domingo, 25 de novembro de 2018

FESTIVIDADE DE CRISTO REI - 25 DE NOVEMBRO DE 2018

Nosso Senhor Jesus Cristo
Rei do Universo





Texto inserto no Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:

CHRISTUS REGNAT

CRISTO REINA

E reina pela Cruz. «Regnavit a ligno Deus»(2).

Ao passo que tronos e tronos, ornados com  pedras finas e cobertos de preciosos brocados, se esboroaram, a madeira rugosa da cruz contínua, obstinadamente, a dominar o mundo.

Stat Crux dum volvitur orbis. 

Império estranho. Cristo ordenara aos Apóstolos que lhe conquistassem todo o universo. Vimos muitos monarcas conduzirem os soldados à vitória. Mas nenhum deles lhes disse: «Quando eu já não existir e não possa dar a palavra de ordem, então começareis a conquistar grandes terras». Que maravilha! Um morto conquistador!

Jesus Cristo ousou predizer essas conquistas mundiais. Foi bem sucedido!

Os Apóstolos ainda não tinham terminado a sua tarefa, quando São PAULO escrevia aos Colossenses: «O Evangelho, que vós ouvistes, é pregado a toda a criatura debaixo do céu» (I, 23). O testemunho de São JUSTINO (Diálogo com Thryph., II-17) garante-nos que, cem anos depois de Jesus Cristo, a religião contava fiéis no seio de todas as nações. Tertuliano, na sua Apologia, dirigida aos Magistrados do Império, dizia: «Somos de ontem e enchemos as vossas cidades, as vossas ilhas, os vossos próprios campos, o palácio, o senado, o foro; somente vos deixamos os templos. Se nos retirássemos, o Império ficaria deserto...
Entre os Partos, os Medos, os Elamitas, entre os habitantes da Mesopotâmia, da Arménia, da Frígia, da Capadócia, do Ponto.da Ásia Menor. do Egipto, de Cirene, entre as diversas raças dos Gétulas e dos Mouros, entre os povos da Espanha, da Gália, da Bretanha e da Germânia, por toda a parte contamos fiéis» (cap. 38 nº 124).

Um, inimigo da religião, Plínio, o Moço, governador da Bitínia, escrevia em 112 ao Imperador Trajano: «O contágio da superstição cristã já não se limita às cidades: invadiu as aldeias e os campos, apoderou-se de pessoas der todas as idades e de todas as condições sociais. Os nossos templos estão quase de todo abandonados e as cerimónias desprezadas» (Cartas L. X, I, 097 e Annales de Tácito).

  • (2) «Tu que escolheste o madeiro para salvação do género humano a fim de que a vida ressuscitasse donde procedia a morte e aquele (Satanás) que triunfara pelo madeiro fosse também vencido por ele» (Prefácio da Cruz).- «Cristo venceu, não com o ferro mas com a Cruz» (Santo AgostinhoComentário do Salmo LIV).


Séneca deixou escapar esta exclamação de despeito: «Esta raça de cristãos mete-se em toda a parte» (Referido por Santo AgostinhoCidade de Deus, livro 6).
A conclusão tira-o o próprio Renan: «Em cento e cinquenta anos, a profecia de Jesus realizou-se. O grão de mostarda tornara-se uma árvore que começara a cobrir o mundo». A Igreja é Católica, isto é, representada em todo o mundo, já que a catolicidade não é uma questão de número mas de universalidade. Oitocentos milhões de homens dizem-se «cristãos», o que, segundo a própria etimologia, significa que se têm oficialmente como súbditos de Cristo.
Jesus é um Rei que reina e a nova festa de Cristo-Rei por toda a parte se revestiu dum carácter triunfal. Christus Regnat. O mais notável é que Jesus ousou querer e predizer que o seu Reino seria um Reino de amor. O amor é aquilo que menos se pode impor ao mundo, um sentimento tão livre que ninguém o pode conquistar à força. Pode impor-se aos homens a obediência; pode impor-se a estima; pode até impor-se a admiração, à força da virtude, de talento ou de génio. O afecto, porém, não se pode ou o mero facto de o impor teria como resultado paralisá-lo. Não podemos mandar que nos amem. Suplicamo-lo.
Nosso Senhor, sim, exige o amor e faz dele o seu primeiro mandamento. «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e com todo o teu esforço. Eis o primeiro mandamento». (Mc 12, 30).
Vai mais longe ainda e quer o amor de todos os homens. Dificilmente, chegamos a encontrá-lo num amigo, em duas ou três pessoas. O esposo exige por vezes inutilmente o amor da esposa e nem sempre ganhamos a amizade de um irmão, de um filho. Como é raro chegar à certeza de termos ganho alguns corações, um só coração integralmente !
Quem jamais sonhou em ser amado por todos? Quem? JesusE quanto tempo é necessário amá-lo assim? Jesus contentar-se-á porventura com uma prova brilhante de amor? Com alguns actos heróicos? Com um ano inteiro de dedicação? Não. Quer ser amado sempre, sem nenhum arrependimento.
«Todo aquele que olha para trás, não é apto para o Reino de Deus» (Lc 9, 62).
E como será necessário amá-Lo? Porque afinal há graus de amor... Deve ser amado acima de tudo, de modo que (na estima racional e não na parte emotiva) os homens devem preferi-lo aos pais, às esposas, aos filhos. esta é a sua vontade intransigente.
Uma exigência assim, não o condenará ao isolamento, ao ridículo? Existe ainda um último ponto que confunde ainda mais a nossa maneira humana de sentir. Quando é que Cristo será amado deste modo? Depois da morte. «Quando for levantado da terra, atrairei a mim todos os homensDizia isto para significar de que morte havia de morrer» (Jo 12, 32-33).
Jesus, que foi abandonado em vida, até pelos próprios discípulos, que expirou no meio de insultos, vai ser amado depois da morteNão sabia o Mestre que a presença é o grande alimento do amor e ignorava aquela tão simples lei da psicologia: longe da vista, longe do coração?
Quando morre um homem, os que o conheceram podem ainda amá-lo; mas desaparecem, e com eles, a ternura. Os sucessores poderão admirar, mas já não amam verdadeiramente. O milagre deu-se. Nosso Senhor conseguiu-o: «Condenado à morte, venço» (São Fulgêncio, Sermão 5º para a Epifania).
Pascal, num dos papéis soltos em que escrevia pensamentos, deixou-nos estas lacónicas palavras, de cujo desenvolvimento resultaria, sob a sua pena, um belo capítulo: «Jesus Cristo quis ser amado; foi-o; é Deus».
Há  milhões de fiéis que O amam, não com amor platónico, mas com um amor que se traduz em sacrifícios concretos, em vitórias sobre todas as paixões. «Animador» divino! Houve milhões de mártires e, para dar a própria vida, é preciso amar muito!
Quantos religiosos e religiosas encontrou! Fazem voto de obediência perpétua e é preciso amar muito para sacrificar o que há de mais íntimo em nós, aquilo a que até os pobres renunciam em último lugar: a liberdade. Fazem o voto de castidade perpétua e é preciso amar muito para sacrificar os desejos mais fortes do coração. Fazem o voto de pobreza perpétua e é preciso amar muito para sacrificar todo o desejo de fortuna. Jesus conta legiões e legiões de homens e de mulheres que espontâneamente, alegremente, lhe oferecem, com voto, todas as riquezas. Estes prodígios de amor que chegam até à imolação, obtêm-nos Jesus, muito depois de nos ter deixado. E sendo verdade que «os mortos passam depressa» e que segundo o poeta: «o verdadeiro vínculo dos mortos é o coração dos vivos», Jesus consegue ainda fazer-Se adorar. Os fariseus chamavam-lhe «sedutor» (Mt 27, 63), e tinham mais razão do que pensavam. Cristo seduz, no verdadeiro sentido da palavra.
Venceu o tempo, o que ninguém mais conseguiu fazer. Na manhã da Ressurreição, fez rolar a pedra do sepulcro. Levantou depois uma pedra tumular, ainda mais pesada: a do esquecimento, a de vinte séculos inteiros.
Jesus de Belém, de Nazaré, de Jerusalém, como sois amado! Invisível amante, desaparecido há dois mil anos, continuais conquistando os corações. Este milagre moral, este facto único na história, era para Napoleão I, cativo em Santa Helena, matéria de longas meditações. «Apaixonei multidões que morriam por mim; porém era necessária a minha presença, a electricidade do meu olhar, o meu tom de voz, uma palavra minha. Hoje, que estou em Santa Helena, agora que estou só e cravado nesta rocha, onde estão os cortesãos do meu infortúnio? Quem trabalha na Europa para mim?
«Que abismos entre a minha profunda miséria e o Reino Eterno de Jesus Cristo pregado, amado, adorado, e vivo em todo o universo!... Cristo fala: de hoje em diante as gerações pertencem-lhe por laços mais estreitos, mais íntimos do que os do sangue. Acende a chama dum amor, que faz morrer o amor próprio, que prevalece sobre todo o amor. Muitas vezes penso e isso é o que mais admiro e o que me prova absolutamente a divindade de Cristo»
Este seria o momento de mencionar também a página vibrante de Lacordaire: «Há um homem cujo amor penetra e continua na sepultura...»
Contudo, prefiro citar, não o monge entusiasta, mas o escritor que publicou o livro mais dissimulado contra Nosso Senhor, só para Lhe roubar, com mil respeitos aparentes, a auréola da divindade, o homem que foi duplamente traidor: ao seu país e à sua religião, Renan.
Depois de contar a morte do Senhor na cruz, exclama: «Descansa agora sobre a tua glória, nobre iniciador!... Para o futuro, fora do alcance da fragilidade, assistirás do alto da paz divina, às consequências infinitas dos teus actos... Por milhares de anos, o mundo vai depender de ti. Bandeira de nossas contradições, serás o sinal em volta do qual se travará a mais ardorosa batalha. Mil vezes mais vivo, mil vezes mais amado depois da morte, do que durante os dias da tua passagem pelo mundo, de tal maneira chegarás a ser pedra angular da humanidade, que arrancar o teu nome deste mundo seria abalá-lo até aos fundamentos... Plenamente vencedor da morte, toma posse do teu Reino, onde te seguirão, pelo caminho real por ti traçado, séculos de adoradores»  (Renan, Vie de Jesus 3ª ed. pág. 426).
Seja, dir-se-á. Porém, ao lado dos «séculos de adoradores», não haverá séculos de detractores? Adorado ou aborrecido, Cristo passou entre uma dupla corrente de amor e de ódio. Prova-se que ninguém foi tão querido; com a mesma facilidade se provaria também que ninguém foi tão odiado como Ele. É bem verdade e encontramo-nos diante de um fenómeno: o ódio contra quem menos o mereceu. A sobrevivência dum furor que nunca se aplacaria. Cristo previra-o, como tudo o mais: e, assim como predissera o amor, assim predissera também o ódio implacável. Mas observemos melhor: o ódio é também, a seu modo, uma homenagem; se o amor é uma homenagem à bondade, o ódio é uma homenagem à força. Em geral, o ódio cessa, se o adversário desaparece.
Hoje, já ninguém odeia Nero, Átila, Robespierre. Até quando se trata dos homens mais malfazejos, desde o momento em que não resta deles mais do que o pó morto e inanimado , o desprezo sucede ao ódio. Com o tempo, não fica deles mais que o esquecimento desdenhoso. Seria anormal enfurecer-se alguém contra o que desapareceu e rechaçar o inexistente. Ninguém é tentado a lutar contra um zero.
Se os ataques contra Jesus Cristo continuam furiosos, temos nisso a melhor prova de que Ele é forte. O ódio supõe um obstáculo, actual, alguém que obstruí um caminho, um adversário vivo.
É o que Renan confessa, talvez sem querer, com a frase que vamos citar e cujo sentido é profundo: «Bandeira das nossas contradições, serás o sinal em volta do qual se travará a mais ardente batalha».
Jesus Cristo não deixa o mundo indiferente: por Ele, ou contra Ele, há paixão. O mação insulta-O na loja. A Carmelita adora-O na sua pobre cela.
Uns blasfemam-nO, outros adoram-nO; uns desonram-nO, outros morrem por Ele.
Mas não O esquecem e não conseguem fazer à sua volta a conspiração do silêncio.
Aquele Judeu nascido há vinte séculos (e um), numa aldeia da Palestina, aquele filho de carpinteiro, aquele taumaturgo que teve por discípulo doze pescadores ignorantes (doze, entre os quais se contava um traidor), aquele condenado que expirou no madeiro da infâmia e foi colocado sob uma pedra, esse é hoje o Grande Vivo. Em toda a parte o seu nome, em toda a parte os seus missionários. À volta d'Ele gravita o pensamento mais moderno, toda a inquietação religiosa do nosso século vinte e um.
Quando se ausculta uma grave questão moral, no fundo sempre encontramos a Ele, ao grande Cristo obsediante. Ele é o princípio e o fim, a primeira letra do grande livro, bem como a última: «O ALFA e o ÓMEGA" (Apoc. 1, 8)» (G. Hoornaert, S. J., A propósito do Evangelho)





O texto que se segue, foi transcrito do site http://es.catholic.net/
Recolha, transcrição e tradução por António Fonseca





Tempo Ordinário 34º. Domingo - Ciclo B
Solenidade de Cristo Rei do Universo 
Entrada

A celebração de Jesus Cristo, Rei do Universo, encerra o ano litúrgico com o acento escatológico e apocalíptico próprio dos últimos domingos. Cristo é o Alfa e o Omega, quer dizer: o princípio, o centro e o fim da história humana que Deus converte em história de salvação. Cristo se manifestou ante Pilatos; é Ele quem nos revela ao Pai. Vivamos nesta Eucaristia o grande gozo de ter a Cristo como testemunho da Verdade que nos guia até ao Pai. Irmãos e Irmã cantemos com ânimo.
Primeira leitura: Dt 7, 13-14 (Seu poder é eterno, não cessará)
A primeira leitura nos descreve uma visão de Daniel. Entre as nuvens aparece um homem a quem se dá o poder, honra e reino. Nosso autor identifica a este Messias com o líder do povo dos santos. Logo o Novo Testamento identifica a este Filho de Homem com Jesus. Escutem Irmãos e Irmãs.
Segunda leitura: Ap 1, 5-8 (Cristo fez de nós um reino de sacerdotes)
Na segunda leitura tomada do livro do Apocalipse vemos a Cristo como o Testemunho fiel de Deus, o ressuscitado e o Rei Todo poderoso. Segue um louvor da obra redentora de Cristo e uma proclamação de sua vinda em glória. Nos convida a que nos deixemos penetrar pela grandeza e majestade de Jesus Cristo.
Terceira leitura: Jn 18, 33.37 (Tu o dizes: sou rei)
A leitura evangélica de hoje, segundo São João, Cristo afirma claramente sua realeza. Por sua vez diz que veio para revelar ou dar testemunho da Verdade. Seu reino não é como os reinos da terra, mas que é um reino nascido da humilhação, do sofrimento e da morte, do serviço à Verdade. Vamos a escutar este diálogo sobre nosso Rei, mas antes entoemos a Aleluia.
Oração Universal
1. Pela santa Igreja: para que unida em Cristo, Rei de paz, expresse a luz do Evangelho a justiça nova que ele promulgou desde a cruz. Roguemos ao Senhor.
2. Pelos pastores do povo de Deus, bispos, presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas: para que imitem a Jesus, que não veio para ser servido, mas sim para servir. Roguemos ao Senhor.
3. Pela sociedade em que nos calhou viver: para que reconheça em todo o ser humano a presença do Filho de Deus, que um dia virá a julgar o mundo. Roguemos ao Senhor.
4. Por nossa paróquia Espírito Santo: para que vivamos convencidos de que servir é reinar. Roguemos ao Senhor.
5. Por todos nós: para que Jesus reine em nossos corações e em nossas vidas, santificando nossas acções e palavras. Roguemos ao Senhor.
Exortação final
(Tomado de B. Caballero: A Palavra Cada Domingo, São Paulo, Espanha, 1993, p. 406)
Hoje te louvamos, Pai, porque na ressurreição
de teu Filho, Cristo Jesus, o constituinte Rei e Senhor do universo, de todo o que está criado com um poder e um reino eternos que não cessarão.
graças também, porque, por sua vez, Cristo fez de nós,
os baptizados nele, um reino de sacerdotes para nosso Deus.
Faz, Senhor, que venha teu reino ao mundo dos homens,
e dá-nos a força de teu Espírito para manter irrevogável
nossa entrega pessoal à construção de teu reinado
em nosso mundo: teu reino de verdade e de vida,
teu reino de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz.
Assim mereceremos alcançar de ti o reino eterno com Cristo.
Ámen.
http://es.catholic.net/
Recolha, transcrição e tradução por António Fonseca

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ANTÓNIO FONSECA

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