Nº 1692-4
Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
24 de Junho de 2013
Segunda-feira - SÃO JOÃO BAPTISTA
Lc 1, 57-66.80
Nascimento de João - Chegou entretanto o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes sabendo que o Senhor manifestara nela a Sua misericórdia rejubilaram com ela. Ao oitavo dia vieram, circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias; mas, tomando a palavra a mãe disse: «Não, há-de chamar-se João». Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome !» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Este, pedindo uma placa, escreveu: «O seu nome é João». E todos se admiraram. Imediatamente abriu-se-lhe a boca, a língua desprendeu-se-lhe, e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos. Quantos os ouviam, retinham-nos na memória e diziam a si próprios: «Quem virá a ser este menino?» E de facto, a mão do Senhor estava com ele.
Entretanto, o menino crescia e o seu espírito robustecia-se. E viveu no deserto até ao dia da sua apresentação a Israel.
1 – Precisam-se de profetas! Sim.
Nestes tempos de crise, de tantos sofrimentos, tempos de milhares de perguntas e de quase nenhuma resposta, agora precisamente é quando com mais urgência necessitamos de profetas. O que se passa é que ser profeta não é um ofício, não é uma profissão, não é trabalho, nem bem nem mal pago. A personalidade do profeta é única, desconcertante, desajustada a tudo e a todos. E deste modelo de personalidades é de onde podemos esperar alguma solução nestes tempos que correm.
2 – Ninguém discute que João Baptista foi um profeta, e mais que um profeta (Mt 11, 9). Jesus chegou a dizer dele: «Vos asseguro que não nasceu de mulher ninguém maior do que João Baptista» (Mt 11, 11). Este homem, com efeito, rompeu todos os modelos. Seu pai era um sacerdote de Israel, mas João, como lhe correspondia, negou-se a ser sacerdote. Seu pai estava vinculado ao templo e ao culto sagrado, mas João foi para o deserto, lugar de solidão, de perigo e tentação. Seu pai oficiava perante o altar, mas João abandonou o altar e conviveu com feras e demónios, como se pensava então de quem ia para o deserto. Quando, já adulto, se apresentou em Israel, vestido de forma extravagante, alimentado penosamente, como uma voz que clama no deserto foi, como bem se disse, um heraldo com autoridade, mas sem credenciais. Um homem que não revelava verdades universais, mas sim concretas do seu tempo. A sua aparição e o discurso do profeta provocam uma circunstância de crise. O profeta, não só responde à crise, mas também com sua vida e sua palavra gera a crise. (W. Brueggemann).
3 – João o fez admiravelmente. Provocou a crise, gerou a crise e respondeu à crise. Fez tudo isto com a sua admirável e provocadora liberdade, frente ao poder "sem vergonha" da corrupção que lhe custou a vida (Mt 14, 1-12; Mc 6, 14-29; Lc 9, 7-9). Estamos vivendo uma situação de mudanças tão rápidas e tão profundas que vão muito mais além da economia. Morre uma cultura e está nascendo outra. Agora, mais que nunca na história das civilizações, necessitamos de homens criativos, livres, audazes. Sobretudo, personalidades sem medo. Não podemos, cada um, aproximarmo-nos disso, ou pelo menos, prepará-lo?
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