quarta-feira, 3 de abril de 2019

Nº 34 - A DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS - 3 DE ABRIL DE 2019,

Nº  34 

DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS  

 3 DE ABRIL DE 2019









Caros Amigos:



31º Bispo do Porto






DOM JOÃO DE AZEVEDO

Bispo do Porto
1465-1495

No livro "Retratos dos Bispos do Porto na Colecção do Paço Episcopal" aparece a indicação complementar (além da Biografia abaixo transcrita) de que terá exercido essas funções durante cerca de 30 anos de 1465 até 1495.

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DOM JOÃO DE AZEVEDO nasceu em Lisboa em data que se desconhece. Era filho de Luís Gonçalves Malafaia, Vedor da fazenda do rei Dom Duarte e embaixador em Castela de Dom João II, e de Dona Filipa de Azevedo, filha de Lopo de Azevedo, senhor de Bouro e de São João de Rei. Seu pai era filho de Gonçalo Pires de Malafaia, escrivão da chancelaria de Dom Fernando e de Dom João I, regedor da casa do cível e senhor de Belas.
Teve um filho de Margarida Henriques, mulher solteira, de nome Pedro de Azevedo, casado com Inês Sodré e sem geração, que foi legitimado por Dom Afonso V em Dezembro de 1480. Da sua parente Joana de Castro, senhora da Honra e Quinta de Azevedo, teve outros quatro filhos, nomeadamente, Manuel da Silva, Luís Gonçalves, Francisco da Silva e António de Azevedo, todos legitimados por Dom Manuel I.
Estudou direito civil e direito canónico na Universidade de Paris. Era deão da Sé de Lisboa quando foi nomeado para Bispo do Porto, em 1465, após apresentação do rei Dom Afonso V, de quem era fidalgo do seu Conselho.
Durante os seus 30 anos de episcopado Dom JOÃO DE AZEVEDO tomou algumas medidas importantes para a gestão da Sé. Assim, em 1466 fez uma composição com o cabido na qual se estabelece que o padroado das Igrejas de Campanhã e Queimadela (concelho de Fafe) ficariam anexadas à mesa episcopal, e o da igreja de São Cristóvão de Cabanões (concelho de Ovar), à mesa capitular. Em Setembro de 1474 escambou com o cabido umas casas que este possuía na rua das Tendas por umas ao pé do paço para nestas se fazer o cárcere. No ano seguinte, a pedido de Dom JOÃO DE AZEVEDO, Dom Afonso V, mandou pagar, ao bispo e ao cabido, um valor actualizado do montante anual acordado entre Dom João I e Dom GIL ALMA, em 1406, na sequência da transferência da jurisdição da cidade para o rei.Tendo que se ausentar da diocese, em 1475, escolheu para seu coadjutor Frei EGÍDIO DO PORTO, bacharel em  Teologia, natural da cidade e residente no convento de São Francisco. FREI EGÍDIO deve ter falecido antes de 1487, uma vez que nesse ano, partindo Dom JOÃO em romaria, deixou o governo a Dom JUSTO BALDUÍNO, bispo de Ceuta.
De regresso ao Porto, lançou a primeira pedra para a construção, no Porto, da igreja do convento de Santo ELÓI (dos Lóios), dos cónegos de São João Evangelista, no lugar da Fonte de Arca, a 6 de Novembro de 1491. A obra teve o apoio financeiro do rei Dom João II, da rainha Dona Leonor, do próprio bispo e de Dona Violante Afonso que havia doado o terreno, com uma ermida, no qual se haveria de construir a dita igreja.
Logo no ano seguinte, instituiu o arcediago da Régua ao qual anexou metade dos dízimos da Igreja de São FAUSTINO (concelho da Régua), que, até então, pertencia à mesa episcopal. Em 1493, para aumentar os rendimentos do cabido uniu-lhe, in solidum, a Igreja de Santa Maria de Azurara e a sua matriz São Salvador da Árvore (concelho de Vila do Conde), a qual Dom JOÃO DE AZEVEDO, por autoridade apostólica, tinha em comenda desde 1473, reservando-se para o bispo uma pensão vitalícia de 20 mil reais.
Apesar de, desde os inícios do século XV, já não pertencer aos prelados a jurisdição temporal da cidade, a verdade é que as relações entre aqueles e os moradores do Porto se mantiveram constantes, apesar de nem sempre tranquilas. No caso de Dom JOÃO DE AZEVEDO, vemo-lo tentar pacificar o motim popular que, a 31 de maio de 1474, se levantou contra Rui Pereira, senhor da Feira, que, a pretexto de negócios vários, permanecera mais de três dias na cidade. No ano seguinte, e juntamente com o cabido, estabeleceu com o Concelho a forma de pagamento dos dízimos dos moradores do burgo.
Em 1490, Dom JOÃO DE AZEVEDO conduziu a comitiva que acompanhou Dom Jorge, filho bastardo do rei Dom João II, desde Aveiro até Évora, depois da morte de sua tia, a infanta Dona Joana, com quem até então vivera no real mosteiro de Jesus.
Dom JOÃO renunciou ao seu cargo no final de Setembro de 1495, a fim de se recolher no convento de São João Evangelista de Xabregas, em Lisboa. A este convento tinha doado, ainda como bispo do Porto, uma soma em dinheiro, dois cálices de prata,  muitas vestimentas e sobrepelizes. Contribuiu também para a construção da hospedaria e do arco da capela-mor e para o lajeamento do claustro daquela comunidade.
Em testamento deixou ao cabido, para além da sua livraria, ornamentos para o culto e um báculo de prata dourada com as suas armas. No Livro de Aniversários do Cabido do Porto encontra-se a entrada relativa aos sufrágios que o cabido, ainda em vida de Dom JOÃO se obrigou a fazer:

"Em este dia <20 de Janeiro> ordenou o cabiido (sic) fazer o primeiro anyversayro dos XII que ordenarom fazer por o senhor dom Joham d'Azevedo bispo que foy desta cidade por o bem que fez a esta igreja em leyxar a igreja d'Azurara ao cabido e os pannos d'armar que som XV peças e leyxou toda a sua livraria e mandou contribuyr com a meetade (sic) da prata de Sam Pantaleom em que o cabiido foy condapnado em que se montou em ella XXV marcos de prata. E iram com cruz e augua benta ao cruzeiro aos degraus da capella mayor e o responso libera me e começarom oje <a> fazer o primeiro anyversario que foy no anno de mil IIII C LRVIIIº (1498) annos. E tem cada huum anyversario cem reais"
(ADP, Cartório do cabido, Liv. 1574, fl. 6).

Viveu no convento de Xabregas até falecer, no dia 27 de Julho de 1517, de acordo com o epitáfio da sua sepultura, que, segundo Dom RODRIGO DA CUNHA, se encontrava no chão da igreja do convento, junto ao arco. De acordo com o cronista Pe. FRANCISCO DE SANTA MARIA foi 
"dotado de galharda presença, excelente génio e engenho felice
(SANTA MARIA, 1697, p. 866)


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Na penúltima página do Livro #Retratos..." no índice EPISCOLÓGICO este Bispo está indicado  como se tivesse sido o Nº 32 da lista. (...)

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Na WIKIPÉDIA encontrei a referência a este Bispo com o nome de Dom JOÃO DE AZEVEDO, que  transcrevo em seguida.



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João de Azevedo

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D. João de Azevedo (Paço Episcopal do Porto).
João de Azevedo (Lisboa?, ? - LisboaXabregas27 de Julho de 1517) foi um prelado português do século XV para o século XVI.[1]










Biografia[editar | editar código-fonte]

D. João de Azevedo terá nascido em Lisboa, desconhecendo-se ao certo a data, filho de Luís Gonçalves Malafaia e de sua mulher Filipa de Azevedo, filha de Lopo Dias de Azevedo, Senhor de São João de Rei, das Terras de Bouro e de Aguiar, etc, e de sua mulher Joana Gomes da Silva, Senhora da Honra e Torre da Silva, etc. Estudou Direito na Universidade de Paris, e desempenhava o cargo de Deão da Sé de Lisboa quando foi nomeado, em 1465, por D. Afonso V, que o apresentou para Bispo da Diocese do Porto.[2][1]
Ocupou a dignidade de 31.º Bispo do Porto, entre 1465 e 1496.[2]
Foi Fidalgo do Conselho de D. Afonso V, etc.
Em 1487, partiu para uma Romagem, deixando o Governo da Diocese ao Bispo de Ceuta.[1]
6 de Novembro de 1491 o Bispo lança a primeira pedra para a construção da Igreja Nova do Convento de Santo Elói (Lóios), no lugar da Fonte da Arca, obra que se iniciou de imediato com o apoio financeiro do rei D. João II, da rainha D. Leonor, do Bispo e da doadora D. Violante Afonso. Em 1492 instituiu o arcediago da Régua.[2]
Enriqueceu a Catedral com preciosas alfaias, deixando em Testamento, ao Cabido, a sua Livraria e um precioso Báculo de prata.[1]
D. João de Azevedo renunciou ao seu cargo na Diocese no final de Setembro de 1495 a fim de se recolher no Convento de São João Evangelista de Xabregas, em Lisboa, onde residiu e viveu, ao que parece, durante cerca de 25 anos, como simples Donato, até à data do seu falecimento, no dia 27 de Julho de 1517, estando sepultado na Igreja do Convento.[2][1]
Teve um filho sacrílego de Margarida Henriques, mulher solteira:
  • Pedro de Azevedo; a 1 de Dezembro de 1480, D. Afonso V de Portugal legitima Pedro, filho de D. João de Azevedo, Bispo do Porto, do seu Conselho, e de Margarida Henriques, mulher solteira, a pedido de seu pai; casado com Inês Sodré, sem geração
Teve quatro filhos sacrílegos de sua parente Joana de Castro, filha de Fernão de Sousa, 1º senhor de Gouveia e de D. Mécia de Castro. A propósito, é interessante notar a estreita ligação de D. João de Azevedo à casa dos Condes de Atouguia, muito influente no contexto do poder político português da segunda metade do século XV, pois Joana de Castro era neta materna do 1º Conde de Atouguia, enquanto ele era cunhado do 2º Conde de Atouguia, D. Martinho de Ataíde.
D. Joana de Castro era Senhora da Honra e Quinta de Ataíde a 10 de Janeiro de 1503, data em que a Casa da Suplicação decidiu contra ela sobre o exercício de determinados direitos jurisdicionais sobre a Honra,[3] e é referida como D. Joana de Castro na legitimação dos filhos:
  • Manuel da Silva, legitimado, com seus irmãos, por Carta Real de D. Manuel I de Portugal,[4] como filho do Bispo D. João e D. Joana de Castro, onde aparece como D. Manuel da Silva, Sucessor na Honra e Quinta de Ataíde bem como na Honra e Quinta de Barbosa, em Penafiel de Sousa. Em outros documentos[5] é referido como D. Manuel de Azevedo. Teve dois filhos ilustres: o Beato Inácio de Azevedo e o vice-rei da Índia D. Jerónimo de Azevedo.
  • Luís Gonçalves de Azevedo, legitimado, com seus irmãos Francisco e António, por Carta Real de D. Manuel I de Portugal,[6] como filho do Bispo D. João e D. Joana de Castro, onde aparece apenas como Luís Gonçalves e é o primeiro dos três
  • Francisco da Silva, legitimado, com seus irmãos Luís e António, por Carta Real de D. Manuel I de Portugal,[7] como filho do Bispo D. João e D. Joana de Castro, onde aparece como Francisco da Silva e é o segundo dos três
  • António de Azevedo, legitimado, com seus irmãos Luís e Francisco, por Carta Real de D. Manuel I de Portugal,[8] como filho do Bispo D. João e D. Joana de Castro, onde aparece apenas como D. António de Azevedo e é o último dos três

Precedido por
D. Luís Pires
Brasão episcopal
Bispo do Porto

1465 — 1496
Sucedido por
D. Diogo de Sousa



Na publicação de amanhã, prosseguirei com a história dos BISPOS DO PORTO



ANTÓNIO FONSECA

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