segunda-feira, 6 de maio de 2019

Nº 67 - A DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS - 6 DE MAIO DE 2019

Nº  67


DIOCESE DO PORTO E OS SEUS BISPOS  

 6 DE MAIO DE 2019









Caros Amigos:



64º Bispo do Porto




DOM 
AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA

Bispo do Porto
1942-1952




Na Lista de Bispos do Porto da WIKIPÉDIA constam apenas os seguintes dados: 



AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA


DOM AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA (Vila Pouca de Aguiar, Pensalvos, Cabanes -) foi um bispo da diocese de Lamego e da Diocese do Porto, Portugal.
Colaborou na revista Lusitânia (1914)


(NOTA DE AF:  Por este facto transcrevo a seguir a biografia que vem descrita na  CRONOLOGIA da Diocese do Porto:

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Por outro lado no livro "Retratos dos Bispos do Porto na Colecção do Paço Episcopalna CRONOLOGIA consta o nome, imagem (acima) e biografia (que abaixo transcrevo)  do Bispo DOM AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA  e também no EPISCOPOLÓGICO com a indicação de que terá exercido essas funções durante cerca de 10 Anos de 1942 até 1952.




A transcrição é como segue:

DOM AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA nasceu na freguesia de Pensalvos (concelho de Vila Pouca de Aguiar) a 7 de Março de 1877. Fez os seus estudos preparatórios no liceu de Vila Real e no seminário de Guimarães. Em 1896 foi para Roma, matriculando-se na Universidade Gregoriana, primeiro como aluno do Almo Colégio Caprânica, e, a partir de 1900, como aluno do Pontificio Colégio Português. Três anos depois formou-se em teologia e em filosofia, regressando nessa altura a Portugal.
Em Dezembro de 1903, em Braga, DOM AGOSTINHO DE JESUS foi ordenado presbitero. Nessa cidade, iniciou a função de docente no Seminário Conciliar, regendo, inicialmente, as disciplinas de matemática e filosofia. Nessa instituição, onde permaneceu até 1921, foi também nomeado professor das cadeiras de ciências eclesiásticas, teologia fundamental, teologia dogmática e liturgia. Paralelamente, entre 1916 e 1921, foi director da revista Acção Católica, órgão oficial do Arcebispado de Braga.
Em 1918 tomou posse de um canonicato no cabido bracarense, desempenhando vários cargos na Cúria arquiepiscopal. Em 1920 assumiu o cargo de protonotário apostólico ad instar participantium. A 2 de Agosto do ano seguinte foi nomeado Bispo titular de Havara e Coadjutor da Diocese de Lamego, com futura sucessão, sendo sagrado em Braga, a 8 de Dezembro de 1921. fez a sua entrada solene, a 25 de Março de 1922. Em virtude do Prelado residencial, DOM FRANCISCO JOSÉ RIBEIRO DE VIEIRA BE BRITO, se ter retirado, DOM AGOSTINHO assumiu o governo efectivo do Bispado até à morte daquele, a 12 de Julho de 1935.
Tomando como numa das suas principais preocupações pastorais o ensino, DOM AGOSTINHO começou por adquirir casas para alojar os seminaristas, uma vez que só posteriormente abriu o seminário na casa do Poço, um edifício confinante com  a Sé de Lamego. Em Novembro de 1928 inaugurou também, o seminário de Nossa Senhora de Lourdes, na Casa dos Sais, de Resende. Ciente da importância da imprensa na difusão da doutrina cristã, e contando com a sua experiência na direcção da Acção Católica, fundou o semanário diocesano A Voz de Lamego, em 1930. Colaborou, ainda, no Boletim da Diocese de Lamego, o qual se publicou até 1936.
Durante no seu pontificado DOM AGOSTINHO foi encarregado pela Cúria romana de visitar todos os seminários do país, tendo estado nos da Diocese do Porto em 1933 e 1939. Nessa função contribuiu para a melhoria das instalações, do funcionamento e da orgânica de muitos deles.
A sua formação como Canonista permitiu-lhe contribuir na redacção dos textos do Concilio Plenário Português, celebrado em 1926. O objectivo deste Concilio foi o de acomodar e compatibilizar a disciplina da Igreja Portuguesa com o Código de Direito Canónico, de 1917, sendo os seus decretos aprovados pela santa Sé em 1929.
A 16 de Maio de 1942, DOM AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA foi transferido para a Sé do Porto. Tomou posse por procuração a 4 de Agosto e entrou solenemente na cidade no dia 15 desse mês.
No Porto manteria a sua linha de actuação, colocando, logo na pastoral de saudação á Diocese, a tónica principal na formação e na disciplina do clero. Nesse sentido, ordenou o restauro do seminário de Nossa Senhora da Conceição e iniciou as diligências para a criação de um seminário na Quinta da Formiga, em Ermesinde. O seu propósito era o de formar sacerdotes instruídos que, por sua vez, soubessem ensinar os fiéis e defender a doutrina cristã. Insistia, igualmente, na necessidade de conferir ordens apenas aos clérigos que revelassem possuir verdadeira vocação e ciência necessária. Revela assim a importância que atribui às normas, escrevendo provisões e circulares aos sacerdotes a propósito delas. Nestes textos, relembra-lhes a sua condição eclesiástica, a qual se deveria reflectir não só na forma de trajar como no convívio com os fiéis, e, neste caso, especificamente com as pessoas do sexo feminino, a quem estavam proibidos de ensinar.
Do seu papel como administrador da diocese salienta-se o decreto, de Outubro de 1946, sobre os benefícios e provimento das paróquias, que incluiu a classificação das mesmas em 1ª, 2ª e 3ª classes, consoante o grau de exigência necessário à respectiva colação.
DOM AGOSTINHO procurou também disciplinar os "seus filhos espirituais", reformando a legislação  sobre festas e romarias. As suas pastorais, como a de 26 de Abril de 1944, mostram a preocupação com a recristianização dos costumes e com o restauro da vivência e do sentido moral e litúrgico desses momentos festivos. Mas, de igual forma, atentou ás condições de vida dos fiéis, em especial dos operários, dos pobres e dos doentes.  Nesse sentido, apelou á caridade dos diocesanos e ao papel dos proprietários na criação de novos e de melhores postos de trabalho, num contexto de vida agravado pela guerra. Lembrou, igualmente, a importância das confrarias e das outras associações católicas, tais como as Conferências de São Vicente de Paulo, para as quais solicitou a contribuição generosa dos portuenses.
Por outro lado, o Prelado portuense envolveu-se na dinamização de outro tipo de manifestações católicas, nomeadamente na realização do II Congresso Nacional do Apostolado da Oração (em Julho de 1945), do Congresso Catequético Diocesano (em Abril de 1950) e dos Congressos Eucarísticos de Arouca, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso e Paredes (em Julho de 1950). DOM AGOSTINHO DE JESUS E SOUSA promoveu ainda, as homenagens à Padroeira da Sé e a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima.
Consciente do seu papel como orientador das almas, o Pontífice portucalense manteve uma relação activa com a imprensa católica, como sempre fizera desde o início da sua carreira em Braga. Na secção de consultas das várias revistas surgem os seus pareceres sobre casos de consciência, direito canónico e liturgia, assim como comentários aos documentos pontifícios.
Como reconhecimento do múnus pastoral de DOM AGOSTINHO, quer em Lamego, quer no Porto, foi-lhe conferido o título de Prelado Assistente ao Sólio Pontificio, por ocasião do seu jubileu episcopal, em 1946. E, em Junho de 1951, os membros da Acção Católica e das Obras do Apostolado homenagearam publicamente o Bispo no contexto do programa Esplendores do Episcopado.
DOM AGOSTINHO viria a falecer a 21 de Fevereiro de 1952, pouco tempo antes de completar dez anos de prelatura no Porto. Após as cerimónias fúnebres, seria sepultado no cemitério da Igreja da Lapa, num jazigo que pertencia a um familiar. A 19 de Março de 2013 foi trasladado para a capela de São Vicente da Sé do Porto, cumprindo-se assim, um desejo manifestado pelo Prelado. Para os seus memorialistas ficaria conhecido "pelas límpidas e edificantes virtudes sacerdotais, cursos de intenso brilho no país e em Roma, serviços relevantes (...) no ensino, na administração e na cultura eclesiástica
(DIAS, 1970, p. 20)
assim como pelo seu carácter "disciplinador, amante do dever, (...) zelo ardente e candura paternal e infantil" 
(AZEVEDO, 2001, p. 24). 
Para além do retrato esse prelado conservado no paço Episcopal portuense, existe um outro no Pontificio Colégio Português de Roma, onde DOM AGOSTINHO estudou. também a cidade do Porto o recorda na sua toponímia.




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Na publicação de amanhã, prosseguirei com a história dos BISPOS DO PORTO



ANTÓNIO FONSECA

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