quinta-feira, 30 de maio de 2013

CORPO DE DEUS - Quinta-feira - 30 DE MAIO DE 2013

Em virtude de hoje se celebrar em todo o Mundo católico (salvo algumas poucas excepções...) a Festa do Corpo de Deus, que este ano e nos próximos 4 anos, terá que ser celebrada no Domingo seguinte, por imposição absurda da Troika e do Governo Português (e com o beneplácito da CEP) - (alegando motivos económicos; produtividade, etc., desculpas aleatórias, que não têm qualquer fundo de realidade), resolvi de motu-próprio publicar neste dia, o texto abaixo, que irá ser re-publicado novamente no próximo Domingo dia 2 de Junho. Os meus cumprimentos a todos os leitores. AF.


Quinta-feira de Corpus Christi (ou CORPO DE DEUS)
Festa do Corpo e Sangue de Cristo, da presença de Jesus Cristo na Eucaristia. 30 de Maio de 2013

Jueves de Corpus Christi

Quinta-feira 
CORPO DE DEUS



Explicação da festa


Corpus Christi é a festa do Corpo e do Sangue de Cristo, da presença de Jesus Cristo na Eucaristia.

Neste dia recordamos a instituição da Eucaristia que se levou a cabo em Quinta-feira Santa durante a Última Ceia, ao converter Jesus o pão e o vinho em seu Corpo e em seu Sangue.

É uma festa muito importante porque a Eucaristia é a prenda maior que Deus nos deu, movido por querer ficar connosco depois da Ascensão.

Origem da festa:

Deus utilizou a santa Juliana de Mont Cornillon para propiciar esta festa. A santa nasce em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas monjas Agostinhas em Mont Cornillon. Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Por diferentes intrigas teve que sair do convento. Morreu em 5 de Abril de 1258, na casa das monjas Cistercienses em Fosses e foi enterrada em Villiers.

Juliana, desde jovem, teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre desejou que houvesse uma festa especial em sua honra. Este desejo se intensificou por uma visão que ela teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significava a ausência de esta solenidade.


Ela fez conhecer suas ideias a Roberto de Thorete, que era então bispo de Liège, também ao douto Dominicano Hugo, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos; a Jacques Pantaleão, nesse tempo arquidiácono de Liège, depois bispo de Verdun, Patriarca de Jerusalém e finalmente ao Papa Urbano IV. O bispo Roberto se impressionou favoravelmente e como nesse tempo os bispos tinham o direito de ordenar festas para suas dioceses, invocou um sínodo em 1246 e ordenou que a celebração se fizesse no ano seguinte; também o Papa ordenou, que um monge de nome João devia escrever o oficio para essa ocasião. O decreto está preservado em Binterim (Denkwürdigkeiten, V.I. 276), junto com algumas partes do oficio.

O bispo Roberto não viveu para ver a realização de sua ordem, já que morreu em 16 de Outubro de 1246, mas a festa se celebrou pela primeira vez pelos cânones de São Martinho em Liège. Jacques Pantaleão chegou a ser Papa em 29 de Agosto de 1261. A eremita Eva, com quem Juliana havia passado um tempo e que também era fervorosa adoradora da Santa Eucaristia, insistiu com Enrique de Guelders, bispo de Liège, que pedisse ao Papa para estender a celebração ao mundo inteiro.

Urbano IV, sempre sendo admirador desta festa, publicou a bula “Transiturus” em 8 de Setembro de 1264, na qual, depois de ter exaltado o amor de nosso Salvador expresso na Santa Eucaristia, ordenou que se celebrasse a solenidade de “Corpus Christi” no dia de Quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade, ao mesmo tempo outorgando muitas indulgências a todos os fiéis que assistissem à santa missa e ao ofício. Este ofício, composto pelo doutor angélico, Santo Tomás de Aquino, por petição do Papa, é um dos mais formosos no breviário Romano e tem sido admirado inclusive por Protestantes.

A morte do Papa Urbano IV (em 2 de Outubro de 1264), um pouco depois da publicação do decreto, obstaculizou que se difundisse a festa. Mas o Papa Clemente V tomou o assunto em suas mãos e no concilio geral de Viena (1311), ordenou uma vez mais a adopção desta festa. Publicou um novo decreto incorporando o de Urbano IV. João XXII, sucessor de Clemente V, instou a sua observância.

Nenhum dos decretos fala da procissão com o Santíssimo como um aspecto da celebração. Sem embargo estas procissões foram dotadas de indulgências pelos Papas Martinho V e Eugénio IV e se fizeram bastante comuns a partir do século XIV.

A festa foi aceite em Cologne em 1306; em Worms adoptaram-na em 1315; em Estrasburgo em 1316. Em Inglaterra foi introduzida através da Bélgica entre 1320 e 1325. Nos Estados Unidos e em outros países a solenidade celebra-se no domingo depois do domingo da Santíssima Trindade.(*)
(*) - (Aqui está possivelmente, a justificação para que a Conferência Episcopal Portuguesa, tenha acedido à imposição da mudança desta Festividade, de 5ª feira para Domingo, durante 5 anos, a partir deste ano?), o que quanto a mim, é um pouco rebuscada... mas que se há-de fazer? (A. Fonseca)

Na Igreja grega a festa de Corpus Christi é conhecida nos calendários dos sírios, arménios, coptas, melquitas e os rutínios de Galicia, Calábria e Sicília.

O Concilio de Trento declara que muito piedosa e religiosamente foi introduzida na Igreja de Deus o costume, que todos os anos, determinado dia festivo, se celebre este excelso e venerável sacramento com singular veneração e solenidade, e reverente e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos. Nisto os cristãos atestam sua gratidão e recordação por tão inefável e verdadeiramente divino benefício, pelo que se faz novamente presente a vitória e triunfo da morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: www.corazones.org

O milagre de Bolsena

No século XIII, o sacerdote alemão, Pedro de Praga, deteve-se na cidade italiana de Bolsena, enquanto realizava uma peregrinação a Roma. Era um sacerdote piedoso, mas duvidava nesse momento da presença real de Cristo na Hóstia consagrada. Quando estava celebrando a Missa junto à tumba de Santa Cristina, ao pronunciar as palavras da Consagração, começou a sair sangue da Hóstia consagrada e salpicou suas mãos, o altar e o corporal.

O sacerdote estava confundido. Quis esconder o sangue, mas não pôde. Interrompeu a Missa e foi a Orvieto, lugar donde residia o Papa Urbano IV.
O Papa escutou o sacerdote e mandou uns emissários a fazer uma investigação. Ante a certeza do acontecimento, o Papa ordenou ao bispo da diocese levar a Orvieto a Hóstia e o corporal com as gotas de sangue.


Organizou-se uma procissão com os arcebispos  cardeais e algumas autoridades da Igreja. A esta procissão, se uniu o Papa e pôs a Hóstia na Catedral. Actualmente, o corporal com as manchas de sangue exibe-se com reverência na Catedral de Orvieto.

A partir de então, milhares de peregrinos e turistas visitam a Igreja de Santa Cristina para conhecer onde ocorreu o milagre.

Em Agosto de 1964, setecentos anos depois da instituição da festa de Corpus Christi, o Papa Paulo VI celebrou Missa no altar da Catedral de Orvieto. Doze anos depois, o mesmo Papa visitou Bolsena e falou na televisão para o Congresso Eucarístico Internacional. Disse que a Eucaristia era “um maravilhoso e inacabável mistério”.

Tradições mexicanas de Corpus Christi

Esta festa tradicional data do ano 1526. É costume render culto ao Santíssimo Sacramento na Catedral de México. O centro da festividade era a celebração solene da Missa, seguida de uma imponente procissão que partia de Zócalo, em que a Sagrada Eucaristia, transportada pelo arcebispo sob o pálio, era escoltada por autoridades vice reais, cabido, confrarias, exército, clero e povo. Havia também representações teatrais alusivas, e música especial.

Os camponeses traziam em suas mulas alguns frutos de suas colheitas para as oferecer a Deus como sinal de agradecimento. Isto deu origem a uma grande feira que congregava artesãos e comerciantes de diferentes locais do país, que traziam mercadorias no lombo de mula (frutos da temporada e artefactos que transportavam em cestos).

Contam que um homem, chamado Ignácio, tinha dúvidas acerca de sua vocação sacerdotal e em Quinta-feira  de Corpus Christi pediu a Jesus Cristo que lhe enviasse um sinal. Ao passar o Santíssimo Sacramento frente a Ignácio na procissão, Ignácio pensou: "Se aí estivesse presente Deus, até as mulas se ajoelhariam" e, nesse mesmo instante, a mula do homem se ajoelhou. Ignácio interpretou isto como sinal e entregou sua vida a Deus no sacerdócio e se dedicou para sempre a transmitir aos outros as riquezas da Eucaristia.

Assim foi como surgiram as mulitas elaboradas com folhas de plátano secas com pequenos cestos de doces de coco ou de frutas, de diversos tamanhos.
Pôr-se uma mulita à entrada ou comprar uma mulita para adornar a casa, significa que, em igual à mula de Ignácio, nos ajoelhamos ante a Eucaristia, reconhecendo nela a presença de Deus.

Esta festa se celebra cada ano em QUINTA-FEIRA depois da Santíssima Trindade. Leva-se a cabo na Catedral e as crianças vestem-se de índios para agradecer a infinita ternura de Jesus. Se vendem mulitas com grande colorido.

Se desejas compartilhar connosco alguma tradição de Corpus Christi de teu país escreve-nos

Diversas maneiras de celebrar esta festa

Participar na procissão com o Santíssimo


A procissão com o Santíssimo consiste em fazer uma homenagem agradecida, pública e multitudinária da presença real de Cristo na Eucaristia.  É costume sair em procissão o Santíssimo Sacramento pelas ruas e praças ou dentro da paróquia ou Igreja, para afirmar o mistério de Deus connosco na Eucaristia.
Este costume ajuda a que os valores fundamentais da fé católica se acentuem com a presença real e pessoal de Cristo na Eucaristia.

A Hora Santa

É uma maneira prática e muito bela de adorar a Jesus Sacramentado. O Papa João Paulo II a celebrava, igual ao que a maioria das Paróquias de todo o mundo, à Quinta-feira ao anoitecer, para demonstrar a Cristo Eucaristia amor e agradecimento e reparar as atitudes de indiferença e as faltas de respeito que recebe de qualquer um e dos demais homens. 

Consiste em realizar uma pequena reflexão evangélica, em presença de Jesus Sacramentado e, no final, se rezam umas ladainhas especiais para lhe demonstrar a Jesus nosso amor.

Pode-se celebrar de maneira formal com o Santíssimo Sacramento solenemente exposto na custódia, com incenso e com cânticos, ou de maneira informal com a Hóstia dentro do Sacrário. Qualquer das duas maneiras agrada a Jesus.
Se inicia com a exposição do Santíssimo Sacramento ou, em sua substituição, com uma oração inicial a Jesus Cristo estando todos ajoelhados frente ao Sacrário.

Em continuação, se procede à leitura de uma passagem do Evangelho e ao comentário do mesmo por parte de algum dos participantes.
Logo depois, se reflecte adorando a Jesus, Rei do Universo, na Eucaristia.

Termina-se com as invocações a as ladainhas correspondentes e, no caso de que a Hora Eucarística se haja feito diante do Santíssimo solenemente exposto, o sacerdote dará a bênção com o Santíssimo; em caso contrário, se finaliza a Hora Santa com uma prece conhecida de agradecimento.

Recordar em família o que é a Eucaristia.

  1. ¿Que é a Eucaristia?
    Eucaristia é um dos Sete Sacramentos. Nos recorda o momento em que o pão e o vinho se convertem no Corpo e no Sangue de Cristo. Este é o alimento da alma. Assim como o nosso corpo necessita de comer para viver, nossa alma necessita comungar para estar sã. Cristo disse: "O que come Minha Carne e bebe Meu Sangue, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia."

  2. ¿Em que nos ajuda a Eucaristia? 

    Todos queremos ser bons, ser santos e nos damos conta de que o caminho da santidade não é fácil, que não bastam nossas forças humanas para o conseguir.  Necessitamos da força divina, de Jesus.  Isto só será possível com a Eucaristia.  Ao comungar, nos podemos sentir outros, já que Cristo vai viver em nós. Poderemos dizer, com São Paulo: "Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo quem vive em mim."

  3. ¿Em que parte da Missa se realiza a Eucaristia? 

    Depois de rezar o Credo, levam-se a cabo: o ofertório, a consagração e a comunhão.

    Ofertório: É o momento em que o sacerdote oferece a Deus o pão e o vinho que serão convertidos no Corpo e no Sangue de Cristo. Nós podemos oferecer, com muito amor, toda nossa vida a Deus nesta parte da Missa.
    Consagração: É o momento da Missa em que Deus, através do sacerdote, converte o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Neste momento nos ajoelhamos como sinal de amor e adoração a Jesus.  Deus feito homem, que se faz presente na Eucaristia.
    Comunhão: É receber a Cristo Eucaristia em nossa alma, o que produz certos efeitos em nós:

    1. nos une a Cristo e à sua Igreja,
    2. une aos cristãos entre si,
    3. alimenta nossa alma,
    4. aumenta em nós a vida de graça e a amizade com Deus,
    5. perdoa os pecados veniais,
    6. nos fortalece para resistir à tentação e não cometer pecado mortal.

  4. ¿Que condições põe a Igreja para poder comungar? 

    A Igreja nos pede duas condições para receber a comunhão:

    1. Estar em graça, com nossa alma limpa de todo o pecado mortal.
    2. Cumprir o jejum eucarístico: não comer nada uma hora antes de comungar.

  5. ¿Quando posso receber a Comunhão Sacramental? 

    A Igreja recomenda receber a Comunhão sempre que formos a Missa. É obrigação receber a Comunhão, ao menos, uma vez por ano no tempo de Páscoa  que são os 50 dias compreendidos entre o Domingo de Ressurreição e o Domingo de Pentecostes.

  6. ¿Que fazer depois de comungar?

    Se recomenda aproveitar a oportunidade para rogar a Deus, nosso Senhor,  todo o que queiramos: o que nos alegra, o que nos preocupa; dar-lhe graças por todo o bem que nos há dado; dizer-lhe o muito que o amamos e que queremos cumprir com sua vontade; pedir-lhe que nos ajude a nós e a todos os homens; oferecer-lhe cada acto que façamos em nossa vida.

  7. ¿Que fazer quando não se pode ir comungar?

    Se pode levar a cabo uma comunhão espiritual. Isto é receber a Jesus em tua alma, rezando a seguinte oração:

    "Creio, meu Jesus, que estás realmente presente no Santíssimo Sacramento do altar.
    Amo-Te sobre todas as coisas e desejo ardentemente receber-te dentro de minha alma,
    mas não o podendo fazer sacramentalmente,
    vem ao menos espiritualmente a meu coração.
    Fica comigo e não permitas que me separe de ti.
    Ámen"


    http://www.es.catholic.net/santoral

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    ANTÓNIO FONSECA

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