Nº 1245
SÃO MODESTO mais 40 soldados seus companheiros
Mártir (início século IV)
São Modesto: nome de Santo que pertence a seis mártires e dois Bispos. O Santo de hoje é um dos Mártires e poder-se-ia dizer, com um jogo de palavras sem nada de irreverente; é o mais modesto de todos os Modestos. Não se sabe, de facto, em que época foi martirizado, nem porquê. Parece que foi sacrificado no princípio do século IV. É recordado com Zótico, Rogato e Cástulo, ele e uns 40 militares, executados na África, numa das primeiras perseguições. Com a fantasia pode imaginar-se este jovem modesto mas intrépido, nas fileiras duma legião romana, na África. Bronzeado pelo Sol, com saudades da casa longínqua, pesado debaixo da mortificante armadura; mas, apesar disso, disciplinado, pronto, obediente, sem vícios, nem rancores. Não maledicente com os colegas, não mentiroso com os superiores. Leal e sincero. Talvez objecto de troça para os companheiros debaixo da tenda, pela sua fé num Deus morto na Cruz; talvez mofado pela sua probidade, talvez metido a ridículo pela sua pureza. E uma manhã, com o sol a bater nas armas polidas, uma voz fá-lo sair da fileira, contra a sua natural modéstia mas com irresistível chamamento; “Quem é cristão, um passo à frente!”. O soldado Modesto levanta o pé da areia; dá o passo requerido. Não faz caso do conselho daqueles que o exortam a manter-se firme, resistindo à voz da consciência. Nem sequer olha à volta , para ver se os outros avançaram com ele. São uns quarenta, rapados e quase dispersos, no interminável alinhamento. Quarenta modestos como ele e como ele intrépidos na fé. Quarenta jovens sobre os quais pende já o fio da espada. O sangue deles é bebido rapidamente pela abrasada terra africana. Os vazios por eles deixados desaparecem logo, mas fileiras que se recompõem. A Legião fica assim depurada. As Águias das insígnias, com asas pontiagudas, parecem mais sólidas, sobre os artelhos contraídos. A divindade do Imperador recebeu o seu tributo de incenso. Que pode significar aquele sangue derramado na intenção dum Deus sem honra, crucificado? Já desapareceu na areia quente e doirada. Nada parece perturbar o “sol invicto” a quem os Imperadores pedem nova energia para manterem o ordenamento político. Mas na tenda os colegas de armas do mártir Modesto já não conseguem rir-se do companheiro justiçado. E os oficiais perguntam-se entre si que justiça é aquela, a ferir os virtuosos e matar os melhores. Do livro Santos de cada dia, de www.jesuitas.pt
SÃO JOÃO DE RAVENA
Bispo (494)
No pontificado de S. Leão Magno (440-461), foi este Santo eleito Bispo de Ravena, na Itália. A invasão dos bárbaros, que se dera pouco antes, tinha deixado a Europa em estado deplorável e aflitivo. S. João, imitando aquele grande Papa que embargou o passo a Átila, salvou Ravena da ira dos bárbaros. Unido com muitas famílias que desejavam estabelecer um Estado no meio das águas, para assim oporem as suas pessoas a salvo da rapacidade das hordas do Norte, foi um dos principais fundadores de Veneza. Caritativo e generoso por excelência, era verdadeiro pai do seu povo. Reformou a disciplina da diocese, morigerou o clero e conservou intacto o rebanho de Jesus Cristo, apesar da calamidade da época. Por último, depois duma gloriosa e trabalhosa vida, entregou o espírito ao Senhor no ano de 494. Do livro Santos de cada dia, de www.jesuitas.pt
SÃO BENTO BISCOP
Abade (690)
Benito Biscop, Santo
Martirológio Romano: No mosteiro de Wearmouth, em Northumbria (hoje Inglaterra), são Benito Biscop, abade, que peregrinou cinco vezes a Roma, de onde trouxe muitos mestres e livros para que os monges reunidos na clausura do mosteiro sob a Regra de são Benito progrediram na ciência do amor de Cristo, no bem da Igreja (c. 690). Etimologia: Benito = Aquele que Deus bendiz, é de origem latino.
Talvez as palavras mais apropriadas para louvar a São Bento Biscop são as que se encontram na Vita quinque sanctorum abbatum do Venerável são Beda: “Foi confiado por seus pais aos sete anos para que o educasse, e se converteu assim no meu mais ilustre discípulo e numa de minhas maiores glórias”. Aos 25 anos, Bento renunciou aos favores do rei Oswiu para pôr-se ao serviço do verdadeiro Rei, Jesus Cristo, para receber não um corruptível dom terreal, mas sim um reino eterno na cidade celestial; abandonou sua casa, seus familiares e a pátria por Cristo e pelo Evangelho, para receber o cêntuplo e possuir a vida eterna. No ano 653, depois de haver feito sua eleição, Bento fez a primeira de suas seis viagens a Roma para manifestar sua devoção aos Santos Pedro e Paulo e ao Papa, como também para buscar modelos de vida e de instituições monásticas, tanto em Roma como nos vários lugares por onde passava. Com razão pôde dizer em seu leito de morte: “Filhinhos meus, não creiam que inventei a constituição que lhes dei. Depois de haver visitado dezassete mosteiros, de que tratei de conhecer perfeitamente as leis e os costumes, reuni as regras que me pareceram melhores e esta seleção é a que lhes dei”. Em Lerino, por exemplo, durante a segunda viagem a Roma, em 665, permaneceu quase dois anos. Não só se contentava com buscar modelos de vida, mas também numerosos livros, documentais iconográficos, relíquias de santos, ornamentos sagrados e outros objetos que servissem para o culto em perfeita sintonia com a Igreja de Roma. Inclusive, uma vez pediu ao Papa Agatão que lhe enviasse o cantor da Basílica de São Pedro, o abade João, para que lhes ensinasse o canto romano a seus monges dos mosteiros de Wearmouth e de Yarrow, dedicados naturalmente um a São Pedro e o outro a São Paulo. Quando regressou da sexta viagem a Roma, teve a desagradável surpresa de encontrar quase destruídas suas instituições por causa de uma epidemia. São Bento Biscop morreu em 12 de Janeiro do ano 690 com a idade de 62 anos.
SANTO ANTÓNIO MARIA PUCCI
Pároco (1818-1892)
António María Pucci, Santo
Presbítero Servita
Nasceu em Poggiole (Itália), a 16 de Abril de 1818. Seus pais eram agricultores e bons cristãos. Aos dez anos dez a primeira comunhão e o pároco, ao ver a piedade do menino, começou a ensinar-lhe latim. A criança foi crescendo em piedade e amor a Deus e à Santíssima Virgem. Em 1837 entrou na Ordem dos Servos de Maria. No fim do noviciado fez os votos de pobreza, castidade e obediência. À medida que avançava nos estudos, progredia igualmente na prática de todas as virtudes. Ordenado sacerdote, foi mandado para Viareggio como auxiliar do pároco de Santo André. Três anos depois assumiu a responsabilidade da paróquia. Mereceram-lhe particular atenção os que não podiam ir à igreja: marinheiros e doentes. Homem de ação e muita oração que prolongava pela noite dentro. Durante a peste de cólera-morbo fez prodígios de caridade. E foi a caridade que o levou á morte, pois em Janeiro de 1892, sendo chamado par atender um doente, enfrentou o gélido frio da noite sem o devido agasalho, porque tinha dado a um pobre o próprio capote. Voltou para casa com alta febre que em poucos dias o levou à sepultura. Foi beatificado em 1952 e canonizado a 9 de Dezembro de 1962. AAS 55 (1963) 761-9.Do livro Santos de cada dia, de www.jesuitas.pt. Ver TAMBÉM WWW.ES.CATHOLIC E WWW.SANTIEBEATI.IT
SANTA MARGARIDA BOURGEOYS
Fundadora (1620-1700)
Margarita Bourgeoys, Santa
Fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora
Martirológio Romano: Em Montreal, na província de Quebec, no Canadá, santa Margarita Bourgeoys, virgem, que prestou grande ajuda aos colonos e aos soldados, e trabalhou para assegurar a formação cristã das jovens, fundando para isso a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora (1700). Etimologia: Margarita = Aquela de beleza pouco comum, é de origem latino. Margarita era a sexta filha dos doze do matrimónio de Abraham Bourgeoys e Guillermina Garnier. Nasceu em Troyes (França), em 17 de Abril de 1620. Aos vinte anos quis ingressar com as carmelitas e as clarissas, sem ser aceite. O padre Gendret, ao ver que os dois conventos a recusaram, viu o sinal para fundar uma congregação sem clausura, mas a dita fundação também fracassou. Em 1652 o governador da pequena colónia francesa Villa Maria, no Canadá, convidou-a como mestra. Troyes, Paris, Orleães, Nantes foram as primeiras etapas de sua viagem para o Canadá. Saiu do porto de São Nazário e, depois de quatro meses, em 16 de Novembro de 1653, chegou ao Canadá e, num mês, a Villa María, a pequena colónia que logo se converteria na cidade de Montreal, e que nesse momento se reduzia a um forte em que habitavam umas duas mil pessoas, com um pequeno hospital e uma capela atendida ocasionalmente por algum missionário. Aí Margarita ensinava o catecismo, curava enfermos, socorria aos soldados feridos e ajudava aos necessitados. Fez restaurar a grande cruz de Montreal que havia sido destruída pelos índios iroqueses e as arranjou para construir uma nova capela dedicada a Nossa Senhora em 1667. No ano seguinte inaugurou a primeira escola de Montreal num antigo estábulo com uma dezena de alunos. Os anos seguintes foram agitados e difíceis por causa da guerra contra os iroqueses. Ao terminar a guerra, Montreal se converteu numa verdadeira cidade. Em sua escola Margarita acolheu também aos filhos dos índios. Viajou oito vezes a França para buscar a jovens que quisessem ajudar na tarefa da educação. Nessas ocasiões levava consigo a raparigas órfãs camponesas que desejavam educar-se no Novo Mundo e formar mais tarde seu lar, pois havia muitos soldados e comerciantes mas as filhas dos colonos eram poucas e não se podiam formar lares cristãos. Quando esteve em França de 1670 a 1672 conseguiu a aprovação do rei Luís XIV para seus planos de fundação da Congregação de Nossa Senhora, no ano 1676. Em 1683 o convento se incendiou e duas irmãs morreram, entre elas sua sobrinha. Foi então quando monsenhor Laval quis fazer a fusão com as ursulinas já que era difícil aceitar a ideia de uma comunidade religiosa missionária sem clausura... Finalmente no ano 1698 as vinte e quatro irmãs puderam fazer a profissão religiosa. Desde o momento em que Margarita renunciou ao cargo de superiora aos setenta e três anos, sua saúde começou a declinar. Mas o fim chegou de uma maneira inesperada. No último dia do ano 1699 a fundadora ofereceu sua vida para salvar a de uma religiosa que estava gravemente enferma. Havendo recobrado ela a saúde, a madre morreu em 12 de Janeiro de 1700. Alguns anos mais tarde, em 1768, num novo incêndio se queimou a capela onde se conservava o coração da madre Margarita e, ao resgatá-lo das chamas, notaram que saía sangue. Foi beatificada pelo papa Pío XII em 12 de Novembro de 1950 e canonizada pelo papa João Paulo II em 31 de Outubro de 1982.
Mártir
Arcádio de Mauritânia, Santo
Martirológio Romano: Em Cesareia de Mauritânia (hoje Argélia), santo Arcádio, mártir, que se escondeu em tempo de perseguição, mas, ao ser detido um familiar seu se apresentou espontaneamente ao juiz e, por negar-se a sacrificar aos deuses, sofreu dolorosos tormentos até consumar seu martírio (c. 304). Etimologia: Arcádio = Aquele que é venturoso, é de origem grega. Se desconhece a data exata de seu martírio, mas parece que teve lugar em alguma cidade de Mauritânia, provavelmente em Cesareia, a capital.
Arcádio de Mauritânia, Santo
As perseguições estavam em todo o seu furor e milhares de cristãos eram torturados pelos soldados romanos sem esperar a sentença do juiz. Em tão terríveis circunstâncias, Santo Arcádio se retirou para a solidão. Sem embargo, o governador da cidade ao saber que não se havia apresentado aos sacrifícios públicos, capturou a um parente e o manteve como refém até que o fugitivo se apresentasse. Ao sabê-lo, o mártir voltou à cidade e se entregou ao juiz que o obrigou a que se sacrificasse aos deuses. Ante sua negativa, o juiz o condenou à morte, cortando cada um de seus membros de maneira lenta. Ao encontrar-se totalmente mutilado, o mártir se dirigiu à comunidade pagã, exortando-os a abandonar a seus deuses falsos e a adorar ao único Deus verdadeiro, o Senhor Jesus. Os pagãos se ficaram, espantados de tanto valor e os cristãos recolheram seu cadáver e começaram a honrá-lo como a um grande santo.
Abade
Elredo de Rievaulx, Santo
Martirológio Romano: No mosteiro de Rievaulx, também em Northumbria (hoje Inglaterra), santo Elredo, abade, o qual, educado na corte do rei de Escócia, ingressou na Ordem Cisterciense, sendo mestre exímio da vida monástica e promovido constante e suavemente, com seu exemplo e seus escritos, a vida espiritual e a amizade em Cristo (c. 1166). Abade de Rievaulx, escritor de homilias e historiador (1109-66). Santo Elredo, cujo nome também há sido escrito como Aelred, Ailred, Æthelred e Ethelred, foi filho de um daqueles sacerdotes casados dos quais muitos se podem encontrar em Inglaterra nos séculos onze e doze. Nasceu em Hexham, mas em tenra idade conheceu a David, o filho menor de Santa Margarita, que pouco depois foi Rei de Escócia, em cuja corte aparentemente atuou por alguns anos como um tipo de pajem, ou acompanhante para o jovem Príncipe Enrique. O Rei David amava ao pio jovem inglês, o promoveu a seu lar, e desejava fazê-lo bispo, mas Elredo decidiu converter-se em monge cisterciense, na recentemente fundada abadia de Rievaulx em Yorkshire. Cedo foi nomeado mestre de noviços, e por muito tempo foi recordado por sua extraordinária paciência e ternura para com aqueles a seu cargo. Em 1143 enquanto Guillermo, Earl de Lincoln, fundou uma nova abadia cisterciense em suas terras em Revesby em Lincolnshire, Santo Elredo foi enviado com doze monges a tomar posse da nova fundação. Sua estadia em Revesby, onde parece haver conhecido a São Gilberto de Sempringham, não foi longa, pois em 1146 foi eleito abade de Rievaulx. Neste posto o santo não só foi superior de uma comunidade de 300 monges, mas também esteve à cabeça de todos os abades cistercienses em Inglaterra. As causas lhe eram referidas, e com frequência tinha que fazer longas viagens para visitar os mosteiros de sua ordem. Uma viagem tal o levou em 1153 a Escócia, onde se encontrou com o Rei David por última vez e no seu regresso a Rievaulx pouco depois lhe chegou a notícia da morte de David, pelo que traçou um esboço sobre o personagem do falecido rei, a maneira de pêsames. Parece haver exercido influência considerável sobre Enrique II nos primeiros anos de seu reinado, e havê-lo persuadido de unir-se a Luís VII de França para encontrar-se com o Papa Alexandre III, em Touci em 1162. Ainda que sofresse de uma complicação de males muito dolorosos, viajou a França para assistir à reunião geral de sua Ordem. Esteve presente na Abadia de Westminster, na traslação de Santo Eduardo o Confessor, em 1163, e em vista deste evento, escreveu a biografia do santo rei e deu uma homilia dedicada a ele. No ano seguinte Elredo efetuou uma missão às tribos bárbaras Pictish de Galloway, onde se diz que seu chefe se comoveu tão profundamente por suas exortações que se converteu em monge. Através de seus últimos anos Elredo deu extraordinário exemplo de paciência heroica ao sofrer uma série de enfermidades. O que é mais, era tão abstémio que se o descrevia “mais como um fantasma que como um homem.” Se supõe em geral que sua morte ocorreu em 12 de Janeiro de 1166, ainda que haja razões para pensar que o ano realmente foi 1167. Santo Elredo deixou uma considerável coleção de sermões, cuja eloquência lhe fez ganhar o título de “o Santo Bernardo Inglês”. Foi autor de vários tratados ascéticos, dos quais sobressai “Speculum Charitatis”, também um compêndio do mesmo (realmente um rascunho a partir do qual se desenvolveu o trabalho completo), um tratado “De Spirituali Amicitiâ” e uma certa carta a uma eremita. Tudo isto, junto com um fragmento de sua obra histórica, foi coleccionado e publicado por Richard Gibbons, S.J., em Douai, em 1631. Uma edição mais completa e melhor está contida no quinto volume da “Biblioteca Cisterciensis” de Tissier, 1662, da qual foi impressa em P.L., vol. CXCV. As obras históricas incluem uma “Vida de Santo Eduardo,” um reconto importante da “Batalla del Estándar”, (1138), obra incompleta sobre a genealogia dos reis de Inglaterra, um tratado “De Sanctimoniali de Watton” (sobre a Monja de Watton), uma “Vida de Santa Ninian”, uma obra sobre os “Milagres da Igreja de Hexham”, um reconto das fundações da Abadia de Santa María de York e Fuentes, assim como outras que estão perdidas. Nunca se há publicado uma edição completa do opúsculo histórica de Aelred. Umas poucas foram impressas por Twysden em seu “Decem Scriptores”, outros devem ser buscados na Série Rolls ou em “Prior de Hexham” de Raine (Surtees Society, Durham, 1864).
• Bernardo de Corleone (Filippo Latini), Santo
Laico Capuchinho
Bernardo de Corleone (Filippo Latini), Santo
Martirológio Romano: Em Palermo, cidade de Sicília (hoje Itália), são Bernardo de Corleone, da Ordem dos Irmãos Menores Capuchinhos, admirável por sua caridade e exímio por sua penitência (1667). Filippo Latini, que assim se chamava de secular nosso santo, nasceu em Corleone (Sicília, Itália), em 6 de Fevereiro de 1605. De jovem exerceu o oficio de sapateiro. Sua casa era conhecida como «a casa dos santos», porque tanto seu pai como seus irmãos eram muito caritativos e virtuosos. Por isso, recebeu uma boa formação religiosa e moral. Era muito devoto de Cristo crucificado e da santíssima Virgem. Sem embargo, tinha um carácter muito forte. Em certa ocasião, teve um confrontação com outro jovem; depois das palavras passaram às mãos: ambos desembainharam a espada e, após um breve duelo, o outro ficou gravemente ferido. Ao fugir da justiça humana, buscou refúgio numa igreja, invocando o direito de asilo, mas, ainda que se livrou da justiça humana, não pôde escapar de sua consciência. Na solidão e na meditação refletiu longamente sobre o delito cometido e sobre toda sua vida, desperdiçada, inútil e dissipada, odiosa aos demais e daninha para sua alma, o mais precioso que o homem possui. Se arrependeu, invocou o perdão de Deus e dos homens e fez áspera penitência. Para reparar seus pecados, com vestidos de penitente decidiu tomar o saial dos Irmãos Menores Capuchinhos. Abandonou Corleone, que lhe recordava seu passado, e chamou à porta do convento de Caltanissetta, em Sicília, onde foi admitido e tomou o nome de Bernardo. Como laico professo da ordem dos Frades Menores Capuchinhos, foi em verdade um homem novo, decidido a alcançar uma perfeição cada vez mais alta, com humildade, obediência e austeridade. No convento exerceu quase sempre o ofício de cozinheiro o ajudante de cozinha. Além disso, atendia aos enfermos e realizava uma grande quantidade de trabalhos complementares, com o desejo de ser útil a todos, aos irmãos sobrecarregados de trabalho e aos sacerdotes, aos que lavava a roupa e prestava outros serviços. Dormia no chão, não mais de três horas diárias, e multiplicava sues jejuns. Ainda que inculto e iletrado, alcançou as alturas da contemplação, conheceu os mais profundos mistérios, curou enfermos, distribuiu consolos e conselhos, intercedeu com sua oração para alcançar de Deus abundantes graças para os outros. Isto o realizou durante trinta e cinco anos, até sua morte. Sua oração assídua, sua caridade fervente, sua filial devoção à Virgem Imaculada e sua acendrada devoção à Eucaristia - apesar dos costumes daqueles tempos, recebia a comunhão diariamente -, foram o segredo de sua santidade. Se preocupou por conformar-se a Cristo crucificado. Tomou a sério o Evangelho e tratou sempre de o viver com todas suas consequências. Morreu em 12 de Janeiro de 1667 em Palermo. Tinha 62 anos. O papa Clemente XIII o beatificou em 15 de Maio de 1768, e João Paulo II o canonizou em 10 de Junho de 2001. Reproduzido com autorização de Vatican.va
Presbítero
Pedro Francisco Jamet, Beato
Segundo Fundador do Instituto de Filhas do Bom Pastor
Martirológio Romano: Na cidade de Caen, em França, beato Pedro Francisco Jamet, presbítero, que se distinguiu por sua ajuda a religiosas Filhas do Bom Pastor e por seu trabalho para a restituição da paz à Igreja, depois de um tempo de instabilidade (1845). Considerou-se e se lhe chamou o "Segundo Fundador" do Instituto das Filhas do Bom Pastor. Pedro Francisco Jamet, nasceu em 12 de Setembro de 1762 em Fresnes, França, seus pais, ricos agricultores, tiveram oito filhos, dos que dois foram sacerdotes e uma foi religiosa. Pedro Francisco Jamet Estudou no Colégio de Vire e aos 20 anos sentiu-se chamado ao sacerdócio, pelo que se matriculou na renomeada Universidade de Caen, em que seguiu os cinco anos de estudo em filosofia e teologia. Em 1784 entrou no seminário e em 22 de Setembro de 1787 foi ordenado sacerdote, obteve o título de licenciado em teologia e o título de "Master of Arts", mas não pôde continuar sua especialização por rebentar a Revolução Francesa. Existia em Caen uma comunidade das Filhas do Bom Pastor, instituto fundado em 1720 pela Mãe de Anna Leroy, em 1790 o P. Jamet foi nomeado capelão e confessor do Instituto, de que chegou a ser superior religioso em 1819. Em 1798 se negou realizar o juramento imposto pelas autoridades da Revolução Francesa, pelo que foi detido e recebeu ameaças de morte. Milagrosamente recuperou a liberdade e se dedicou com todos os meios a ajudar as Filhas do Bom Pastor, celebrando a Missa secretamente, apoiando os irmãos vacilantes e alentando aos fieis perseguidos. Depois da Revolução, pôde dedicar-se abertamente à restauração e ao crescimento da Congregação do Bom Pastor. Iniciou a assistência educativa aos surdo-mudos, para o que realizou estudos específicos sobre sua educação, introduzindo novos métodos de ensino específico. Durante oito anos, desde 1822 a 1830, foi reitor da Universidade de Caen, logrando entre os docentes e os estudantes uma nova atmosfera de fé cristã, posterior à grande tormenta da Revolução e à propagação de ideias "ilustradas e racionalistas". Tudo o fazia para a glória de Deus, porque interiormente era todo de Deus. Aos 83 anos, em consequência de esgotamento e à idade, Pedro Francisco Jamet morreu em 12 de Janeiro de 1845. Os acontecimentos políticos fizeram, que pese o reconhecimento público de sua fama de santidade, o necessário processo canónico se iniciasse apenas em 1930, completado com a aprovação do milagre atribuído a sua intercessão, em 11 de Dezembro de 1985. O Papa João Paulo II o beatificou em 10 de Maio de 1987.
Sacerdote e Mártir
Nicolás Bunkerd, Beato
Sacerdote Tailandês, Mártir
Martirológio Romano: No lugar chamado Tomhom, perto de Bangkok, na Tailândia, beato Nicolás Bunkerd Kitbamrung, presbítero e mártir, pregador exímio do Evangelho, que foi encarcerado no tempo de perseguição contra a Igreja e por causa da tísica, que contraiu ajudando aos enfermos, faleceu de modo exemplar (1944). Nasceu em 28 de Fevereiro de 1895 em Sam Phran, Nakhon Pathom, Tailândia. Foi um de seis filhos. Seus pais se converteram ao cristianismo e educaram a seus filhos na fé. Ingressou no Seminário Menor de Hang Xan com a idade de 13 anos, e em 1920 no Seminário Maior em Penang, Malásia. Ordenado sacerdote na Arquidiocese de Bangkok, Tailândia em 1926. Foi pastor em Bang Nok Khneuk e Phitsanulok. Missionário no norte de Vietname de 1930 a 1937, trabalhando para recuperar aos católicos que haviam decaído em sua prática devido à pobreza. Durante a guerra entre França e Indochina, Nicholas foi acusado de espiar para os franceses. Em 1941 foi detido e condenado a 10 anos de prisão. Ali contraiu a tuberculose que, somando às penúrias da cadeia, finalmente lhe causou a morte (em 12 de Janeiro de 1944). Mas antes disso, durante os dois anos que viveu na prisão, converteu a seus companheiros, batizando pelo menos a 68 deles. É o primeiro sacerdote mártir de Tailândia. Foi beatificado por S.S. João Paulo II em 5 de Março de 2000.
Santos Tigrio, presbítero, e
Eutrópio, mártires
Em Constantinopla (Istambul, hoje na Turquia), santos mártires Tigrio, presbítero, e Eutrópio, leitor, aos quais, em tempo do imperador Arcádio, foram acusados falsamente de haver incendiado a igreja principal e o palácio senatorial como reação ao desterro do bispo são Juan Crisóstomo, sendo submetidos ao martírio sob Optato, prefeito da cidade, partidário do culto aos falsos deuses e contrário à religião cristã (406).
Santa Cesária, abadessa
Em Arlés, cidade da Provença, na Gália (hoje França), santa Cesária, abadessa, irmã do bispo são Cesário, que, para ela e para suas irmãs, escreveu uma Regra destinada a santas virgens (c. 529).
Santo Ferreol, bispo e mártir
Em Grenoble, em Burgundia (hoje França), são Ferreol, bispo e mártir, que foi ferido de morte por um sicário enquanto exortava a multidão (c. 659).
São Martín (Martinho) de la Santa Cruz,
religioso presbítero
Na cidade de Leão, em Espanha, são Martín de la Santa Cruz, presbítero e canónico regular, que foi varão perito na Sagrada Escritura (1203).
Beato António Fournier, mártir
Em Preuilly, de Anjou, em França, beato António Fournier, mártir, o qual, artesão de ofício, foi fuzilado durante a Revolução Francesa por sua fidelidade à Igreja (1794).
São Victoriano, abade
No mosteiro de Asán, na região de Barbastro, do Reino de Aragão, são Victoriano, que, havendo nascido em Itália, abraçou a vida monástica, e estando dedicado à oração na solidão das montanhas pirenaicas, aceitou a responsabilidade de dirigir o mosteiro que depois levou seu nome (c. 561).
90569 > Sant' Aelredo (Etelredo) di Rielvaux Abate MR
37370 > Beato Antonio (Antoine) Fournier Padre di famiglia, martire MR
37225 > Sant' Antonio Maria Pucci Religioso MR
37400 > Sant' Arcadio di Cesarea di Mauritânia Martire MR
37300 > San Benedetto Biscop Abate MR
30850 > San Bernardo da Corleone Religioso MR
93928 > Beato Bernardo de Plano Mercedario
37350 > Santa Cesira (Cesaria) di Arles Sorella di S. Cesario MR
37270 > San Ferreolo di Grenoble Vescovo e martire MR
91614 > Santa Margherita (Marguerite) Bourgeoys Fondatrice MR
37320 > San Martino di Leon (di Santa Croce) Sacerdote MR
90007 > Beato Nicola Bunkerd Kitbamrung Sacerdote thailandese, martire MR
91213 > Beato Pier Francesco Jamet Fondatore francese MR
91585 > Santa Taziana di Roma Martire
92510 > Santi Tigrio ed Eutropio Martiri MR
www.jesuitas.pt - www.santiebeati.it - www.es.catholic
António Fonseca
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