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Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, directamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
22 de Maio – 5º DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
Jo 14, 1-12
«Não se turve o vosso coração: Credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora ter-vo-lo-ia dito, pois vou preparar-vos, um lugar. E, quando Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, virei outra vez, e levar-vos-ei Comigo. para que, onde Eu estiver, estejais vós também. E vós sabeis para onde Eu vou e conheceis o caminho». Disse-Lhe Tomé: «Senhor, nós não sabemos para onde vais; como podemos saber o caminho!» Disse-lhe Jesus: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim. Se vós Me conhecêsseis, também conheceríeis meu Pai; desde agora O conheceis e O tendes visto». Filipe disse-Lhe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta». Disse-lhe Jesus: «Estou há tanto tempo convosco e não Me conheces, Filipe? Quem Me vê, vê o Pai. Como é que tu dizes; Mostra-nos o Pai? Não crês que Eu estou no Pai e que o Pai está em Mim? As palavras que Eu vos digo, não as digo de Mim mesmo, mas o Pai que está em Mim, é que faz as obras. Acreditai que estou no Pai, e o Pai em Mim: Crede-Me ao menos por causa das mesmas obras». «Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que acredita em Mim fará também as obras que Eu faço; e fará obras maiores do que estas, porque Eu vou para o meu Pai. E tudo quanto pedirdes em Meu Nome, Eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome eu o farei».
1. Sem dúvida, temos lido este Evangelho muitas vezes. E não nos demos conta que na realidade, nós não acreditamos no que aqui diz Jesus. Não o cremos porque o Deus, que temos na nossa cabeça , não é o Pai de que fala aqui Jesus. O mesmo Jesus teria que nos perguntar o que perguntou a Filipe: “Não crês que Eu estou no Pai e o Pai está
em Mim”? Deus, o Pai, está em Jesus. Quer dizer, em Jesus o divino uniu-se com o humano. Portanto, na conduta de Jesus vemos como é a conduta de Deus. E nas preferências de Jesus aprendemos que preferências tem Deus.
2. Provavelmente preferimos que Deus esteja no céu, lá longe. E nós aqui na nossa terra. Há muita gente que necessita de um Deus longínquo e grandioso para adorar. Essa gente teme a um Deus próximo, humano, tangível e visível, a que tem que imitar. A adoração é mais fácil e menos exigente que a imitação. A adoração faz-se num bocado e logo nos deixa em paz e em boa consciência. A imitação é tarefa de sempre, no trabalho e no descanso, no templo e na rua, nas alegrias e nas penas. A adoração se despacha rapidamente. A limitação é uma carga pesada que não nos deixa e nos exige constante vigilância.
3. As religiões são, no geral, um projecto de relação com Deus. O cristianismo é um projecto de união com Deus. A “relação” consiste em observar determinadas “mediações” (ritos, cerimónias, costumes…). A “união” consiste em fazer, a todas as horas, o que faz Deus. Por exemplo, Deus manda o sol cada manhã a bons e a maus; e faz que caía chuva por igual sobre justos e pecadores. Ou seja, Deus, não faz diferenças. Crer no Deus de Jesus é ir pela vida sem fazer jamais diferenças; nem entre amigos e inimigos; nem entre os de direitas e os de esquerdas; nem entre ricos e pobres; nem entre conhecidos e desconhecidos. Mas então, se isto é assim, Que difícil é crer de verdade no nosso Deus! Só a bondade e a força de Jesus pode fazer isso possível.
Compilação por
António Fonseca
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