sexta-feira, 4 de setembro de 2009

PADRES “FUNCIONÁRIOS”…

 

Cardeal Hummes critica padres «funcionários»

Prefeito da Congregação para o Clero encerrou Simpósio nacional, em Fátima

LFS

O Prefeito da Congregação para o Clero, cardeal Cláudio Hummes, afirmou esta manhã (4 de Setembro) em Fátima que alguns padres fizeram um encontro “insuficiente e superficial” com Jesus Cristo e converteram o ministério ordenado recebido “numa espécie de profissão eclesiástica, que desenvolvem como funcionários que aprenderam a fazer a função”.

O Cardeal brasileiro falava na conferência de encerramento do VI Simpósio do Clero de Portugal. Na ocasião, pediu aos padres que sejam missionários.

Na intervenção, o responsável do Vaticano referiu que a cultura actual “promove uma descristianização, por demais visível, na maioria dos países cristãos, especialmente no Ocidente”. Neste contexto, caiu também o número de vocações sacerdotais e a quantidade dos padres “reduziu-se drasticamente”, seja pela falta de vocações seja pelo “influxo do ambiente cultural em que vivem”.

Ao longo de 4 dias e subordinado ao tema «Reaviva o Dom que há em ti», o VI Simpósio para o Clero reuniu, em Fátima, mais de 800 padres de todas as dioceses de Portugal. Depois de uma breve análise do mundo contemporâneo, o Cardeal Cláudio Hummes sublinha que “não devemos nem desencorajar-nos nem ter medo da sociedade actual nem, simplesmente, condená-la”.

Ontem, num encontro com os jornalistas, o cardeal brasileiro realça que “se deve voltar sempre à identidade que Cristo instituiu: ser pastor e guiar a comunidade”. Esta é uma tarefa urgente que “os últimos papas não se cansaram de insistir”. “Existe um novo paganismo e não é suficiente que nós procuremos manter o rebanho já existente” – afirma. E acentua: “Não podemos limitar-nos a atender e evangelizar as pessoas que nos procuram na Igreja e na casa canónica”.

Interpelado pelos jornalistas sobre a questão do celibato, o Prefeito da Congregação para o Clero sublinha que a “Igreja continua firme e para ela é clara que o celibato é um dom e carisma – e também uma lei eclesiástica – dado por Deus”. Durante o período formativo no seminário, é “fundamental perceber se ele recebeu o carisma do celibato”. Se isso não aconteceu, o candidato “não pode ser ordenado por mais que tenha outras boas qualidades”.

Na conferência de encerramento – subordinada ao tema «Renova nos seus corações o espírito de santidade» – o cardeal Cláudio Hummes disse aos participantes que a “missão é urgente” e constitui também “uma das oportunidades mais eficazes para renovar a vida sacerdotal

In: Boletim da Agência Ecclesia, de 4 de Setembro

www.ecclesia.pt

 

Recolha e transcrição de António Fonseca

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