-Kong na China, onde o esperava um grupo de cristãos isolados no meio de milhares de pagãos. Por amor deles, aprendeu a língua chinesa. Ao cabo de dois anos, já podia pregar o Evangelho nesta língua tão difícil. De repente, foi mandado para a Coreia , onde outros cristãos e pagãos reclamavam um missionário.
O cristianismo estava então proibido nessa península montanhosa, pegada ao continente chinês. Depois de alguns anos de trabalho clandestino, oração e sacrifício, viu o Padre PEDRO despontar uma comunidade cristã, ardorosa e convicta. Corria o ano de 1866, quando rebentou a mais terrível das perseguições. Leigos e missionários foram presos e martirizados. Ao Padre PEDRO depois de terríveis torturas, cortaram-lhe a cabeça. Contava 33 anos : a idade de Jesus.
A notícia do martírio levou cinco anos a chegar ao conhecimento da bondosa mãe, que no meio de saudosas lágrimas, rezava constantemente pela China e pela Coreia. Era uma maneira de colaborar com o apostolado do seu querido filho. Sonhava ser avó de uns encantadores netinhos. E foi mãe e avó, mas de outra maneira. Lá longe, por meio do seu filho, possui uma descendência espiritual tão numerosa como as estrelas do Céu e as areias do mar.
Como dissemos, o santo PADRE JOÃO PAULO II na sua visita à Coreia, canonizou , isto é, declarou santos, 103 mártires e, entre os quais São PEDRO AUMAITRE.
Bendita mãe que tal filho deu ao céu e bendito filho que foi generoso com Jesus!
MARIANO, TIAGO, AGÁPIO, SECUNDINO, TERTÚLIA, ANTÓNIA, EMILIANO e mais companheiros, Santo
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MÊS DE MAIO MARIANO E DO ROSÁRIO
Como escreveu PAULO VI, quanto ao mês de MAIO:
MAIO é o mês em que nos templos e nas casas dos Católicos de todo o mundo se deve rezar mais fervorosamente o Rosário e no qual todos os cristãos deverão Venerar a MARIA, Mãe de Deus.
MARTÍRIO DO APÓSTOLO DE
SÃO JOÃO EVANGELISTA
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O. de Braga:
A primeira perseguição cristã, que principiou sob o domínio do imperador Nero, cessou no ano de 69. Durante mais de 20 anos, sucedendo-se no império Galba, Otão, Vitélio, Vespasiano e Tito, viveram em paz os fieis em toda a extensão do domínio de Roma.
Tendo a Santíssima Virgem subido ao céu pelo ano de 42, São JOÃO ficou estabelecido na cidade marítima de Éfeso, capital efectiva de toda aquela Província Romana. Lá estava o Santo Apóstolo quando subiu ao trono o imperador Domiciano (81-96). Os primeiros anos passaram tranquilos para os cristãos, mas no ano 14 do seu reinado (94), Domiciano enfureceu-se contra eles e renovou aquilo que Tertuliano (cerca de 155-220) chama o Institutum Neronianum, o rescrito neroniano: muitos cristãos, por ateísmo (rejeição dos deuses tradicionais) e por costumes judaicos foram, como dizem os pagãos, condenados à morte ou ao desterro ou ainda à confiscação dos próprios bens. mesmo da família imperial, Flávia Domitila, a jovem, neta, ao que parece, de Pompónia Greciana e filha de Santa PLAUTILA foi deportada para a ilha Pôncia. Também, foi martirizado e morreu ACÍLIO GLABRIÃO, no ano de 91, quase certamente adepto do cristianismo.
Da Palestina foram levados a Roma e julgados na presença de Domiciano dois parentes do Senhor, netos de São JUDAS Apóstolo. O Imperador convenceu-se de que não aspiravam à coroa dos Judeus e deixou-os em liberdade.
Com São JOÃO Apóstolo foi mais severo. Não consta claro com que motivo e em que circunstâncias veio São JOÃO a Roma. mas a sua vinda e martírio no tempo de Domiciano são coisas certas. Tertuliano, em princípios do século III, muito informado em todas as tradições romanas dos primeiros séculos, diz-nos claramente que São JOÃO esteve em Roma e que foi lançado a uma caldeira de azeite a ferver.
São JOÃO era já idoso e provavelmente foi açoitado antes de ser lançado nu dentro da caldeira. Podemos imaginá-lo dentro, de mãos postas e em fervorosa oração, recordando as palavras proféticas do Senhor, quando lhe anunciou que tinha de beber o cálice da sua Paixão, antes de entrar no Reino de seu Pai. Ali se ofereceu como vítima pela Igreja, mas Deus contentou-Se com a oferta e talvez com as primeiras dores, pois, em vez de submergir-se e morrer, perseverou orando e louvando a Deus, até que o tiraram mais forte e rejuvenescido, como expressamente diz Tertuliano. São JERÓNIMO menciona esta confissão do Apóstolo, também referida pelos Padres da Igreja posteriores. Santo ISIDORO fala dum veneno que o obrigaram a tomar, sem que lhe fizesse qualquer mal.
Desde o século IX, comemora-se este martírio numa basílica romana, junto à porta chama Latina, que dá saída para o Lácio. A igreja é do século V e foi restaurada em várias ocasiões.
Diante da evidência e força do poder sobrenatural, que tão sensível se mostrou no velho Apóstolo de Cristo, cedeu o Imperador, deixou-o viver e contentou-se com enviá-lo desterrado apara a ilha de Patmos. Não tinha ainda chegado a hora final de São JOÃO; Deus conservava-o ainda para grandes empresas. No desterro de Patmos iria escrever a sua Revelação ou Apocalipse, e depois, com a morte do tirano, voltar às igrejas da Ásia Menor, para deixar-lhes como herança o Evangelho de Jesus Cristo, o Evangelho espiritual, que tão manifestamente ia pôr em relevo o amor e a divindade de Jesus.
Sua Santidade JOÃO PAULO II, ao celebrar-se o segundo centenário da implantação do Cristianismo na república da Coreia, no Extremo Oriente, visitou esse país e canonizou, a 6 de Maio de 1984, 103 cidadãos coreanos ou missionários lá residentes, isto é, 11 clérigos e 92 leigos. Vamos reproduzir a parte central da homilia então pronunciada pelo Santo Padre:
"A verdade sobre Jesus Cristo chegou também à terra coreana. Chegou por meio de livros trazidos da China. E, de modo maravilhoso, a graça divina estimulou logo os vossos sábios antepassados, primeiro a uma pesquisa intelectual sobre a verdade da palavra de Deus, e depois a uma fé viva no Salvador ressuscitado.
Desejando ardentemente maior participação na fé cristã, os vosso antepassados enviaram, em 1784, um dos seus a Pequim, onde foi baptizado. Desta boa semente nasceu a primeira comunidade cristã na Coreia, comunidade única na história da Igreja pelo facto de ter sido fundada inteiramente por leigos. Esta inexperiente Igreja, tão jovem e já com uma fé tão forte, resistiu a várias ondas de ferozes perseguições. Foi assim que, em menos de um século, ela já podia vangloriar-se de milhares de mártires. Os anos de 1791, 1801, 1827, 1839, 1846 e 1866 ficaram para sempre marcados com o sangue dos vossos mártires e gravados nos nossos corações.
Apesar dos cristãos, nos primeiros cinquenta anos, terem tido apenas dois sacerdotes vindos da China para os assistir, e isto ´só por algum tempo, eles intensificaram a sua unidade em Cristo mediante a oração e o amor fraterno; não fizeram distinção de classes sociais e encorajaram as vocações religiosas. E procuraram uma união cada vez mais estreita com o seu Bispo em pequim e com o Papa na longinquá Roma.
Depois de, por vários anos, terem suplicado que lhes enviassem mais sacerdotes, os vossos antepassados cristãos deram as boas vindas aos primeiros missionários franceses, em 1836. Alguns destes encontram-se também entre os Mártires que deram a vida pela causa do Evangelho, e que vão ser canonizados hoje nesta histórica celebração. Hoje, a esplêndida florescência da Igreja na Coreia é certamente fruto do heroico testemunho dos Mártires. Também o hoje o seu espírito imortal ampara os cristãos na Igreja do silêncio, no Norte desta terra tragicamente dividida.
Hoje, pois, é-me dado, como Bispo de Roma e Sucessor de São Pedro na Sé Apostólica, participar no Jubileu da Igreja na terra coreana. Há vários dias que me encontro entre vós como peregrino, prestando o meu serviço, como Bispo e como papa, aos filhos e filhas da amada nação coreana. A Liturgia de hoje constitui o ponto culminante deste serviço pastoral.
Observai: mediante esta Liturgia de Canonização, os Bem-Aventurados Mártires coreanos são inscritos no catálogo dos Santos da Igreja Católica. Estes são verdadeiros filhos e filhas da vossa Nação, juntamente com numerosos missionários vindos doutras terras. São sio vosso antepassados, pela descendência , língua e cultura. Ao mesmo tempo, são os vossos pais e as vossas mães na fé, que eles testemunharam derramando o próprio sangue.
Desde PEDRO YU, de 13 anos, a MARCOS CHONG de 72 - homens e mulheres, sacerdotes e leigos, ricos e pobres, gente do povo e nobres, muitos deles descendentes de mártires desconhecidos de épocas precedentes - todos eles morreram com alegria pela causa de Cristo.
Escutai as últimas palavras de TERESA KWON uma das primeiras mártires: «Dado que o Senhor do Céu é o Pai de toda a humanidade e o senhor de toda a criação, como podeis pedir-me para O trair? E se neste ,mundo, aquele que trair o próprio pai ou a própria mãe não é perdoado, com maior razão não posso nunca trair Aquele que é o Pai de todos nós».
Uma geração depois, o pai de PEDRO YU, AGOSTINHO, declara firmemente: «Agora, depois de conhecer a Deus, não me é possível traí-Lo». PEDRO CHO vai mais além e diz: «Supondo que o próprio pai tivesse cometido um crime, ninguém possui o direito de o repudiar nem de o não reconhecer como próprio pai. Por conseguinte, como posso dizer que não conheço o Pai e Senhor celestial que é tão bom?».
E que é que respondeu ÁGUEDA YI, de 17 anos, quando a ela e ao irmão mais novo deram a falsa notícia de os pais terem renegado a fé? «Se os meus pais traíram ou não, é coisa deles. No que diz respeito, não podemos trair o Senhor do Céu que sempre servimos». Ouvindo isto, outros seis cristãos adultos entregaram-se voluntariamente aos magistrados para que os martirizassem. ÁGUEDA, os seus pais e os outros seis, vão ser canonizados hoje. Além disso, há muitíssimos outros desconhecidos e humildes Mártires, que serviram ao senhor com igual fé e coragem».
PEDRO AUMAITRE, Santo
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O. de Braga:
Mãe e filho encontravam-se no único compartimento que havia em casa. A grande lareira servia para os cozinhados e para se aquecerem do frio. Naquele tempo, não havia rádio nem televisão, as noites ao lume constituíam uma espécie de paraíso terrestre. A jovem mãe fiava lã e cantava, com uma música de séculos, páginas inteiras do Evangelho que sabia de cor . O pequeno PEDRO escutava sem perder palavras e sentia apoderar-se do seu coração grande amor por Jesus. O dia terminava com a oração de joelhos diante da imagem da Virgem Nossa Senhora, Mãe e protectora de todas as famílias cristãs. A paz e o amor estendiam o seu manto sobre este pequenino e feliz lar cristão.
Certo dia, ao voltar da escola, contou PEDRO que o professor tinha falado da China imensa e da muralha com mais de três mil quilómetros, que cercava a nação e a defendia da Mongólia. A imaginação do pequeno ficou impressionada com esta imensa nação. Certa noite à lareira, perguntou:
- Ó mãe, os chineses conhecem Jesus?
- Oh, creio que são muito poucos aqueles que O conhecem!
- Porquê?
- Porque seriam precisos muitos missionários para lhes falar de Jesus. Poucos são os que se atrevem a ir para lá e, raríssimos regressam à Pátria.
O rapazinho não ss assustou. reflectiu e sonhou partir para a China. Quando PEDRO contava doze anos, certa noite,à lareira, abriu o seu coração:
- Ó minha mãe, queria ser missionário na China. Dá-me licença?
Esperou a resposta, mas só viu lágrimas correrem pelo rosto da mãe.
- Meu querido filho - murmurou ela depois de uma, longa pausa - só te possuo a ti. Pensava que tu me levarias contigo para tua casa, quando eu fosse velhinha, e que os netos me haviam de estimar e brincar comigo. Esta pobre casa comprei-a, tostão a tostão para ti... Mas se Jesus te chama, vai, meu querido filho. Parte-se-me o coração de dor, mas não te direi que não.
PEDRO tornou-se aluno do Colégio Municipal da vila. Aos 19 anos entrou no Seminário das Missões Estrangeiras, na Rua do Bac, em Paris. Aos 25 foi ordenado sacerdote e designado para a China. A cerimónia da partida foi comovedora, como era então costume. A mãe de PEDRO encontrava-se presente. Bem sabia que muito provavelmente era a última vez que o podia abraçar e beijar.
Depois de longa e trabalhosa viagem em vapor e, a última parte, barco à vela, o padre PEDRO chegou á região de Tseu-Kong na China, onde o esperava um grupo de cristãos isolados no meio de milhares de pagãos. Por amor deles, aprendeu a língua chinesa. Ao cabo de dois anos, já podia pregar o Evangelho nesta língua tão difícil. De repente, foi mandado para a Coreia , onde outros cristãos e pagãos reclamavam um missionário.
O cristianismo estava então proibido nessa península montanhosa, pegada ao continente chinês. Depois de alguns anos de trabalho clandestino, oração e sacrifício, viu o Padre PEDRO despontar uma comunidade cristã, ardorosa e convicta. Corria o ano de 1866, quando rebentou a mais terrível das perseguições. Leigos e missionários foram presos e martirizados. Ao Padre PEDRO depois de terríveis torturas, cortaram-lhe a cabeça. Contava 33 anos : a idade de Jesus.
A notícia do martírio levou cinco anos a chegar ao conhecimento da bondosa mãe, que no meio de saudosas lágrimas, rezava constantemente pela China e pela Coreia. Era uma maneira de colaborar com o apostolado do seu querido filho. Sonhava ser avó de uns encantadores netinhos. E foi mãe e avó, mas de outra maneira. Lá longe, por meio do seu filho, possui uma descendência espiritual tão numerosa como as estrelas do Céu e as areias do mar.
Como dissemos, o santo PADRE JOÃO PAULO II na sua visita à Coreia, canonizou , isto é, declarou santos, 103 mártires e, entre os quais São PEDRO AUMAITRE.
Bendita mãe que tal filho deu ao céu e bendito filho que foi generoso com Jesus!