sábado, 8 de junho de 2019

Nº 3 8 6 3 - Série de 2019 - (159) - SANTOS DE CADA DIA - 8 DE JUNHO DE 2019 - Nº 213 DO 12º ANO

Caros Amigos



Desejo que este Ano de 2019 traga tudo de Bom para toda a Humanidade.
As minhas melhores Saudações de
Amizade e Gratidão
para todos os leitores e/ou simples Visitantes que queiram passar os olhos por este Blogue

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Nº  3 8 6 3


Série - 2019 - (nº 1  5  9)


8 de JUNHO de 2019


SANTOS DE CADA DIA

Nº  2 1 3

12º   A N O



 miscelania 008



LOUVADO SEJA PARA SEMPRE 
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO 
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA



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Todos os Católicos com verdadeira Fé, 
deverão Comemorar e Recordar
os Santos e Beatos de cada dia, além de Procurar seguir os seus exemplos


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MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, BEATA





No Porto, Portugal, a Beata MARIA DO DIVINO CORAÇÃO DE JESUS (Maria Droste Zu Vischering) virgem da Congregação das Irmãs da Caridade do Bom Pastor, que promoveu admiravelmente a devoção ao Sagrado Coração de jesus. (1899)


Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:



  No dia 1 de Novembro de 1975, o papa PAULO VI inscreveu mais um nome no Catálogo dos Bem-aventurados: o de MARIA DROSTE ZU VISCHERING, que em religião se chamou Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
As canonizações e beatificações dos homens e mulheres que viveram heroicamente a sua fé e irradiaram no seio da Igreja o amor de Deus na extraordinária vivência dos carismas do espírito, próprios de cada um deles, têm-se multiplicado nos últimos tempos, a ponto de algumas delas nos passarem talvez despercebidas. esta multiplicidade é na Igreja vivo testemunho da infalível assistência de Cristo, que nestes dias tão conturbados pelo ódio e pelas paixões humanas, desperta nela almas tão ardentes e puras na prática heróica de todas as virtudes cristãs.
Mas a Beatificação da Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, lídima glória da tão benemérita Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, alemã por nascimento e portuguesa pelo coração, tem para Portugal especial significado. A Portugal dedicou ela, por chamamento divino, o melhor da sua curta vida. Viveu palpitantemente as alegrias e angústias da Igreja na nossa terra, num período bem agitado da sua história, nos últimos anos do século XIX. Toda a sua espiritualidade, máscula e terna, altamente mística  e profundamente humana ao mesmo tempo, hauriu-a ela no Coração de Jesus.

A Devoção ao Coração de Jesus

Coração designa o que há de mais íntimo e profundo no ser  humano, a essência do mesmo ser. Quando o Senhor Se nos mostra ostentando no peito o Coração abrasado em chamas, quer fazer-nos sentir ao vivo a palavra de São JOÃO «Deus é amor» (1 Jo 4, 16), e Jesus é a encarnação sensível desse amor; quer fazer-nos entrar pelos sentidos que toda a vitalidade, todo o dinamismo do seu ser humano radica no seu Coração todo amor; tudo n'Ele foi inspirado pelo amor infinito para com o Pai e para com os homens, seus irmãos. Quer mostrar-nos também que as nossas relações e toda a nossa actividade humana só podem ter valor aos seus olhos se irromperem dum coração que ame.
A Beata MARIA DROSTE bebeu esta devoção com o ,leite materno. Já seus pais, profundamente cristãos, a viviam intensamente, e souberam-na comunicar aos seus filhos e familiares.
Foi numa vida de felicidade, de pureza e austeridade que ela se preparou para a mais íntima e mística união esponsal com o Coração de Jesus. Numa manhã, festa do Coração de jesus, na capela do solar de Darfeld, diante da estátua que lhe era tão querida, depois de comungar, ouviu distintamente 
«aquela voz interior que eu não conhecia ainda, mas que hoje me é familiar: 
"Tu serás a esposa do meu Coração". 
Não posso dizer o que senti naquele momento. Senti-me consternada, aniquilada, confundida, e ao mesmo tempo inundada nas ondas do seu amor. Que felizes momentos! Esposa do seu coração!... eu tão pobre e miserável!... A partir deste momento eu já não podia pensar senão no Coração de Jesus como meu esposo... Que intimidade entre nós! Vivia com Ele, dizia-lhe tudo, e Ele era sempre cheio de misericórdia e de bondade para comigo».

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Consagração


A perfeita caridade traduz-se pela entrega total da pessoa ao Coração de Jesus - a Consagração.
Fomos consagrados pelo Baptismo. Consagração é a realização e exigência do nosso Baptismo, mas aquilo que nos foi dado ontologicamente no Baptismo tem de se ir desenvolvendo, com o avivar da consciência e o esforço pessoal pela vida fora.
 A Consagração ao Sagrado Coração é precisamente esta tomada de consciência da realidade cristã no ponto central da nossa pertença pessoal, por amor, a Jesus. A devoção ao seu Divino Coração faz-nos descobrir as mesmas raízes do culto cristão, faz-nos cair na conta do que é a própria essência do Cristianismo.
A Consagração é a exigência primária desta devoção, é a expressão do amor pessoal que se reveste do carisma que o Espírito Santo dá a cada um. Em FRANCISCO DE ASSIS converte-o no jogral enamorado de Deus, cantando os divinos louvores nos braços da Pobreza, sua dama. A INÁCIO DE LOYOLA transformou-o no soldado fiel, apaixonado da Maior Glória de Deus. Em MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, a Consagração reveste o carácter esponsal da reparação amorosa: «Serás a esposa do meu Coração», do Coração que se lhe apresenta profundamente magoado pelos espinhos da ingratidão humana.


Reparação


Consagração e Reparação são a exigência primária da devoção ao Coração de Jesus. Vivem-se em unidade - consagração reparadora: uma vida que se entrega para ser vivida com Cristo e em Cristo, numa mesma obra redentora e santificadora. Mas esta obra realizou-a Cristo pela cruz. E por isso toda a colaboração na obra redentora do Cotação de Jesus tem de estar vinculada com a cruz.
Uma tarde, passeando meditativamente pelas alamedas do jardim  do seu solar,  
«senti vivamente, escreveu ela, que o Senhor me dizia que teria de sofrer muito por Ele»... «Jesus falou-me dos sofrimentos por que passava, vendo-Se abandonado de todos, e pediu-me lhe fizesse companhia. Disse-me que O aflige sobretudo o abandono de muitos sacerdotes...»
Como estes, encontramos inúmeros desabafos íntimos nas páginas da sua autobiografia, escritas em obediência ao seu Confessor - TEOTÓNIO VIEIRA DE CASTRO, que foi mais tarde Patriarca de Goa.
Há momentos na história das almas que marcam uma vida toda; momentos em que a graça do Espírito irrompe sobre elas em avalanche, operando nelas uma nova conversão, de bem para melhor. Um desses golpes extraordinários do amor do Coração de Jesus, parece ter-se dado na Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO ao passar por Manresa, a caminho de Portugal.
Ia ela de viagem para o novo destino a que Deus a chamara, com o coração angustiado de saudades, na incerteza do desconhecido em que ia entrar, mas na decisão firme de se dar toda à realização dos desígnios misteriosos aonde Ele a levava. A 12 de Fevereiro de 1894, passa pela santa Cueva de Manresa. A figura do grande penitente de Manresa - Santo INÁCIO - encantava-a e subjugava-a.
Foi no ardor desta oblação para o sacrifício que ela entrou em Portugal. Ela amou-o porque era a terra aonde o Coração de Jesus a conduzira, era o altar onde ela ia imolar-se por Deus e pelas almas.
Voltando mais tarde a Munster, escrevia: 
«A viagem segue o curso normal, tranquilo. Mas no fundo do coração sinto saudades do nosso pobre Portugal, e especialmente da minha cela junto da querida capela. Nada no mundo pode substituir para mim aquele lugar».
O sacrifício só tem valor se for revestido de carácter reparador. Só é redentor se for levado por amor,e, união com o sacrifício de Cristo. Vida reparadora é a vida do Redentor que tem de ser baptizado com um baptismo de sangue, e suspira por ele, embora em sua natureza humana sinta repugnâncias da morte. Vida do Redentor que Se dá às almas pecadoras, e Se identifica  de  tal modo com elas que faz seus os pecados delas, por elas faz penitência, sofre e morre.

MARIA DROSTE vem a Portugal para sofrer, porque, consciente da sua vocação de Irmã do Bom Pastor, vem salvar as almas, colaborar com Cristo Crucificado na salvação das almas que, em Lisboa e no Porto, Ele lhe quis confiar. E por isso a cama vai ser a sua cruz redentora, na maior parte do tempo passado na nossa terra, vai ser o altar do seu sacrifício.
Perguntando ela ao Senhor porque é que prolongava os seus sofrimentos e a sua doença, ouviu esta resposta: 
«Resgatei o género humano pela cruz, e é pela cruz que santifico as almas. Quanto mais Eu ligo uma alma à cruz, e quanto mais semelhante Eu a torno a Mim, tanto mais estreitamente Me uno com ela. Os sofrimentos dos meus eleitos completam a obra da minha Redenção».
A cruz é pois o altar dos eleitos do Coração de Jesus.
Mas este altar é para MARIA DROSTE não só imolação duma vítima a consumir-se por amor, mas pregação viva, exercício activo de apostolado a conquistar as almas. Por três longos anos, imóvel e afogada em dores, fazia-se transportar na sua cama portátil à sala de visitas, onde diariamente passava horas e horas a atender pessoas de todas as classes, que procuravam a «Santinha Alemã» para receber dela consolação e alento. Dessa cama dirigia ainda toda a actividade e negócios da casa dumas 175 internadas, com uma energia e prudência extraordinárias.
Sofrimento, oração, apostolado e actividade doméstica, eis a vivência real da consagração de MARIA DROSTE ao Divino Coração.
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Consagração do mundo ao Sagrado Coração


Mas não chegara ainda a hora para aquele corpo diáfano e como e que espiritualizado, pronunciar  o seu Consummatum Est. Ainda não estava completada a sua missão. O Coração de Jesus queria, no dealbar do século XX, afogar o mundo numa avalanche de graça e de misericórdia. E para isso queria que o papa, seu Vigário na terra, com os Bispos e todos os católicos.membros conscientes e responsáveis  e de toda a família humana, lhe fizessem solenemente a consagração do mundo inteiro. E é a Irmã DO DIVINO CORAÇÃO a eleita de Deus para ser a apóstola dessa Consagração. É ela que tem de se dirigir ao papa com uma missão divina para toda a Igreja, como outrora Santa CATARINA DE SENA.
Mas o sinal de autenticidade da sua missão divina é precisamente o recrudescer dos seus padecimentos. E quando pela terceira vez o Coração Divino se dirige à Irmã a pedir a intervenção dela junto de Leão XIII, pergunta-lhe 
«se estava disposta a suportar toda a espécie de sofrimentos, humilhações  e desprezos».
«Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ficará só, mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo aborrece a sua vida, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-Me que Me siga; e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo» (Jo 12, 24-26)


De Munster até ao Porto


Para os leitores que desconheçam ainda a sua admirável figura, apresentamos a sua vida em traços muito esquemáticos:

Filha dos condes DROSTE ZU VISCHERING, nasceu em Munster, na Vestefália - Alemanha, a 8 de Setembro de 1863. Passou a infância no castelo de Darfeld, não longe daquela cidade, no seio uma família profundamente cristã.
«Desde a mais tenra idade, escreve ela, senti a dita de ser filha da Santa Igreja». No Natal de 1883 consagra-se a Deus pelo voto de castidade perpétua. E Ele apoderou-Se dela e marca-lhe a consagração com o sinal da cruz, fazendo-a passar por dilatada e penosa doença.,. Com o espírito embalado por longo tempo em sonhos de heroifico missionário, no dia 1 de Julho de 1888, esperando na igreja paroquial  a sua vez de se confessar, ouve subitamente a Voz do Senhor: 
«Tens de entrar no convento do Bom Pastor».
Com a vocação irrompe na sua alma inocente a ânsia de salvar a juventude extraviada, ânsia tão intensa quanto era intenso o horror por toda a impureza. A obra de regeneração ou da preservação da mulher em perigo é, com efeito, o campo especifico de apostolado da Congregação do Bom Pastor
A 10 de Janeiro de 1889 toma o hábito religioso no convento de Munster, no mesmo dia em que, no Carmelo de Lisieux, TERESA DO MENINO JESUS recebeu o dela.
Professou a 29 de Janeiro de 1891.
Após três anos de total dedicação ao apostolado das penitentes, próprio do seu Instituto, é enviada a Portugal em 1894. Tinha 31 anos de idade.
Depois de três meses passados em Lisboa, chega ao Porto como Superiora do Recolhimento do Bom Pastor na Rua de vale Formoso - Paranhos, a 17 de maio de 1894.
De lá, escreve ela, pouco depois: 
«Vivemos numa situação angustiosa. A casa está em ruínas, devorada por dívidas que nos sufocam. Vejo, porém, e sinto que Deus está comigo, e assim cresce, cada dia mais, a minha coragem, embora por vezes isto seja difícil de suportar... Só temos em caixa cinco ou seis marcos, e temos de alimentar 120 pessoas... Sinto-me tão portuguesa, que não me importo com tanto desconforto, tanto frio e tanta humildade...»
E a sua tenacidade, aliada a uma absoluta confiança no Coração de Jesus, realiza o milagre de transformar aquela casa e comunidade em ruínas num florescente jardim de Deus.
A 21 de Maio de 1896 cai de cama, esgotada de trabalho, para nunca mais se levantar: uma ostiomielite que a paralisa e martiriza com dores atrozes constantes. É nesta longa , heróica crucifixão, que a Irmã MARIA se imola pelos pecadoras, pelos sacerdotes, pela Igreja, por Portugal..
«Muitas vezes na minha doença, quando sentia ardentes desejos de morrer, Nosso Senhor, duma imagem dos Passos, me dizia
"Então queres que Eu leve sozinho a cruz de Portugal?" (Carta de 20-XI.1896).
Às 3 horas da tarde do dia 8 de Junho de 1899, ao hino das primeiras vésperas da festa do Coração de Jesus, quando por todo o mundo católico se fazia o tríduo solene de preparação para a consagração ao mesmo Divino Coração, a vítima de Paranhos consumava o seu sacrifício. No dia 11, o papa LEÃO XIII realizava aquilo que ele mesmo declarou ser o «acto mais grandioso do seu Pontificado» - a Consagração do mundo inteiro ao sagrado Coração de Jesus.
Este acto foi-lhe pedido por Cristo. A mensageira transmissora da mensagem de Cristo foi a Irmã do DIVINO CORAÇÃO.


Ermesinde


Repousam as suas venerandas relíquias em Ermesinde, na Igreja do Coração de Jesus, erecta pelas suas filhas em cumprimento do desejo ardente da Bem-aventurada, expresso por solene promessa. Na primeira sexta-feira de Julho (ou Agosto) de 1897, recebeu ela ordem do Senhor: 
«Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças. 
Depois disse-me que queria que esta Igreja fosse sobretudo um lugar de Reparação pelos sacrilégios, e para atrair graças e bênçãos sobre o clero».
A construção deste templo foi uma das suas últimas preocupações. Ela mesma, no seu leito de dor, mal podendo segurar um lápis entre os dedos, traçou as linhas arquitectónicas.
Não quis o Senhor dar-lhe em vida a alegria de ver realizado o sue sonho. Realizaram-no as suas filhas em Ermesinde.
Este templo começaram a erguê-lo em Paranhos, junto à casa da Rua de Vale Formoso, onde a Bem-aventurada falecera. A revolução de 1910 veio interromper a Consagração. Mas a premente recomendação da irmã MARIA não se apagou no coração das Irmãs do Bom Pastor
«No caso de morrer antes de ter edificado a Igreja, peço às minhas muito amadas Irmãs e Filhas espirituais... dêem cumprimento à promessa que hoje faço para assim corresponder aos desejos de Nosso Senhor, e consolar o seu Divino Coração».
E cumpriram.
Em Ermesinde ergue-se majestosa a igreja do Coração de Jesus.  Sob as suas abóbadas repousam agora as relíquias da Bem-aventurada. Ali, diante da Hóstia consagrada em constante exposição, ajoelham perpétuamente almas em adoração reparadeira. Ao vê-las sente-se ainda o palpitar ardente da Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
«Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças».
O lugar de reparação está erecto. A palavra do Senhor não faltará!



9 IRMÃS GÉMEAS, Santas

GENEBRA, VITÓRIA, EUFÉMIA, MARINHA, MAREJANA ou MARIANA, GERMANA, BASÍLIA, QUITÉRIA e LIBERATA ou VILGEFORTE

Texto do livro SANTOS DE CADA DIA da Editorial A. O,. de Braga:

Celebrando-se hoje na diocese de Braga a memória facultativa de Santa QUITÉRIA, transferimos ,para este dia a "notícia" geral que traz sobre as 9 Irmãs gémeas o «Ano Cristão» do Padre CROISET (tradução do padre Matos Soares) no dia 18 de Julho, sob o título: «Santa MARINHA, virgem e mártir».
Damos, tirando-a da mesma obra, a "notícia" sobre Santa QUITÉRIA, que pertence a 8 de Junho.
O mesmo «Ano Cristão» no dia 16 de Agosto, acrescenta que as relíquias de Santa EUFÉMIA, uma das nove irmãs, se encontram na cidade de Orense desde meados do século XII; e diz ainda, a 20 de Julho, que neste dia se comemorava Santa LIBERATA ou VILGEFORTE.

I)  Santa MARINHA, Virgem e mártir, e 8 irmãs

Nenhum documento existe com valor histórico sobre a vida desta santa. O Martirológio Romano faz comemoração dela neste dia, dizendo que foi martirizada na Galiza. Os Bolandistas dizem que foi martirizada junto de Orense.
Não queremos privar os leitores duma das mais interessantes criações da imaginação popular sobre Hagiografia. Refere-se ela ao nascimento e vida de 9 Irmãs, uma das quais era MARINHA. Reproduzimos o que em 1722 publicou o monge beneditino de Pombeiro, FREI BENTO DE ASCENSÃO.

«Pelos anos da Era de Cristo, 120,nasceu Santa QUITÉRIA na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, o qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias.
O Altíssimo, por um milagre da sua providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre 9 meninas contra a ordem comum dos partos. Completos os 9 meses, Cálcia (na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela Península) deu à luz as 9 meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado.
Vendo-se Cálcia mãe de 9 filhas, dada à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma.
Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido ao parto, a CITA devota donzela e cristã oculta. e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse mergulhar as 9 meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbio de Braga.
Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coração da virtuosa CITA o desejo de salvar a vida do corpo, e dar vida ás almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a santo OVÍDIO, arcebispo de Braga (ver dia 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do baptismo, lhes pôs os seguintes nomes: GENEBRA, VITÓRIA, EUFÉMIA, MARINHA, MAREJANA ou MARIANA, GERMANA, BASÍLIA, QUITÉRIA e LIBERATA ou VILGEFORTE, como outros lhe chamaram.
Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva CITA procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito.
A religiosa educação, que as 9 meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades o mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus Cristo.
A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das 9 meninas.
Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação da sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado baptismo, em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas  em a mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras.
Obtida a aprovação e o consentimento do santo Arcebispo OVÍDIO, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre, director e pai, viveram alguns anos  estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida e cada uma um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. todos se admiravam de que - entre tanta formosura, prudência e outros dons da natureza - houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela.
Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas votos de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morta, que sua mãe lhes mandara, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquela tenra cidade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas nas almas com as chamas da caridade e com o fogo do Amor Divino.
Esta foi a criação e a virtuosa vida destas 9 irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os Serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e para o conseguirem dirigiam ao céu fervorosas súplicas. estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos.
Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga, e mais terras sujeitas ao Império Romano, publicou-se solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e se extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou às mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com  ordens terminantes para obrigarem os fiéis a adorarem os falsos ídolos, e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos.
Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, se dirigiam á casa onde viviam as 9 irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, as levaram presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença.
Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das 9 donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas á sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os Imperadores, adorando os deuses imortais conservadores do seu império.
Santa GENEBRA tomou a palavra e respondeu em nome de todas:

"A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber donde descendemos, podeis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta província, pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte...
Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com quem nos desposamos pelo baptismo, e que todas estamos resolvidas  e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do sru Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos".
Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo como escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e da resolução em que todas perseveraram, firmes, e concluiu dizendo:
«Aqui estamos na tua presença: dispõe de nós como melhor te parecer».
E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celestial serenidade.

Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo Bracarense. 
Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira...  
Atílio muda de cor por diferentes vezes... 
Não pode encobrir a inquietação que sente dentro do peito... 
Suspende logo o acto judicial e manda retirar os ministros, ficando só com as meninas e com CITA, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a GENEBRA. Cálcia fica cheia de confusão e de medo, e ainda mais, quando ouve da boca de CITA, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas inocentes... Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como tudo tinha sucedido.
Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos seus afectos naturais... 
Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as persuadir que, abjurando mo Cristianismo, adorassem os ídolos... 
Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e o desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as 9 meninas, com uma firma e constância inabalável, desprezaram todas as promessas e permaneceram firmes na sua resolução.
Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram  a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império.
Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por sua filhas, e destinadas para esposas de alguns mancebos nobres, formosos e ricos; e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um dos salões do seu palácio.
Depois que seus pais se retiraram, as 9 meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura de suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições: nem temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um anjo do Senhor, que vem confortar as suas fiéis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar da religião santa, lhes íntima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhes inspirar.
O mesmo Anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedida, Santa LIBERATA, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica:
«Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas no mesmo dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida de graça, pedimo-Vos Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra».
Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé, responderam: Ámen.
Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de reciproco amor, e como quem se despedia para não se tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino esposo as encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa QUITÉRIA, com algumas pessoas que a acompanhavam; todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.

Santa MARINHA



Foi encaminhada pelo divino Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a uma lavradeira, perto da cidade de Orense, foi depois perseguida por ser cristã.  Primeiramente a açoitaram até lhe dilacerarem as carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. Depois encarcerada numa escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um Anjo. Queimaram-lhe depois as costas e os peitos com ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a lançaram num tanque de água donde, saindo milagrosamente livre, foi metida numa fornalha embravecida em chamas, as quais, separando-se para os lados, nem sequer a tocaram de leve. Foi por isso degolada em Águas Santas, perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-Rei Dom Afonso, o Magno, mandou edificar uma igreja dedicada ao seu culto.


Santa VITÓRIA


Esta santa foi martirizada na cidade de Córdova, Espanha, com tormentos esquisitos. passou pelo fogo, pela roda de navalhas, e por fim morreu crivada de setas no ano de 138, tendo 16 anos de idade.



Santa GENEBRA




Esta Santa padeceu pelo Divino Redentor e foi martirizada no ano 130. Diz-se que o seu martírio fora na antiquíssima cidade de Tide e que esta extinta cidade existiu perto de Valença do Minho e fora a capital Dentre Lima e Minho. Nada se sabe sobre o seu martírio.



Santa LIBERATA



Esta Santa retirou-se para o deserto e padeceu o martírio da cruz, uns dizem que em Miragaia, no Porto, outros que foi em Castelo Branco, e o Padre Cardoso, no seu Dicionário Geográfico, diz que fora em Águas Santas, uma légua para norte da cidade do Porto (Maia "!!!")no sítio onde rebentou uma fonte chamada Santa, pelos efeitos milagrosos com que eram beneficiados os doentes que a ela concorriam.



Santa EUFÉMIA


Retirou-se para a serra do Gerês, onde viveu dois anos. Depois, sendo perseguida por causa de Cristo, foi presa, açoitada e em seguida encerrada num cárcere e aí milagrosamente curada por um Anjo. Depois pendurada pelos cabelos numa figueira. Em seguida, precipitada duma alta penedia  na mesma serra, e por fim degolada. As suas preciosas relíquias conservam-se na Sé de Orense.


Santa MARCIANA ou MAREJANA



Diz-se que esta Santa padecera o martírio na cidade de Toledo no ano de 153.


Santa BASÍLICA

São três as opiniões dos autores sobre o lugar do martírio desta santa. Uns afirmam que padecera em Sirmo, antiga cidade da Betisa; outros que fora martirizada na Síria; e Cerqueira Pinto é de opinião que esta santa padecera o martírio com algumas das irmãs em Águas Santas, junto ao Porto (Maia).



Santa GERMANA


Us dizem  que esta Santa fora martirizada em África, e outros em Aguas Santas (Maia), mas nada se sabe em concreto a este respeito


Santa QUITÉRIA


Foi martirizada em Monte Pombeiro, junto de Margaride - Felgueiras.


2 )  Santa QUITÉRIA  Virgem e Mártir




«Santa QUITÉRIA nasceu em Braga. Seu pai era pagão; por isso empregava todos os esforços para a afastar da religião cristã. Umas vezes eram carícias, outras ameaças. Tudo, porém, foi baldado.
A jovem QUITÉRIA, não podendo suportar por mais tempo os maus tratos do seu crudelíssimo pai, fugiu de casa, em direcção a uma montanha próxima, onde por muito tempo levou uma vida tão angélica, entregando-se à contemplação.
Mereceu de Deus a graça de andar sempre visivelmente acompanhada do seu Anjo Custódio, com quem frequentemente falava. Além disso, tinha colóquios não menos frequentes com outros Anjos. Nesta feliz vida lhe ia decorrendo a existência, até que, finalmente, um Anjo lhe anunciou a aproximação do tempo suspirado em que emigraria para o Esposo. Exultando com a mensagem, QUITÉRIA abandonou a montanha, asilo abençoado onde escapou às tempestades do século, e, voltando à casa paterna encontrou dois nobilíssimos jovens que pretendiam a sua mão.
A Santa menina, que tinha já consagrado a sua virgindade ao Esposo celeste, Jesus, recusou-se a tal. Por isso, mandada carregar de cadeias por seu cruel pai, foi empurrada para uma enxovia.
Mas eis que um Anjo desce a confortá-la e, enquanto mutuamente e recreiam em suavíssimos colóquios, uma luz celeste e penetrante banha o cárcere. Era a Virgem-Mãe que, cortejada por níveos coros de virgens e radiante multidão de espíritos angélicos, trazia um vaso de aromáticos perfumes, derramando-os abundantemente sobre QUITÉRIA. Ofereceu-lhe, além disso, uma cruz e um anel, significando aquela a vitória que dentro em breve ganharia sobre os inimigos, este os desposórios espirituais com Jesus. E Nossa Senhora desapareceu. Então o Anjo manda-a sair do cárcere e oferece-se simultaneamente para a acompanhar ao monte columbário (Monte Pombeiro), lugar que o Senhor destinara para teatro do seu martírio.
Saiu QUITÉRIA e dirigi-se para lá.
No cume do mesmo havia uma capelinha dedicada ao Principe dos Apóstolos.QUITÉRIA, juntamente com outras virgens, entregou-se à oração e aos jejuns, dispondo-se desta forma para receber a coroa do martírio.
Mas Atílio, seu pai, e Germano, um dos jovens pretendentes à sua mão, vendo-se iludidos pela fuga da virgem, enviaram servos a procurá-la com ordens para, caso a encontrassem, lhe aconselhassem o regresso á casa paterna e o casamento. Após muitas pesquisas, QUITÉRIA, foi encontrada. Seu pai, ardendo de ira, mandou-a decapitar por um tal Dumas, apóstata. O renegado trespassou com inúmeros golpes o corpo virginal de QUITÉRIA. O seu corpo sagrado foi sepultado pelos cristãos na capela de São Pedro».



CARLOS SPÍNOLA e Companheiros,  ISABEL FERNANDES e seu filho  Menino INÁCIO,  ANTÓNIO KYUNI, GONÇALO FUSAI, TOMÁS AKABOSHI, PEDRO SAMPO, MIGUEL SAITÔ, LUÍS KAWARA e JOÃO YAMAGÚCCHI,JOÃO BAPTISTA MACHADO DE TÁVORA, PADRE DIOGO DE CARVALHO, Padre FRANCISCO PACHECO, VICENTE DE SANTO ANTÓNIO, O. S. A;  DOMINGOS JORGE, Santos
     
    


   

Em Julho de 1867, beatificou PIO IX duzentas e cinco (205) pessoas, glória das missões e cristandades das terras do Sol Nascente.
Chegaram lá os primeiros portugueses em 1543, precisamente no ano seguinte ao da chegada de São FRANCISCO XAVIER à Índia. Seis anos depois, entrava por aquelas ilhas a radiosa e quase impetuosa Missão Xaveriana que, em expansão sucessiva, sofreu, ao fim de meio século, o primeiro embate da perseguição que nos legou os primeiros 26 mártires do Japão, a 5 de Fevereiro de 1597 (cf. 6 de Fevereiro).
Mais ou menos solapada, e sempre instigada e soprada pelos bonzos, estarrecidos com os contínuos progressos do Cristianismo, a perseguição voltou a reacender-se e intensificar-se pelos primeiros anos de 1600, ferindo com  os seus golpes mais certeiros os missionários, geralmente não japoneses, e visando ao mais pronto extermínio de suas numerosas e florescentes cristandades. A grande tribulação prolongou-se por bom quarto de século.
No ano de 1622, no mesmo lugar e no mesmo dia, obtiveram a gloriosíssima coroa do martírio, em Nagasáqui, no Japão, 22 religiosos de diversas ordens e 30 cristãos seculares de todas as idades e condições. De tão luzido esquadrão era chefe o beato CARLOS SPÍNOLA, sacerdote da Companhia de Jesus, italiano de nação, oriundo da família dos marqueses de Tassarolo, uma das mais ilustres da cidade de Génova.
CARLOS SPÍNOLA, nascido em 1564, passou os primeiros anos em companhia de seu tio, o Cardeal FILIPE SPÍNOLA, bispo de Nola. Quando deliberava sobre o estado que devia abraçar, chegou á Europa a notícia do martírio do Beato RODOLFO ACQUAVIVA e seus ditosos companheiros, a quem os gentios deram a morte na ilha de Salsete, junto à cidade de Goa. Inflamado CARLOS SPÍNOLA no desejo de obter coroa igual à do glorioso filho dos duques de Átri, determinou entrar na Companhia de Jesus, cujo instituto em efeito abraçou aos 19 anos de idade.
Desde os primeiros dias de noviciado, levou vida de extraordinário fervor, para desse modo se preparar para o martírio, único objecto de suas santas ambições. Acabados os estudos em Milão, e ordenado sacerdote, alcançou, à força de instantes rogos, a graça de ser enviado às missões do Japão, para as quais se embarcou em Lisboa, a 10 de Abril de 1596. A sua viagem foi uma das mais trabalhosas que referem as crónicas da Companhia de Jesus. Arrojado por uma violentíssima tempestade às costas do Brasil, e de lá dirigiu novamente o rumo para a Índia. Cativo dos piratas ingleses, foi levado a Inglaterra onde, durante algum tempo, o detiveram preso num cárcere. Posto em liberdade, voltou a Lisboa e novamente embarcou para o Japão, aonde chegou depois de muitos trabalhos, no ano de 1602.
Os sofrimentos da viagem em nada diminuíram, porém, as forças do seu espírito. 20 anos empregou na evangelização das cristandades japonesas, já como simples missionário, já como Vigário Geral do Bispo do Japão, até que, preso finalmente em 1618, foi lançado nos cárceres de Omura, onde durante quatro anos  deu inúmeras provas de invicto sofrimento.
Em 1622 foi levado a Nagasáqui, para aí ser martirizado  em companhia de outros religiosos e de vários cristãos.
O altar destinado ao holocausto dos mártires era uma colina  junto à cidade, apelidada ainda hoje a Colina dos Mártires, por terem dado nela a vida em testemunho da fé grande número de cristãos e de missionários.
Chegados ao lugar do suplício, o padre SPÍNOLA, inflamado em zelo à vista do grande número não só de cristãos mas também de gentios que na colina se haviam reunido, levantou a voz e, dirigindo-se ao governador Goroneu, procurou desvanecer o rumor, que na corte corria, de que os missionários se dirigiam ao Japão  com o intuito de preparar o caminho para a conquista daquelas ilhas pelos europeus. Voltando-se depois para os cristãos que lhe iam ser companheiros no martírio, com palavras cheias de ardor exortou a todos à constância na fé. Entre os mártires encontrava-se ISABEL FERNANDES, viúva de um português (AMBRÓSIO FERNANDES) que havia morrido de doença no cativeiro (Ver biografia a seguir), senhora principal que muitas vezes hospedara o Padre SPÍNOLA, e cujo filhinho de 4 anos, o mesmo padre baptizara. Ao avistar pois ISABEL FERNANDES entre os cristãos que iam ser decapitados, perguntou-lhe onde estava o Menino INÁCIO, ao qual não via por estar oculto pelos feixes de lenha que o rodeavam. Tomando então a mãe o pequenino ricamente vestido e levantando-o nos braços, disse para o Padre SPÍNOLA:

«Ei-lo aqui., meu Padre, gozoso de morrer comigo. Com grande alegria sacrifico a Deus as duas coisas que mais amo neste mundo: a minha vida e o meu filho».
Depois, dirigindo-se ao menino e apontando-lhe para o missionário, disse-lhe:
«Olha meu filho, olha aquele Padre que te fez cristão e que te deu uma vida muito mais preciosa que esta que vamos terminar. Encomenda-e a ele e pede-lhe que te abençoe»
Ajoelhou-se o menino e juntou as mãozinhas, obedecendo á mãe. Semelhante espectáculo enterneceu de tal modo a multidão dos espectadores, que prorromperam uníssonos em vivas e demonstrações de simpatia e afecto para com os mártires. Temendo Goroneu alguma sedição, deu ordem aos verdugos que começassem as execuções. Uma das primeiras vítimas foi ISABEL FERNANDES, cuja cabeça veio cair junto ao menino INÁCIO. Não se intimidou ele vendo a morte de sua mãe, antes compreendendo que se aproximava a sua vez, desapertou o vestido e intrépido ofereceu ao pescoço ao algoz. Decapitados 30 soldados de Cristo, os demais, em número de 22, foram consumidos a fogo lento. O primeiro a sucumbir foi o Padre CARLOS SPÍNOLA, seguiram-no seus 21 companheiros, sendo o último o beato SEBASTIÃO KIMURA, jesuíta japonês que durante 3 horas suportou a força do fogo. Assim  terminou aquele glorioso certame, no qual a Companhia de Jesus obteve dez coroas de glória. Na prisão morre de doença o Irmão AMBRÓSIO FERNANDES, de que falamos a seguir. Os sete para se perfazer o número de dez jesuítas eram os japoneses recebidos à última hora pelo padre SPÍNOLA, já na prisão: ANTÓNIO KYUNI, GONÇALO FUSAI, TOMÁS AKABOSHI, PEDRO SAMPO, MIGUEL SAITÔ, LUÍS KAWARA e JOÃO YAMAGÚCCHI. Todos eles foram beatificados em 1867 pelo papa PIO IX.
Deste grupo figuram nesta obra: a 22 de maio, o Beato Padre JOÃO BAPTISTA MACHADO DE TÁVORA; a 20 de Junho, o beato Padre FRANCISCO PACHECO; a 7 de Julho, o Beato PADRE DIOGO DE CARVALHO: a 7 e 28 de setembro o Beato Padre VICENTE DE SANTO ANTÓNIO, O. S. A; e a 18 de Novembro, o beato DOMINGOS JORGE.


AMBRÓSIO FERNANDES, Beato



Nasceu en Xisto, localidade do Porto, Portugal em 1551. Tendo sido soldado na Índia, dirigiu-se como mercador para o Japão, onde entrou na Companhia de jesus, após um naufrágio, do qual escapou quase milagrosamente, com toda a mercadoria. Como homem experiente do mundo, desempenhou, na Ordem, alguns cargos de responsabilidade até que, sobrevindo a perseguição, foi preso juntamente com o beato CARLOS SPÍNOLA, S. J..
assavam de 30 os confessores da fé concentrados na prisão de Omura, onde sofreram quatro anos de tormentos os que chegaram ao fim, antes que chegasse o martírio das covas, catanas, cruzes, lanças, fogo ou gelo. Em tão atrozes sofrimentos naquela prisão, o segundo a sucumbir  foi o irmão AMBRÓSIO FERNANDES, com 69 anos de idade e 43 de vida religiosa e missionária.
Assim conta, em resumo, o beato Padre CARLOS SPÍNOLA o trânsito do venerando ancião: 
«Com o vento desnevado daquele dia 7 de janeiro de 1620, o Irmão caiu meio paralítico e sem fala. tendo-se confessado e comungado naquele mesmo dia, perguntei-lhe se morria satisfeito por amor de Cristo. respondeu apenas que se fizesse, em tudo, a santíssima vontade de Deus.
Mais lhe disse, se queria armar-se, para o último combate, com a santa unção dos doentes. respondeu com o seu último SIM. Administrada esta já quase de noite enquanto todos cantavam salmos e ladainhas, com semblante alegre e angélico voou o santo Irmão para a companhia dos Anjos e dos Santos.
Por fim, como melhor conclusão, entoámos ainda o Salmo "Laudate Dominum", admirando o termo e a coroa da vida tão santa e sacrificada dum Irmão missionário, tão amável e amado de todos».
Os mais que continuaram encarcerados, foram levados ao martírio em Nagasáqui, a 10 de setembro de 1622, sendo uns queimados e outros decapitados.


TIAGO BERTHIEU, Beato


Em Ambiatibes, Madagáscar, São TIAGO BERTHIEU presbitero da Companhia de Jesus e mártir que, tanto na paz como na guerra, trabalhou incansavelmente pelo Evangelho e, apesar de ter sido expulso três vezes das missões, preso por homens armado e repetidamente instado sem êxito à apostasia foi finalmente assassinado em ódio à fé cristã. (1896)




LEÃO MANGIN, MODESTO ANDLAUER e REMÍGIO ISORÉ, Padre PAULO DENN, PEDRO TCHOU-YEU-SINN, ANA WANG,  ANDRÉ WANG, MARCOS KI, neto de oito anos, FRANCISCO  e 55 companheiros, Beatos

   

Boxers ou pugilistas foi o nome dado por um jornal inglês a China aos membros da associação revolucionária secreta "Punhos da Justiça e da Concórdia»: chamaram-se deste modo por causa do seu exercício diário de ginástica, reforçadora das almas. 
(Ver também em 8 de Julho, Beatos GREGÓRIO GRASSI e 28 companheiros).

O anti-estrangeirismo dos Boxers revelou-se desde 1898. Em 1900, subiam a 741 562 os católicos chineses; e LEÃO XIII beatificara 19 mártires do celeste Império. Dando-se profunda crise política, económica e administrativa, entrava em 1900 com a fome, e aumentando o descontentamento do «povo da cabeleira negra», devido à penetração da influência política e do capital estrangeiro, entraram em acção explosiva os Boxers. A missão jesuítica, mais tarde chamada de Sien-Hsien, foi a primeira a ser atacada pelos Boxers.
Começaram por limitar-se a molestar os cristãos. Mas perante a deslocação de tropas das 8 nações aliadas (europeias e estadudinense) destinada a proteger os seus súbditos e embaixadores, a luta dos Boxers estendeu-se a tudo o que fosse estrangeiro. São saqueados em Pequim os bairros europeus e cristãos. É declarada guerra às sobreditas nações aliadas, que felizmente não se generalizou. Mas no Shanshi houve chacina de centenas de católicos. A paz só foi assinada em Setembro de 1901.
Entretanto, a Igreja Católica contara em 1900, martirizados pelos Boxers e pela organização feminina paralela, 5 Bispos, 29 sacerdotes europeus, 9 irmãs europeias, 3 irmãos auxiliares e de 20 a 30 000 católicos chineses. O processo informativo na Congregação Romana, então chamada dos Ritos, a respeito de 2055 destes heróis da fé, terminou em Agosto de 1930, tendo já PIO XII beatificado, entre eles, 4 padres franceses e 52 fiéis (3 dos quais catecúmenos). As florescentes missões protestantes honram-se, nessa altura, também,m com grande número de mártires.
Muito brevemente, vamos apresentar alguns dos 56 sobreditos mártires:

Em U-i, na tarde de 19 de Junho de 1900, foram mortos na capela da residência, os Padres Jesuítas MODESTO ANDLAUER e REMÍGIO ISORÉ.
Em Tchou-kia-ho, os Boxers e tropas regulares chineses penetraram na aldeia e depois na igreja, a 20 de Julho de 1900. Encontraram esta cheia de fiéis presididos por 2 Padres da Companhia de Jesus, acompanhados por catequistas. Depois de convites ao povo para que evitasse a morte saindo do templo, o Padre PAULO DENN entoou a confissão em chinês, a que todos se associaram. Já tinha havido um disparo geral contra a multidão. Em seguida, foram alvejados os dois Padres que se encontravam à frente do altar. O Padre DENN ainda conseguiu levantar-se e pôs-se de joelhos diante do Superior, INÁCIO MANGIN, para lhe pedir uma última absolvição; caiu à segunda descarga. E o Padre MANGIN, estando ajoelhado diante da cruz e movendo ainda os lábios, foi atingido por um segundo projéctil. os Boxeres lançaram depois contra os cristãos palha a arder, o que motivou um incêndio do tecto da Igreja, enchendo-se tudo de chamas e fumo.
Entre os que puderam escapar-se da igreja em chamas, contava-se um rapaz de 19 anos, PEDRO TCHOU-YEU-SINN. Um  general apertou-lhe paternalmente os pulsos e insistiu muito para que renegasse a fé. Mas o rapaz acabou por dizer: 
«Grande homem, não podeis renegar o vosso pai nem a vossa mãe. Também eu não posso renegar o meu Deus». 
Então, o oficial, aborrecido, exclamou: «Vai-te daqui, estúpido, que não és outra coisa». E mandou decapitá-lo.

Em Ma-kia-tchoang, a 21 de Julho, bastava aos cristãos entrar na casa onde estavam os soldados para serem julgados apóstatas da fé cristã. ANA WANG, de 14 anos, insistiu com a mãe e sobretudo com a madrasta para que não se expusessem voluntariamente, mas não conseguiu, nem duma nem doutra, o que tanto desejava. A noite foi de oração para os fiéis perseverantes, oração sempre dirigida, aliás, por ANA; estavam todos virados para Weits-unn, onde estava o sacrário. No dia seguinte, foram, com uma multidão de pagãos, para o local onde haviam de ser mortos. 
«Antes de nos matar, esperai um instante», disse ANA
E cantou, com as companheiras de martírio, algumas orações. Depois veio a execução, também de ANDRÉ WANG, de 9 anos, mantido carinhosamente pela mãe entre os mártires. ANA, a última, foi convidada pelo comandante: 
«Se apostatares, oferecer-te-ei um rico noivado e viverás feliz». 
«O meu noivo já o tenho. Está em Weits-unn». 
Aludia a Jesus, que habitava lá no tabernáculo da igreja. o Boxer puxou da espada, ANA pôs-se de joelhos e repetiu com um sorriso de felicidade: 
«A porta do céu está aberta», e acrescentou «Jesus, Jesus». No instante seguinte, rolava-lhe no chão a cabeça, e a alma subia ao céu.

Quando, sobrevindo em 1901 a paz religiosa, se quis desenterrar os cadáveres das vítimas, os olhares da grande multidão reunida puderam ver, sem que tivessem apodrecido, os membros e as cabeças dos mártires. os pagãos gritaram: «Milagre, milagre!», ao mesmo tempo que os cristãos choravam de alegria.

MARCOS KI de 60 anos, descendente de antiga família cristã convertida em 1650, médico, administrador da cristandadezinha de Yet-tcheang-t'eu, fumava nada menos que ópio, e tinha-se resignado a sofrer a sua escravidão do maldito yinn (tirania do ópio). Resistiu, caiu, voltou a resistir, e caiu muitas vezes, até que o yinn o dominou. O missionário, no principio, absolvera-o repetidamente; mas, por último, sendo grave o escândalo, proibiu-lhe receber a Sagrada Comunhão. «Ah! - costumava repetir ele - tenho apenas uma esperança de salvação, o martírio!; sem o martírio, não conseguirei encontrar a porta do paraíso!».
Este comportamento, que se diria paradoxal, durou 30 anos; depois o Senhor tomou-lhe a palavra. na manhã de 7 de Julho de 1900, cerca de 200 Boxeres entraram pela aldeia. MARCOS e os seus, 13 pessoas, refugiaram-se num cemitério. mas foram traídos e levados presos. Incitado por amigos e apostatar para defender a vida e os seus, respondeu: 
«Somos cristãos há dois séculos. O nosso Cristianismo vai tão longe como a dinastia Ming: preferimos a morte à apostasia; não podemos renegar a nossa fé». 
A resposta da autoridade consistiu numa folha vermelha com a sentença: «Estes pronunciaram palavras de soberba; sejam portanto, levados à porta principal e decapitados».
Num dos carros que o transportavam, o neto de oito anos, FRANCISCO, pergunta a MARCOS
«Para onde nos levam, avô?». 
O velho apontou para o céu e respondeu: 
«Voltamos a casa, meu menino!». 
E pôs-se a entoar as invocações da ladainha mariana, a que todos respondiam: «Rogai por nós!».
Chegados ao lugar do suplício, MARCOS disse aos seus: 
«Meus filhos, Não temais! O paraíso está aberto e próximo». 
Seguindo-se novo convite de apostasia, MARCOS responde por todos: 
«É inútil voltar à nossa decisão; queremos todos subir ao paraíso». depois pediu, como favor único, ser decapitado em último lugar; queria estar certo de que nenhum tinha faltado ao seu reencontro no além.
Quando os espectadores viram que até as crianças (desde os quatro anos) estendiam serenamente o pescoço ao fio da espada, disseram entre si: «Com certeza, devem ter bebido». Terminada a execução, foram-se embora os Boxeres. E abriram-se três fossos: dois para os corpos e um para as cabeças cortas.
PAULO que fugiu do cemitério, asseverava que todas as noites, na hora de oração, invocava com todos os seus a intercessão dos seus mártires de família, sobretudo de MARCOS seu pai e chefe dos Kis cristãos.
O que muito resumidamente dissemos é a prova mais enérgica das palavras do bispo Lécroat
«Quando o mundo conhecer a história dos mártires da Boxe, ficará pasmado vendo assim renovada a história da Igreja Primitiva».


RODOLFO ACQUAVIVA, FRANCISCO ARANHA, AFONSO PACHECO, Padre PEDRO BERNO e Padre ANTÓNIO FRANCISCO e Companheiros, Beatos

      

A península de Salsete está no Sul de Pangim e tinha nos fins do século XVI uns 90 000 habitantes em 66 baldeias. A Companhia de Jesus começou aí a pregar o Evangelho, encontrando grandes dificuldades, por parte sobretudo dos numerosos brâmanes da região. Ainda assim, por 1570 havia já uns 2 000 cristãos com cinco igrejas, a principal dedicada a Nossa Senhora, junto à fortaleza de Rachol.
Desejando o vice-rei Dom António de Noronha acabar com a idolatria na região, mandou arrasar os pagodes. E, em seguida, o Provincial da Companhia de Jesus enviou cinco religiosos para a implantação mais completa do Evangelho. Eram os Padres. RODOLFO ACQUAVIVA e AFONSO PACHECO de conhecidas famílias, respectivamente da Itália e da Espanha; PEDRO BERNO italo-suíço e os portugueses Padre ANTÓNIO FRANCISCO e Irmão FRANCISCO ARANHA.
Foram recebidos muito hostilmente. RODOLFO foi sujeito a cutiladas numa perna, no pescoço e no ombro, sendo-lhe em seguida o peito atravessado por uma estocada. Ao irmão FRANCISCO ARANHA feriram-lhe o pescoço e deram-lhe uma lançada; mas foi o último a morrer, tendo sido muito tentado para que adorasse um ídolo. O Padre PEDRO BERNO foi também ferido na cabeça , alanceado e muito afrontado, em paga do que fizera aos ídolos. Mas o padre PACHECO era quem mais aborreciam, por ter agenciado em Lisboa a proibição do restauro dos pagodes em Salsete. Foi agredido em último lugar o Padre ANTÓNIO FRANCISCO de 30 anos de idade e 12 de vida religiosa: um gentio partiu-lhe a cabeça e ele recebeu ainda outras feridas.
Todos estes martírios foram infligidos a 15 de Julho de 1583. A semente dos mártires frutificou imediatamente: no mesmo ano converteram-se três aldeias juntas; 1600 almas. Os cinco jesuítas foram beatificados em 1893 por LEÃO XIII.


MAXIMINO, Santo



Em Aix-la-Provence, na Provença - Gália hoje França, São MAXIMINO a quem se atribuem os inóíios da fé cristã nesta cidade (data incerta)



GILDARDO, santo



Em Ruão, na Gália hoje França, São GILDARDO bispo (511)



MEDARDO, Santo


Em Soissons, na Gália hoje França São MEDARDO bispo de Saint-Quentin que, depois de ter sido arrasada a sua cidade, transferiu a sede episcopal para Noyon onde trabalhou com  todo o empenho para converter o povo das superstições pagãs à doutrina de Cristo., (561)



FORTUNATO, Santo



Em Fano, no Piceno hoje nas Marcas - Itália, São FORTUNATO bispo que se medicinou diligentemente à redenção dos cativos. (séc. VI)



 CLODOLFO, Santo



Em Metz, na Austrásia hoje França, São CLODOLFO bispo , filho de Santo ARNOLDO e conselheiro do rei. (660)




GUILHERME FITZHERBERT


Em York , Inglaterra, São GUILHERME FITZHERBERT bispo homem afável e pacifico que, injustamente deposto da sua sede episcopal, se recolheu entre os monges de Winchester e, restituído à sua sede, perdoou aos inimigos e restabeleceu a paz entre os cidadãos. (1154)


JOÃO DAVY, Beato


Em Londres, o Beato JOÃO DAVY diácono da Cartuxa de Londres e mártir que, no treinado de Henrique VIII por causa da sua fidelidade
à Igreja e ao Pontifice Romano, foi duramente torturado no cárcere e aí morreu de fome. (1537)


MARIA TERESA CHIRAMEL MANKIDIYAN, Beata


Em Kuzhikkattussery, no Kérala, Índia, a Beata MARIA TERESA CHIRAMEL MANKIDIYAN virgem, eminente pela sua vida eremítica  e austera penitência , que procurou a Cristo nos mais pobres e mais abandonados e fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família. (1926)



NICOLAU DE GÉSTURI (João Medda), Beato


Em Cagliári, na Sardenha -. Itália, o Beato NICOLAU DE GÉSTURI (João Medda) religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que, sempre pronto para ajudar os indigentes, com o exemplo da sua virtude e da sua bondade estimulou muitos outros à prática da caridade para com os pobres. (1958)

 ... E AINDA  ...

ARMANDO DE ZIERIKZEE, Beato


Originario dell'isola di Schouwen nello Zeeland (Paesi Bassi), Armando nacque verso la metà del sec. XV. Entrato nelI'Ordine francescano, attese per lunghi decenni all'insegnamento della Sacra Scrittura, valendosi della sua buona conoscenza della lingua greca, ebraica e caldea. Frutto delle sue lezioni furono alcuni commenti a diversi libri della Bibbia, rirnasti inediti, mentre tre opere furono stampate ad Anversa nel 1534: Chronica compendiosissima ab exordio mundi ad annum 1534; De septuaginta hebdomadibus Danielis; De Sophi rege Persarum, hoste Turcarum. Il suo insegnamento, ancor prima di ogni pubblicazione, dovette avere una vasta eco, poiché il benedettino Butzbach così descrive il nostro beato: “Profondo nella Sacra Scrittura, non ignaro della filosofia secolare, di sottile ingegno, buon parlatore, di vita devota, inferiore solo al Tritemio”. Armando fu uno di quei religiosi ferventi che sperò di riformare l'Ordine francescano, senza ricorrere a divisioni. Fu questo l'ideale che informò la sua azione nel triennio in cui resse la provincia di Colonia come ministro. Ma trovò tale opposizione, che nel 1506 dovette rinunciare alla carica e, disilluso, si recò tra i Colettani di Lovanio passando con loro all'Osservanza. Già famoso per diversi titoli, Armando stupiva per il suo attaccamento all'umile vita comune, che lo portava a rifiutare persino i privilegi concessi comunemente ai “lettori”. Negli ultimi anni della sua vita, Armando fu afflitto dalla podagra e dalla chiragra, e fu pertanto costretto a dettare penosamente le ultime sue opere a uno scriba. Morì nel convento di Lovanio, nel 1524 secondo l'epitafio, nel 1534 secondo alcuni autori che fondano le asserzioni sul titolo della sua cronaca. E' ricordato, come beato, l'8 giugno nel Martirologio Francescano.

GIORGIO PORTA, Beato




Famosissimo commendatore del convento mercedario di San Lazzaro in Saragozza (Spagna), il Beato Giorgio Porta, fu anche redentore di schiavi e con grande misericordia ne liberò molti nella città di Granada. Nel 1481, assieme al commendatore di El Puig, Venerabile Luigi Ruiz, realizzò una redenzione ad Algeri in Africa, riscattando 56 schiavi; imbarcati per far ritorno in patria, furono costretti ad approdare a Maiorca per non morire in mare a causa di una furiosa tempesta, finché ripreso il viaggio giunsero felicemente a Barcellona. Il Beato Giorgio morì santamente nel suo convento di Saragozza.
L'Ordine lo festeggia l'8 giugno.
 

LUAITHRENN, Santa


anta Luaithrenn o Luadrenn è una vergine irlandese, che si presume sia vissuta nel VI Secolo.
Di questa santa non sappiamo nulla; sembra vivesse in povertà in una cella  a Killurin nella baronia di Corann, presso Ballymote di  Sligo.
Nei martirologi di Tallaght e di Gorman è commemorata nel giorno 8 giugno.


MADALENA DELLA CONCEZIONE, Beata



Soprannominata la Minore, la Beata Maddalena della Concezione, era monaca nel monastero mercedario dell'Assunzione in Siviglia (Spagna). Per tutta la vita manifestò grande carità e devozione verso le anime del purgatorio con un'ammirevole costanza nella preghiera.
Nell'ora della sua morte fu rallegrata dalla Madonna e con tanti meriti raggiunse la felicità eterna.
L'Ordine la festeggia l'8 giugno.



PIETRO DE AMER, Santo


Cavaliere laico, San Pietro de Amer, fu eletto Maestro Generale dell'Ordine Mercedario nel 1271, fu il primo legislatore e autore delle prime Costituzioni dell'Ordine e fu uno fra i più importanti Maestri Generali.
Fu anche redentore ed incrementò la fondazione di nuovi conventi in Spagna e Francia che in quel periodo fu notevole, si possono citare: Minorca (Santa Maria de Esteron), Ciudadella (Minorca), Burgos, Valladolid, Medina del Campo, Aurignac (Francia), Sanguesa (Navarra), Groin (Calahorra), Fuendedena, Beja (Portogallo), Soria, Toro, Elche, Oribuela, Almazan e Logrono. Egli governò con ammirevole prudenza e moderazione, quando in quel fine XIII° secolo, i chierici mercedari cominciavano a protestare per cambiare il regime dell'Ordine volendo come Maestro Generale un frate chierico e non più laico. Pieno di meriti morì nel convento di El Puig l'8 giugno 1301.
L'Ordine lo festeggia l'8 giugno.
 


STEFANO SANDOR, Beato


István Sandór era nativo della gloriosa terra degli Ungari, magiaro egli stesso, con il medesimo nome del duca cui papa Silvestro verso il 1000 conferì il titolo di Re Apostolico d’Ungheria, dopo che si era convertito al cristianesimo. Figlio di un popolo fiero, che mai si è del tutto piegato agli invasori: né agli ottomani, né agli Asburgo, né ai nazisti e nemmeno ai comunisti di Josif Vissarionovich Dzugasvili, detto Stalin. Ha sempre brigato o lottato apertamente per la propria indipendenza, contro tutto e contro tutti. Sandór portava con fierezza il sangue dei suoi avi: visse in anni difficili quando i rivolgimenti, gli attacchi improvvisi dei nemici, i voltafaccia dei governanti, le alleanze sbagliate, le guerre fredde e combattute, gli attentati, i capovolgimenti di fronte erano all’ordine del giorno.
István nacque a Szolnok il 26 ottobre 1914 da un ferroviere e una casalinga di solidissimi principi morali, praticanti un cristianesimo non di facciata ma profondamente sentito e vissuto. Stefano, il padre, e Maria Fechete, la madre, allevarono tre figli: Stefano, Giovanni e Ladislao. La scuola, i giochi, lo studio fecero loro trascorrere una giovinezza serena e normalissima, corroborata per Stefano (István in ungherese) da un carattere felice e altruista che lo spingeva ad aiutare i compagni in difficoltà, a trattenerli con giochi, racconti, piccole recite, passeggiate. Una quotidianità che a coloro che hanno iniziato a raccoglierne le memorie richiamava quella di Don Bosco. Fu chierichetto e paggetto del Sacro Cuore con i padri francescani di Szolnok, suo paese natale. Furono proprio loro, notando le sorprendenti attitudini del ragazzo, a consigliargli di farsi salesiano: la sua innata attitudine a dedicarsi ai giovani, a radunarli, ad intrattenerli con recite, canti e racconti, a farli giocare, insomma ad educarli, convinse i francescani a “dirottare” questa vocazione verso i figli di Don Bosco.
István prese sul serio quei consigli, perché era un giovane serio e motivato. Desiderò informarsi bene sulle persone che avrebbero potuto costituire la sua futura famiglia. Si avvalse del prezioso ausilio del Bollettino Salesiano: lo leggeva da cima a fondo, con interesse sempre crescente. Da questa rivista apprese di Don Bosco e delle sue strabilianti imprese, tanto quanto di quelle dei suoi figli. Poté apprezzare il suo metodo, sorprendersi del suo impegno costante e totale per la salvezza dei giovani, meravigliarsi del suo donarsi con gioia ai più poveri e bisognosi. Comprese che non era il suo ideale continuare a fare l’operaio delle ferrovie, come suo padre, mestiere che da qualche tempo aveva iniziato a fare. Don Bosco era ormai per lui una calamita che lo attirava sempre di più, finché riuscì a strappare il permesso ai genitori, dando così un’inversione ad U alla sua vita: nel febbraio del 1936 entrava per il periodo di aspirantato nella scuola tipografica del municipio di Rácospalota. I salesiani si entusiasmarono subito di questo giovane-capolavoro, tant’è che dopo solo un mese fu ammesso al noviziato.
Avevano però fatto i conti senza l’oste, come si suole dire: István venne ripetutamente chiamato sotto le armi fino al 1941. Si annunciavano tempi bui per la sua patria. Riuscì a fare il noviziato ma subito dopo dovette, suo malgrado, vestire la divisa del soldato. Per qualche tempo fu prigioniero degli americani in Germania, i quali nel 1945 lo rimandarono a casa. L’esperienza militare non aveva comunque scosso le sue convinzioni, che ne erano invece riuscite rafforzate: Stefano aveva fatto il salesiano anche sotto le armi, amico sincero dei suoi commilitoni, pronto al servizio, disponibile al colloquio, soprattutto spirituale. La trincea divenne così il suo oratorio. Ebbe anche parecchie decorazioni al valore. Rientrato a Rácospalota, divenne maestro di tipografia, capo dei chierichetti nel santuario del Sacro Cuore ed assistente all’oratorio sino alla forzata nazionalizzazione delle scuole. Quando lo stato nel 1949, sotto Mátyás Rákosi, incamerò i beni ecclesiastici, Sandór cercò di salvare il salvabile, almeno qualche macchina tipografica e qualcosa dell’arredamento che tanti sacrifici era costato. I religiosi si ritrovarono improvvisamente senza più nulla, tutto era diventato dello stato che sorvegliava e dirigeva ogni cosa. Lo stalinismo di Rákosi continuò ad accanirsi: i religiosi vennero dispersi. Senza più casa, lavoro, comunità, molti si ridussero allo stato di clandestini. Travestiti e trasformati, si adattarono a fare di tutto: spazzini, contadini, manovali, facchini, servitori… Anche István dovette “sparire”, lasciando la sua tipografia che era diventata famosa. Colto mentre stava cercando di salvare delle macchine tipografiche, dovette fuggire in fretta e rimanere nascosto per alcuni mesi, poi, sotto altro nome, riuscì a farsi assumere in una fabbrica di detergenti della capitale, ma continuò impavido e clandestinamente il suo apostolato, pur sapendo che era un’attività rigorosamente proibita.
Un brutto giorno di metà luglio la polizia politica lo prelevò nella fabbrica dove lavorava, lo trasferirono in prigione e nessuno ebbe più sue notizie. Esiste solo un documento ufficiale che parla di un processo e della sua condanna a morte. István venne impiccato la sera dell’8 giugno 1953 a Budapest, ma solo dopo il 1990 fu comunicata la sua esecuzione. Il luogo della sua sepoltura è rimasto a lungo ignoto.
La sua memoria non è però andata perduta ed i salesiani hanno ottenuto nel 2007 il nulla osta per avviare la sua causa di beatificazione. Riconosciuto il suo martirio in odium fidei da parte di Papa Francesco il 27 marzo 2013, il successivo 19 ottobre il coadiutore salesiano István Sandór ha potuto essere solennemente beatificato nella Basilica di Santo Stefano a Budapest.
L’Ispettoria salesiana ungherese “Santo Stefano Re” ha annunciato con grande gioia e commozione che, al termine di un lungo percorso di studi e di ricerche, è riuscita ad identificare e a portare alla luce le reliquie del Beato. I lavori di preparazione erano iniziati da oltre un anno, sotto la guida e la supervisione della dott.ssa Eva Susa, perito legale. In base ai documenti dell’epoca consultati, all’esperienza professionale e alle ipotesi avanzate, è stata maturata la convinzione, o almeno la forte speranza, che il corpo del martire fosse sepolto con i suoi compagni che condivisero quella tragica morte nel Nuovo Cimitero Pubblico di Budapest, e più precisamente collocato al posto 37, in seconda fila, nel loculo 301. Prima della sua beatificazione, la Congregazione Salesiana aveva tentato di recuperare il corpo del martire. Lo studio storico-archivistico della dott.ssa B. Varga Judit, pur non avendo conseguito un risultato definitivo, aveva contribuito in gran parte al lavoro attuale. In data 12 novembre 2018, alla presenza di studiosi e di professionisti esperti, si è potuto procedere all’apertura della tomba da dove sono state estratte le ossa appartenenti a sei scheletri completi. Lo studio antropologico eseguito sulle ossa si è svolto nel Laboratorio di Antropologia del NSZKK (Centro Nazionale Esperti e Ricerca). Il materiale genetico appartenente al martire è stato estratto a partire da una busta che era stata chiusa personalmente da lui e da un francobollo usato dal fratello. Le analisi del DNA sono state eseguite dalla dott.ssa Eszter Dudas. 
“Al termine di questi esami, eseguiti sotto stretto controllo specialistico, siamo lieti di annunciare che, sia da un punto di vista giuridico, sia forense, tra i resti dei sei soggetti rinvenuti siamo riusciti ad identificare quelli del beato Stefano Sándor, salesiano martire” ha affermato con soddisfazione don Pierluigi Cameroni, Postulatore Generale delle Cause dei Santi della Famiglia Salesiana. Successivamente, in base alle indicazioni della Santa Sede saranno fornite notizie riguardo l’autenticazione, la conservazione delle reliquie e le celebrazioni religiose.

Dalle lettere ai genitori del beato Stefano Sándor, martire. 

(Positio super martyrio, pp. 287-288; 290-291)



«Prego per voi ogni giorno e faccio menzione di voi ascoltando la santa Messa. Ma siamo tenuti a sopportare quel dolore con pazienza e senza lamentarci e a non dire una sola parola di protesta contro Dio per averci dato quella sofferenza. Tutti hanno da soffrire, i ricchi come i poveri. Nessuno può sottrarvisi. Ha sofferto perfino Gesù Cristo e la Vergine Madre. E per chi hanno sofferto loro che erano senza peccato? La sofferenza del Signore Gesù è cominciata fin dalla sua nascita ed è durata fino al Calvario, e così anche per la Madonna. E quanta pazienza il Padre celeste. Quante cose ci narra infatti la Via Crucis! Non dobbiamo forse sentir vergogna, sapendo che Gesù Cristo fu flagellato, coronato di spine, beffeggiato e bersagliato di sputi? Vedendo la croce, non s’impaurì, ma l’abbracciò e la baciò, pur prevedendo i tormenti che l’attendevano. Eppure non aveva nessuno accanto, salvo la Vergine Madre. Abbandonato perfino dai suoi Apostoli fidati, sembrava abbandonato da tutti, senza trovare misericordia neppure dal Padre Eterno; sicché messo in croce esclamò: “Padre mio, perché mi hai abbandonato?”. La gente attorno gli lancia insulti e vituperi, mentre Lui prega per loro: “Padre mio perdona loro, perché non sanno quel che fanno”. Gesù Cristo ha sofferto per noi, per farci pervenire al cielo, mentre noi non vogliamo soffrire per la nostra anima; eppure solo la sofferenza rassegnata conduce al cielo. Dobbiamo lasciarci animare dai tormenti del Signore Gesù; se la vita è difficile e piena di sventure, dobbiamo ricorrere a Lui che ci consolerà e ci darà la forza e la grazia di sopportare i nostri dolori. Dobbiamo riflettere che le sofferenze saranno seguite dalla beatitudine, che durerà eternamente. Dicevano i santi che per il cielo merita sopportare ogni pena…

Purtroppo devo anche comunicare una mia mancanza. Forse sembrerà che io abbia dimenticato il compleanno del mio caro babbo. Non l’ho affatto dimenticato nelle mie preghiere, né nella santa Comunione; ritengo che ciò valga di più di un dono costoso. Il mio spirito ha fatto il volo alla nostra casa accogliente ed ho dato sfogo all’affetto che mi colmava il cuore, ringraziandolo per tutto il bene che mi ha prodigato. Infatti, ripensando alla mia vita passata a casa, devo dire che mio padre mi ha amato come se fossi il suo unico figlio e non avesse nessuno all’infuori di me. E, quando una mattina di Avvento, firmò il suo consenso paterno, era evidente nel suo cuore di padre il dolore della separazione, ma era pronto a quel sacrificio per il bene che mi voleva e per vedere felice il figlio. Ora il babbo forse avrà già dimenticato quel giorno, ma a me viene spesso in mente, e so che, leggendo ora questa lettera, sentirà penetrargli nel cuore amorevole un segreto dolore; ma deve consolarsi, perché più è doloroso questo sacrificio, più è caro a Dio. Direi quasi che egli avesse obbligato Dio per avergli dato qualcosa di così grande e con un tale spirito di abnegazione, quale pochi genitori sarebbero capaci di fare, da offrire cioè al Signor Gesù quel che hanno di più caro. Il sacrificio di mio padre è simile a quello di Abramo, al quale Dio ha domandato la prova di sacrificare la vita del figlio per la sua gloria. Ma quello di mio padre è più meritevole, in quanto ad Abramo Dio non concesse di compierlo: gli mandò infatti un angelo per dirgli di sacrificare invece il montone trovato in un cespuglio. E se dovesse ancora sentire qualche dolore dovrà offrirlo per me, perché più sarà intenso e più mi migliorerà come religioso. Copro di tanti baci le mani del babbo sciupate dal lavoro e auguro che Dio lo faccia vivere seguendo la sua volontà, onde possiamo pervenire insieme alla beatitudine del cielo e adorarlo nell’eternità; così l’attuale separazione non darà più dolore, ma porterà una felicità ineffabile per l’eternità; che io possa diventare un religioso gradito a Dio e devoto al suo Sacro Cuore».



Preghiera per la Canonizzazione

O Dio onnipotente, Tu hai chiamato il tuo servo Stefano Sándor

a far parte della grande famiglia di San Giovanni Bosco.

L'hai guidato, con Maria Aiuto dei cristiani,

nella sua difficile missione per la salvezza delle anime

e nel sacrificio della sua vita per la gioventù ungherese.
Egli Ti ha testimoniato nel tempo della persecuzione della Chiesa,
ha promosso la stampa cattolica, il servizio all'altare
e l'educazione della gioventù.
Col suo spirito fedele e leale indica anche a noi
la via del bene e della giustizia.
Ti chiediamo di glorificarlo con la corona del martirio.
Per Cristo nostro Signore. Amen.



Autore: Don Fabio Arduino


Fonte:
Coloro che ricevessero grazie o favori per intercessione del Beato Stefano Sandor sono pregati di segnalarlo a postulazione@sdb.org


VITORINO, Santo




La vita di San Vittorino è strettamente legata a quella del fratello San Severino. Come lui, infatti, per essere perfetto seguì l'invito di Cristo e vendette tutto ciò che possedeva per distribuire il ricavato ai poveri. 
Per darsi completamente a Dio ed isolarsi maggiormente dal mondo, lasciò dopo qualche anno il fratello e si rifugiò alle grotte di Sant'Eustachio, dove poi sorgerà un eremo benedettino, quindi sui monti di Pioraco (MC). 
Vittima di forti tentazioni, si impose una dura e dolorosa penitenza: fece penzolare il suo corpo ad un albero con le mani strette fra due rami finché il fratello non andò a liberarlo. 
Quando morì, nel 538, gli abitanti di Pioraco raccolsero con grande venerazione le sue spoglie, gli dedicarono la loro chiesa e lo elessero a patrono della loro città. La sua immagine che fregiava lo stemma di quel comune, nel 1878 venne sostituita da un gambero rampante. 
La sua festa cade l'8 giugno.



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Localização do Bairro do Viso - Porto 




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Os textos são recolhidos prioritariamente do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial de Braga (os mais descritivos, até com imagens) e os restantes do 

MARTIROLÓGIO ROMANO
Ed. Conferência Episcopal Portuguesa - MMXIII

e ainda eventualmente através dos sites:


 Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, 


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Também no que se refere às imagens que aparecem aqui no fim das mensagens diárias, são recolhidas aleatoriamente ou através de fotos próprias que vou obtendo, ou transferindo-as das redes sociais e que creio, serem livres. 
Quanto às de minha autoria, (que serão diferentes e versando diversos temas - diariamente) não 
são colocados quaisquer entraves para quem quiser copiá-las




BOM ANO DE 2019


  






Pedra de onde nasce água

Parque de Nossa Senhora da Saúde


Carvalhos - Vila Nova de Gaia

ANTÓNIO FONSECA

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