terça-feira, 23 de abril de 2019

Nº 54 - A DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS - 23 DE ABRIL DE 2019,

Nº  54


DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS  

 23 DE ABRIL DE 2019









Caros Amigos:



51º Bispo do Porto




DOM 
FREI ANTÓNIO DE SOUSA


Bispo do Porto
1758-1766




Na Lista de Bispos do Porto da WIKIPÉDIA consta apenas a seguinte indicação na Lista dos Bispos do Porto:


Frei António (II) de Távora 

(1757-1766)



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Por outro lado no livro "Retratos dos Bispos do Porto na Colecção do Paço Episcopalna CRONOLOGIA consta o nome, imagem (acima) e biografia (que abaixo transcrevo)  do Bispo DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA (ex-TÁVORA)  e também no EPISCOPOLÓGICO com a indicação de que terá exercido essas funções durante cerca de 8 Anos de 1758 até 1766. 




A transcrição é como segue:


DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA (ex-TÁVORA) nasceu a 6 de Setembro de 1690, no lugar de Cacilhas, freguesia de Almada, Setúbal, com o nome de ANTÓNIO LUÍS DE TÁVORA, apelido este que abandonaria por razões adiante descritas. Era o segundo filho de António Luís de Távora, 2º marquês de Távora, 4º conde de São João da Pesqueira e de Dona Leonor Maria Antónia de Mendonça, filha de Henrique de Sousa Tavares da Silva, conde de Miranda, 1º marquês de Arronches e governador da Relação do Porto.
Professou e, posteriormente, foi ordenado no convento de Nossa Senhora da Graça, de Lisboa, da Ordem dos Eremitas Calçados de Santo Agostinho, a 8 de Setembro de 1716. Em seguida ingressou na Universidade de Coimbra onde se formou em teologia.
A 15 de maio de 1734 foi eleito provincial dos agostinhos eremitas, e, em 1754, nomeado para governar a provincia e admitido como Prelado da Ordem. No exercício deste cargo iniciou a construção do novo edifício do convento de Penafirme, e, a despesas pessoais, ornamentou e edificou vários espaços da igreja e do convento da Graça, nomeadamente a biblioteca que revestiu com estantes com mais de 14 mil volumes.
Encontrava-se em Lisboa, no convento da Graça quando se deu o Terramoto de 1755. Apesar dos grandes estragos sofridos pela igreja e pelo mosteiro, DOM FREI ANTÓNIO tentou restaurar o mais depressa possível a normalidade na vida dos religiosos e, em paralelo, prestar auxilio aos habitantes da cidade. A sua acção merecer-lhe-ia uma portaria régia de louvor e agradecimento emitida a 5 de Dezembro de 1755.
O seu papel como provincial dos frades gracianos aliado ao facto de pertencer a uma das famílias mais prestigiadas e mais influentes do Portugal de Setecentos terão sido razoes suficientes para o rei Dom José, com a aquiescência do seu ministro, SEBASTIÃO JOSÉ DE CARVALHO E MELO (marquês de Pombal) o ter apresentado Bispo do Porto, a 21 de Agosto de 1756. De facto, a eleição de um TÁVORA para a cátedra portucalense pode causar alguma perplexidade, mas deve ser vista como numa possível manobra do Marquês de Pombal para "obter o favor de facções que ele reconhecia como sendo poderosas, ou até para não levantar suspeitas quanto ás estratégias que projectava para estrangular o valimento que estes sacerdotes ainda tinham no centro político" .
(PAIVA, 2006, P. 540)
DOM FREI ANTÓNIO seria confirmado pelo papa BENTO XIX a 30 de Março de 1757. Tomou posse a 25 de maio seguinte, pela mão do seu procurador, FREI AURÉLIO DE SÃO TOMÁS, que ficaria como provisor e governador interino do Bispado, e foi sagrado em Évora, no dia 3 de Julho. Só a 5 de Fevereiro de 1758 chegaria ao Porto, tendo-se instalado na Quinta do Prado e realizando a sua entrada solene na cidade apenas em Junho desse ano.
Poucos meses depois, a 3 de Setembro de 1758, o rei Dom José foi vítima de um  atentado contra a sua vida. Como culpados foram imediatamente indicados e presos, o Duque de Aveiro e vários membros da familia dos Távoras, além de outras pessoas. Julgados em processo sumário, foram condenados à pena capital, entre outros, a 3ª Marquesa de Távora, sobrinha de DOM FREI ANTÓNIO, o 4º Marquês de Távora e seu irmão José Maria de Távora, sobrinhos netos do Prelado e o 11º Conde de Atouguia, casado com uma sobrinha neta do Bispo. Este processo acabaria por afectar toda a familia, uma vez que, por sentença de 12 de Janeiro de 1759, o apelido Távora deixaria de poder ser usado sob pena de desnaturalização e confisco. Por essa razão DOM FREI ANTÓNIO passaria a ser conhecido pelo sobrenome SOUSA, que lhe advinha do ramo materno.
Provavelmente pela necessidade de se manter discreto, numa época tão conturbada, DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA pautou o seu governo pela modéstia e austeridade. Não deixou, no entanto, de ter um papel relevante nas obras realizadas nas igrejas de Nossa Senhora da Vitória, São Nicolau e Santa Cruz do Bispo. A primeira foi edificada entre 1756 e 1766 para substituir uma pequena capela  que se tornara exígua  como templo paroquial. Na sua fachada encontra-se o brasão dos Sousas de Arronches, familia a que pertencia DOM FREI ANTÓNIO, que, aliás, pagou a maior parte das obras, às suas custas. A Igreja de São Nicolau, por sua vez, tinha sido destruída num incêndio, em 1758, tendo sido necessário reconstruí-la desde os alicerces. Foi reaberta ao público em 1762 e ostenta, na sua frontaria, as armas de fé do Prelado. DOM FREI ANTÓNIO foi também responsável pela construção da igreja paroquial de Santa Cruz do Bispo, em cuja fachada se encontram, igualmente, as armas do antístite
O mosteiro de São João Novo, dos eremitas Agostinhos a que o Bispo pertencia, beneficiou também, largamente, do auxilio de DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA, Aqui o Prelado  mandou fazerr a tribuna do altar-mor, completou o claustro que estava inacabado, reconstruiu um dormitório que ameaçava ruína, mandou fazer uma casa destinada à biblioteca do convento, que dotou com muitos livros, e muniu a sacristia de paramentos e alfaias litúrgicas de grande valor.
DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA dedicou ainda particular atenção ás obras de caridade, protegendo e patrocinando várias instituições, como a Irmandade de Nossa Senhora do Terço e Caridade, cujos,primeiros estatutos aprovou, e a Santa casa da Misericórdia do Porto, de quem foi, por duas vezes, provedor. No exercício dessa função, interessou-se, especialmente, pelo funcionamento dos seus hospitais, com os quais despendeu avultadas quantias, de modo a garahtir a assistência médica aos mais necessitados.
Como pastor da sua Igreja, DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA mandou visitar a diocese deixando escritos capítulos gerais, nos livros de visitações que revelam a sua preocupação face aos comportamentos desviantes praticados pelos membros do clero.
Da sua lavra sairam várias pastorais, como a de 17 de Outubro de 1757, onde proibia a comunicação com os jesuítas, fosse verbal ou escrita. esta pastoral vem no seguimento da proscrição, desnaturalização e expulsão de Portugal da Companhia de Jesus, ordenada pelo marquês de Pombal, a 3 de Setembro de 1758, ainda na senda do processo  relativo à tentativa de assassinato do monarca. Em pastoral anterior, de 19 de Janeiro de 1759, e também em cumprimento da ordem régia, DOM FREI ANTÓNIO  suspendeu os inacianos de confessar e pregar no seu Bispado.
DOM FREI ANTÓNIO DE SOUSA faleceu, subitamente, na quinta de Santa Cruz no dia 4 de Junho de 1766, tendo sido sepultado no panteão dos bispos na capela-mor da catedral do Porto. Pela sua dignidade e carácter de esmoler, comparam-no os cronistas a São TOMÁS DE VILANOVA, seu companheiro de hábito (FLOREZ, 1766, p. 251)

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Na publicação de amanhã, prosseguirei com a história dos BISPOS DO PORTO



ANTÓNIO FONSECA

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