40 Santos e Beatos
Nº 941
ASCENSÃO DO SENHOR
Hoje nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao Céu; suba também com Ele o nosso coração. Ouçamos o que diz o Apóstolo: Se ressuscitastes com Cristo, saboreai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus; aspirai às coisas do alto, não às da terra (Col. 3, 1-2). E assim como Ele subiu ao céu sem Se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora não se tenha realizado ainda no nosso corpo o que nos está prometido. Ele já foi elevado ao mais alto dos céus; e, contudo, continua a sofrer na terra através das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Disso deu testemunho quando Se fez ouvir lá do céu, dizendo: Saulo, Saulo, porque Me persegues? (Act 9, 4). E noutra ocasião: Tive fome e destes-Me de comer (Mt 25, 35). Porque não havemos também nós, enquanto trabalhamos ainda sobre a terra, de descansar já com Cristo no céu, por meio da fé, esperança e caridade que nos unem ao nosso Salvador? Cristo está no céu, mas está também connosco pela sua divindade, pelo seu poder, pelo seu amor; nós, embora não possamos realizar isso pela divindade, como Ele, podemos realizá-lo ao menos pelo amor para com Ele. Ele não Se afastou do céu quando de lá baixou até nós; também não Se afastou de nós quando de novo subiu ao céu. Ele mesmo afirma que Se encontrava no céu quando vivia na terra, ao dizer: Ninguém subiu ao céu, a não ser Aquele que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu (cf. Jo 3, 13). Isto foi dito para significar a unidade que existe entre Ele, nossa cabeça, e nós, seu corpo. E ninguém senão Ele podia realizar esta unidade que nos identifica com Ele mesmo, porque Ele Se fez Filho do homem por causa de nós, e nós por meio d’Ele nos tornámos filhos de Deus. Neste sentido, diz o Apóstolo: Assim como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também é Cristo (1 Cor 12, 12). Não diz: «Assim é Cristo»; mas diz: Assim também é Cristo. Portanto, Cristo é um só corpo, formado por muitos membros. Desceu, pois, do céu por misericórdia e ninguém mais subiu senão Ele, porque nós estamos n’Ele pela graça. E desta maneira, ninguém mais desceu senão Cristo e ninguém mais subiu além de Cristo; e isto não quer dizer que a dignidade da cabeça se confunde com a do corpo, mas que a unidade do corpo não se separa da cabeça. (Dum sermão de Santo Agostinho) – Livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também, www.es.catholic e www.santiebeati.it
SÃO BONIFÁCIO
Mártir (675-754)
São Bonifácio chamava-se Winfrido e nasceu de família saxónica emigrada, no ano de 675, no reino de Wesse (Inglaterra). desde os sete anos, cresceu no mosteiro de Nutscell. Aos 20 anos era já mestre famoso, que os abades entre si disputavam para dar aos seus monges o ensino religioso e profano. fundou e organizou a Igreja alemã; reformou a Igreja franca; colocou Pepino, o Breve, no trono. Por isso e pelos laços que estabeleceu entre os Anglo-Saxões, o papado e os Francos, elaborou a unidade da Igreja que iriam realizar os Carolíngios. «Sem Bonifácio, Carlos Magno não teria sido possível», escreve um historiador recente. Aos 40 anos querem-no fazer abade, mas ele sonha com o apostolado missionário. Sabe que no centro e norte da Europa há muitos povos bárbaros que não conhecem a Cristo e quer levar-lhes a luz da fé. Havia então duas Alemanhas: a Germânia «bárbara», formada pela Frísia e pela Saxónia, e a Germânia «romana», englobando a Renânia, a Turíngia, a Baviera, a Vestefália, o Vurtemberg e o Hesse. A primeira tinha ficado pagã, a segunda, excepto nalguns locais, tinha-o voltado a ser. De 719 a 742, com o apoio de Carlos Martelo (741), Bonifácio conseguiu recristianizar a Germânia romana. A sua atividade como magistrado no Continente Europeu divide-se em tês períodos. No primeiro período (716-722), chegou à Frísia cheio de entusiasmo, mas na hora menos favorável. Os seus trabalhos ficam quase estéreis por causa da guerra entre Ratbodo e Carlos Martelo. passa a Roma para receber a missão do Papa; vai em seguida à Turíngia e à província do Reno, prega em Hesse e convence-se de que, para o bom resultado dos seus trabalhos, necessita da dignidade episcopal e do auxilio dos reis francos. O segundo período (722-738) caracteriza-se pelos triunfos e pelas missões felizes. Em fins de 723 está de novo em Roma, convidado por Gregório II, que o sagra Bispo de todas as terras do norte e lhe muda o nome de Winfrido para o de Bonifácio.
Bonifacio de Crediton, Santo
Dotado de cartas de recomendação e duma coleção de cânones, torna a pregar com melhores resultados em Hesse, onde muitos abjuraram dos seus erros. Havia aqui uma árvore gigantesca, a que os pagãos chamavam, azinheira de Tor; encontrava-se no meio do campo de Geismar. Era objecto de culto supersticioso havia séculos. Bonifácio resolvera derribá-la . Uma multidão de pagãos estava disposta a matar o missionário. O Santo apareceu entre eles sem a menor demonstração de temor; dirigiu-se para a árvore sagrada e aos primeiros golpes desencadeou-se um vendaval que atirou com a azinheira por terra. A multidão convenceu-se da vacuidade dos seus erros e da verdade da religião de Bonifácio, e em massa pediu o Baptismo. Estendeu em seguida os seus trabalhos à Turíngia, ajudado por muitos monges anglo-saxões que sem parar acorriam à sua chamada. Fundaram-se mosteiros como os de Fritzlar e Fulda, igrejas e bispados. Gregório nomeou São Bonifácio arcebispo. Da Inglaterra chegaram-lhe reforços constantes de sacerdotes e pregadores, paramentos, sinos e sobretudo livros. A abadessa Eadburga foi encarregada de copiar as epístolas de S. Paulo com letras de ouro, «para honrar as Santas Escrituras diante dos olhos carnais dos pagãos». O terceiro período (738-754) é o da organização. Em 738 esteve de novo em Roma. Nomeado Vigário Apostólico da Alemanha, consagrou-se à organização daquela jovem Igreja, dividindo as dioceses, formando as províncias eclesiásticas, celebrando sínodos, dando leis e ditando ordens. Sobretudo esforçou-se por restabelecer união estreitíssima das Igrejas alemãs com Roma. Em 748 considera terminada a sua tarefa e fixa-se em Mogúncia; mas, inclinado para as missões, voltou à Frísia, onde tinha derramado os primeiros suores. Em 754, achacoso e doente , embarcou para Utrecht, onde converteu muitos milhares de pessoas. A 5 de Junho deviam estas receber a imposição das mãos. Tudo estava preparado para a Missa Pontifical. Mas, em vez dos neófitos, chegaram guerreiros, dispostos a acabar com o Apóstolo. Lançaram-se sobre ele e mataram-no. O corpo foi recolhido pelos cristãos e levado para Mogúncia. A seu lado e tingido com o seu sangue, encontrou-se uma cópia do livro de Santo Ambrósio sobre as vantagens da morte. Antes de partir para a sua última missão na terra, tinha dito aos discípulos: «Vou-me porque o dia do meu trânsito está próximo. Desejo ansiosamente esta partida e nada me pode apartar dela. Preparai, pois, todas as coisas e no cofre dos livros metei o lençol, em que haveis de envolver-me o corpo». Foi morto a 7 de Junho de 754. Segundo a sua vontade, foi sepultado em Fulda (Hesse), onde ainda agora se efetua a reunião anual dos bispos da Alemanha. São Bonifácio é apóstolo completo; não lhe faltou nem o heroísmo do mártir, nem a intrepidez do missionário, nem a grandeza do bispo, nem a força dos milagres e da palavra, nem a bela auréola da graça e da bondade, que soube adaptar-se à sua época para dominá-la e torná-la cristã. Pio IX estendeu o seu oficio litúrgico a toda a Igreja. www.jesuitas.pt Ver também http://es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it
Fernando de Portugal, Beato
Filho de João I de Portugal, empregava desde muito jovem seus rendimentos pessoais no resgate de cativos cristãos das mãos sarracenas. Parte em 1434, com seu irmão Henrique o Navegador a uma expedição contra Marrocos, então em mãos de uma dinastia de piratas. ¿Acaso seria uma premonição sobre a situação actual? Nada novo há sob o sol. O certo é que a expedição foi um fracasso e a armada lusitana teve de render-se e deixar Fernando como garantia de pagamento de enormes quantidades de dinheiro. As Cortes de Portugal, depois de nove anos de negociações, deixaram morrer de disenteria e em mãos do inimigo a seu príncipe. Fernando viveu como escravo, encadeado e obrigado aos mais sujos trabalhos. Suportou sua desdita com dignidade e pôs sua esperança em Deus com enorme integridade, sem renunciar à fé nem a uns compatriotas tão esquecidos de sua terrível sorte. As fontes históricas muçulmanas falam de sua vida edificante ou da veneração que suscitava nos mais piedosos habitantes de Fez. Fernando optou pela pobreza, castidade e obediência, em radical fidelidade a sua própria consciência. Seu cadáver esquartejado apodreceu pendurado nas torres das muralhas. Deveria ser padroeiro dos milhões de escravos que ainda restam no mundo; o dos heróis olvidados pelos seus, ou melhor, dos que são vítimas dos vaivéns políticos. Quando o sacerdote dom Pedro Calderón de la Barca chegou ao céu, foi recebido por Fernando grato por essa maravilha de drama chamada O Príncipe Constante. http://es.catholic.net/santoral
SÃO DOROTEU, o Moço
Monge
Bispo e Mártir
S. Doroteu, o Moço, viveu no começo do século XI; seu pai, de família nobre, exercia uma magistratura; passou Doroteu a juventude em Trebizonda, Turquia, no Mar Negro, onde nascera. Aos doze anos, tendo compreendido que os pais já andavam a pensar em casá-lo e que não poderia opor-se a tal projecto, fugiu da casa paterna e conseguiu ser recebido no mosteiro da Natividade, em Amisa, cidade à beira-mar; lá brilhou pela inteligência e por todas as virtudes. tendo sido ordenado sacerdote, não deixou um só dia de dizer Missa, durante a qual uma chama sobrenatural aparecia no seu rosto. Uma visão convidou-o a funda ou restaurar, numa colina vizinha, um mosteiro em honra da Santíssima Trindade. Não teve no principio senão um companheiro, fornecido pelo abade, mas depois vieram outros a juntar-se-lhes; deu-lhes a regra de Santo Arsénio, por ele reformada; os monges não deviam ocupar-se materialmente senão do que é absolutamente necessário para manter a vida. Viveu lá, em Chiliocomo, sem nunca sair, sendo favorecido pelas graças mais altas da contemplação. Antes da morte que previra, passou pelas celas de todos os irmãos a pedir-lhes perdão. Morreu sossegadamente , rodeado pelos monges; havia 62 anos que recebera o sacerdócio. Os Gregos celebram-no a 5 de Janeiro. www.jesuitas.pt Ver também http://es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it
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Recolha, transcrição e tradução de espanhol (parcial) para português por
António Fonseca
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