• Eugénio de Mazenod, Santo
Maio 21 - Bispo e fundador
Eugénio de Mazenod, Santo
Bispo
e Fundador dos Oblatos de María Imaculada
Carlos José Eugénio de Mazenod. Fundador dos Oblatos de Maria Imaculada, veio ao mundo em Aix-en-Provence (França), a 1 de Agosto de 1792, no seio duma nobre família. Por causa da revolução francesa, teve de emigrar com os seus em 1791 para Turim e Veneza, onde permanece 4 anos sob a direcção espiritual do douto e santo sacerdote Bártolo Zinelli. Em 1808, contra o parecer da mãe, que sonhava com um rico casamento para o filho, a fim de restabelecer a posição social da nobre família, entra no seminário de S. Sulpício, em Paris. recebeu a ordem sacra de presbítero em Amiens, a 21 de Dezembro de 1811. O que foi a sua vida como Padre e Bispo, é-nos revelado por Paulo VI na homilia de beatificação, a 19 de Outubro de 1975:
«Logo depois da revolução francesa, a Providência ia fazer dele um pioneiro da renovação pastoral. Quando voltou a Aix, depois da sua Ordenação, o Padre de Mazenod sentiu-se impressionado com os problemas urgentes da diocese: os jovens, a gente simples, os marginalizados, as populações rurais. Quis ser o Padre dos pobres e atraiu companheiros para o seu ideal. Foi o inicio de uma pequena Sociedade: os Missionários da Provença, que se tornariam os Oblatos de Maria Imaculada. Nomeado Vigário Geral e depois Bispo de Marselha, Monsenhor de Mazenod mostrou a plena medida de si mesmo. Construiu igrejas, criou novas paróquias, velou com energia e com afecto pela vida dos seus Padres, multiplicou as visitas pastorais e as pregações que causavam profunda impressão, frequentemente em língua provençal, intensificou a instrução catequética e as obras juvenis, recorreu às congregações dedicadas ao ensino e à assistência hospitalar, defendei os direitos da Igreja e da Sé de Pedro.
«A partir de 1841, os Oblatos de Maria Imaculada embarcaram para os cinco continentes e foram até aos confins das terras habitadas. O Nosso Predecessor Pio XI diria deles: “Os Oblatos, eis os especialistas das Missões difíceis!” E o Padre de Mazenod queria que eles fossem, perfeitos religiosos! Este Pastor e este Fundador, testemunhas autêntica do Espírito Santo, como definiu muito bem o senhor Arcebispo de Marselha no seu Boletim Diocesano, lançou a todos os baptizados, a todos os Apóstolos de hoje, um repto capital: deixai-vos envolver pelo fogo do Pentecostes, experimentareis o entusiasmo missionário». O Bispo Mazenod faleceu santamente em Marselha, a 21 de Maio de 1861. DIP 5, 1091-94; LÓSS. ROM. 26-10.1975. www.jesuitas.pt
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• Mártires Mexicanos do século XX
(São Cristóvão Magallanes e companheiros)
Maio 21 - 25 Mártires Mexicanos
Mártires Mexicanos do século XX (São Cristóvão Magallanes e companheiros)
Cristóbal Magallanes e 24 companheiros mártires
Em 1917 foi promulgada no México uma nova Constituição, firmada pelo presidente Don Venusiano Carranza. estava inspirada em princípios anticlericais e provocou uma era de violenta perseguição religiosa.
Em 1926, sob a presidência de Don Plutarco Elías Calles, a perseguição se faz mais violenta, com a expulsão de alguns sacerdotes, a clausura de escolas privadas e de obras de beneficência.
Foram muitos os fieis que sofreram o martírio por defender sua fé, de entre eles apresentamos agora a vinte e cinco que foram proclamados santos da Igreja por João Paulo II.
Os 25 santos canonizados em 21 de Maio de 2000 foram:
Mártires Mexicanos de século XX (São Cristóbal Magallanes e companheiros)
1 - Cristobal Magallanes Jara, Sacerdote; 2 - Roman Adame Rosales, Sacerdote; 3 - Rodrigo Aguilar Aleman, Sacerdote; 4 - Julio Alvarez Mendoza, Sacerdote; 5 - Luis Batis Sainz, Sacerdote; 6 - Agustin Caloca Cortés, Sacerdote; 7 - Mateo Correa Magallanes, Sacerdote; 8 - Atilano Cruz Alvarado, Sacerdote; 9 - Miguel De La Mora De La Mora, Sacerdote; 10 - Pedro Esqueda Ramirez, Sacerdote; 11 - Margarito Flores Garcia, Sacerdote; 12 - Jose Isabel Flores Varela, Sacerdote; 13 - David Galván Bermúdez, Sacerdote; 14 - Salvador Lara Puente, Laico; 15 - Pedro de Jesús Maldonado Lucero, Sacerdote; 16 - Jesus Mendez Montoya, Sacerdote; 17 - Manuel Morales, Laico; 18 - Justino Orona Madrigal, Sacerdote; 19 - Sabas Reyes Salazar, Sacerdote; 20 - Jose Maria Robles Hurtado, Sacerdote; 21 - David Roldan Lara, Laico; 22 - Toribio Romo Gonzalez, Sacerdote; 23 - Jenaro Sanchez Delgadillo; 24 - David Uribe Velasco, Sacerdote; 25 - Tranquilino Ubiarco Robles, Sacerdote
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• Paterno de Vannes, Santo
Maio 21 - Bispo
Paterno de Vannes, Santo
Bispo
Martirológio Romano: Em Dariorige (hoje Vannes), na Bretanha Menor, comemoração de santo Paterno, bispo, de quem se conta que neste dia foi ordenado bispo no concilio provincial reunido por são Perpétuo de Tours nesta mesma sede (c. 460-490).
Etimologicamente: Paterno = Padre, é de origem latino.
SÃO PATERNO DE VANNES nasceu provavelmente em Poitiers, França, e chegou a ser bispo de Vannes, nesse mesmo país.
A diferença dos demais bispos fundadores de dioceses na Bretanha, São Paterno não era de origem bretã. Por seu nome, sua origem talvez haja sido galo romano. Sem embargo se desconhecem muitos detalhes acerca de sua vida.
Ao que parece, um concilio do ano 465 celebrado por seis bispos resolveu a necessidade ou a contingência de nomear um bispo para Vannes, e o cargo recaiu em São Paterno.
Logo depois de fixar os limites do novo bispado, São Paterno enfrentou difíceis conflitos, tanto com os partidários de um cristianismo local de tradição celta, como os de um cristianismo de corte mais galo-romano.
Uma imigração de bretões que regressava da Grã Bretanha veio a complicar a situação, pois tinha que conciliar a gente com ideias e experiências distintas. Dentro deste contexto, São Paterno foi um artífice da unidade, e durante um tempo soube manter o equilíbrio com as distintas facções em pugna.
Sem embargo, as intrigas e a incompreensão o forçaram a demitir e a exilar-se, pelo que se retirou à solidão de uma eremita, onde morreu em penitência e em olvido total.
Em 1964, o papa Paulo VI declarou a São Paterno santo patrono da diocese de Vannes.
SÃO PATERNO DE VANNES nos ensina a importância de transmitir e manter a unidade entre grupos com interesses distintos.
• Manuel Gómez González, Beato
Maio 21 - Sacerdote e Mártir
Manuel Gómez González, Beato
Sacerdote e Mártir
Nasceu em 29 de Maio de 1877 em As Neves (cerca de Tuy, província de Pontevedra, Espanha). No dia seguinte foi baptizado na igreja paroquial. Era o filho primogénito de José Gómez Rodríguez e Josefa González Durán. Recebeu a confirmação em 20 de Setembro de 1878.
Depois dos estudos de primária em seu povo natal, entrou no seminário menor diocesano de São Pelayo, em Tuy. Logo passou ao seminário maior, onde fez os estudos de filosofia e teologia. Recebeu a ordenação sacerdotal em 24 de Maio de 1902.
Durante o breve período de tempo que permaneceu em sua diocese, exerceu o ministério sacerdotal como coadjutor na paróquia de As Neves, mas em 1905, com as devidas permissões, inseriu-se na vizinha arquidiocese de Braga (Portugal). Ali, seu primeiro cargo foi o de pároco de Nossa Senhora do Extremo, em Valdevez (1906-1911). Logo foi transferido para as paróquias de Taias e Barrosas, em Monção, onde esteve até 1913 quando, por causa da perseguição religiosa em Portugal, lhe permitiram partir para o Brasil.
En este nuevo destino, después de una breve estancia en Río de Janeiro, monseñor Miguel de Lima Valverde, lo acogió en la diócesis de Santa María (Rio Grande do Sul). Cuando el párroco de Saudade, João Antônio Faria, también él de la archidiócesis de Braga, tuvo que volver a Portugal por enfermedad de su padre, don Manuel lo sustituyó durante varios meses; al regresar don João, le ayudó como coadjutor hasta que, a fines del año 1915, el obispo nombró al padre Manuel párroco de Nonoai.
En su parroquia, que tenía una extensión inmensa, promovió y organizó la catequesis; impulsó la participación de los fieles en las santas misas y en los sacramentos. Con tenacidad y gran celo apostólico logró vencer la indiferencia de mucha gente; asimismo, contribuyó a mejorar la calidad de vida de los fieles.
Allí llevó a cabo una labor pastoral tan intensa que en ocho años cambió el rostro de la parroquia, cuidando también de los indios. Recorrió a lo largo y a lo ancho el territorio de su vasta parroquia, fundando pequeñas comunidades. Dado que no había escuelas en aquellos lugares, abrió una en su propia casa; en ella enseñaba gratuitamente a niños y adolescentes. Además, como había gran carestía de todo, con espíritu de iniciativa, construyó un horno para la fabricación de ladrillos; así pudo edificar la casa parroquial y viviendas para la población, que destinó a los más pobres, los cuales no necesitaban pagar alquiler. Restauró la iglesia y se esforzó por fomentar el cultivo de arroz y patatas.
Como atestiguan quienes le conocieron, era un sacerdote alegre y caritativo. Sufría con los que sufrían. Hacía siempre el bien. Sepultaba a los muertos y ayudaba a las viudas.
Carmelinda Daronch Socal, hermana del acólito Adílio, muerto mártir con don Manuel, atestiguó: "Era muy amable y respetado por todos. Era considerado la persona más importante del lugar. Aconsejaba a las personas. Era caritativo. Poseía un carisma muy especial. Don Manuel enseñaba a orar, a leer y a escribir. Sus misas eran muy hermosas. Yo participaba siempre en las celebraciones con mi familia".
Otra hermana de Adílio, Zolmira, también da un testimonio de su admiración por el santo párroco: "Don Manuel era una persona muy amiga de mi familia. Él y mi padre dialogaban con frecuencia. Fue él quien me dio la primera Comunión. Todos los parroquianos lo admiraban porque era una de las pocas personas que se preocupaba de la gente e instruía a los fieles. Don Manuel era simpático, amable, humilde; tenía buenas relaciones con todos. Era un hombre trabajador, recorría todos los lugares a lomos de su asno".
En varias ocasiones debió ocuparse incluso de la vecina parroquia de Palmeiras das Missões, en calidad de administrador, en la región de Colônia Militar, cerca del río Uruguay, en las inmediaciones de la frontera con Argentina. Fue precisamente en el territorio de esta segunda parroquia encomendada a su cuidado pastoral donde sufrió el martirio.
En el mes de mayo de 1924, el obispo de Santa María, monseñor Àtico Eusébio da Rocha, le pidió que fuera a visitar a un grupo de colonos brasileños de origen alemán instalados en la floresta de Três Passos. El padre Manuel celebró la Semana santa en la parroquia de Nonoai; luego emprendió el viaje, acompañado del joven Adílio, sin preocuparse de los peligros de esa región, sacudida por movimientos revolucionarios.
La primera etapa fue Palmeiras das Missões —distante 80 km—, donde administró los sacramentos. Prosiguió después su viaje hasta Braga y, luego, a Colônia Militar donde, el 20 de mayo de 1924, celebró por última vez la santa misa.
Los fieles indígenas avisaron al sacerdote del peligro que correría si penetraba en la floresta, pero él no les hizo caso, porque ardía en deseos de llevarles la gracia divina.
Al llegar a un emporio, en busca de informaciones sobre cómo llegar a los colonos de Três Passos, se encontraron con algunos militares que, amablemente, se ofrecieron para acompañarlos. En verdad, se trataba de una emboscada organizada premeditadamente. El padre Manuel y su fiel monaguillo Adílio, que entonces sólo tenía dieciséis años, en realidad fueron llevados a una zona remota de la floresta, donde los esperaban los jefes militares para asesinarlos.
Un testigo narra: "No había pasado media hora cuando repentinamente se escucharon varios disparos procedentes del bosque, a poca distancia de donde nos encontrábamos. Eran las nueve de la mañana del miércoles 21 de mayo de 1924. Nos preguntábamos a qué habían disparado los soldados. Luego, cuando, media hora después, volvieron los militares, nadie se atrevía a decir nada, por miedo a los revolucionarios, y menos a ir al bosque a averiguar lo que había pasado. Podía haber sucedido cualquier cosa.
Al día siguiente, jueves, por la tarde, aparecieron dos asnos sin aparejos, comiendo. El campesino del lugar, al no conocerlos, los echó de allí; por la tarde, llegaron a la tierra del señor Diesel, el cual reconoció que eran los asnos del sacerdote y del muchacho. Sin perder un instante, montó a caballo y fue de prisa hasta la capilla católica de Três Passos. Al llegar, preguntó: ¿Ha llegado el padre Manuel para celebrar la misa? Le respondieron que no. Entonces dedujeron que los habían matado en la floresta de Feijão Miúdo".
Efectivamente, don Manuel Gómez González y Adílio Daronch, en un altozano, habían sido maltratados, y luego atados a dos árboles y fusilados, muriendo así por odio a la fe cristiana y a la Iglesia católica.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
• Adilio Daronch, Beato
Maio 21 - Acólito, Mártir
Adilio Daronch, Beato
Nasceu em 25 de Outubro de 1908 numa família descendente de emigrantes de Itália. Seus avós, Sebastiano Daronch e Francesca Schena, chegaram ao Brasil em 1890, junto com seus filhos Luigi, Vincenzo, Giovanna Maria e Pietro, o pai de Adílio. Se estabeleceram perto de Rio de Janeiro, mas Pietro, à idade de 18 anos, se mudou para Dona Francisca (distante 30 km) para trabalhar como aprendiz de sapateiro e alabardeiro. Em 15 de Janeiro de 1905, se casou com Judithe Segabinazzi. O novo matrimónio se instalou e Dona Francisca, onde nasceram seus três primeiros filhos: Hermínia, Abílio Francisco e Adílio. Sem embargo, alguns anos depois, a família teve que se mudar para Passo Fundo e logo para Nonoai.
Pietro e Judithe formaram um ambiente familiar unido e profundamente religioso. Eram muito caritativos. Dado que tinham uma farmácia, aproveitavam a ocasião para ajudar a muitos enfermos que não tinham recursos: distribuíam medicinas, sobretudo no tempo da epidemia de febre espanhola, em 1918, que matou a milhões de pessoas em todo o mundo. Pietro morreu em 5 de Maio de 1923 e Judithe em 23 de Março de 1932.
Adílio era um menino simples e religioso. Gostava muito de orar e acompanhar ao pároco dom Manuel. Sobretudo o ajudava nas missas como acólito.
Quando dom Manuel recebeu o encargo de se dirigir à floresta de Três Passos, perto da fronteira com Argentina, para realizar uma visita pastoral a um grupo de colonos brasileiros de origem alemã, tinha decidido levar como acompanhante a Cândido dos Santos, mas este adoeceu. Então pediu a Judithe Daronch que lhe permitisse levar a seu filho Adílio. Assim a divina Providência conduziu ao jovem acólito até à glória do martírio.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
• Juan Mopinot (Irmão Leão), Beato
Maio 21 - Mártir Lassallista
Juan Mopinot (Irmão León), Beato
O Irmão Leão, era também da comunidade de Moulins e acompanhou na prisão ao Irmão Roger, seu Director.
Juan Mopinot, como se chamava civilmente, havia nascido em Reims, na paróquia de Santiago, de tantos recordações nas origens do Instituto dos Irmãos das Escolas Cristãs, em 12 de Dezembro de 1724. Foi baptizado pelo Padre Huberto Vuyart, sacerdote da paróquia.
Estudou com os Irmãos na escola de Thillois.
Ingressou no noviciado de Santo Yon em 14 de Janeiro de 1744, com 19 anos.
Com o Hábito recebeu o nome de Irmão Leão.
Em 1 de Novembro de 1749 emitiu os votos perpétuos.
De sua estância em Moulins há um testemunho que diz: «Quase todas as pessoas distintas da cidade haviam recebido a primeira instrução com o Irmão Leão».
Foi também detido, como o Irmão Roger, em 11 de Junho de 1793.
Na acta de confiscação da escola, em 1792, se diz que no quarto do Irmão Leão havia: «um somier, un jergón, un colchón, una manta, un armário pequeno com duas portas y un cajón abajo, y una candela de cobre».
El Hno. León tenía 68 años cuando fue encarcelado. Como otros presos, había esperado que a causa de la edad avanzada no sería deportado. Pero las autoridades no tuvieron ninguna conmiseración.
En la «Positio», citando al abate Labiche, se dice:
«Figura en la lista de los que iban a ser deportados el 31 de marzo de 1794. Luego lo encontramos en Rochefort. Embarcado en "Les Deux-Associés ", su estancia fue corta en el navio, pues murió el 21 de mayo. Lo enterraron en la isla de Aix».
Y el abate Labiche añade:
«No puedo elogiar mejor al Hno. León que diciendo que era un santo. Tenía entre todos nosotros esa fama, y la merecía. La muerte, por lo demás, no hizo sino confirmar esta opinión favorable. Este santo hombre había conservado, en una edad muy avanzada, la jovialidad de la la juventud».
En medio de sus sufrimientos, el Hno. León había mantenido constantemente una serenidad sobrenatural y un deseo vehemente de ver a Dios.
SANTO HOSPÍCIO
Eremita (século VI)
Santo Hospício foi eremita no século VI. O seu nome é célebre, ainda hoje, na região de Nice, onde viveu. Contou-nos sua vida S. Gregório de Tours, na História dos Francos. Vamo-la resumir. Hospício tinha-de recolhido numa velha torre situada perto de Villefranche, a uma légua da cidade de Nice, numa peninsulazinha. Aí se entregava ele aos exercícios da penitência mais rigorosa. Tinha o corpo preso com grilhões de ferro, usando um tecido de cilício por cima. Só comia pão seco e algumas tâmaras. Nos dias feriais da Quaresma, alimentava-se das mesmas ervas que as utilizadas pelos solitários do Egipto. Deus recompensava-lhe o zelo com o dom dos milagres e o espírito de profecia. Assim, predisse aos habitantes do país a próxima invasão dos Lombardos: «Os Lombardos, disse ele, chegarão ás Gálias e devastarão sete províncias, porque a malícia deste país, aumentou diante dos olhos do Senhor: pois não há ninguém que entenda, ninguém que procure a Deus; ninguém que pratique o bem, para a ira de Deus se apaziguar. Toda a gente está sem fé, entregue aos perjúrios, acostumada a roubar e pronta para matar; nenhum fruto de justiça amadurece neles. Não se pagam os dízimos, não se dá de comer aos pobres, não se vestem os nus, não se recebem os peregrinos, não se lhes dá uma alimentação suficiente. por tudo isto é que o flagelo vai chegar. Digo-vos portanto agora: recolhei por trás das muralhas tudo o que tendes, para que os Lombardos não vo-lo tirem e entricheirai-vos por trás das muralhas mais fortificadas». Preveniu igualmente os monges a que depressa se pusessem em segurança com o que lhes fosse possível tomar consigo, porque se aproximavam os bárbaros. A mesma tradição pretende que santo Hospício era abade dum mosteiro estabelecido na mesma península, o qual ele governava estando no alto duma torre. E como, diante do perigo lombardo, os religiosos protestavam, cada um mais, que não o queriam deixar, ele replicou: «Não temais quanto a mim. Talvez me façam suportar alguns ultrajes, mas não irão até matar-me».
Mal os monges se tinha afastado, chegaram os Lombardos. devastando tudo chegaram à torre em que o santo vivia enclausurado e donde ele se lhes mostrava da janela. Não encontrando porta, treparam ao tecto e, tirando as telhas, aproximaram-se dele. Vendo-o carregado de cadeias e assim isolado, julgaram-no grande facínora e perguntaram-lhe qual o seu crime. Hospício declarou-lhes que era homicida (!) e tinha caído nas maiores culpas. Querendo um bárbaro feri-lo com a espada, o braço inteiriçou-se-lhe. Os outros gritaram e pediram ao santo lhes dissesse o que deviam fazer: Hospício fez o sinal da cruz no braço inteiriçado e logo este recuperou a agilidade. O homem converteu-se imediatamente. Mais tarde, abraçou o estado monástico e deu exemplo de grande fervor; vivia ainda quando Gregório de Tours escreveu a sua crónica. Muitos outros bárbaros seguiram os conselhos do santo e puderam regressar sãos e salvos ao seu país, mas os que o desprezaram, vieram a morrer miseravelmente na terra estrangeira. Entre os numerosos milagres atribuídos ao Santo, conta-se a cura dum surdo-mudo que um diácono acompanhava a Roma para que os Santos Apóstolos lhe valessem. Hospício chegou-lhe azeite à boca e às orelhas, e perguntou-lhe como se chamava. Respondendo ele em voz alta, o diácono exclamou: «Dou-te infinitas graças, meu Senhor Jesus Cristo, que Te dignas operar tais prodígios pelo teu servo; ia eu procurar Pedro, ia procurar Paulo, ou outros que ilustraram Roma com o seu sangue, mas aqui encontrei-os todos!». «Cala-te, replicou-lhe o santo. Eu nada fiz: tudo se deve Àquele que do nada criou o mundo». Curou também um cego de nascença e libertou muitos possessos. Depois de mandar aviso ao bispo de Nice anunciando-lhe a sua morte muito próxima, um visitante viu pela janela o solitário carregado de cadeias e perguntou-lhe como podia suportar um tormento assim. Respondeu-lhe o santo: «Aquele por cujo nome eu suporto isto, dá-me toda a necessária força. mas em breve me vou libertar destas cadeias, vou para o meu descanso». Três dias depois, tirou as cadeias, entregou-se a longa oração, sentou-se depois num banco. levantou as mãos e entregou a alma. Seu túmulo depressa se tornou lugar de peregrinações. www.jesuitas.pt
BEATA CATARINA DE CARDONA
Eremita (1577)
Não longe da pequenina cidade de Roda, em Espanha, havia, nos princípios do século XVI, um convento dos padres de Nossa Senhora das Mercês, religiosos heróicos cuja vida se consumia em aliviar e resgatar os cristãos prisioneiros dos infiéis. Aos Domingos, afluía à Igreja do mosteiro grande número de habitantes das aldeias vizinhas, os quais aí notavam um eremita cujo recolhimento e fervor edificavam a todos. Entretanto ninguém o conhecia, ninguém sabia o lugar da sua morada. Esta misteriosa personagem despertou e excitou a curiosidade. Puseram-se portanto, a espiar seus passos ao sair da igreja. Em breve, porém, percebeu ele do que se tratava, e fazia por se demorar muito tempo na igreja, até cansar a paciência dos curiosos. Por vezes, todavia, os mais intrépidos esperavam, os mais astutos escondiam-se; mas o eremita tomava, umas vezes um caminho, outras vezes, outro. Além disso, caminhava tão depressa que ninguém podia segui-lo. Perdiam-no de vista nos atalhos que se cruzavam ou nas espessas matas onde não temia embrenhar-se, posto que descalço e com os pés ensanguentados. Toda a espécie de conjecturas e comentários circulava na multidão. A morada do pobre ermitão não era, todavia, senão a meia légua do convento. Constava ela duma gruta cavada pela natureza numa rocha cercada de espessas sarças e matagais, cuja entrada era fechada por giestas. Aí se escondia o solitário e se entregava aos exercícios da mais austera penitência. O seu alimento eram raízes, ervas e frutos silvestres. Aí passava os dias a olhar ao Senhor, a rezar, a meditar suas grandezas e seu amor, a implorar misericórdia para o mundo, cheio de pecados e corrupção.
Um pastor, perseguindo um dia um rebanho de cabras vagazinhas, chegou a descobrir a gruta do impiedoso solitário, o qual suplicou ao seu fortuito visitante que não descobrisse o seu asilo a ninguém. «Não posso prometer-vos isto, meu irmão». disse o pastor, «eu sirvo um senhor que é muito bom cristão e que há muito tempo deseja saber o vosso paradeiro. Ele será feliz em vos conhecer. Vós careceis de tudo; ele, porém, não permitirá que vos falte nada». Em vão o eremita se desculpava; viu-se obrigado a aceitar uma parte do pão que o bom do pastor levara para a sua viagem e a receber em seguida o que o seu amo lhe enviava. Não tinha sido isto o mais desagradável da descoberta. Não se guardou segredo sobre o caso e, em breve, a gruta do solitário foi conhecida de toda a gente. A afluência era considerável. Todos desejavam ver este homem de Deus, este anjo da solidão, esta maravilha de penitência. Um dia que o solitário estava ausente – para ir à igreja, sem dúvida, – um curioso penetrou na gruta para visitar e revistar o mobiliário. Um crucifixo, entre os instrumentos de penitência, um livro de Horas; eis tudo o que encontrou. Este livro não deixou também de ser examinado; aí se encontrou a seguinte inscrição: «dado a Catarina de Cardona pela princesa d’Éboli». Era, pois, uma mulher que habitava aquela gruta, que levava uma tão austera vida, e esta mulher era da família dos duques de Cardona, uma das mais ilustres de Espanha. Desde a idade de oito anos, Catarina sentia-se impelida à prática dos conselhos evangélicos. Longe de a secundar, porém, seus pais sonharam em casá-la, logo que ela chegou à idade própria. A humilde rapariga submeteu-se como verdadeira vítima de obediência filial e tudo se preparou para as núpcias. Mas Deus, que lia no fundo do seu coração, libertou-a das mãos daqueles que violentavam a sua liberdade; o mancebo que lhe estava destinado para esposo morreu neste intervalo. Depois desta catástrofe, ninguém se admirava de a ver entrar na casa das Franciscanas. O rei Filipe II chamou-a para que se encarregasse da educação de seu filho, D. Carlos; mas, vindo a desesperar ela de conseguir o que desejava, ainda foi na Corte dama de honor da Princesa de Salerno e da Princesa d’Éboli. Sua alma, porém, experimentava neste meio mundano e buliçoso sofrimentos indizíveis. Uma manhã, foi encontrada no seu quarto uma carta dirigida à Princesa d’Éboli, em que agradecia a esta dama todas as suas bondades e lhe anunciava o propósito de ir viver na solidão. Depois de vinte anos passados na caverna onde a vimos no começo da narração, recebeu a nossa eremita tantas visitas importunas que cedeu a gruta aos carmelitas e entrou numa reclusão que estes religiosos lhe prepararam perto do seu convento. Aí viveu ainda cinco anos. Catarina terminou sua carreira mortal em 1577, com sessenta e três anos. Santa Teresa proclamou-a grande santa. www.jesuitas.pt
SANTA GISELA
Religiosa (princípios século IX)
Filha, ao que parece, de Pepino o Breve e, por consequência, irmã de Carlos Magno, tinha ela tido o papa Estêvão II (757) como padrinho. De maneira que, ao escrever o rei Pepino a esse papa, chamava-lhe «meu caro compadre», uma vez que ambos eram, um a título espiritual e outro segundo a carne, os pais desta criança. Não longe da cidade de Aire, onde ela crescia em idade e em beleza, tinha-se estabelecido o monge Venâncio, antigo oficial do seu pai, que deixara a corte para levar a vida eremítica. Veio ele a ser director da princesa e determinou-a a consagrar a Deus a virgindade. Entre as numerosas ocasiões em que ela mostrou mais claramente a fidelidade ao voto, assinalam-se três que merecem particular menção:
A primeira, foi quando recusou desposar o imperador do oriente, Constantino Coprónimo (775), assim chamado porque sujou a pia do sacramento ao ser baptizado. A segunda, quando recusou o rei dos Lombardos, apesar de este ser apoiado pela rainha Berta, mãe de Gisela, e por vários bispos. O terceiro dos soberanos afastados foi o rei da Escócia, que se houve como criminoso. Gisela obtivera, à força de orações, tornar-se feia para que ele retirasse a pretensão; e realmente retirou-a. Mas pediu-a de novo, quando veio a saber que ela reencontrara a sua beleza. E, persistindo Gisela na recusa, o rei mandou assassinar aquele a quem atribuía as suas decepções, o monge Venâncio, que foi desde então venerado como mártir. A morte do seu director espiritual decidiu Gisela a abraçar o estado religioso. Construiu em Aire-sur-la-Lys, onde ele fora supliciado, uma abadia onde passou os últimos 30 anos. Veio a morrer no principio do século IX. www.jesuitas.pt
http://es.catholic.net/santoral e www.jesuitas.pt
Recolha, transcrição e tradução parcial de espanhol para português de algumas das biografias por António Fonseca
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