domingo, 12 de abril de 2020

Nº 4173 - SÉRIE DE 2020 - (Nº 103) - DOMINGO DE PÁSCOA - SANTOS DE CADA DIA - 12 DE MARÇO DE 2020 - Nº 159 DO 13º ANO,

CAROS AMIGOS:





As minhas melhores Saudações de Amizade e Gratidão e acima de tudo desejo
que os meus leitores  e/ou simples visitantes, continuem a passar os seus olhares por este Blogue e façam os comentários favoráveis ou não, como entenderem


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Nº   4   1   7   3


SÉRIE DE 2020 - (Nº  1 0 3)

12  DE ABRIL DE 2020

SANTOS DE CADA DIA 


(Nº   1  5  9)



1 3º   A N O 



 miscelania 008



LOUVADO SEJA PARA SEMPRE 

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E 
SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA




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Todos os Católicos com verdadeira Fé, 
deverão recordar, comemorar e até imitar a 
Vida dos Santos e Beatos de cada dia 
(ao longo dos tempos) e durante toda a vida

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DOMINGO DE PÁSCOA

RESSURREIÇÃO DO SENHOR



     




No primeiro dia da semana, MARIA MADALENA foi ao sepulcro ao amanhecer, quando ainda estava escuro, e viu a lousa tirada do sepulcro. Deitou a correr e foi onde estava Simão Pedro e o outro discípulo a quem Jesus amava  e disse-lhes: «Levaram do sepulcro o Senhor e não sabemos onde o puseram». 
Pedro e o outro discípulo saíram a caminho do sepulcro. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo  corria mais do que PEDRO adiantando-se e chegou primeiro ao sepulcro, mas não entrou. Chegou PEDRO atrás dele e entrou. Viu as vendas no chão e o sudário com que haviam coberto a cabeça, não espalhado no chão, mas sim enrolado num sítio à parte. Então entrou também o outro discípulo que havia chegado primeiro; viu e acreditou. Pois até então não haviam entendido a escritura: 
Que Ele havia de ressuscitar entre os mortos.


Páscoa: Da tradição judaica à vivência cristã
A festa Páscoa, tal como nós a concebemos, deve ser vista como um todo, de modo integrado (Páscoa judaica e Páscoa cristã), o que nos ajuda a compreender e perceber a simbologia da nossa Páscoa e da nossa liturgia, já que é das tradições judaicas que nós recebemos o quadro de referência que dá sentido à linguagem e aos diversos símbolos que usamos nas nossas celebrações. Por exemplo: Ceia pascal, Cordeiro pascal, a Noite pascal, etc.
Além das referências directas às festas, temos também muitos motivos que são tomadas da simbologia das festas e da sua fundamentação teológica, recorrendo aos textos do Antigo Testamento. No caso da Páscoa, os textos mais significativos são: Ex 12; Lv 23,5-8; Nm 28,16-25; Dt 16,1-8.
Todas as festas têm na sua base e origem um sentido agrícola (ou agrário, se quisermos) e nomádico. Correspondem às grandes etapas (ou fases) da vida agrícola, da vida dos campos e dos nómadas. A Páscoa: saída dos rebanhos, após as chuvas de Inverno, no início da Primavera, correspondendo também à época do germinar da vida e dos campos.
Portanto, temos aqui duas perspectivas fundamentais: Celebrar a vida nova que renasce e agradecer os dons recebidos, testemunhando assim que tudo isso é um dom que o Povo de Israel, agradecido, vive e celebra.
A Páscoa Judaica: O que é?
A festa da Páscoa (Pesah) é de todas a mais significativa do calendário judaico e a primeira das chamadas ‘festas de peregrinação’ (Ah harregalîm: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos). Estas festas celebravam os principais acontecimentos da história da salvação e, por isso, todo o israelita devia ‘subir’ a Jerusalém por ocasião de uma dessas três festas, para aí festejar os dons de Deus e a Sua aliança. A celebração da Páscoa, na noite de 14 de Nisãn, estava inserida e dava início a uma outra festa, a dos Ázimos que durava sete dias e se concluía com uma convocação solene no 7º dia da festa (Dt 16,8) que assim encerrava o ciclo da solenidade pascal.
Os textos que chegaram até nós mostram-nos duas tradições muito fortes que se misturam e entrecruzam na sua redacção; falam-nos de origens nomádicas (tradições pastoris) e da experiência da saída do Egipto (tradições do Êxodo). Estas fontes podem ter existido separadas e durante muito tempo, tendo depois sido cruzadas e elaboradas como uma narrativa conjunta. Quando e como?
O texto de Josué (5,10-11) leva-nos a supor que este cruzamento das diversas tradições é tardio, talvez já ligado às escolas sacerdotais e teológicas que agora colocam em evidência a experiência do Êxodo, já que com a sedentarização na terra e a centralidade cultual no Templo não fazia sentido privilegiar o sentido nomádico, mas antes realçar a acção libertadora de Yahwé que arrancou o Seu povo do Egipto.
Com a experiência do exílio da Babilónia e o regresso a Jerusalém, constituindo-se a comunidade eleita dos judeus ‘santos e sacerdotes’, as tradições da libertação do Egipto assumem ainda maior força e representam o verdadeiro padrão do Israel eleito que foi resgatado e que de novo retoma a sua caminhada.
2. A celebração da Páscoa judaica
A festa da Páscoa (Pesah), de todas a mais significativa do calendário judaico, era essencialmente um ‘memorial’ (Ex 12,14) da libertação do Egipto. Em Jos 5,10-11, após a passagem do Jordão, os israelitas celebraram a 1ª Páscoa já na terra prometida, ‘comendo dos frutos da terra: pães ázimos e espigas tostadas’. Trata-se, naturalmente, de uma espécie de ritual de ‘exorcização’ do local, para aí manifestar a supremacia sobre os costumes dos cananeus. Os textos da tradição do Êxodo já combinavam as diferentes tradições das tribos. Assim, Ex 23,15-19, que tinha a sua origem no Norte conhecia a tradição dos ázimos mas desconhecia a Páscoa, enquanto que em Ex 34 encontramos já uma conjugação dos dois ritos, conjugação esta que depois está consagrada em Lv 23,5-8 e Dt 16,1-8. Por sua vez, o livro das Crónicas faz-se eco de duas celebrações da Páscoa: uma ao tempo de Ezequias (2 Cr 30,1) e a outra na época de Josias (2 Cr 35,1). O seu ritual evoca a saída do Egipto com a imolação do cordeiro no Templo e a aspersão do altar com o seu sangue.
A literatura apócrifa dá igualmente grande relevo à celebração da festa de Páscoa. O livro dos Jubileus faz remontar a celebração da Páscoa a Abraão e estabelece uma relação intrínseca entre o sacrifício de Isaac e a festa (18,13-19). Esta mesma relação encontra-se também no Targum Lv 26,46, em que o sacrifício de Isaac é considerado como o verdadeiro fundamento da Aliança.
Enquanto o judaísmo palestiniano destacava esta relação entre o sacrifício de Isaac e a Páscoa, o judaísmo alexandrino sublinhava mais o sentido alegórico da festa, como símbolo da primeira criação e anúncio da nova criação. É particularmente Filão de Alexandria que desenvolve este sentido alegórico da saída do Egipto, fazendo desta festa um ‘memorial’ e uma ‘acção de graças’ da libertação. Idêntica perspectiva encontra-se no livro da Sabedoria com um sentido de reactualização do tema do êxodo para a comunidade judaica de Alexandria.
O centro da celebração litúrgica da festa da Páscoa decorria no Templo e nas famílias, com o Seder pascal: a refeição da família. É a partir da reunião familiar que se desenvolve a Haggadah pascal que é, ao mesmo tempo, um ‘ordo’ da refeição e um memorial do acontecimento celebrado que não se confina apenas à libertação do Egipto, mas também abarca os principais momentos da história da salvação.
No que diz respeito à liturgia sinagogal, um dos textos mais belos e sugestivos sobre esta festa é aquele que nos provém do Targum Neófiti. Trata-se de um comentário de tipo midráshico que encontra o seu desenvolvimento a partir do facto do autor de Ex 12 referir 4 vezes o termo ‘noite’. Vejamos:
“Quatro são as noites que estão inscritas no livro das memórias. A primeira noite Deus manifestou-se sobre o mundo para o criar. O mundo era confusão e trevas. As trevas cobriam o abismo. A Palavra de Yhawé era a luz e brilhava. Chamou-se a primeira noite.
A segunda noite, quando Yhawé apareceu a Abraão com a idade de 100 anos e a Sarah, sua esposa, com a idade de 90 anos, para realizar a Escritura que diz: Será que Abraão, com 100 anos de idade, vai gerar e Sarah, sua esposa, com 90 anos, vai dar à luz? Isaac tinha 37 anos quando foi oferecido em sacrifício sobre o altar… Chamou-se a segunda noite.
A terceira noite Yhawé apareceu aos egípcios no meio da noite: a sua mão matou os primogénitos dos egípcios e a sua direita protegeu os primogénitos de Israel para que se cumprisse a Escritura que diz: Meu filho primogénito, é Israel… Chamou-se a terceira noite.
A quarta noite o mundo chegará ao seu fim para ser destruído; os jugos de ferro serão destruídos e as gerações perversas serão aniquiladas. Moisés subirá do meio do deserto e o Rei Messias virá do alto. Um caminhará à frente do rebanho e o outro caminhará à frente do rebanho e a sua Palavra caminhará entre os dois. Eu e eles caminharemos lado a lado. É a noite da Páscoa para a libertação de todo Israel” (1)
Quanto aos textos rabínicos, a Páscoa aparece bem documentada nessas fontes, particularmente no tratado Pesahim da Mishná. Os capítulos 5º e 10º oferecem-nos uma detalhada descrição dos ritos fundamentais da festa segundo a tradição rabínica, mas recolhendo tradições que, provavelmente, são já do período posterior à destruição do Templo, uma vez que não há alusões à celebração festiva no Templo e os rabinos citados são, em geral, também do período posterior a 70. Os rituais festivos que este tratado nos apresenta têm uma forte componente alusiva à celebração familiar e assemelham-se em muito às tradições que se perpetuam na Haggadah pascal que é um texto que condensa em si esse sentido da festa celebrada e vivida na família como memorial da história da salvação.
Em termos teológicos, podemos sintetizar a teologia da Páscoa em 3 grandes perspectivas:
a) Sentido messiânico-escatológico da celebração pascal
A festa actualiza a saída do Egipto na vida da comunidade e, ao mesmo tempo, antecipa a libertação definitiva. A simbologia dos ritos festivos têm uma dimensão escatológica, prefigurada no vinho do banquete messiânico, tal como o deixa entender o Targum do Cântico dos Cânticos. De acordo com Gn 49,11, o vinho tem um sentido profundamente messiânico, pois o Messias lavará as suas vestes no sangue da videira (2). Esta dimensão messiânica é também confirmada por Pesh 9,11 que refere que ‘os habitantes de Jerusalém convidavam os pobres para a refeição pascal, já que Elias se manifestaria sob a forma de um pobre, antes do advento do Messias que deve acontecer na noite pascal.
A Páscoa é também a festa do anúncio da libertação que Yhawé concede ao seu povo, fazendo-o passar da ‘casa da escravidão’ que era o Egipto para a libertação que é a Terra Prometida. Não se trata de um anúncio celebrativo, memória do passado; ele é antes um grito de esperança que percorre toda a história do povo e aberto ao futuro. De facto, a perspectiva escatológica da liturgia pascal está bem presente num texto atribuído a Rabban Gamaliel (3), em que cada um dos crentes judeus é convidado a celebrar a festa como se ele próprio tivesse estado presente na altura da sua instituição. Diz o texto:
“Cada um de nós tem o dever de se considerar como se ele próprio tivesse saído do Egipto, já que está escrito: Explicarás ao teu filho naquele dia, dizendo: ‘É pelo que o Senhor fez em meu favor quando saí da terra do Egipto’. Por isso, estamos obrigados a dar-lhe graças, louvá-lo, cantar, magnificar, exaltar, glorificar, bendizer aquele que fez, em favor dos nossos antepassados e por nós, todos estes prodígios. Ele conduziu-nos da escravidão à liberdade, da tristeza à alegria, do luto à festa, das trevas à luz, da escravidão à redenção. Cantemos em Seu louvor, Aleluia”.
Esta dimensão escatológica da festa é aquela que melhor se coaduna e que mais facilmente foi assumida pela liturgia cristã. De acordo com os Evangelhos Sinópticos, o próprio Jesus tinha consciência da dimensão escatológica da Sua ceia pascal, quando após a bênção da taça do vinho acrescenta: “Eu vos asseguro que já não beberei do fruto da videira até ao dia em que o beba de novo no reino de Deus (Mc 14,25)” (4). Jesus não só conferiu à refeição pascal com os discípulos este sentido escatológico, mas também a própria comunidade cristã primitiva encontrou aqui a ‘chave de leitura’ da vida do Mestre. O seu sangue, tal como o do ‘cordeiro pascal’, selou uma nova aliança, a aliança escatológica que fora proclamada pelos profetas e que agora se concretiza no mistério da sua Páscoa.
b) A Páscoa como nova criação
O judaísmo alexandrino cultivou muito o método alegórico e simbólico na sequência da tradição platónica. Muitos dos acontecimentos da história do povo de Israel foram interpretados e comentados como alegorias de realidades futuras ou, então, como protótipos dos verdadeiros mistérios da salvação (5). Também com a festa da Páscoa sucede o mesmo. Assim, sendo o mês de Nisãn o primeiro dos meses (Ex 12,2) [6], Filão de Alexandria interpreta isso como sendo ‘um memorial da origem do mundo’ (7) e a Páscoa, enquanto festa da primavera, era o memorial da nova criação que Deus realiza, libertando o Seu povo da escravidão para a liberdade (8). A leitura do Cântico dos Cânticos (Shir haShirim) que era feita na liturgia pascal confere a esta celebração um sentido de ‘núpcias festivas’ entre Deus e o Seu povo e dessas núpcias nasce um povo novo, o povo da aliança. A própria tradição rabínica também interpreta o “êxodo como uma espécie de criação precedendo o nascimento de Israel” (9), já que para certos rabinos a origem do mundo teria tido lugar no mês de Nisãn. A própria simbologia dos pães ázimos’ (os matzot) confere o significado de algo novo, original à celebração, determinando assim o começo de uma realidade que se inicia sem qualquer mácula, ou seja, em santidade. O mesmo se pode dizer do ‘ovo’ que se coloca na ceia pascal, simbolizando a origem da vida, mas também a vida nova da ressurreição. Podemos dizer que a liturgia pascal é, por ela mesma, um apelo à esperança, não só a Israel, mas também a toda a humanidade, que se renova num novo dinamismo de libertação. É esta a mensagem que o texto de Pesh 10,5 nos deixa quando diz que a Páscoa é a passagem ‘das trevas à luz’, passagem que o Targum confirma pondo a noite pascal em ligação com a noite da criação.
c) A Páscoa e a Aqedah de Isaac
A liturgia judaica, tal como se pode constatar pelo texto do Targum Neófiti a Ex 12,42, estabelecia uma estreita relação entre a festa da Páscoa e o sacrifício de Isaac. Esta relação foi também assumida pela liturgia cristã que na noite de Páscoa retoma a leitura de Gn 22 como um dos momentos mais significativos da história da salvação e pré-figuração do sacrifício de Cristo, o novo Isaac.
De facto, a teologia judaica sempre interpretou a entrega de Isaac no país de Moriá como o nascimento do povo de Israel na pessoa do filho de Abraão. É em atenção aos méritos de Isaac que Israel subsiste aos olhos de Deus. Para o Livro dos Jubileus (18,3), o sacrifício de Isaac teve lugar a 15 de Nisãn. A intenção do autor dos Jubileus é a de mostrar que as festas judaicas, especialmente a mais importante de todas – a Páscoa – tinham já uma origem patriarcal através da concretização do apelo que Yhawé lhe fizera. Os sete dias da festa de Páscoa eram a ‘memória’ dos sete dias da viagem de Abraão até ao país de Moriá. O mesmo se pode deduzir desta haggadah a Ex 12,2 que diz:
“Este mês será para vós o primeiro dos meses (Ex 12,2). O Santo, bendito seja Ele, designou para os israelitas um mês de redenção no qual eles foram redimidos do Egipto e no qual eles serão redimidos… Nesse mês nasceu Isaac, e nesse mês ele foi ‘ligado’” (10).
No entanto, a relação simbólica entre os dois acontecimentos não se restringe apenas à data; é muito mais profunda. Assim, o cordeiro pascal recorda o cordeiro sacrificado por Abraão em substituição do próprio filho, embora, como diz o Targum, Isaac é o verdadeiro cordeiro para o sacrifício. Ele mesmo, quando está a ser atado ao altar, suplica ao pai para que o ate bem, já que não quer remexer-se nem manifestar qualquer recusa da sua entrega, a fim de que o seu sacrifício não seja inválido e desta forma Israel possa ser redimido pelos seus méritos. Isaac é assim a perfeita imagem do ‘cordeiro pascal’ que se oferece para merecer a salvação para Israel. Por sua vez, o Targum de Lv 22,27 reconhece que os cordeiros oferecidos no Templo o eram para ‘fazer memória’ do sacrifício de Isaac. Desta forma, Isaac é o protótipo do crente israelita que se entrega a Deus para expiar o pecado do mundo, tal como outrora ele se oferecera no altar. Foi em atenção ao sacrifício de Isaac que Yhawé preservou, na noite pascal da libertação através do sangue do cordeiro, os primogénitos dos israelitas.
Esta teologia fundada na Aqedah de Isaac foi também desenvolvida pelos autores cristãos que a aplicaram ao sacrifício de Cristo, tal como nos mostra Melitão de Sardes no seu Peri Pascha. O facto do judaísmo pós-rabínico e moderno ter transferido o memorial da Aqedah de Isaac para a festa de Rosh haShanah (festa do ano novo, no mês de Tishri) pode ser uma consequência da apropriação feita pelo cristianismo do tema do sacrifício de Isaac e da sua releitura como chave interpretativa do sacrifício de Cristo, novo Isaac.
Pe. João Lourenço, professor de Sagrada Escritura na UCP
NOTAS:
1 - Targum Neófiti a Ex 12,42.
2 - Na refeição pascal cada israelita devia beber 4 taças de vinho, de acordo com o rito da Ceia (Seder), devendo permanecer uma 5ª taça na mesa em honra de Elias, já que Elias era esperado na noite pascal e devia tomar parte no banquele celebrativo. Embora se trate de uma prescrição da Hallakah, a imaginação popular, como diz Ben Chorin (Le Judaïsme en prière, 136), estabeleceu uma “relação entre a taça do profeta Elias e a oração de Jesus no Getsémani” quando suplica ao Pai: ‘Meu Pai, se é possível afasta de mim este cálice’ (Mt 26,39). Era o cálice que evoca a chegada dos tempos messiânicos.
3 - Mishná, Pesahim, 10,5.
4 - A tradição judaica fala das 4 taças de vinho que se deviam beber durante a ceia pascal, às quais era costume juntar uma quinta, a taça de Elias, o profeta que vinha na noite de Páscoa, evocando assim os tempos messiânicos. Segundo Malaquias (3,23), Elias é o mensageiro do Messias que vem à frente a preparar-lhe o caminho (Mc 9,11-13).
5 - Filão de Alexandria dizia: “As coisas claras que são ditas são símbolos de coisas escondidas e obscuras” (De specialibus legibus I, 200).
6 - Trata-se do 1º mês do ano religioso ou ano cultual, já que o ano civil começa com a festa de Rosh haShanah, no mês de Tishri que corresponde ao nosso Setembro-Outubro. De facto, a Páscoa era a festa das festas e daí que fosse ela a marcar o ritmo de toda a liturgia judaica, já que a lua nova de Nisãn determinava todo o ritmo festivo do ano. Todavia, é bom ter presente que este calendário é tardio, retomando inclusive nomes de alguns meses do calendário de Babilónia.
7 - De specialibus legibus II,151.168.
8 - “A Páscoa tem um sentido universal pela sua relação com a harmonia da natureza. Porque a primavera nascente trás com ela uma renovação que recorda a criação” (De specialibus legibus II, 150-155), cf. La Pâque: fête juive et fête chrétienne, Le Monde de la Bible 43, Paris, 1986, 19.
9 - Cf. F. Manns, Le judaïsme, 113.
10 - Ex Rabbah 15,11.
Dossier | Pe. João Lourenço| 17/03/2009 | 12:35 | 17665 Caracteres | 976 | Páscoa Transcrição feita através do site www.ecclesia.pt António Fonseca


JÚLIO I,  Santo
Papa



Na Via Aurélia, a três milhas de Roma, no cemitério de Calepódio, o sepultamento de São JÚLIO I papa, que, durante a perseguição ariana, defendeu tenazmente a fé nicena, protegeu ATANÁSIO contra as acusações, acolhendo-o durante o seu exílio, e convocou o Concílio de Sárdica. (352)


Texto do livro SANTOS DE CADA DIA  da Editorial A. O. de Braga:

 Os cristãos de então dividiam-se em ortodoxos, arianos e semi-arianos. Tomam-se aqui com o ortodoxos ops seguidores da verdadeira fé, e não os cristãos orientais separados de Roma que para si toma esta designação honrosa. Os ortodoxos do século IV professavam o Credo de Niceia (325): um só Deus em três pessoas consubstanciais e incriadas. Os discípulos de Ario (336) defendiam que Jesus (o verbo) é o primogénito do Pai. mas que foi tirado do nada e portanto não é Deus. E os semi-arianos moviam-se entre os dois grupos, elaborando credos de compromisso.
O mérito de JÚLIO I (337-352) esteve em manter o mistério da Santíssima Trindade contra os que tentavam fazer do Evangelho um  monotelismo racionalista a meias, aceitável para todos. Foram precisos uns dez concílios falhados para se chegar ao I Concílio ecuménico de Constantinopla (381), representando este uma vitória em que todas as Igrejas cristãs foram unanimes  em rejeitar o arianismo e os movimentos que lhe tomaram o lugar. Como preparação da Assembleia de 381 devemos assinalar principalmente o concílio que JULIO I conseguiu reunir em Sárdica - Sófia, Bulgária, em 344; este reabilitou Santo ATANÁSIO que os arianos tinham, expulsado cinco vezes de Alexandria, sua sé episcopal; renovou a adesão ao texto exacto do Credo de Niceia; e proclamou a primazia da sé episcopal de Roma. Mas, como afirmava recentemente o Cardeal Séper, muitos anos secretário da Congregação da Doutrina da Fé (antigo Santo Ofício) foi ao credo simples do povo que se devei a vitória prática sobre o arianismo.



ZENÃO DE VERONA,  Santo


Em Verona, na Venécia, hoje no Véneto, Itália, São ZENÃO bispo cuja diligência e pregação conduziu a cidade ao baptismo de Cristo. (372)


Texto do livro SANTOS DE CADA DIA  da Editorial A. O. de Braga:


É apenas conhecido pela centena de sermões que se lhe atribuem. Subiu a bispo de Verona, Itália, em 362, e morreu, ao que se julga, em 380. A primeira destas datas é também a do restabelecimento dum clero pagão e a proibição de qualquer proselitismo aos cristãos, medidas tomadas ambas por Julião Apóstata (361-363); e a segunda data coincide com o acto de Teodósio em que proclamou o cristianismo como religião do Estado. O bispo ZENÃO vivia à maneira dos Apóstolos. É representado com um peixe a fim de lembrar que ele, não querendo ser pesado a ninguém, ia pescar no rio Adige o melhor que havia de comer.

VÍTOR DE BRAGA, Santo


Texto do livro SANTOS DE CADA DIA  da Editorial A. O. de Braga:

 Dom RODRIGO DA CUNHA, que foi Arcebispo de Braga (1627-1635), conta-nos assim a vida de São VÍTOR:

«VÍTOR, natural de uma aldeia perto de Braga, chamada Paços,. sendo mancebo, era catecúmeno e antes de receber o Baptismo, já vivia como cristão, abominando os ídolos e zombando da sua falsa divindade. Foi martirizado no ano 300 ou 306 da nossa era.
Numa manhã de Abril, VÍTOR saiu para os campos, e encontrou o cortejo que os Gentios organizavam com a deusa Ceres e o deus Silvano, numa grande festa a que chamavam Ambaruelia porque davam muitas voltas pelos campos. Chamavam-lhe também Suilia porque, havia certas paragens em que sacrificavam suínos à deusa Ceres, para que ela lhes desse um ano próspero.
VITOR encontrou-se com este cortejo e, como era jovem, de todos conhecido, os gentios quiseram associá-lo à festa. VITOR recusou dizendo que estava a fazer o noviciado para ser cristão e que uma das provas a que o sujeitaram era experimentar se era capaz  de fugir dos ídolos e de tudo o que levasse à sua veneração. Os gentios insistiram para que, ao menos, se deixasse coroar com  flores, como eles traziam, para festejar a deusa.
VITOR negou-se a aceitar, pois dizia que aquelas coroas de flores estavam profanadas por terem tocado o altar da deusa a quem  foram oferecidas.
Perante esta recusa, o povo amotinou-se e levantou a voz em furiosos gritos, clamando vingança à deusa Ceres e a Silvano e pediram justiça a Sérgio,. governador romano da cidade de Braga.
Sérgio o governador mandou comparecer VITOR no seu tribunal e perguntou-lhe porque desprezava os deuses que os Imperadores Romanos mandavam adorar. VITOR confessou querer seguir a lei de Cristo e fê-lo com tantas razões e tão viúvas, que os gentios calaram-se. Faltando-lhe razões e valendo-se da força e da violência, Sérgio mandou prender VITOR a uma árvore, sendo açoitado cruelmente. VITOR tudo suportou «com rosto e coração alegre».
Cheio  de paixão, o tirano mandou vir lâminas ao rubro e outros instrumentos de crueldade e fez com eles, queimar e despedaçar todo o corpo de VITOR até lhe saírem as entranhas.
Finalmente, vendo que VITOR não desistia de confessar a fé e que alguns dos circunstantes se inclinavam para a nossa santa fé, ordenou a um dos seus ministros que lhe cortasse a cabeça. A sentença foi executada sobre a ponte de pedra do regato do rio Este, junto à capela actual de São Vítor-o-Velho, no lugar que, desde tempos antiquíssimos , é chamado "Goladas", constando da tradição, que este nome lhe veio por o Santo aí ser degolado.


TERESA DE JESUS 
(Joana Fernandez Solar), Santa

    

Em Los Andes, Chile, Santa TERESA DE JESUS (Joana Fernandez Solar) virgem, que sendo noviça da Ordem das Carmelitas Descalças, consagrou a sua vida a Deus - como ela dizia - pela salvação do mundo pecador e morreu com a idade de 20 anos consumida pela febre tifoide. (1920)

TexTo do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:

JOÃO PAULO II, durante a sua visita ao Chile, em Abril de 1987 beatificou JOANA FERNANDEZ SOLAR ou Irmã TERESA DE JESUS que veio ao mundo na capital daquela país, no dia 13 de Julho de 1900. seus pais, Miguel Fernandez Jasquemada e Lúcia Solar Amstrong, eram pessoas abastadas de bens materiais e cristãos exemplares, No baptismo que recebeu dois dias depois deram-lhe os nomes de JOANA, HENRICA e JOSEFA DOS SAGRADOS CORAÇÕES
(...)
(...)
(...)
O segredo da sua perfeição, como não podia deixar de ser é o amor: Um grande amor a Cristo, por quem ela se sente fascinada e que a leva a consagrar-se a Ele para sempre e a participar no mistério da sua Paixão e da sua Ressurreição. Ao mesmo tempo sente um amor filial à V virgem Maria que a estimula a imitar as suas virtudes...»
Tendo sido aprovado um milagre atribuído à sua valiosa intercessão, foi solenemente canonizada em 21 de Março de 1993.
AAS 78 (1986) 798-803; L'OSS. ROM. 124.1987.



Visia, Santa

   

Em Fermo, no Piceno, hoje Marcas, Itália, Santa VÍSIA virgem e mártir. (data incerta)


Sabas o Godo, Santo




Na Capadócia, hoje Turquia, São SABAS O Godo, mártir que, durante a perseguição desencadeada contra os cristãos por Atanarico, rei dos Godos, três dias depois da Páscoa, por ter recusado comer alimentos imolados aos ídolos, depois de sofrer cruéis tormentos, foi lançado ao rio. (372)




Constantino, Santo




Em Gap, na Provença, hoje França, São CONSTANTINO bispo. (517)



Damião, Beato




Em Pavia, Lombardia, Itália, São DAMIÃO bispo cuja carta sobre a verdadeira fé acerca da vontade e acção em Cristo foi lida no Concílio III de Constantinopla. (697)


Basilio, Santo



Em Pario, no Helesponto, hoje Turquia, São BASÍLIO que, por defender as imagens sagradas, sofreu a flagelação, o cárcere e o exílio. (735)



Erkembodo, Santo


Em Ponthieu, Gália, hoje França, Santo ERKEMBODO abade de Saint-Omer e simultaneamente bispo de Thérouanne. (742)


Alfério, Santo


No mosteiro de Cava d'Tirréni, na Campânia, Itália, Santo ALFÉRIO fundador e primeiro abade do mosteiro que, tendo sido anteriormente conselheiro de Guaimário, duque de Salerno, se fez discípulo de Santo ODILÃO e seguiu com grande perfeição a observância da vida monástica. (1050)


Lourenço, Beato


No mosteiro de Belém, junto a Lisboa, Portugal, o Beato LOURENÇO presbitero da Ordem de São Jerónimo a quem muitos penitentes acorriam por causa da sua insigne piedade. (séc. XIV)


José Moscati, Santo


Em Nápoles, Itália, São JOSÉ MOSCÁTI que, exercendo a profissão de médico nunca deixou de se dedicar à obra quotidiana e incansável de acudir aos enfermos , não aceitando recompensa alguma dos pobres e, enquanto prestava assistência médica aos corpos, procurava ao mesmo tempo fortalecer as almas. (1927)

David Uribe, Santo


Em San José povoação de Chipalcingo, México, São DAVID URIBE presbitero e mártir que, durante a tempestuosa perseguição contra a Igreja, sofreu o martírio por Cristo Rei. (1927)


... e  ainda...

FERDINANDO DE PORTALEGRE e 
ELEUTÉRIO DE PLATEA, Santos


Santi Ferdinando da Portalegre, di origine portoghese, si trasferì successivamente in Spagna dove trascorse la maggior parte della sua vita nelle città di Toledo, Valladolid e Saragozza quando un giorno per ispirazione divina prese l’abito della Mercede. San Eleuterio de Platea, nativo di Narbona in Francia, entrato nell’ordine Mercedario si distinse per l’insigne pietà e gran zelo per l’osservanza austera. Questi due cavalieri laici e compagni di redenzione, nell’anno 1257, furono inviati in missione in terra d’Africa e mentre stavano navigando verso Algeri, furono catturati dai pirati saraceni. San Ferdinando fu appeso all’albero della nave ed ucciso a frecciate mentre San Eleuterio fu crudelmente flagellato e finito con la spada. I loro corpi vennero poi gettati in mare


PEDRO ROCA TOSCAS, Beato


Studente religioso del primo anno. Aveva un altro fratello religiosa nell'Istituto. Era gioviale e allegro con tutti. Con una passione per la letteratura, soprattutto in lingua Catalana, è stato un ottimo poeta. Costretto a lasciare il seminario di Barcellona, si rifugiò in una casa privata, poi a Mura e Manresa nella sua casa di famiglia. Desideroso di arrivare a Roma per continuare i suoi studi teologici, ha cercato di farlo con il servo di Dio Pedro Ruiz e tre altri giovani, ma sono stati arrestati in Pobla de Lillet il 4 aprile 1937. Imprigionato in Manresa fino al giorno 12 del mese, sono stati uccisi il giorno 12 a Sant Fruitos de Bages. I suoi resti non sono stati individuati



PEDRO RUIZ ORTEGA, Beato




Alunno al terzo anno teologia. Gioioso per la sua vocazione religiosa, stava già sognando la sua ordinazione. In viaggio per Roma con il servo di Dio Pedro Roca e tre altri giovani, arrestati nel Pobla de Lillet, il 4 aprile 1937, furono imprigionati in Manresa fino al 12 del mese in cui sono stati uccisi lo stesso giorno a Sant Fruitos de Bages. I suoi resti non sono stati individuati

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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto




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Os textos são recolhidos prioritariamente do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial de Braga (os mais descritivos, até com imagens) e os restantes do 

MARTIROLÓGIO ROMANO
Ed. Conferência Episcopal Portuguesa - MMXIII

e ainda eventualmente através dos sites:


 Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, 


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Também no que se refere às imagens que aparecem aqui no fim das mensagens diárias, são recolhidas aleatoriamente ou através de fotos próprias que vou obtendo, ou transferindo-as das redes sociais e que creio, serem livres. 
Quanto às de minha autoria, (que serão diferentes e versando diversos temas - diariamente) não 
são colocados quaisquer entraves para quem quiser copiá-las



FELIZ ANO NOVO DE 2020





ANTÓNIO FONSECA

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Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...