quinta-feira, 3 de junho de 2010

1025 - (2) – CORPO DE DEUS – Notícias de Agência Ecclesia, 3-6-2010

 

Dia do Corpo de Deus

Desde o século XII, quase não há em Portugal cidade ou lugar que prescinda da celebração da festa do Corpo de Deus, invocadora do "triunfo do amor de Cristo pelo Santíssimo Sacramento da Eucaristia".

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A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na actual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios.

Na origem, a solenidade constituía uma resposta a heresias que colocavam em causa a presença real de Cristo na Eucaristia, tendo-se afirmado também como o coroamento de um movimento de devoção ao Santíssimo Sacramento.

Teria chegado a Portugal provavelmente nos finais do século XIII e tomou a denominação de Festa de Corpo de Deus, embora o mistério e a festa da Eucaristia seja o Corpo de Cristo. Esta exultação popular à Eucaristia é manifestada no 60° dia após a Páscoa e forçosamente a uma Quinta-feira, fazendo assim a união íntima com a Última Ceia de Quinta-feira Santa. Em alguns países, no entanto, a solenidade é celebrada no Domingo seguinte.

Em 1311 e em 1317 foi novamente recomendada pelo Concílio de Vienne (França) e pelo Papa João XXII, respectivamente. Nos primeiros séculos, a Eucaristia era adorada publicamente, mas só durante o tempo da missa e da comunhão. A conservação da hóstia consagrada fora prevista, originalmente, para levar a comunhão aos doentes e ausentes.

Só durante a Idade Média se regista, no Ocidente, um culto dirigido mais deliberadamente à presença eucarística, dando maior relevo à adoração. No século XII é introduzido um novo rito na celebração da Missa: a elevação da hóstia consagrada, no momento da consagração. No século XIII, a adoração da hóstia desenvolve-se fora da missa e aumenta a afluência popular à procissão do Santíssimo Sacramento. A procissão do Corpo e Sangue de Cristo é, neste contexto, a última da série, mas com o passar dos anos tornou-se a mais importante.

Do desejo primitivo de "ver a hóstia" passou-se para uma festa da realeza de Cristo, na "Christianitas" medieval, em que a presença do Senhor bendiz a cidade e os homens.

Nos séculos XVI e XVII, a resposta às negações do movimento protestante que se expressou na fé e na cultura - arte, literatura e folclore - contribuiu para avivar e tornar significativas muitas das expressões da piedade popular para com a Eucaristia.

A "comemoração mais célebre e solene do Sacramento memorial da Missa" (Urbano IV) recebeu várias denominações ao longo dos séculos: festa do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo; festa da Eucaristia; festa do Corpo de Cristo. Hoje denomina-se solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, tendo praticamente desaparecido a festa litúrgica do "Preciosíssimo Sangue", a 1 de Julho.

A procissão com o Santíssimo Sacramento é recomendada pelo Código de Direito Canónico, no qual se refere que "onde, a juízo do Bispo diocesano, for possível, para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia faça-se uma procissão pelas vias públicas, sobretudo na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân 944, §1).

O cortejo processional da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo prolonga a Eucaristia: logo depois da missa, a hóstia nela consagrada é levada para fora do espaço celebrativo, a fim de que os fiéis dêem testemunho público de fé e veneração ao Santíssimo Sacramento.

A Igreja acredita que o Santíssimo Sacramento, ao passar no meio das cidades, promove expressões de amor e agradecimento por parte dos fiéis, sendo também para fonte de bênçãos.

À semelhança das procissões eucarísticas, a festa do "Corpus Christi" termina geralmente com a bênção do Santíssimo Sacramento.

Corpus Christi: a festa da cidade

Corpus Christi: entre o sagrado e o profano

Foto: Bênção do Santíssimo Sacramento realizada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo (Lisboa, 2007)

Fotos

Nacional | Octávio Carmo | 2010-06-02 | 21:43:39 | 4985 Caracteres | História da Igreja

 

Missas e procissões assinalam Corpo de Deus

Festa testemunha unidade e diversidade da Igreja

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As sedes das dioceses de Portugal organizam esta Quinta-feira missas e procissões alusivas ao dia do “Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo”, solenidade também conhecida por “Corpus Christi” e “Corpo de Deus”.

A sé – também denominada de catedral – é sinal da unidade dos fiéis da respectiva circunscrição eclesiástica, em especial quando as celebrações são presididas pelo bispo, e durante o Corpo de Deus esta dimensão é especialmente visível.

A maior parte das missas e cortejos partem ou dirigem-se para a sé, convocando padres e leigos de todas as paróquias da diocese, em celebrações que trazem para a rua os estandartes das irmandades e outros organismos eclesiais, num colorido que testemunha a diversidade das comunidades que se congregam diante do seu bispo e, sobretudo, diante de Jesus.

Em Lisboa, o cardeal patriarca, D. José Policarpo, presidiu durante a manhã à missa na Sé, tendo-se seguido um tempo de adoração do Santíssimo Sacramento – hóstia consagrada que os católicos crêem ser o próprio Cristo.

Às 16h30 começa a procissão, que, à semelhança de todas as que se realizam neste dia, tem como centro a hóstia consagrada.

O Santíssimo Sacramento é colocado num ostensório, também conhecido como custódia, recipiente apoiado sobre um pé que é concebido para mostrar o Santíssimo Sacramento ou outro objecto digno de veneração.

Sensivelmente a meio do cortejo, o cardeal patriarca vai caminhar debaixo de um pálio – dossel mó­vel sustentado por quatro ou seis va­ras –, segurando no ostensório por intermédio de uma capa de asperges, também designada de pluvial.

“Trata-se de uma Celebração de longa tradição e fervorosa vivência na cidade de Lisboa, na qual contemplamos e testemunhamos a presença de Cristo Vivo, fonte de comunhão e de renovação da esperança, que comprometem os crentes na construção da Cidade”, escreveu o vigário-geral, D. Tomaz Silva Nunes, numa nota divulgada no site do Patriarcado.

No Porto, a eucaristia do Corpo de Deus, que ocorreu na igreja da Trindade, foi presidida pelo bispo diocesano, D. Manuel Clemente.

Até às 16h00 o Santíssimo Sacramento vai ficar exposto para adoração dos fiéis, seguindo-se a oração de Vésperas e a procissão para a sé.

Em Braga, a missa é celebrada na catedral às 17h00 e a procissão que percorre sai uma hora mais tarde.

“Espera-se a comparência de todos os Sacerdotes, que o posam fazer, residentes na área da cidade, diocesanos e religiosos e dos alunos dos Seminários ou membros das Congregações e Institutos”, refere uma nota da Vigararia Geral.

O mesmo texto indica que todas as paróquias do arciprestado de Braga foram convidadas a participar na procissão, que, “com toda a solenidade, integra o Cabido e os estandartes da Sé”, enquanto que “os acólitos, com os turíbulos e o incenso, caminharão em frente do Pálio”.

No Funchal, o bispo diocesano, D. António Carrilho, preside à eucaristia marcada para as 18h00, na Praça do Colégio, com a procissão do Corpo de Deus a encaminhar-se para a catedral.

“Nestes dias muitos estarão a tirar um tempo livre, de descanso merecido. Contudo, este tempo livre permanece vazio se nele não está Deus”, lê-se num texto assinado pelo director do Gabinete de Informação da diocese, Pe. Marcos Gonçalves.

A passagem do Corpo de Cristo “entre os negócios e casas e pelas estradas da nossa Cidade será para todos uma oferenda de alegria, de paz e de amor”, salienta o sacerdote.

O vigário geral da diocese de Lamego, Pe. Joaquim Dias Rebelo, escreve que os cristãos têm neste dia “uma óptima oportunidade para afirmarem e testemunharem publicamente a sua fé”.

O bispo diocesano, D. Jacinto Tomás de Carvalho, preside à missa que começa às 16h00, na catedral, e logo a seguir “terá início a majestosa procissão do Santíssimo Sacramento”.

O cortejo integra os cónegos da Sé (Cabido), padres do arciprestado de Lamego e as suas comunidades de leigos, religiosos e religiosas, seminaristas, membros de irmandades e movimentos e “todo o Povo Cristão”, além da “habitual e sempre estimada presença das Entidades e Instituições da cidade”.

Em Santarém, o bispo diocesano, D. Manuel Pelino, presidiu à celebração eucarística na Sé, que começou às 11h00.

O Santíssimo Sacramento vai ficar exposto depois da missa, até que às 16h00 se reza a oração litúrgica de Vésperas, seguindo-se a procissão do Corpo de Deus, que regressa à catedral.

Na cidade de Setúbal, a missa incluiu a instituição de novos ministros extraordinários da Comunhão.

Depois da celebração o Santíssimo Sacramento fica exposto até às 17h00, altura em que rezam Vésperas, oração que vai ser seguida de procissão até à igreja de S. Julião.

Em Leiria, a solenidade inicia-se com a eucaristia, marcada para as 16h00 no Jardim de Santo Agostinho, continuando com a procissão até à sé, num cortejo que conta com a participação de cinco bandas filarmónicas.

“Todos os fiéis católicos, vindos das diferentes paróquias, com as respectivas bandeiras, e também os religiosos e religiosas, são convidados a participar na celebração. Espera-se especialmente a presença dos ministros extraordinários da comunhão, dos acólitos e das confrarias ou irmandades do Santíssimo Sacramento”, menciona uma nota publicada no site da diocese.

“Participarão também os escuteiros com os seus uniformes e os acólitos vestidos com as suas túnicas”, assinala ainda o texto, que acrescenta: “Na santíssima Eucaristia, – confessa a fé católica - está contido todo o tesouro espiritual da Igreja”.

Fotos

Nacional | Rui Martins | 2010-06-03 | 13:31:15 | 7158 Caracteres | Liturgia

Porto: um mês dedicado à «Festa»

D. Manuel Clemente apresenta tema de Junho da «Missão 2010» e anuncia encontro para celebrar a solidariedade e a diversidade

Junho é marcado pelos santos populares, e por isso a «Festa» é o tema que a diocese do Porto escolheu para este mês, no âmbito da Missão 2010», conjunto de iniciativas desenvolvidas para anunciar a mensagem cristã.

“Santo António, São João e São Pedro são motivo de grandes romarias, de grande contentamento e de muita alegria nas nossas cidades, vilas e aldeias”, pelo que as suas festas são “uma ocasião bonita para as pessoas se reencontrarem em volta destas tradições”, refere o bispo do Porto, D. Manuel Clemente.

No vídeo em que apresenta o tema do mês, o prelado anuncia que a actividade de referência vai ser a “Festa da Solidariedade e dos Povos”, marcada para os dias 26 e 27, no Porto.

A iniciativa, que se realiza no Palácio de Cristal, tem como objectivo promover o encontro das instituições que se dedicam à beneficência e ao acolhimento de populações de outros países.

O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais deseja que a Festa, organizada pelos secretariados diocesanos da Pastoral Social e das Migrações, “seja uma oportunidade muito bonita de festejar esta convivência, que tem nos santos o seu melhor apelo” e que “tem de ter, connosco, a sua concretização mais capaz”.

D. Manuel Clemente pretende também que o encontro seja um “estímulo” para que “em todas as nossas festas ligadas aos santos populares também se possa criar mais ocasião de encontro, reencontro e partilha de tudo aquilo que se faz de bem e de belo no sentido de uma convivência mais profunda entre todos nós”.

“A ‘Missão’ é isto mesmo: sermos por fora, cada vez mais, aquilo que cada vez mais devemos ser por dentro, nestas convicções renovadas de fraternidade cristã”, salienta o bispo do Porto.

Nacional | Rui Martins | 2010-06-03 | 10:26:30 | 2271 Caracteres | Diocese do Porto

Recolha feita através do boletim da Agência Ecclesia, de 3-Junho-2006, por António Fonseca

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