sexta-feira, 16 de julho de 2010

Nº 1068 - (2) PADRE AMÉRICO

 

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Em 16 de Julho de 1956 – há 54 anos, precisamente, morreu no Hospital Geral de Santo António, no Porto, com 68 anos de idade, vítima de fractura exposta e cominutiva das pernas, o PADRE AMÉRICO “O PAI DOS POBRES” – de seu nome completo Américo Monteiro de Aguiar, o fundador da OBRA DA RUA.

Acho muito estranho, – ou será talvez sido distracção minha, pois não leio jornais, já há mais de um ano – mas, não ouvi, nem li nada sobre esta efeméride, nem na Rádio, nem na Televisão sobre esta ocorrência.

Por acaso (ou talvez não) e porque há uns tempos largos tive oportunidade de ler o livro “O Padre Américo e a Obra da Rua” editado pela Casa do Gaiato, creio eu, e de autoria de Helena de Sousa Pereira, José da Cruz Santos e Armando Alves, e fixei que a data do seu falecimento teria ocorrido nesta data, pois até a apontei na minha agenda, com o fito de na altura oportuna fazer referência neste meu blogue.

Aliás quem me ofertou o livro foi o Padre Carlos numa Assembleia Diocesana a que ele compareceu como convidado pelo Conselho Central da Sociedade de S. Vicente de Paulo, que teve lugar na casa Diocesana de Vilar, salvo erro, em Abril ou Maio passado.

Nestes últimos dias, tenho tido alguns problemas técnicos com o meu computador na elaboração do blogue, que impediram que mais cedo eu pudesse escrever esta referência que quereria fosse mais completa. Como tal ainda não me foi possível, – pois os problemas agravaram-se um pouco, embora tenha esperanças que dentro de dias os poderei resolver – mesmo assim, como ia dizendo, vou transcrever aqui datas que constam do referido livro em que é salientado alguns pormenores da sua vida. Talvez em breve – quem sabe – em Outubro próximo quando se passa mais um aniversário do seu nascimento, poderei alongar um pouco mais a sua história de Vida. Assim, vejamos, esta brevíssima Cronologia:

23 de Outubro de 1887  -  Nasce na freguesia de Galegos, Penafiel; 4 de Novembro de 1887  -  É baptizado na Igreja Paroquial de Galegos; No ano de 1894  -  Inicia os estudos na Escola Régia de Galegos; Maio de 1897  -  Ingressa no Colégio do Carmo, em Penafiel. Outubro de 1899  -  É matriculado no Colégio de Santa Quitéria, em Felgueiras; 1902 -  Começa a trabalhar numa casa de ferragens na Rua Mouzinho da Silveira, no Porto; 1905  -  Matricula-se no Instituto Comercial e Industrial do Porto; 19 de Novembro de 1906  -  Parte para Moçambique; 1907 -  Trabalha como despachante na companhia inglesa The British Central Africa;  7 de Abril de 1912  -  Regressa  Portugal, em gozo de férias. O vapor em que viaja apanha o SOS do Titanic, que naufraga a 14 de Abril; 12 de Dezembro de 1913  - Falecimento da mãe, em Paço de Sousa; 1914  -  Conhece, na cidade da Beira, o missionário franciscano Padre Rafael Maria da Assunção; 18 de Janeiro de 1916  -  Morte do irmão António, médico, internado no Sanatório da Guarda;  1921  -  Trabalha ao serviço da casa alemã Breyner & Wirth, em Lourenço Marques, (hoje Maputo); 5 de Agosto de 1921  -  Falecimento do pai, em Paço de Sousa; 1923 -  Regressa a Portugal, passando pelo Funchal. realiza uma viagem a Inglaterra. Ingressa no Convento Franciscano de Vilariño de la Ramallosa, em Tuy, Espanha, onde fica com o postulante. Estuda Ciências e Latim. 14 de Agosto de 1924  -  Toma o hábito franciscano;  1925 -  É aconselhado a abandonar a Ordem. Regressa a Galegos. Apresenta-se ao Bispo do Porto, requerendo o ingresso no Seminário Maior de Nossa Senhora da Conceição, ingresso que lhe é recusado. Recorre ao Bispo de Coimbra, que o aceita no Seminário Episcopal de Coimbra. Aí, colabora com a Folha de Oxford, mais tarde Lume Novo, escrevendo artigos que assina sob o pseudónimo «frei Junípero». Frequenta as aulas de Filosofia; 1926  -  Inicia o Curso Quadrienal de Teologia. Recebe a Prima Tonsura e Ordens Menores; 1928  -  Faz por escrito os Votos de Pobreza e de Obediência. É ordenado Sub diácono; 28 de Julho de 1929  -  É ordenado presbítero e nomeado Prefeito do Seminário e professor de Português. A 29 de Julho, celebra a sua Missa Nova na capela das Irmãs Coadjutoras do Seminário de Coimbra, e a 5 de Agosto celebra uma segunda Missa Mova na igreja paroquial de Paço de Sousa; 1930 -  Termina o 4º ano Teológico. Tem um  esgotamento. É designado Pároco de São Paulo de Frades. Não chega a tomar posse, por doença; 19 de Março de 1932 – Inauguração da Sopa dos Pobres, à Rua da Matemática, em Coimbra, pelo Bispo D. Manuel Luís Coelho da Silva, que lhe confia esta missão. Obtém licença do Prelado para se dar à visita de Pobres. Começa a escrever no Correio de Coimbra, sob o título «Sopa dos Pobres», depois «Obra da Rua». Agosto de 1935  -  Cria as Colónias de Férias do Garoto da Baixa (de Coimbra), em São Pedro de Alva, Vila Nova do Ceira e Miranda do Corvo. 1938  -  É Assistente Moral e Religioso da Tutoria Central de Coimbra. 7 de Janeiro de 1940 -  Abre as portas da Casa do Gaiato de Miranda do Corvo, no lugar de Bujos, para rapazes abandonados e sem família – o «Lixo das Ruas». Janeiro de 1941  -  Abre o Lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios do País, na Rua da Trindade, em Coimbra. Publica o primeiro volume de Pão dos Pobres, em Junho do mesmo ano; 1942  -  Publica o livro Obra da Rua; 20 de Abril de 1943  -  Toma posse da antiga Casa Pia e da cerca do antigo mosteiro beneditino de Paço de Sousa, em Penafiel, iniciando as obras na Aldeia dos Rapazes, que só em 1946 estará a funcionar em pleno. Escreve no semanário A Ordem, do Porto, sob o título «Casa do Gaiato do Porto»; 5 de Março de 1944  -  Lançamento do primeiro número de O Gaiato, quinzenário da Obra da Rua, de que é Fundador e Director; 3 de Fevereiro de 1945  -  Abre o Lar da Obra da Rua na Rua D. João IV, nº 682, no Porto. 1948  -  Inaugura a Casa do Gaiato de Santo Antão do Tojal, em Loures, Lisboa. 9 de Agosto de 1949  -  O «caminheiro» visita o Brasil. A 16 do mesmo mês, inaugura-se a tipografia da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, onde O Gaiato passa a ser impresso. 1950 -  Publicação do opúsculo Do Fundamento da Obra da Rua e do Teor dos seus Obreiros e do primeiro volume de Isto é a Casa do Gaiato; 1951  -  Primeiras casas do Património dos Pobres, em Paço de Sousa. Em Outubro do mesmo ano, Padre Américo visita os Açores e a Madeira. 1952 -  Por iniciativa das autoridades açorianas, e com a anuência do Bispo dos Açores, que dá um padre, surge uma casa inspirada e semelhante às Casas do Gaiato, posteriormente ligada à Obra da Rua, (a que deixará de pertencer por decisão de Padre Américo, poucos dias antes de morrer). Entre Julho e Outubro visita Angola e Moçambique. Publicação de O Barredo. 1954  -  Toma posse da quinta da Torre, em Beire, Paredes, para instalação duma Casa do Gaiato e do Calvário; em Setembro, visita novamente o arquipélago açoriano. 1955  -  Funda a Casa do Gaiato de Setúbal, com um grupo de rapazes resineiros até aí a viver num lar sem condições em Alcácer do Sal. Janeiro de 1956  -  Faz a última viagem à Madeira.  13 de Julho de 1956  -  Tem um acidente de automóvel em São Martinho do Campo, perto de Paço de Sousa, no regresso de uma viagem ao Sul do País. No dia seguinte, pede e recebe os últimos sacramentos. 16 DE JULHO DE 1956 – MORRE NO HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO, NO PORTO, AOS 68 ANOS DE IDADE, VÍTIMA DE FRACTURA EXPOSTA E COMINUTIVA DAS PERNAS. É SEPULTADO A 17 DE JULHO NO CEMITÉRIO PAROQUIAL DE PAÇO DE SOUSA, DEPOIS DE UM CORTEJO FÚNEBRE QUE ACOMPANHA O CORPO DESDE A IGREJA DA TRINDADE, NO PORTO. A MISSA DO CORPO PRESENTE TEM LUGAR NA CAPELA DA CASA DO GAIATO, E É PRESIDIDA PELO BISPO DE LIMIRA, D. RAFAEL DA ASSUNÇÃO (Que era o Padre Rafael Maria da Assunção que conheceu em Moçambique, em 1914 (!). Seguem-se mais algumas datas póstumas: 18 de Julho de 1956  -  Por proposta dos Padres da Rua, o Bispo do Porto designa o Padre Carlos Galamba como Director da Obra da Rua. 16 de Julho de 1957  -  Inauguração do Calvário, em Beire, para doentes incuráveis e abandonados. 15 de Julho de 1961 – Exumação dos restos mortais do Padre Américo. 1963 -  Fundação das Casas do Gaiato de Malanje e de Benguela, em Angola. 1967  -  Fundação da Casa do Gaiato de Lourenço Marques (hoje Maputo), em Moçambique. 22 de Março de 1986  -  Inicia-se o processo de canonização do Padre Américo. (Quando será canonizado, pergunto eu?…) 6 de Novembro de 1990  -  A Santa Sé dá o nihil obstat para ser organizado o Processo Ordinário de glorificação canónica. 14 de Fevereiro de 1991  -  Tomada de posse do Tribunal Eclesiástico para o início do Processo de Canonização do Servo de Deus, padre Américo Monteiro de Aguiar16 de Julho de 1995  -  Sessão pública de encerramento da primeira fase do Processo de Canonização, na Sé Catedral do Porto.

E, pronto, por hoje é tudo. Espero voltar em breve com mais e boas notícias sobre o PAI DOS POBRES, o PAI AMÉRICO !!!

A publicação deste texto é de inteira responsabilidade e autoria de António Fonseca, para o blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos) de 16 de Julho de 2010.

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