Nº 1766-5 - IN MEMORIAM do Pde Mário Salgueirinho - 28 de Setembro de 2013

Nº 1766-5

(Post para publicação em 28 de Setembro de 2013 – 10,30 h).

(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)

Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.

Que descanse em paz com as honras do Senhor.

18\06\1927 - 29\10\2011

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Do livro “Caminhos da Felicidade”

CONTA COMIGO

As crianças têm tantas vezes palavras e atitudes que surpreendem e edificam os adultos.

Um dia, um sacerdote perguntou a um pequeno de oito anos: - «Rezas todos os dias?».

- Rezo sim.

- E que dizes nas tuas orações?

- Peço a Deus que me diga o que devo fazer para ajudá-lo - respondeu a criança.

Quase toda a gente roga a Deus por si ou pelos seus familiares ou amigos.

Esta criança pensa no reino de Deus que não chegou a muitos corações por esse mundo além.  Quer colaborar com Deus, que se serve de nós, como instrumentos de evangelização. Põe a sua vida, ainda frágil, ao serviço de Deus para levar sementinhas do Espírito talvez ao seu lar, à sua escola, ao seu pequeno mundo.

Numa escola, o professor pede aos seus pequenos alunos que escrevam uma carta a Deus, dizendo o que julgarem melhor. Variadíssimas e interessantíssimas as respostas.

Recorto apenas as mais apropriadas a este tema:

Diz uma: «Tu escuta-nos, quando te rezamos? Deves ficar louco».

Realmente, se isso fosse possível, Deus não poderia ficar bem com tanta quantidade e diversidade de súplicas humanas.

Outro miúdo pergunta: «Como te sentes com a gente que não crê em ti?»

Para esta criança, Deus sente desgosto por haver quem negue a sua existência, quem não creia que Ele é o Criador de todas as coisas.

Finalmente, esta carta diz... «Conta comigo».

Esta criança garante a Deus a sua disponibilidade generosa e simples.

Neste tempo quaresmal de revisão de vida, perante um mundo indiferente e materialista, como renovação do nosso compromisso, podemos dizer também: «Conta comigo, Senhor».

Porto, Dezembro de 1998

Mário Salgueirinho

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Do livro “Dar é receber”

A NOSSA PEQUENA PARTE

Quem olha atentamente o mundo verifica que é necessário trabalhar por um mundo melhor: por um mundo de paz, de honestidade, de respeito mútuo, de amor fraterno.

Cada pessoa consciente - sobretudo se é cristã - perante este negrume moral - deve interrogar-se: «o que posso fazer pela transformação do mundo?»

Nestas semanas de incêndios horrorosos que flagelaram, o nosso pais, assistimos a episódios singulares, como este que observei pela televisão.

O fogo aproximava-se velozmente de umas casas habitadas.

Vimos então uma mulher do povo encher uma garrafa de plástico de litro e meio e correu para lançar sobre o fogo. Voltava encher e despegar sobre as chamas.

É verdade que pouco fazia. Mas se todos levassem um pouco de água, alguns incêndios seriam dominados.

São ameaçadores os incêndios que destroem, os valores naturais e cristãos, fundamentais na formação da juventude...

Há incêndios de materialismo, de sexualismo, de violência, de egoísmo, de fome, de miséria física e moral.

Urge lutar com todo o entusiasmo contra os efeitos catastróficos desses flagelos que arruínam a sociedade humana. Podemos não ter capacidade para fazer muito pela melhoria do mundo, por pouca saúde, por pouco dinheiro, por pouca cultura, por pouco tempo.

Mas o nosso pouco junto ao pouco dos outros - à semelhança daquela mulher da garrafa de plástico - pode contribuir imenso para a cura deste mundo doente em que vivemos.

Porto, Dezembro/2003

Mário Salgueirinho

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A publicar em:

28-Setembro-2013 - 10,30 horas

António Fonseca