quarta-feira, 1 de maio de 2019

Nº 62 - A DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS - 1 DE MAIO DE 2019

Nº  62


DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS  

 1 DE MAIO DE 2019









Caros Amigos:



59º Bispo do Porto




DOM 
JOÃO DE FRANÇA CASTRO E MOURA

Bispo do Porto
1862-1868




Na Lista de Bispos do Porto da WIKIPÉDIA consta a existência de uma longa Biografia sobre DOM João de França Castro e Moura
que, se inicia do seguinte modo:


João de França Castro e Moura  (GondomarSão Cosme, 19 de Março de 1804 - PortoPaço Episcopal, 16 de Outubro de 1868) foi um eclesiástico Português, Bispo de Pequim e do Porto.

(NOTA DE AF:  Dado o facto de ser mais ou menos idêntica à que vem na CRONOLOGIA da Diocese do Porto, substituía-a por esta última que transcrevo de seguida):


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Por outro lado no livro "Retratos dos Bispos do Porto na Colecção do Paço Episcopalna CRONOLOGIA consta o nome, imagem (acima) e biografia (que abaixo transcrevo)  do Bispo Dom João de França Castro e Moura e também no EPISCOPOLÓGICO com a indicação de que terá exercido essas funções durante cerca de 5 Anos de 1854 até 1859.




A transcrição é como segue:


JOÃO DE FRANÇA CASTRO E MOURA nasceu a 19 de Março de 1804 na freguesia de São Cosme, em Gondomar. Era filho de António João de França e de sua mulher e prima Dona Rosa de França Castro e Moura, lavradores do lugar da Azenha dessa freguesia.
Em Outubro de 1815 foi entregue aos cuidados  de seu tio materno, o Dr. José de França de Castro e Moura, vigário-geral de Penafiel, para sob seu cuidado estudar humanidades. Com 16 anos entrou para o seminário de Santo António situado na Quinta do Prado, no Porto, onde estudou Francês, Retórica e Teologia.
Depois de ter recebido as ordens menores, pela mão do então bispo portuense, DOM JOÃO DE MAGALHÃES E AVELAR, partiu para Lisboa ingressando no convento de Rilhafoles, da Congregação da Missão, em 1823. O seu propósito era o de se preparar para ser missionário no Oriente, o que aconteceu, dois anos mais tarde, com a sua partida para Macau. Instalou-se no colégio de São José e continuou a sua formação, alcançando em 1827, o subdiaconado. Foi nesse colégio que celebrou a sua primeira missa, em 1830, depois de ter passado por Manila, nas Filipinas, onde se tornara, sucessivamente, diácono e presbitero. Em Agosto desse mesmo ano, partiu para a China, para a provincia de Fokien, mas sendo vítima das perseguições dos naturais teve de fugir para Xangai. Pouco tempo depois foi nomeado vigário-geral da diocese de Nanquim. Nesta cidade contraiu paludismo e, por essa razão, foi autorizado a residir em Pequim, o que aconteceu a partir de Novembro de 1833. Por morte do Bispo titular dessa diocese, a 2 de Novembro de 1838, tornou-se DOM JOÃO DE FRANÇA governador da mesma.
Após uma reorganização administrativo-eclesiástica das igrejas do Oriente, o Papa GREGÓRIO XVI, em 1840, nomeou DOM JOÃO como Bispo de Cláudiópolis in partibus infidelium, uma sede não residencial localizada na Arménia menor, e administrador apostólico da Diocese de Pequim. O futuro Prelado portuense recusou esta nomeação por não ter o acordo do Estado português. No ano seguinte, foi eleito pontífice de Pequim, por Dona Maria II, mas nunca chegaria a ser sagrado. Esta vontade régia coincidia com a de DOM JOÃO DE FRANÇA que preferia continuar à frente dos destinos da diocese da "cidade proibida", mesmo que ocupando apenas o lugar de vigário-geral, a ser Prelado de Cláudiópolis. devido á sua atitude e oposição ao desígnio pontifício, o Papa não só não o sagrou Bispo, como lhe retirou, por ordem de 28 de Abril de 1846, toda a jurisdição e governo em Pequim. O rescrito pontifício foi recebido por DOM JOÃO em Junho de 1847. Nesse mesmo mês, saiu da cidade e rumou a Macau, terminando, com ele, o exercício do direito de padroado português em Pequim. 
A vocação missionária de DOM JOÃO DE FRANÇA levá-lo-ia ainda a Timor, onde chegou em Novembro de 1850. No entanto, os entraves linguísticos fizeram com que o Prelado abandonasse o seu propósito, regressando a Lisboa, em Abril de 1853.
Depois de alguns anos na metrópole, o antigo missionário veio viver para o Porto, para a Quinta do Pinheiro. E aí se encontrava quando, a 27 de Fevereiro de 1862, foi nomeado Bispo portucalense. Seria confirmado pelo Sumo Pontifice no Consistório de 22 de Maio, e sagrado a 29 de Junho seguinte na Igreja de Nossa Senhora do Loreto, em Lisboa. DOM JOÃO DE FRANÇA foi empossado a 16 de Julho e fez a sua entrada triunfal na catedral portuense no dia 30 de Agosto desse mesmo ano. Nessa data escreveu a primeira Pastoral, de saudação, reconhecida pela sua extensão, doutrina, correcção e elegância da forma.
A prelazia de DOM JOÃO DE FRANÇA CASTRO E MOURA ficou ligada à abertura do seminário diocesano, no antigo Colégio de São Lourenço, junto à Sé, no ano lectivo de 1862-1863, com um curso de duração trienal. Esta ligação é recordada por um retrato de DOM JOÃO que ainda hoje se conserva nessa Instituição.
Por inerência do seu cargo de Bispo, DOM JOÃO DE FRANÇA ocupou o devido lugar na Câmara dos pares, ficando célebres os discursos que proferiu a 14 de Fevereiro e 28 de Dezembro de 1863 e a 14 de Abril de 1864. Versavam os mesmos sobre as questões levantadas pelo decreto do governo (de 2 de Janeiro de 1862) que estabelecia o concurso por provas documentais para o provimento dos benefícios eclesiásticos, em substituição das antigas provas públicas. O antístite portuense opunha-se totalmente uma vez que o decreto não deixava aos Bispos intervenção vinculativa nos processos de nomeação, e concedia ao reino português o direito exclusivo de padroado, o que se tratava de uma usurpação dos padroados eclesiásticos.
Em 1865 continuou a visita pastoral à diocese, que iniciara no ano anterior, percorrendo praticamente todo o território.
Apesar da saúde débil, DOM JOÃO DE FRANÇA empreendeu, em Junho de 1867, a sua visita ad limina apostolorum, por ocasião da celebração dos 1800 anos do martírio de São Pedro e de São Paulo. nessa ocasião foi agraciado pelo papa PIO IX com o título de Prelado assistente ao Sólio Pontificio.
Regressando de Roma, DOM JOÃO CASTRO E MOURA encetou aquela que seria a sua última visita pastoral, deslocando-se às igrejas das comarcas de Penafiel e Sobretâmega.
A 7 de Junho de 1868, por se encontrar já bastante doente, não assistiu à abertura da Biblioteca do Seminário Diocesano e ao descerrar do seu retrato, da autoria de J. Stewart, feito em 1865, e que, actualmente, se encontra no Paço Episcopal. Esta cerimónia foi promovida pelos alunos e presidida, por substituição, pelo Deão da Sé e Provisor do Bispado.
DOM JOÃO DE FRANÇA acabaria por falecer a 16 de Outubro de 1868, no Paço Episcopal. Três dias depois, concluídas as solenidades fúnebres, foi tumulado no panteão dos pontífices portuenses, na capela-mor da catedral. Findava, assim, o episcopado deste Bispo que conservava, da sua longa passagem por terras asiáticas, muitos livros chineses. Dessa sua experiência resultaria, igualmente, a produção da obra Breve Relação da propagação da religião christã na China desde o século XVI até nossos dias, cujo manuscrito se encontra, ainda hoje, na Biblioteca Pública Municipal do Porto (Ms. 1251). O gosto de DOM JOÃO pela literatura revela-se, igualmente, no facto de, em 1871, ter feito publicar, por Ernesto  Chardron e Bartolomeu H. de Morais, um manuscrito que possuía do Grande Diccionario portuguez ou Thesouro da língua portuguesa, em cinco volumes, de Frei Domingos Vieira, dos Eremitas Calçados de Santo Agostinho. Este prelado portuense seria lembrado, pelos seus memorialistas, "pela sua larga folha de serviços nas missões do Oriente, pelo seu alevantado patriotismo e pela integridade do seu carácter" (FERREIRA, 1923, p. 550). Hoje em dia o seu nome conserva-se numa rua em Gondomar, na mesma freguesia que o viu nascer. 




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Na publicação de amanhã, prosseguirei com a história dos BISPOS DO PORTO



ANTÓNIO FONSECA

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