Morreu “uma grande figura do episcopado português”
“Deixou-nos uma mensagem muito bonita de disponibilidade, serviço, caridade, sempre muito interessado pelos pobres, muito pai e amigo dos padres, foi uma grande figura do episcopado português”. As palavras são do atual Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e referem-se a D. Júlio Tavares Rebimbas. O Bispo Emérito do Porto morreu na noite de ontem, dia 6, aos 88 anos. O funeral realizou-se esta tarde, pelas 14,30 horas após as Exéquias fúnebres na Sé Catedral do Porto, em que estiveram presentes muitos Bispos e Párocos, além do Conselho Permanente da CEP que, por esse motivo, (se realizou no Porto), tendo seguido posteriormente para a sua terra natal, Murtosa, no Distrito de Aveiro.
D. Júlio Rebimbas, nasceu em S. Mateus de Bunheiro, Murtosa (que nessa altura pertencia à Diocese do Porto), em 21 de Janeiro de 1922. Com a criação da Diocese de Aveiro, foi estudar no Seminário de Ovar tendo sido ordenado Padre em 28 de Junho de 1945. Desempenhando várias funções na diocese, mereceu a atenção de Paulo VI que o nomeou Bispo em 1965, a tempo de participar no Concílio Vaticano II. Curiosamente, no presente momento e por motivo do seu falecimento, o ultimo Bispo português vivo, passa a ser o senhor D. Eurico Dias Nogueira, Arcebispo de Braga!… A sua ordenação episcopal teve lugar no estádio municipal de Ílhavo, seguindo um mês mais tarde para a Diocese do Algarve. Seis anos mais tarde D. Júlio seguiu para Lisboa para auxiliar o então Patriarca D. António Ribeiro, tendo recebido para o efeito, o título de Arcebispo de Mitilene, que estava reservado para um auxiliar de Lisboa, do qual foi o penúltimo titular. Em 1977 foi criada a Diocese de Viana do Castelo, que anteriormente estava sujeita à Arquidiocese de Braga e D. Júlio foi escolhido para a liderar. Esteve aí sete anos até rumar ao Porto onde foi empossado Bispo titular em 1982. Após um percurso que o levou a percorrer o país de Norte a Sul, D. Júlio Rebimbas voltava à diocese onde tinha nascido. Permaneceu na Diocese até 1997, quando renunciou por limite de idade.
O seu atual sucessor D. Manuel Clemente dá expressão à tristeza dos fiéis a quem serviu de pastor: “Ele está muito no coração das gentes do Porto, como está no coração de outros diocesanos que teve, e mesmo sendo Emérito do Porto continuava a ser para nós uma figura de muita simpatia, de muito encanto, e deixou-nos uma mensagem muito bonita de disponibilidade, serviço, caridade sempre muito interessado pelos pobres, muito pai e amigo dos padres, foi uma grande figura do episcopado português”.
Pai Nosso, Avé Maria
António Fonseca
Extractos de textos publicados no jornal electrónico PAGINA UM, da Rádio Renascença
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