domingo, 21 de abril de 2019

Nº 52 - A DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS - 21 DE ABRIL DE 2019,

Nº  52


DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS  

 21 DE ABRIL DE 2019









Caros Amigos:



49º Bispo do Porto





DOM 
TOMÁS DE ALMEIDA


Bispo do Porto
1709-1716




Na Lista de Bispos do Porto da WIKIPÉDIA consta uma biografia bastante completa (quase idêntica à que está inserta no "Livro dos Retratos...) pelo que entendi que  não seria necessário transcrevê-la em duplicado.

(NOTA DE AF)



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No livro "Retratos dos Bispos do Porto na Colecção do Paço Episcopalna CRONOLOGIA consta o nome, imagem (acima) e biografia (que abaixo transcrevo)  do Bispo DOM TOMÁS DE ALMEIDA e também no EPISCOPOLÓGICO com a indicação de que terá exercido essas funções durante cerca de 7 Anos de 1709 até 1716. 




A transcrição é como segue:


DOM TOMÁS DE ALMEIDA nasceu em Lisboa a 11 de Setembro de 1670. Foi o Nono filho de Dom António de Almeida, 2º Conde de Avintes, conselheiro de Estado e da Guerra, governador de armas em Trás-os-Montes e governador do reino do Algarve, e de Dona Maria Antónia de Bourbon, filha de Dom Tomás de Noronha, 3º Conde dos Arcos e dama da rainha Dona Maria Francisca de Sabóia-Nemours.
Começou a sua formação pelas humanidades, tendo, em seguida, estudado filosofia no colégio de Santo Antão dos Jesuitas, em Lisboa. Em 1688, com 18 anos, entrou para o Real Colégio de São Paulo, em Coimbra, como porcionista, e graduou-se em cânones, na Universidade da mesma cidade, aos 25 anos.
A 21 de Junho de 1695 foi nomeado deputado do Santo Ofício de Lisboa, e, a 27 de Agosto seguinte, tornou-se desembargador do Tribunal da Relação do Porto, depois de ter feito o exame vago no Desembargo do Paço. Em Abril de 1698 regressa à capital para ocupar o lugar de Desembargador da Casa da Suplicação e dos Agravos. Em 1793 tomou posse como deputado da Mesa da Consciência e Ordens, exercendo, em paralelo, as funções de sumilher de cortina de Dom Pedro II. Em Outubro de 1704 tornou-se Secretário das Mercês e Expediente e Chanceler-Mor do Reino e, em Março do ano seguinte, viria a ser Secretário de Estado. Em paralelo, assumiu também a função de provedor das Obras do Paço e Casas Reais de Campo.
Aos cargos administrativos e políticos, DOM TOMÁS aliou outros eclesiásticos, sendo prior da paróquia de São Lourenço de Lisboa e beneficiado de várias das igrejas, possuindo, também, uma pensão nas rendas da mitra de Viseu. Deixaria na Igreja de São Lourenço o seu cunho pessoal, nela edificando uma capela dedicada a São TOMÁS DE VILANOVA, o arco cruzeiro e os altares colaterais do Senhor Jesus e de Nossa Senhora da Conceição.
Como Secretário de Estado de Dom Pedro II demonstrou grande talento, personalidade e capacidade de acção, razões pelas quais terá sido premiado, pelo monarca, com a apresentação para a cátedra de Lamego, em 1706. DOM TOMÁS foi confirmado pelo Papa CLEMENTE XI, a 6 de Dezembro desse ano, e sagrado em Lisboa, na igreja do convento da Graça, no dia 3 de Abril de 1707. No curto espaço de tempo em que encabeçou a diocese lamecense, DOM TOMÁS ordenou a execução de algumas obras na catedral, colocando na parte posterior do arco cruzeiro uma pedra com as suas armas de fé. Também publicou uma Carta Pastoral, a 15 de Fevereiro de 1708, e, em seu nome, mandou visitar algumas igrejas da diocese. Tomou ainda providências de modo a sarar o conflito que o bispo e o cabido de Viseu tinham com os capitulares de Lamego.
DOM TOMÁS DE ALMEIDA ficaria pouco tempo em Lamego, sendo eleito  Prelado Portuense por Dom João V, a 30 de Abril de 1709. Poucos dias depois, a 6 de maio, o mesmo monarca nomeou-o governador da Relação e das Armas do Porto, com os privilégios especiais de nomear o recebedor, o executor, o tabelião e o escrivão da mitra e do cabido, e o porteiro para receber essas mesmas rendas, assim como os direitos de abrir um açougue para si e ter gados próprios. O Prelado juntava assim, sob o seu báculo, o governo espiritual  e temporal da cidade, onde entrou, de forma solene, no dia 3 de Novembro de 1709.
Logo em Abril de 1710, no cumprimento das suas funções como pastor, e na senda das orientações tridentinas, DOM TOMÁS publicou uma pastoral, convocando um sínodo diocesano para o dia 10 de Junho seguinte. As sete constituições redigidas neste concílio reflectem a sua preocupação com as questões ligadas à disciplina dos clérigos  e com a administração do Bispado, mandando, neste caso, que houvesse um vigário da Vara em cada uma das quatro comarcas eclesiásticas. Durante os oito anos em que governou a diocese foram realizadas sete visitas pastorais, tendo DOM TOMÁS ido, pessoalmente às freguesias de Leça da Palmeira (em 1710 e 1712) e Gulpilhares (em 1713). Na sequência das visitações, e após queixas apresentadas pelos paroquianos, o Bispo publicou uma Pastoral sobre os sufrágios por alma dos que morriam com ou sem testamento, de modo a terminar com os excessos dos párocos em relação aos bens de herança dos defuntos.
Deixou também obra edificada,tendo mandado construir uma casa para albergar a câmara eclesiástica (entretanto destruída num incêndio) e ordenando a execução de trabalhos de melhoramento nas residências episcopais. Empenhou-se, igualmente, na urbanização do campo das Hortas, actual Praça da Liberdade, através de um grandioso programa urbanístico que, por diversas vicissitudes, não se concretizaria na totalidade. Levou a cabo obras de renovação no interior da Igreja dos Congregados do Oratório e lançou a primeira pedra da nova capela dos Terceiros de São Domingos.
Como governador militar empenhou-se, com a Câmara Municipal, em regularizar o pagamento dos soldos às tropas da guarnição da cidade, pedindo ao rei que criasse um imposto especial, o subsídio militar, a ser cobrado na alfândega ao mesmo tempo que os direitos do vinho de consumo.
Apesar do seu empenho à frente da diocese, DOM TOMÁS não perdeu a sua ligação à corte e ao rei e, em 1716, quando Dom João V projectava fazer uma viagem pela Europa, chamou o ainda Prelado portuense, correndo rumores de que seria para lhe entregar o governo do reino na sua ausência. Tratar-se-ia de uma enorme prova de confiança corroborada, ainda nesse mesmo ano, com a elevação de DOM TOMÁS ao mais alto cargo da hierarquia eclesiástica portuguesa. De facto, a 7 de Novembro de 1716 o papa CLEMENTE XII tinha concedido à capela real a dignidade de basílica metropolitana e patriarcal, através da divisão do arcebispado de Lisboa em duas dioceses: oriental e ocidental. DOM TOMÁS seria nomeado primeiro patriarca a 4 de Dezembro do mesmo ano, fazendo entrada pública na cidade a 13 de Fevereiro de 1717. Duas décadas depois, a 20 de Dezembro de 1737, o patriarca de Lisboa ocidental receberia o título de Cardeal por decisão papal.
O pontificado de DOM TOMÁS ficaria marcado pelo fausto e ostentação com que se rodeou na sua vida quotidiana, no paço da Ribeira, igualmente visível nas cerimónias litúrgicas a que presidiu. Mas este "Principe da Igreja" não deixou de exercer o seu múnus governativo, preocupando-se com a disciplina do clero e, em especial, com  a questão do sigilo confessional, tendo promulgado uma Pastoral a este propósito, a 3 de maio de 1745, publicada no ano seguinte. Ficaria ainda conhecido pela sua generosidade e pelo patrocínio de obras em diversos institutos religiosos lisboetas.
Durante no sue exercício episcopal DOM TOMÁS publicou várias homilias, escritas para as festividades de São Pedro e de São Paulo e da Assunção da Virgem Maria e alocuções para as festas de dedicação de igrejas, assim como Constituições Apostólicas, manifestos e apologias nos quais, "se admira a profunda sciencia que tem dos sagrados Cânones", como refere Diogo Barbosa  Machado (MACHADO, 1953, p.723). O Patriarca publicou também a obra Consensus Constitutioni Unigenitus Praestitius, em Lisboa, na tipografia  de Pascoal da Silva em 1719, e uma Carta para o Eminentíssimo e reverendíssimo Senhor Cardial Pereira Bispo do Reino do Algarve..., também publicada em Lisboa na Oficina  da Congregação do Oratório, em 1735 com 110 páginas.
DOM TOMÁS viverá até aos 83 anos, falecendo em Lisboa no dia 17 de Fevereiro de 1754. Como determinara em testamento foi sepultado numa campa rasa no cruzeiro da Igreja dos Jesuitas de São Roque, a cuja Ordem legou a sua livraria. Seria lembrado pelos seus panegiristas como homem "grande e magnifico senhor, afável e cheio de equilíbrio" (O Portugal, 1983, p. 239, n. 22).
Para além do quadro existente no paço episcopal portuense, existem retratos de DOM TOMÁS DE ALMEIDA noutras instituições, nomeadamente na Galeria dos Arcebispos do Museu do Mosteiro de São Vicente de Fora (tutelado pelo Patriarcado de Lisboa), no paço episcopal de Lisboa, no Museu de Lisboa ( no Palácio Pimenta) e na Irmandade dos Clérigos, no Porto.






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Na publicação de amanhã, prosseguirei com a história dos BISPOS DO PORTO



ANTÓNIO FONSECA

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