sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Nº 1007 - (202 - 10 DE AGOSTO DE 2011 - SANTOS DE CADA DIA - 3º ANO

 

Nº 1007

SÃO LOURENÇO

Mártir (258)

San Lorenzo 2

O papel dos diáconos na primitiva Igreja era de suma importância, comparável em muito àquele que hoje desempenham os Cardeais da Cúria. Havia sete que ajudavam em tudo o Romano Pontífice, especialmente na celebração dos divinos mistérios. O Arcediago ou primeiro dos diáconos era a personagem mais importante, logo abaixo do Papa; administrava todos os bens da Igreja. Tudo o que é temporal dependia dele; dirigia a construção dos cemitérios, recebia as esmolas e conservava os arquivos. Dele dependiam em grande parte todo o clero romano, os confessores , as viúvas, os órfãos e os pobres. Prevendo-se que viria a ocupar este cargo, olhava-se para ele já como imediato sucessor do pontífice reinante, do «seu papa», como dizem as inscrições. Referindo-se aos costumes da Igreja Romana no século III, diz Eulógio de Alexandria que o Arcediago subia ao trono pontifício em virtude dum costume inveterado e que ordená-lo sacerdote antes da sua eleição, seria tirar-lhe todas as possibilidades de ele chegar ao pontificado supremo. Este era o cargo que em Roma ocupava, em meados do século III, S. Lourenço, espanhol, natural de Huesca. O martírio impediu-lhe chegar ao papado, mas deu-lhe outra glória maior, a de testemunha sangrenta da fé em Cristo. O papa Sisto II tinha sido morto, com quatro dos seus diáconos, no dia 6 de Agosto do ano de 258 Estrela ver referência deste facto neste blogue do mesmo dia…) reinando Valeriano. Estava precisamente a celebrar os sagrados ritos no cemitério de Calisto. A tradição representa-nos S. Lourenço a conversar com o seu pontífice nos últimos momentos: «Para onde segues, pai, sem o teu filho? Para onde, ó sacerdote, sem o teu diácono?» – «Filho meu, respondeu o papa, não julgues que te abandono. Maiores são os combates que te esperam. Não chores. A separação será só de três dias». Os pormenores do martírio de S. Lourenço conhece-mo-los exatamente pelos escritores dos séculos IV e V, que parecem inspirar-se, mais que numas atas escritas, na tradição oral. Se houve atas escritas, devem ter-se perdido antes do século IV, pois Santo Agostinho e S. Máximo de Turim apelam só para a tradição. Mas esta tradição é segura, não distando nem um século do martírio. Santo Ambrósio foi o primeiro a escrever, no livro dos Ofícios, sobre o martírio de S. Lourenço. Depois temos o testemunho seguro do imortal Prudêncio, anterior aos sermões de Santo Agostinho e de São Máximo. «Lourenço, diz este poeta, era o primeiro dos sete varões que se aproximavam do altar do Pontífice; grande no grau levítico e mais nobre que os seus companheiros. Tinha as chaves das coisas sagradas; presidia ao arcano das coisas celestiais e, governando como fiel depositário, distribuía as coisas de Deus». Três dias depois do martírio do Papa, foi chamado à presença do prefeito Cornelius Saecularis, para entregar os livros de contas e o dinheiro que a Igreja possuía. Com previsão, tinha-o ele distribuído todo entre os pobres da comunidade cristã. Por isso, respondeu ao Prefeito: «Manda-me vir amanhã e trazer-te-ei tudo o que a Igreja possui de rico». No dias seguinte, apresenta-se de novo S. Lourenço e diz: «Vem comigo contemplar as riquezas que te apresento. Os pórticos estão cheios de vasos de ouro; os talentos dispostos ordenadamente brilham junto às paredes. Há estojos maravilhosos; há joias de beleza admirável. E apontava para o exército de coxos, cegos, crianças, pobres e doentes que alimentava a Igreja romana. Fazia Lourenço como Cornélia ao  mostrar ao povo os seus filhos, dizendo: «Estes são os meus tesouros». A resposta do Santo, cheia de fé, de caridade e de fina ironia, encheu de indignação o Prefeito: «Pagarás a fraude com a morte. Morrerás a fogo, em cima duma grelha». Ia cumprir-se a promessa do seu Pontífice. Segui-lo-ia ao fim de três dias, depois de maiores e longas provas. Na verdade, «estendido no assador de ferro, como diz Prudêncio, o seu rosto brilhava com beleza celestial e envolvia-o num fulgor louro. Parecia o legislador antigo, ao descer dos cumes do Sinai, ou Estevão, o Primeiro Mártir, quando, entre a chuvada de pedras, via a claridade de Deus. O odor da sua carne assada enchia a atmosfera; as chamas cravavam na carne o seu aguilhão pungente, mas outro fogo maior neutralizava-lhe o efeito devastador. Um fogo eterno e divino, Cristo, o fogo verdadeiro, que ilumina os justos e abraça os pecadores». A atitude heroica do mártir, no meio do fogo das grelhas, é uma das páginas mais gloriosas da primitiva Igreja cristã: «Já está cozido deste lado, diz ele ao verdugo, dá-lhe volta e come». No fim, esquece-se o mártir de si mesmo, dos seus verdugos, e dirige uma oração a Deus pela Igreja, Prudêncio interpretou de maneira grandiosa aqueles últimos momentos: «Ó Cristo, Deus único e verdadeiro; ó esplendor, ó Filho do Pai; Ó Criador do céu e da terra e fundador destas muralhas. Tu que puseste o cetro de Roma nos cumes da pujança, e decretaste que o mundo todo obedecesse à toga de Quirino…, tem compaixão, ó Cristo, dos teus romanos; faz que seja cristã a cidade por cujo ministério tu semeaste nas outras a salutar crença. Quando os membros rejeitam a superstição, não permaneça ímpia a cabeça; faça-se Rómulo cristão, seja crente Numa. Fuja Júpiter adúltero e triunfe a espada de Paulo». Meio século mais tarde, cumpriram-se os últimos desejos de S. Lourenço. O sucessor de Rómulo e Remo convertia-se ao Cristianismo e a cruz de Cristo começava a reinar sobre o cume do Capitólio. O Império abraçava oficialmente o Cristianismo e o sangue dos mártires, os seus corpos despedaçados, repartiam-se pelo Orbe inteiro como relíquias e tesouros preciosíssimos. A semente do Evangelho frutificava pujante e prolifera, com a regadura fecunda de tanto sangue inocente, derramado nos campos, nas ruas, nos circos e nas estradas. Roma cristã venera o hispano Lourenço com a mesma veneração e respeito com que honra os seus primeiros Apóstolos. Depois de S. Pedro e S. Paulo, a festa de S. Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estevão em Jerusalém, isso mesmo foi S. Lourenço em Roma. Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Áudio da RadioVaticana: e da RadioRai:

SANTA FILOMENA

filomena-martir

Em Roma, na catacumba de Priscila, na via Salária, santa Filomena, virgem e mártir: O anúncio agora lido de Santa Filomena não vem do chamado Martirológio jerominiano (do século V), nem de qualquer texto antigo. A história desta santa começa a 25 de Maio de 1802, dia em que se descobriram certos ossos ao escavar-se na catacumba de Priscila. A 8 de Junho de 1805, foram dados ao cónego Francisco de Lucia que os levou para a sua paróquia de Mugnano, na diocese de Nola, Itália. Houve milagres, organizaram-se peregrinações e depressa se tornou universal a celebridade da Santa; o «cura» de Ars, S. João Maria Vianney, tinha por ela extraordinária devoção e a ela atribuía os seus próprios milagres; chamava-lhe sua encarregada de negócios, seu embaixador junto de Deus e aquela que lhe emprestava o nome. Tornou-se a «milagreira do século XIX». Atribuiu à Santa frequentes comunicações, aí por 1835, uma irmã Maria Luisa. E Dositeia, outra Irmã, atribuiu à mesma santa a cura da tísica, aos 25 anos; só veio a morrer já octogenária. Até papas, ao que se diz, veneraram e invocaram muito Santa Filomena. Ao descobrirem-se os ossos, o túmulo estava fechado por três tijolos que se tinham pintado com letras vermelhas: LUMENA PAX TECUM FI. Logo se estabeleceu a ordem das palavras, a fim de lhes dar sentido: Pax tecum Filumena», «A paz esteja contigo, Filomena». Não houve cuidado de perguntar, na altura, se estavam presentes os restos duma mártir chamada Filomena. Nos símbolos pintados à volta das letras – âncora, palma, seta, folhas de hera, etc. – viu-se a indicação do suplicio: Filomena foi considerada como vítima de setas; e a «ampola de sangue» encontrada junto dos ossos tirou todas as dúvidas sobre ter existido essa Santa e ter sido mártir. As referidas eram, porém, explicações um tanto fantasiosas. Há muito que se sabia que as chamadas «ampolas de sangue» não contêm sangue e não indicam corpos de mártires! Os símbolos já não encerram mistério: a âncora lembra a cruz, a palma indica o triunfo no céu de qualquer bom cristão, as setas e as heras manifestam a separação das palavras umas das outras. Quanto à desordem dos termos ou parte deles não é facto casual, é coisa frequente: os coveiros (fossores) do século IV tornavam a empregar os restos das sepulturas encontradas mas evitando que as inscrições fossem julgadas como pertencentes aos novos ossos, que elas ficavam cobrindo. Em 1802, a inscrição deveria ter sido interpretada não como dizendo respeito aos ossos colocados por trás. É claro que Deus pode ouvir, como queira, qualquer oração, seja qual for o intermediário que se use. Ouvir-nos, não é primariamente dar-nos a certeza sobre a existência do Santo indicado. Assim, diante das dificuldades, a Sagrada Congregação dos Ritos determinou, em 1951: «A festa de Santa Filomena, virgem e mártir, deve ser retirada de todo e qualquer calendário». Ultimamente, porém, foi permitido celebra-la com qualquer «liturgia comum» (não como própria) da Santa. Conforme o papa João Paulo II explicou a um Bispo da Índia que lhe pedia esclarecimentos, o que se mantém é o seguinte: Estão proibidos em todas as dioceses a Missa própria e o Ofício litúrgico (cheio de fantasias) que antigamente se usavam. Pode celebrar-se Missa em honra de Santa Filomena, usando o formulário do comum das Virgens mártires, Não está proibido expor ao culto a imagem da santa. Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt.

HTTP://ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL

Amadeo de Silva y Meneses, Beato
Agosto 10 Sacerdote Fundador,

amadeo-silva

Lorenzo, Santo
Agosto 10 Mártir,

lorenzo-diacono

Filomena, Santa
Agosto 10 Mártir,

filomena-martir

Francisco Drzewiecki, Beato
Agosto 10 Presbítero y Mártir,

francisco-drzewiecki

Lázaro Tiersot, Beato
Agosto 10 Presbítero y Mártir

lazaro-tiersot

Arcángel de Calatafino Piacentini, Beato
Agosto 10 Presbítero,

arcangel-calatafino

WWW.SANTIEBEATI.IT

 Beato Agostino Ota Martire del Giappone 

Beato Agostino Ota 

Beato Arcangelo Piacentini da Calatafimi Sacerdote

Beato Arcangelo Piacentini da Calatafimi 1
 San Besso Martire

San Besso1San Besso4San Besso5

San Blano Vescovo

San Blano

Beato Edoardo (Edward) Grzymala Sacerdote e martire

Beato Edoardo (Edward) Grzymala 
Sant' Erico (Erik) IV Re di Danimarca, martire

Sant' Erico (Erik) IV

Beato Francesco Drzewiecki Sacerdote orionino, martire 

Beato Francesco Drzewiecki 2Beato Francesco Drzewiecki 1
Beato Francesco Francois (Sebastiano da Nancy) Sacerdote e martire

 Beato Francesco Francois (Sebastiano da Nancy)
San Geraint II Re del Cornwall

San Geraint II

Beati Giovanni Martorell Soria e Pietro Mesonero Rodriguez Salesiani, martiri 

Beati Giovanni Martorell SoriaBeati Pietro Mesonero Rodriguez
 Beato Giuseppe Toledo Pellicer Sacerdote e martire

Beato Giuseppe Toledo Pellicer

Santi Ireneo ed Aurelio Martiri, venerati a Cutigliano

Santi Ireneo ed Aurelio

San Lorenzo Diacono e martire 10 agosto -

San Lorenzo 1San Lorenzo 3San Lorenzo 4San Lorenzo 5

Santi Martiri Alessandrini 

Santi Martiri Alessandrini 

Santa Plettrude VII-VIII secolo

Santa Plettrude

Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. e site

s: HTTP://ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL, WWW.SANTIEBEATI.IT

Compilação de

António Fonseca

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