Prossigo a transcrição traduzida de espanhol para português, de textos do livro
A Religião de Jesus, de José Mª Castillo, referente aos
Comentários ao Evangelho Diário – Ciclo A (2010-2011)
e correspondentes ao dia de hoje – Dia de Reis (ou da Epifania do Senhor).
6 de Janeiro – Quinta-feira – A EPIFANIA DO SENHOR
Mt 2, 1-12
Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns magos vindos do Oriente. «Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer?» – perguntavam. «Vimos a Sua Estrela no Oriente e viemos adorá-lo». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia pois assim foi escrito pelo Profeta: “E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Príncipe que apascentará o Meu povo de Israel”. Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exatas sobre a data em que a estrela lhes havia aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: «Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do Menino, e, depois de O encontrardes, vinde comunicar-mo, para que também eu vá adorá-lo». Após as palavras do rei, puseram-se a caminho. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela sentiram, grande alegria e entrando na casa viram, o Menino com Maria sua Mãe. Prostrando-se, adoraram-No, e, abrindo os cofres, ofereceram-Lhe presentes: Ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho a não voltarem para junto de Herodes, regressaram, à sua terra por outro caminho.
1. Na liturgia da Igreja, a festa dos Reis Magos chama-se “a Epifania do Senhor”. porque, neste dia, a Igreja recorda-nos que Jesus veio a este mundo com uma missão universal, coisa que nos fala da “manifestação” (“epifania”) de Cristo a pessoas que transcendiam as fronteiras e os limites de Israel e suas crenças. Na prática, esta festa concentra-se nas prendas que os Magos levaram ao Menino Jesus. Daí o protagonismo das crianças e seus brinquedos como motivo desta festa (em alguns países…)
2. Sem dúvida, este relato dos Magos não tem valor histórico, Mas interessa-nos como parábola da vida. Aqui, com efeito, ficam patentes várias coisas de enorme importância:
- 1) A frequente crueldade do poder político quando é absoluto e se sente ameaçado.
- 2) A colaboração que tantas vezes presta o poder religioso ao poder dominante, sem dúvida porque ambos coincidem em interesses que lhes são comuns.
- 3) A utilização que os sacerdotes e seus teólogos fazem dos livros religiosos (neste caso, a Bíblia) para servir os interesses do poder político e económico.
- 4) O assanhamento dos poderosos para com os débeis, como Herodes se assanhou, sem piedade, com Maria, José e o Menino.
- 5) No geral, os que aparecem como “débeis” têm mais capacidade de aguentar e resistência que os “fortes”, como Jesus e seus pais suportaram mais e melhor que Herodes.
- 6) O poder é cínico, embusteiro e engana tudo quanto lhe interessa, como Herodes enganou aos Magos.
- 7) Uns estranhos “estrangeiros” (os magos) foram mais generosos com Jesus que os poderes políticos e religiosos do seu povo.
3. É importante saber detectar como tudo isto segue sucedendo na atualidade.
(Este texto, conforme já informei desde o início, foi traduzido para português, para ser publicado exclusivamente para este blogue)
Compilação de
António Fonseca
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