domingo, 10 de julho de 2011

Nº 976-2 - A RELIGIÃO DE JESUS - 10 DE JULHO DE 2011

Nº 976-2

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª CastilloComentário ao Evangelho do diaCiclo A (2010-2011)Edição de Desclée De BrouwerHenao, 648009 Bilbaowww.edesclee.cominfo@edesclee.com:
tradução de espanhol para português, por António Fonseca

Estrela O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, directamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
 
10 de Julho
 
15º DOMINGO COMUM
 
Mt 13, 1-23
 
Naquele dia, Jesus saiu de casa e sentou-Se à beira-mar. Reuniu-se a Ele uma tão grande multidão, que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto toda a multidão se conservava na margem. O Semeador. - Falou-lhes de muitas coisas em parábolas, dizendo: «O semeador saiu para semear. Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram, em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo brotaram porque a terra era pouco profunda; mas, assim que o sol se ergueu, foram queimadas e, desprovidas de raízes, secaram. Outras caíram entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-nas. Outras caíram em terra boa e derem fruto: Umas cem; outras; e outras trinta. Aquele que tiver ouvidos, oiça»! Duas razões para falar em parábolas - Aproximando-se d’Ele os discípulos, disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas»? Respondendo, disse-lhes: «A vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado. Pois àquele que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas àquele que não tem, ser-lhe-á tirado mesmo o que tem. É por isso que lhes falo em parábolas; pois vêem sem ver e ouvem sem ouvir nem compreender. Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis; e, vendo, vereis, mas não percebereis. Porque o coração deste povo tornou-se duro, e duros também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos,ouvir com os ouvidos, compreender o coração, e converter-se para Eu os curar. Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. Em verdade vos digo: Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não vigoram, e ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram». Explicação da parábola – «Escutai, pois, a parábola do semeador. Quando um homem ouve a palavra do reino e não compreende, chega o maligno e apodera-se do que foi semeado no seu coração. Aquele  que recebeu a semente em sítios pedregosos, é o que ouve a palavra, e a acolhe,  de momento, com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, é inconstante; Se vier a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos, é o que ouve a palavra; mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não produz fruto. E aquele que recebeu a semente em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende: Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta».
 
1. Para entender esta palavra, o primeiro que há a ter em conta é que a “palavra(logos, em grego; dabâr, em hebreu), nas culturas do antigo Oriente, não era meramente um “sinal” que transmite uma “ideia, mas era sim uma “força” que transmitia uma “realidade”. A realidade que expressava a palavra. Nesta parábola, o que Jesus explica é porque muitas vezes a palavra não é força, mas frustra-se e, por isso, resulta ineficaz ou a sua eficácia é diminuída ou limitada.
 
2. Tal como se fala disto na Bíblia, a ”palavra de Deus”, não se associa ao sacerdote (Zacarias, o pai de João Baptista, ficou sem palavra, mudo; Lc 1, 20), enquanto que a palavra veio sobre João, não no templo, mas sim no deserto (Lc 3, 2). E é que a palavra era o meio com que os profetas comunicam sua força ao povo (Am 1, 6).
 
3. Mas com Jesus, o tema da palavra dá um passo adiante que resulta decisivo: a palavra de Deus é a palavra de Jesus: “Mas eu digo-vos” (Mt S, 22, 28…). A palavra  de Jesus tem tal força, que faz milagres (Mt 8, 8, 16; Jo 4, 50-53), perdoa pecados (Mt 9, 1-7 par), transmite seu poder pessoal (Mt 18, 18; Jo 20, 23), perpetua sua presença (Mt 26, 26-29 par) (X. Léon-Dufour). Ora bem, tudo isto suposto, a pergunta que temos que enfrentar é forte: porquê, com tanta frequência, a palavra do Clero, dos catequistas, dos professores de religião, não é semente para nada? Porque essa palavra resulta tão inexpressiva, tão pesada, tão incómoda, tão rotineira? não será que, em lugar de “profetas” da palavra, temos “funcionários” do templo? não indicará tudo isto que nos havemos colado a uma religião rotineira e cómoda, ao mesmo tempo que nos vamos afastando de Jesus?

Compilação por
António Fonseca

NOTA FINAL: Desejo esclarecer que os comentários aos textos do Evangelho, aqui expressos, são de inteira responsabilidade do autor do livro A RELIGIÃO DE JESUS e, creio eu… apenas retratam a sua opinião – e não a minha ou de qualquer dos meus leitores, que eventualmente possam não estar de acordo com ela. Eu apenas me limito a traduzir de espanhol para português os Comentários e NEM EU NEM NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO A ESTAR DE ACORDO. Desculpem e obrigado. AF.

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