domingo, 4 de junho de 2017

PENTECOSTES - DOMINGO - 4 DE JUNHO DE 2017




DOMINGO DE PENTECOSTES



Hoje 4 de Junho de 2017, celebra-se o Domingo de Pentecostes em toda a Igreja. A seguir transcrevo o texto editado no LIVRO DOS SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:





O ESPÍRITO SANTO

A 24 de Março de 1981, ao ocorrer o 1600º aniversário do I Concílio de Constantinopla e o 1500º aniversário do Concílio de Éfeso, dirigiu o Papa João Paulo II uma carta a todos os sacerdotes do mundo, na qual assim exalta a acção do Divino Espírito Santo na Igreja e na Encarnação do Verbo de Deus:

«Consumada a obra que o Pai confiara ao Filho para realizar na terra (cf. Jo 17, 4), foi enviado no dia de Pentecostes o Espírito Santo para santificar continuamente a Igreja, e para que os crentes tivessem, por Cristo, acesso ao Pai, num único Espírito (cf. Ef 2 18). É Ele o Espírito que dá a vida; é a fonte de água que jorra para a vida eterna (cf, Jo 4, 14; 7, 38-39); por Ele o Pai dá novamente a vida aos homens, mortos pelo pecado, até que um dia ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cf. Jo 4, 14; 7, 38-39).

O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cf. I Cor 3, 16; 6, 19), e ora neles e dá testemunho da sua adopção filial (cf. Gal. 4, 6; Rom 8, 15-16 e 26). Ele guia a Igreja à verdade total (cf. Jo 16.  13), unifica-a na comunhão e no mistério, dota-a e dirigi-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e embeleza-a com os seus frutos (cf. Ef 4, 11-12; I Cor 12, 4; Gal 56, 22). Com a força do Evangelho faz rejuvenescer a Igreja, renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo. Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cf. Ap 22, 17). Assim a Igreja universal apresenta-se como "um povo congregado na unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo"  (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. Lumen Gentium, n. 4). É esta a passagem certamente mais rica, mais sintética, embora não a única, que indica como no conjunto do ensino do Concílio Vaticano II, vive com, vida nova e brilha com esplendor novo a verdade sobre o Espírito Santo, à qual deu tão autorizada expressão, há 1600 anos, o I Concílio de Constantinopla.

Toda a obra de renovação da Igreja, tão providencialmente proposta e iniciada pelo Concílio Vaticano II - renovação que tem de ser simultaneamente «actualização» (aggiornamento) e consolidação naquilo que é eterno e constitutivo para a missão da mesma Igreja - não poderá nunca realizar-se senão no Espírito Santo; ou seja, com a ajuda das suas luzes e do seu poder. Isto é importante, mesmo muito importante para a Igreja universal e também para cada Igreja particular em comunhão com todas as outras Igrejas particulares. É importante também para a caminhada ecuménica no interior do Cristianismo e para a caminhada da Igreja no mundo contemporâneo, caminhada que deve orientar-se no sentido da justiça e da paz. É importante ainda para a obra das vocações sacerdotais e religiosas e, ao mesmo tempo, para o apostolado dos leigos, como fruto da nova maturidade da sua fé.

A Encarnação, a maior obra do Espírito Santo

As duas formulações do Símbolo Niceno-Constantinopolitano - "E encarnou pelo Espírito Santo... Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida" (Et incarnatus est de Spiritu Sancto... Credo in Spiritum Sanctum, Dominum et vivificatem) - recordam-nos também que a maior obra realizada pelo Espírito Santo, obra à qual todas as outras constantemente se referem, indo a ela haurir como a uma fonte, é precisamente a obra da Encarnação do Verbo Eterno, a obra do Espírito Santo no seio da Virgem Maria.
Cristo, Redentor do homem e do mundo, é o centro da história. "Jesus Cristo é o mesmo, ontem e hoje..." (Hebr 13, 8). Num momento em que os nossos pensamentos e os nossos corações se dirigem para Ele, nas perspectiva do segundo milénio prestes a encerrar-se e que nos separa da sua primeira vinda ao mundo, voltam-se também para o Espírito Santo, por obra do Qual se verificou a concepção humana do mesmo Cristo e voltam-se para Aquela, por quem foi concebido e de quem Ele nasceu: a Virgem Maria. Os aniversários dos dois grandes Concílios este ano comemorados orientam de modo especial os nossos pensamentos e os nossos corações para o Espírito Santo e para Maria, Mãe de Deus.
Ao recordarmos a grande alegria e mesmo alvoroço que suscitou há 1550 anos a profissão de fé na maternidade divina da Virgem Maria (Theotókos), compreendemos que naquela profissão de fé foi simultaneamente glorificada a particular obra do Espírito Santo: obra que inclui a concepção humana e o nascimento do Filho de Deus pelo poder do Espírito Santo, como, igualmente por obra do Espírito Santo, a maternidade santíssima da Virgem Maria. Esta maternidade é a fonte e o fundamento de toda a santidade excepcional, de Maria e da sua particularíssima participação em toda a economia da Salvação. Estabelece também permanentemente um vínculo materno entre Maria e a Igreja, devido ao facto de Ela ter sido escolhida pela Santíssima Trindade como Mãe de Cristo, o qual é "a cabeça do Corpo, que é a Igreja" (Col 1, 18). este vínculo revela-se particularmente aos pés da Cruz, onde Maria esteve, "padecendo acerbamente com seu Filho Unigénito, e associando-se com  coração de mãe ao sacrifício d'Ele..  Jesus Cristo, agonizante na Cruz, deu-a por Mãe  ao discípulo, com  estas palavras: «Mulher, eis aí o teu filho» (cf. Jo 19, 26-27) (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 58).
O mesmo Concilio Vaticano II sintetizou de modo feliz a relação indissolúvel de Maria com Cristo e com a Igreja. «Tendo sido do agrado de Deus não manifestar solenemente o mistério da Salvação humana antes que viesse o Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os Apóstolos "perseveram unanimemente em oração, com as mulheres, Maria, Mãe de Jesus e seus irmãos" (Act I, 14). Implorando Maria, com as suas orações, o dom daquele Espírito que já sobre si descera na Anunciação" (Conc. Ecum. Vaticano II, Const. dogm Lumen Gentium, n. 59). Com esta expressão, o texto do Concílio une entre si os dois momentos em que a maternidade de Maria está mais intimamente ligada com a obra do Espírito Santo: primeiro, o momento da Encarnação; e depois, o momento do nascimento da Igreja de Jerusalém.

Orações ao Espírito Santo

1. Ó Espírito Santo!
Dai-me um coração grande, aberto à vossa silenciosa e forte palavra inspiradora, fechado a todas ambições mesquinhas: alheio a qualquer desprezível competição humana: compenetrado do sentido da Santa Igreja!
Um coração grande, desejoso de se tornar semelhante ao Coração do Senhor Jesus!
Um  coração grande e forte para amar a todos, para servir a todos, para sofrer por todos!
Um coração grande e forte para superar todas as privações, todo o tédio, todo o cansaço, toda a desilusão, toda a ofensa!
Um coração grande e forte e constante até ao sacrifício, quando for necessário!
Um coração, cuja felicidade seja palpitar com o Coração de Cristo e cumprir, humilde, fiel e virilmente a Vontade Divina. Ámen. (Do Papa Paulo VI).

2. Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho, inspirai-me sempre:
o que devo pensar,
o que devo dizer e como devo dizê-lo;
o que devo calar,
o que devo escrever,
como devo agir
e como devo realizar tudo
a fim de promover a vossa maior Glória,
o bem das almas e a minha própria santificação. (Cardeal Verdier)

3. Ó Espírito Santo,
Espírito Divino de luz e de amor, eu Vos consagro a minha inteligência, o meu coração, a minha vontade, todo o meu ser no tempo e na eternidade. seja a minha inteligência sempre dócil às vossas celestes inspirações e à doutrina da Santa Igreja Católica, da qual sois infalível guia; seja o meu coração sempre inflamado de amor por Deus e pelo próximo; seja a minha vontade sempre conforme com a vontade divina, e toda a minha vida uma fiel imitação da vida e das virtudes de Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador, ao qual com o Pai e Convosco seja dada honra e glória para sempre. Assim seja.

Ó Espirito Santo
eu Vos adoro. esclarecei-me, guiai-me, fortalecei-me, consolai-me, dizei-me o que devo pensar, dizer, fazer e dai-me as vossas ordens; primeiro submeter-me a tudo o que desejardes de mim e aceitar tudo que permitirdes que me aconteça, fazei-me unicamente conhecer a vossa vontade e concedei-me a graça de a cumprir fielmente. (Do «santo" Padre Cruz).



ANTÓNIO FONSECA


4 DE JUNHO DE 2017

Texto recolhido através do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga


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