quinta-feira, 15 de junho de 2017

CORPO DE DEUS (CORPO E SANGUE DE CRISTO) - 15 DE JUNHO DE 2017 - QUINTA-FEIRA



QUINTA-FEIRA
CORPO DE DEUS ou
CORPUS CHRISTI



Hoje 15 de Junho de 2017, celebra-se a QUINTA-FEIRA DO CORPO DE DEUS ou CORPUS CHRISTI - já desde 1282.

Decisões políticas discutíveis
(que nunca apoiei, - antes pelo contrário - ) determinaram que nos anos de 2014 e 2015, este dia não tivesse sido considerado, Dia Santo de Guarda ou feriado Nacional, em Portugal.
Felizmente já em 2016 voltou a ser Dia Santo.



 A seguir transcrevo o texto editado no LIVRO DOS SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:





FESTA DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO


Na sua viagem apostólica à Espanha, na visita à Igreja da Adoração Nocturna em Madrid, no dia 31 de Outubro de 1982, proferiu o Santo Padre JOÃO PAULO II a seguinte homilia, seguida duma fervorosa oração:


«Encontro-me feliz, junto de Jesus Sacramentado, convosco, membros da Adoração Nocturna Espanhola que, com tantos outros cristãos unidos a vós em diversos rincões de Espanha, tendes profunda consciência da estreita relação existente entre a vitalidade espiritual e apostólica da Igreja e a Sagrada Eucaristia.
Com as vossas vigílias de adoração tributais homenagem de fé e amor ardentes à presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo neste Sacramento, com o seu Corpo e Sangue, Alma e Divindade, sob as espécies consagradas.
Esta presença recorda-nos que o Deus da nossa fé não é um ser distante, mas um Deus muito próximo, cujas delícias são estar com os filhos dos homens (cf. Prov. 8, 31). 
Um Pai que nos envia o seu Filho, para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância (cf. Jo 10, 10). Um Filho, e Irmão nosso, que, mediante a sua Encarnação, se fez verdadeiramente Homem, sem deixar de ser Deus, e quis permanecer entre nós "até ao fim do mundo" (cf. Mt 28, 20).
Compreende-se pela fé que a Sagrada Eucaristia constitui o maior dom que ofereceu Cristo e oferece continuamente à sua esposa. É a raiz e o ápice da vida cristã e de toda a actividade da Igreja. É o nosso maior tesouro que encerra "todo o bem espiritual da Igreja" (Presbyterorum ordinis, 5). Deve ela cuidar zelosamente de tudo o que se refere a este mistério e afirmá-lo na sua integridade, como ponto central e prova de autêntica renovação espiritual pelo último Concílio.
Nesta Hóstia consagrada compendiam-se as palavras de Cristo, a vida oferecida ao Pai por nós e a glória do seu Corpo ressuscitado. Nas vossas horas diante da Hóstia santa compreendestes que esta presença do Emanuel, Deus connosco, é ao mesmo tempo mistério de fé, dom de esperança e a fonte da caridade com Deus e entre os homens.
Mistério de fé, porque o Senhor crucificado e ressuscitado está realmente persente na Eucaristia, não só durante a celebração do Santo Sacrifício, mas enquanto subsistem as espécies sacramentais.
O nosso louvor, adoração, acção de graças e petição à Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, enraízam-se neste Mistério de fé.
Esta mesma presença do Corpo e Sangue de Cristo, sob as espécies do pão e do vinho, constituem uma articulação entre o tempo e a eternidade, e proporcionam-nos o dom da esperança que anima o nosso caminhar.
A Sagrada Eucaristia, de facto, além de ser testemunho sacramental da primeira vinda de Cristo, é contemporaneamente constante anúncio da sua segunda vinda gloriosa, no fim dos tempos.
Dom da esperança futura e alento, também esperançoso, para a nossa caminhada rumo à vida eterna. Diante da Sagrada Hóstia voltamos a escutar as doces palavras: «Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, e aliviar-vos-ei" (Mt 11, 28).
A presença sacramental de Cristo é também fonte de amor. Porque "amor com  amor se paga", dizeis nestas terras de Espanha.
Amor, em primeiro lugar, ao próprio Cristo. O encontro eucarístico é, de facto, encontro de amor. Por isso torna-se imprescindível aproximarmo-nos d'Ele com devoção e purificarmo-nos de todo o pecado grave.
E amor aos nossos irmãos. Porque a autenticidade da nossa união com Jesus sacramentado deve traduzir-se no nosso verdadeiro amor a todos os homens, começando por aqueles que estão mais perto. Deverá ser notado no modo de tratar a própria família, companheiros e vizinhos; no empenho por viver em paz com todos; na prontidão para se reconciliar e perdoar quando for necessário. deste modo, a Sagrada Eucaristia será fermento de caridade e vínculo da unidade da Igreja, desejada por Cristo e propugnada pelo Concilio Vaticano II,
Termino estimulando-vos, queridos adoradores e filhos todos de Espanha, à profunda piedade eucarística. esta aproximar-vos-á cada vez mais do Senhor. E pedir-vos-á o oportuno recurso à confissão sacramental, que leve à Eucaristia, como a Eucaristia conduz à confissão. Quantas vezes a noite de adoração silenciosa poderá ser também o momento propício do encontro com o perdão sacramental de Cristo!
Essa piedade eucarística há-de centrar-nos principalmente na celebração da Ceia do Senhor, a qual perpetua o seu amor imolado na cruz. Mas tem um lógico prolongamento - do qual vós sois testemunhas fieis - na adoração a Cristo neste divino Sacramento, na visita ao Santíssimo, na oração diante do sacrário, além de outros exercícios de devoção, pessoais e colectivos, privados e públicos, que tendes praticado durante séculos. Esses, que o último Concílio ecuménico recomendava vivamente e aos quais repetidas vezes eu mesmo exortei (cf., por exemplo, Dominicae cenae, 3; Homilia em Dublin, 29.9.79).
"A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico. Jesus espera-nos neste Sacramento do Amor. Não poupemos tempo para ir encontrá-Lo na adoração, ma contemplação transbordante de fé e aberta a reparar as graves faltas e delitos do mundo. Jamais cesse a nossa adoração" (Dominicae cenae, 3). E nessas horas junto do Senhor, recomendo-vos que peçais particularmente pelos sacerdotes e religiosos, pelas vocações sacerdotais e à vida consagrada.
Louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia».



Oração eucarística de JOÃO PAULO II


«Senhor Jesus! Apresentamo-nos diante de Vós, sabendo que nos chamais e que nos amais como somos. 
"Vós tendes palavras de vida eterna. E nós cremos e sabemos que Vós sois o Santo de Deus" (Jo 6, 69). 
A vossa presença na Eucaristia teve início com o sacrifício da última Ceia e continua como comunhão e doação de tudo o que sois.
Aumentai a nossa fé !
Por vosso intermédio e do Espírito Santo que nos comunicais, queremos chegar ao Pai para Lhe dizer o nosso "sim" unido ao vosso. 
Convosco já podemos dizer: 
"Pai nosso". 
Seguindo-Vos a Vós, "caminho, verdade e vida", queremos penetrar no aparente "silêncio" e "ausência" de Deus, rompendo a nuvem do Tabor, para escutarmos a voz do Pai que nos diz: 
"Eis o meu Filho, muito amado, em quem pus toda a minha complacência; ouvi-O" (Mt 17, 5). 
Com esta fé feita de escuta contemplativa, saberemos iluminar as nossas situações pessoais, assim como os diversos sectores da vida familiar e social.
Vós sois a nossa esperança, a nossa paz, o nosso Mediador, irmão e amigo.
O nosso coração enche-se de alegria e de esperança ao saber que viveis "sempre intercedendo por nós" (Heb 7, 25)
A nossa esperança traduz-se em confiança, gozo de Páscoa e caminho que se torna convosco mais abreviado rumo ao Pai.
Queremos sentir como Vós e valorizar as coisas como Vós as valorizais. Pois Vós sois o centro, o principio e o fim de tudo. Apoiados nesta esperança, queremos infundir ao mundo esta escala de valores evangélicos, pela qual Deus e os seus dons salvíficos ocupam o primeiro lugar no coração e nas atitudes da vida concreta.
Queremos amar como Vós, que dais a vida e Vos comunicais com tudo o que sois. Quiséramos dizer como São PAULO: "Para mim viver é Cristo" (Fl 1, 21). Sem Vós, a nossa vida não tem sentido. Queremos aprender a "estar com quem sabemos que nos ama", porque "com tão bom amigo presente, tudo se pode sofrer". Em Vós aprenderemos a unir-nos à vontade do Pai, porque, na oração, "o amor é que fala" (Santa Teresa).
Entrando na vossa intimidade, queremos adoptar determinações e atitudes básicas, decisões duradouras, opções fundamentais segundo a nossa própria vocação cristã.
Crendo, esperando e amando, nós Vos adoramos com uma atitude simples de presença, silêncio e espera, que quer ser também reparação, como resposta às vossas palavras: "Ficai aqui e vigiai comigo" (Mt 26, 38).
Vós superais a pobreza dos nossos pensamentos, sentimentos e palavras; por isso queremos aprender a adorar, contemplando o vosso mistério, amando-o tal como é e nada dizendo, com o silêncio de amigo e a presença de doação.
O Espírito Santo, que infundistes nos nossos corações, ajuda-nos a manifestar esses "gemidos inefáveis" (Rom 8, 26), que se traduzem em atitude agradecida e simples e no gesto filial de quem se contenta só com a vossa presença, o vosso amor e a vossa palavra. Nas nossas noites físicas ou morais, se estais presente e nos amais e falais, isso nos basta, embora, muitas vezes, não sintamos a consolação.
Aprendendo este mais além da adoração, estaremos na vossa intimidade ou "mistério"; e então a nossa prece converter-se-á em respeito pelo "mistério" de cada irmão e de cada acontecimento, para nos inserirmos no nosso ambiente familiar e social, e construirmos a história com o silêncio activo e fecundo que nasce da contemplação. Graças a Vós, a nossa capacidade de silêncio e de adoração converter-se-á em capacidade de amar e de servir.
Deste-nos a vossa Mãe como nossa, para que nos ensine a meditar e adorar o coração. Ela, recebendo a Palavra e pondo-a em prática, tornou-se a Mãe mais perfeita. Ajudai-nos a ser a vossa Igreja missionária que sabe meditar, adorando e amando a vossa Palavra, para a transformar em vida e comunicá-la a todos os irmãos. Ámen


(Ver também, a 5 de Abril, biografia de Santa JULIANA DE CORNILLON)




ANTÓNIO FONSECA


15 DE JUNHO DE 2017

Texto recolhido através do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga

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