Nº 959-2
NOTA ESPECIAL:
Embora no calendário civil – pelo menos em Portugal – esta seja uma Festa móvel, sendo hoje dia 23 de Junho, DIA SANTO DE GUARDA, o texto que vai aqui editado, vem publicado no livro A RELIGIÃO DE JESUS, do dia 26 (Domingo) (…!…).
De qualquer modo, apesar de o publicar hoje neste blogue, vou repeti-lo também no próximo Domingo, para respeitar o que está no livro…
Os meus cumprimentos. António Fonseca
959-2
Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com:
tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, directamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
23 de Junho – CORPO DE DEUS
Jo 6, 51-58
«Eu sou o Pão vivo que desceu do Céu. Se alguém comer deste Pão viverá eternamente; e o Pão que Eu hei-de dar é a minha Carne pela vida do mundo». Discutiam então os judeus uns com os outros, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a comer a Sua carne?» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue tem a vida eterna e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha carne é, em verdade, uma comida e o Meu sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o Meu sangue fica em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também o que Me come viverá por Mim. Este é o Pão que desceu do Céu; não é como aquele que os vossos comeram, e morreram; o que come deste Pão, viverá eternamente».
1. A Eucaristia é, segundo o concílio Vaticano II, “fonte e o cume de toda a evangelização” (PO 5, 2). Esta fórmula resume o posto central e culminante que ocupa a Eucaristia na vida da Igreja e dos cristãos. Daí, a importância determinante que tem a Eucaristia na religiosidade cristã. A fé na Eucaristia, a experiência da presença de Jesus nela, e a espiritualidade que estas convicções têm gerado em todos os crentes, tem sido, ao longo da história, uma fonte de força interior e de generosidade que merece nossa adesão e há-de ser uma das convicções para a vida dos cristãos.
2. Mas a Eucaristia tem sofrido tais mudanças, desde Jesus até este momento, que resulta simplesmente irreconhecível. Porque passou a ser, de uma “ceia que recreia e enamora” (S. João da Cruz) a ser uma cerimónia religiosa, que cada dia se entende menos e interessa a menos pessoas. Não se sabe quando deixou de ser uma ceia de intimidade e amor se converteu num ritual sagrado. O que sabemos é que, no século VIII, o ritual separou-se dos fiéis, seguiu “dizendo-se” em latim ainda que as pessoas começassem a falar as línguas actuais, era “dita” por um sacerdote de costas para o povo, e era “ouvida” por um povo que começou a interessar-se sobretudo em “ver a hóstia consagrada”; daí, a partir do século XIII, as procissões com a Sagrada Hóstia, que se faziam sempre que havia tormentas ou calamidades públicas, e os fiéis interessados em que o sacerdote mantivesse as mãos ao alto para ver a hóstia o maior tempo possível. Além disso, os teólogos de então disseram que o especifico do sacerdote é o poder de consagrar na missa. Com o que a Eucaristia deixou de ser um acto da comunidade e passou a ser um privilégio do clero.
3. Assim, o “milagre”, o “mistério” e a “autoridade” prevaleceram. Porque são “as três forças capazes de subjugar para sempre a consciência dos fracos” (F. Dostoyewsky). E isso nos restou; missas com que o clero mantém seu poder e suas vantagens (também económicas), e a que assistem normalmente pessoas mais velhas e a que resulta difícil entender a missa, actos sociais para luzimento de alguns ou liturgias pomposas que ninguém sabe para que servem. Não é urgente que entre todos renovemos a experiência original da Ceia de Jesus?
Compilação por
António Fonseca
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