sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nº 1178–6 DE NOVEMBRO DE 2010–SANTOS DO DIA

 

SÃO NUNO DE SANTA MARIA

(ou NUNO ÁLVARES PEREIRA)

(1360-1431 – Condestável e Santo)

Nuño de Santa Maria Alvares Pereira, Santo

Nuno de Santa Maria Alvares Pereira, Santo

Herói de Portugal e Religioso Carmelita

* Ver também Nota em 1 de Novembro, neste mesmo blogue.

Tão conhecida é a biografia do mais representativo herói da nossa galeria medieval que apenas dela se fará um breve resumo. Nasce em 24 de Junho de 1360, no Castelo de Bonjardim – filho do Prior do Hospital, D. Álvaro Gonçalves Pereira e de Iria Gonçalves do Carvalhal, criada da corte. O rei D. Pedro I legitima-o no ano seguinte, a 24 de Julho. Entra no séquito do rei D. Fernando em 1373aos treze anos, portanto – levado por seu pai. Logo se distingue num reconhecimento militar, quando o exército castelhano marcha sobre Lisboa. E é armado Cavaleiro. Em 1376, a 15 de Agosto, por obediência às instâncias paternas e embora contrariado – pois o exalta já o sonho de imitar o exemplo de Galaaz e fazer voto de castidade – casa com D. Leonor de Alvim, rica dama de Entre-Douro-e-Minho, já viúva de Vasco Gonçalves de Barroso. Têm uma filha: Dona Beatriz. Em 1383, ante a crise provocada pela morte de Dom Fernando e pelo facto de a única filha do Monarca ser casada com o rei de Castela, que ameaça a independência Nacional, entra em intensa atividade política e exorta Dom João, Mestre de Avis, a tomar a chefia da revolta contra os Castelhanos. De momento, hesita o Mestre e Nuno Álvares Pereira, desanimado, retira-se para Santarém – onde se dá o estranho encontro, em fins de Novembro, com  o alfageme a quem confia a sua espada para afiar e restaurar, e que declara não lhe aceitar qualquer pagamento senão quando o vir elevado a Conde de Ourém. É o título usado pelo Andeiro, favorito da Rainha Leonor Teles – que, pouco tempo adiante, a 6 de Dezembro, cai ferido de morte, em Lisboa, pelo Mestre de Avis. Eleito Regedor e Defensor do Reino, logo a 15 de Dezembro, Dom João chama Nuno Álvares Pereira para o Conselho do Governo. A 6 de Abril de 1384, depois de rápidas operações no Alentejo, obtém o seu primeiro êxito de vulto, nos Atoleiros, graças à táctica do quadrado, aprendida dos Ingleses que, na batalha de Crécy (1346), com ela destroçaram a cavalaria do rei de França, Filipe VI. E, a 1 de Julho, o Mestre de Avis nomeia-o Conde de Ourém e transfere para a sua posse os bens do Andeiro. O alfageme-profeta tinha razão! E chega o ano decisivo de 1385. Na mesma data de 6 de Abril, doze meses volvidos sobre a jornada dos Atoleiros, é aclamado Rei Dom João I nas cortes de Coimbra, em que sobressai o «grão-doutor» João das Regras. Entre Abril e Junho, Nuno Álvares Pereiranomeado Condestável a 7 de Abril, pelo Monarca – conquista a Província do Minho em ações militares fulminantes. E a 14 de Agosto, fere-se a batalha de Aljubarrota, em que de novo o quadrado português desbarata a soberba cavalaria de Castela e se consolida a nossa independência. Nuno Álvares tem parte primordial no triunfo e a sua aura cresce mais ainda quando, em Outubro, ganha memorável vitória em Valverde.  No ano seguinte, depois da romagem de agradecimento a Santa-Maria-do-Meio, na Sertã, reúne-se o Condestável a Dom João I para uma conferência com o Duque de Lencastre. Assenta-se no casamento da filha do Duque, Dona Filipa, com o nosso Rei que se efetua a 2 de Fevereiro de 1387. Em Outubro de 1388, já então tinha falecido D. Leonor de Alvim, e Nuno Álvares deixou a filha entregue aos cuidados da avó – inicia, em Aljubarrota, a construção da capela de São Jorge; em Julho de 1389, lança ombros a edifício do maior vulto: o Convento do Carmo, em Lisboa, sobranceiro ao Rossio. As hostilidades contra os castelhanos prosseguem e o Condestável dá testemunhos constantes da agudeza do seu génio militar e da rijeza de seu braço.Mas ajustam-se tréguas. E adivinha-se que no seu espírito despontam outras perspectivas e outras aspirações. Em 1393, reparte as terras que lhe foram doadas com os companheiros de armas. Em 1397, instala no Convento de Lisboa os frades da Ordem do Carmo – com os quais estabeleceu relações de especial afecto no Convento de Moura, onde se recolheu o antigo meirinho João Gonçalves e cujo vigário-geral, Frei Alfonso de Alfama, especialmente considera. Em 1401, ajusta-se o casamento de sua filha Dona Beatriz com o bastardo régio Dom Afonso, Conde de Barcelos, legitimado por Dom João. Treze anos mais tarde, em 1414, morre a Condessa de Barcelos e o pai, inconsolável, forma desde então o projeto de se recolher à clausura monástica. Ainda o solicitam, em 1415, para a expedição a Ceuta, que sinceramente aprova, e assim mais uma vez se ilustra como combatente – deixa assim ligado o seu nome ao primeiro passo que demos nos largos rumos da Expansão. Até que, em 1422, partilha entre os netos os seus títulos e domínios; Ourém, que cedeu ao genro, para o mais velho; Arraiolos e o seu condado para o outro neto, Dom Fernando; e para a mais nova, Dona Isabel, já casada então com o Infante Dom João, o castelo de Loulé e diversas terras. Despojados dos bens materiais, já pode agora voltar-se para a busca de outra espécie de bens, os espirituais, que a sua grande alma ambiciona. E professa no Carmo, em 1423, a 15 de Agosto. Sempre o dia de Nossa Senhora da Assunção a presidir-lhe aos momentos culminantes da vida; desde o casamento, quarenta e sete anos antes, em 1376, à apoteose de Aljubarrota, em 1385; e agora, ao definitivo ingresso no Mosteiro que vai ser a coroação de um dos mais extraordinários destinos que na História se conhecem! Ei-lo perante nós, aquele que mais nos interessa: o asceta despegado de todas ambições terrenas, de todas as humanas frivolidades, entregue por completo ao único fito de adorar e servir a Deus: o herói de outra batalha que, depois de se ter mostrado invencível nas lutas do mundo, abandona títulos, honras e riquezas – para ser apenas, humilde e feliz, Frei Nuno de Santa Maria. A sua existência é inteiramente percorrida por uma linha soberana, em que se descobrem três ideais distintos e um Ideal verdadeiro. Primeiro, a sedução generosa da cavalaria – a fase em que só deseja imitar Galaaz e ser paladino de todas as causas nobres; depois, a adesão apaixonada à defesa da independência nacional – a fase em que trava mil combates, manifesta total desprendimento pela vida e uma confiança como que sobrenatural na vitória, e desdenha os perigos, afronta exércitos com a maior indiferença pela desproporção numérica entre os seus e os adversários. Por fim, a anulação absoluta na vida religiosa – a fase em que, afastadas as ameaças, consolidado o Portugal independente, se retira para as sombras do claustro e unicamente aspira a engrandecer a sua alma com os mais edificantes atos de devoção e caridade. No fundo, o quem sempre lhe comanda o destino é uma razão transcendente. Bem o provam: a alta espiritualidade da sua conduta na juventude – quando procura esquivar-se ao casamento, decidido a cumprir, como lendário Cavaleiro da Távola Redonda, um claro voto de pureza; mais tarde, nas horas guerreiras, os seus alheamentos místicos - como o daquele dramático lance de Valverde em que se isola numa oração ardente enquanto,  à volta, tudo parece perdido, e afinal se levanta transfigurado para arrastar os companheiros ao assalto e ao triunfo; e, nos últimos anos, a naturalidade e a sinceridade insuperáveis em que se entrega na sua missão de monge de Cristo, a prodigalizar atos de piedade e benemerência, a gravar no coração do povo a imagem prodigiosa do Santo Condestável, maior ainda que a do libertador do território e vencedor dos Castelhanos! Três ideais distintos, um Ideal verdadeiro: no fundo, Nuno Álvares traz em si, desde o princípio, a vocação do serviço de Deus – para além de quaisquer outros senhores. e no serviço Deus se extingue, abraçado ao Crucifixo, na pequena cela do Carmo, acompanhado até à última pelo Rei e pelos Infantes, chorado pelos mil desamparados que acolheu e acarinhou, no primeiro dia de Abril de 1431. Quis ser enterrado na capela mor do Convento, em sepultura rasa – onde descansa, após as solenes exéquias ordenadas pelo Soberano, o Infante Dom Duarte, seu amigo dileto, manda pôr uma lâmpada de prata sobre o túmulo, cuja chama arde, descendente de Nuno Álvares, filha dos Reis Católicos e mulher de Filipe, O Formoso,  Arquiduque de Áustria, fá-lo transladar para um rico mausoléu de mármore, com a sua figura esculpida num dos extremos em hábito de Carmelita e noutro extremo sob o aspecto de Cavaleiro, provido de armas de guerra – mausoléu que o terramoto de 1755 destruirá. Quando os ossos do antigo Condestável vão para o lugar onde se acham atualmente acham atualmente, O Rei Dom José ordena que nova lâmpada ali seja colocada, também com fogo perpétuo. Toda a nação o considera Santo e se empenha em ver o seu culto autorizado pela Santa Sé. Daí, a súplica dirigida pelos três Estados, nas Cortes de 1641, a Urbano VIII, Para que proceda à beatificação de Frei Nuno de Santa Maria – instância renovada pelas cortes de 1674, a Clemente X. Correm os séculos, e a 15 de Janeiro de 1918, a Sagrada Congregação dos Ritos, em sessão plenária, aprova e reconhece o culto do Santo Condestável, que o Papa Bento XV confirma, no decreto de 23 de Janeiro do mesmo ano. Assim eleva a Igreja aos altares o mais perfeito expoente do heroísmo e de fé da Idade Média em Portugal. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

Exemplo de vida cristã

Admirável foi este santo varão pelas muitas e especiais virtudes que cultivou, não só depois do divórcio que fez com o mundo, mas também antes de receber o hábito religioso. Na castidade foi sempre tão firme que jamais em prejuízo desta virtude se lhe conheceu o mais leve defeito. Forçado da obediência se sujeitou ao casamento, que sem desagrado de seu pai, o não chegaria a evitar. Mas aos 26 anos ficou livre do matrimónio, porque a inumana parca pôs termo à vida da sua esposa na flor de seus anos. Entrou El Rei no empenho de lhe dar outra esposa não menos digna de seu nascimento. Resistiu o invicto Condestável, encobrindo sempre o fundamento principal, que era o de viver casto.  Na oração foi tão incessante que admirava aos mesmos que faziam por ser nela seus imitadores. Faltava com o descanso ao corpo para se aproveitar da maior parte da noite orando mental e vocalmente.  Depois de ser religioso, estreitou mais o trato e familiaridade com o Senhor, porque então vivia no retiro conveniente para poder sem estorvo empregar todas as potências da alma no Divino Objecto que contemplava.
Na presença da soberana imagem da Virgem Maria Senhora Nossa, com o título da Assunção, derramava copiosas lágrimas; e com elas, melhor do que com as vozes, Lhe expunha as suas súplicas nas ocasiões que para si ou para os seus patrocinados Lhe pedia favores. Exemplaríssima foi a humildade com que, fora e dentro da Religião, serviu a Deus em toda a vida. Como árvore frutífera cujos ramos mais se inclinam quando é maior o peso dos seus frutos, assim este virtuoso varão mais submisso se mostrava com os triunfos e com as virtudes. Nunca no seu espírito teve lugar a soberba: antes, quanto lhe foi possível, trabalhou por desterrá-la dos ânimos dos que lhe seguiam as ordens e o exemplo. Aos sacerdotes fazia tão profunda veneração que passava a ser obediência. A um criado seu de muita distinção, que havia tomado o hábito da nossa Ordem, assim que o viu professo e feito sacerdote, começou a respeitá-lo em tal forma que a todos causava admiração.
Com o hábito religioso adquiriu o irmão Nuno muitos hábitos de mortificação. O sangue que lhe corria do corpo, quando com ásperos flagelos o lastimava, também lhe diminuía os alentos: mas ainda desta fraqueza tirava forças para, com pasmosa admiração dos Companheiros, continuar em semelhantes exercícios até ao último prejuízo da vida, que em desempenho do ardentíssimo desejo que teve de a sacrificar a Deus, sempre reconheceu como trabalho, e estimou a morte como lucro.
Depois de religioso, foi o servo de Deus mais admirável nos exercícios da caridade. Não se contentava com distribuir as esmolas pelo seu pagador, como no século fazia; mas pelas próprias mãos, na portaria deste convento, remediava a cada um a sua necessidade. Não menos caritativo era para com o seu próximo nas ocasiões que se lhe ofereciam de lhe acudir nas enfermidades. Assistia aos pobres nas doenças, não só com os alimentos necessários, mas com os regalos administrados por suas próprias mãos. Velava noites inteiras por não faltar com a assistência aos que nas doenças perigavam.
Continuando o Venerável Nuno de Santa Maria as asperezas da vida, sem nunca afrouxar dos seus primeiros fervores, chegou ao ano de 1431 tão destituído de forças, que no corpo apenas conservava alguns alentos para poder mover-se.
Entrando enfim na última agonia, rogou que, para consolação do seu espírito, lhe lessem a Paixão de Cristo escrita pelo evangelista São João; logo que chegou à cláusula do Evangelho onde o mesmo Cristo, falando com sua Mãe Santíssima a respeito do amado discípulo, lhe diz: "Eis o vosso filho", deu ele o último suspiro e entregou sua ditosa alma ao mesmo Senhor que a criara
. HTTP://ECCLESIA.PT

Fundador da casa de Bragança, nasceu em Cernache de Bonjardim, Portugal, em 24.6.1360 do nobre cavaleiro D. Álvaro, Grande Prior dos Cavaleiros de São João de Jerusalém. Aos treze anos entrou a formar parte da família real. Queria ser solteiro, mas, para obedecer a seu pai, contraiu matrimónio em 1376 e teve três filhos. Lutou denodadamente pelos direitos de sua pátria, pelo que é considerado "herói nacional". Este herói português e carmelita foi o eleito pela providência para libertar a sua pátria e conseguir sa independência.  Eleito também para que fosse seu exemplo e vontade quem opusera um dique à desenfreada licença de costumes daqueles tempos. Quem com sua vida mortificada e austera condenara a moleza da nobreza.
Quem com sua profunda humildade reprovara o domínio da altivez e soberba. Quem com sua caridade fazia aos pobres resolver os pavorosos problemas sociais que atacavam ao país. O povo português, já en vida, lhe chamava "o santo Condestável", porque havia compreendido que no guerreiro e no heroico capitão se escondia o santo. Sua esposa morreu em 1387 e ele continuou ocupando-se da defesa de sua pátria. Em 1423, mandou construir um grandioso templo que confiou aos carmelitas.
Ingressou na Ordem do Carmo, atraído especialmente pelo culto que os carmelitas davam à Virgem Maria e pelo bem que realizavam na liturgia. Foi para todos os religiosos um perfeito modelo de observância e de todas as virtudes. Passava longas horas ante o Santíssimo Sacramento, rezava todos os dias o ofício divino e assistia a quantas missas podia. Sua última enfermidade foi breve e se viu rodeado do rei e de todos os magnates do reino, a quem dirigiu muito sentidas e edificantes palavras.
Morreu em 1.4.1431.
Logo depois de sua morte recebia culto público, mas o Papa Urbano VIII (1623-1644), mediante uma série de decretos e disposições, quis impedir abusos na veneração de certos servos de Deus que morreram com fama de santidade mas que não haviam sido beatificados ou canonizados pela Santa Sé. Ao mesmo tempo ordenava como deviam tratar-se as causas de canonização, além de proibir que se continuasse dando culto àqueles que não haviam sido beatificados nem canonizados pela Santa Sé. Em finais do século XIX se introduziu a solicitude para a beatificação de Nuno de Santa Maria a fim de poder continuar com a prática do culto ao Santo Condestável. Se cumpriram todas as formalidades requeridas e em 15 de Janeiro 1918, em sessão plenária dos membros da Congregação de Ritos, se aprovava, por aclamação unânime, o reconhecimento do culto ao Beato Nuno de Santa Maria Álvares Pereira. O Santo Padre Bento XV, no dia 23 do mesmo mês, ratificava a sentença da Congregação com o decreto
Clementissimus Deus.
No dia 13 de Julho de 2003 foi aberto o processo sobre a atualidade da fama de santidade e do culto ao Beato Nuno para a canonização. O referido processo foi concluído no dia 3 de Abril de 2004.
Enquanto se está elaborando a Positio ou Ponencia do dito processo, se há feito o processo sobre uma cura cientificamente inexplicável quoad modum, atribuída à intercessão do Beato Nuno como um presumível milagre. Deus queira que o juízo dos espertos seja favorável e, ainda que se haja de esperar o tempo necessário para os trabalhos, estudos e revisões pertinentes, se chegue ao reconhecimento de parte do Santo Padre e conceda a canonização.
www.es.catholic

ÚLTIMA HORA

- Nota colocada por António Fonseca, neste blogue, em 1 de Novembro de 2009, na mensagem que publiquei no ex-blogue CONFERÊNCIA VICENTINA DE S. PAULO, atualmente denominado COMUNIDADE DE SÃO PAULO DO VISO, em 20-04-2009 16:42.- é feita a seguinte referência que transcrevo de seguida

Beato Nuno de Santa Maria

Nun’Álvares Pereira canonizado dia 26

Portugal vai ter mais um santo. Bento XVI vai canonizar Nuno Álvares Pereira. A Renascença dá-lhe a conhecer um mito da História de Portugal. Ao longo da semana, a Renascença vai trazer-lhe a vida e a importância de D.Nun’Álvares Pereira sob diversas perspectivas. Conheça as várias facetas do Santo (o militar, o fundador da Casa de Bragança, a figura histórica e algumas curiosidades sobre o Santo).

A Renascença entrevistou também várias personalidades ligadas a D.Nun’Álvares, como o Cardeal Saraiva Martins ou D. António Vitalino Dantas.

Fique também a saber qual a sua influência no estrangeiro (em Inglaterra, por exemplo, é patrono de um batalhão de fuzileiros), quais os santos e beatos que merecem maior devoção dos portugueses ou quais os nomes que se podem seguir na lista de beatificações do Vaticano.

Os porquês?

Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira, 1360-1431) foi beatificado em 1918 por Bento XV e, nos últimos anos, a Ordem do Carmo (onde ingressou em 1422), em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. A sua memória litúrgica celebra-se, atualmente, a 6 de Novembro.

O processo de canonização foi reaberto a 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, em sessão solene presidida por D. José Policarpo. Uma cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca de Xira, que sofreu lesões no olho esquerdo, por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe. O cardeal Saraiva Martins, Prefeito Emérito da Congregação para as Causas dos Santos, conduziu no Vaticano o processo de canonização.

Segundo D. José Saraiva Martins, a idosa sofria de "uma úlcera na córnea", uma coisa gravíssima. E os médicos, realmente, chegaram à conclusão que aquilo [a cura] não tinha "explicação científica", frisou, em declarações recentes à Lusa, explicando que o processo de canonização de D. Nuno Álvares Pereira chegou ao fim "em três meses", entre Abril e Julho de 2008. Em Abril, "o milagre atribuído à intervenção do beato Nuno foi examinado pelos médicos [do Vaticano]" e, em Maio, pelos teólogos, "no sentido de saber se tinha sido efeito da oração feita pela doente, pedindo-lhe a sua cura". Os cardeais da Congregação das Causas dos Santos viriam a aprovar as conclusões, "tanto dos médicos como dos teólogos", e, em Julho, a documentação resultante foi presente ao Papa Bento XVI por D. José Saraiva Martins.

Sua espiritualidade

Segundo referem seus biógrafos, seus costumes foram integérrimos. Grande e firme sua fé. Acendrada sua piedade, tendo sempre sobre todas as aspirações a Deus e a Pátria. Devotíssimo da Virgem Maria, a cuja proteção, depois de Deus, atribuía todas as vitórias; em reconhecimento, levantou muitas igrejas, dedicadas a Maria.
Observava rigorosamente todas as leis da Igreja, jejuava todos os dias prescritos e a pão e água as vigílias das festividades da Virgem. Casto na sua triple condição de solteiro, de esposo e de viúvo, como o atestam as crónicas de seu tempo. Valente e leal cavaleiro no campo de batalha, viveu sem mancha numa corte corrompida entre as grandezas e honras que a vida lhe tinha preparados. Também foi admirável sua caridade com os pobres, a quem socorria com largueza vendo neles a imagem de Jesus Cristo. Particularmente devoto do Santíssimo Sacramento, preparando-se sempre para a comunhão com longas orações. Uma vez que vestia o hábito de carmelita sua penitência foi mais rigorosa e jejuava com maior frequência. Para satisfazer suas ânsias de solidão, ocupou uma cela no lugar mais afastado, de onde saia somente para cumprir com suas devoções e caridade para com os pobres. Seu culto foi confirmado pelo Papa Bento XV em 23 de Janeiro de 1918, e foi canonizado em 26 de Abril de 2009 por S.S. Bento XVI.

Em Portugal é recordado de 1 a 6 de novembro Ver mais em 6 de Novembro neste blog e  nos sites www.es.catholic.net, www.santiebeati.it e no livro Santos de Cada Dia de www.jesuitas.pt.

Nota de António Fonseca:

Muito mais haveria a dizer sobre a Vida de SÃO NUNO DE SANTA MARIA ÁLVARES PEREIRA. é, no entanto muito escasso, o espaço (e o tempo) de que disponho. Apesar disso, permiti-me efetuar a translação de 3 artigos que escrevi (ou transcrevi…) de blogues anteriores. As minhas desculpas e Obrigado. AF.

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