Caros amigos:
NOVO ANO - NOVA VIDA
Desde o passado dia 1, iniciei uma nova página (nº 3) na qual vou tentar transcrever através do livro O Papado - 2000 Anos de História, da autoria de Mendonça Ferreira e editado em Março de 2009 pelo Círculo de Leitores.
Esta recolha de textos será feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.
Diariamente pois, serão publicadas normalmente 10 destas biografias - dependendo se podem ser mais ou menos - mediante o tamanho dos textos. Desde já, chamo a atenção para o facto de, por exemplo, a biografia de JOÃO PAULO II é muito longa, pelo que na devida altura apenas essa será publicada, e, possivelmente haverá outros casos.
Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos...
Esta recolha de textos será feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.
Diariamente pois, serão publicadas normalmente 10 destas biografias - dependendo se podem ser mais ou menos - mediante o tamanho dos textos. Desde já, chamo a atenção para o facto de, por exemplo, a biografia de JOÃO PAULO II é muito longa, pelo que na devida altura apenas essa será publicada, e, possivelmente haverá outros casos.
Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos...
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Nº 3 3 4 9 - (3)
Texto do livro
O PAPADO - 2000 Anos de História,
do Círculo de Leitores - 2009
e compilado por Mendonça Ferreira
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ZACARIAS - Santo
Papa desde o ano 741 até ao ano 752.
XCI Papa
SÍNTESE
Nasceu na Calábria - Itália, sendo filho de pai grego, que se chamava POLICRÓNIO. Foi diácono da Igreja de Roma. Morreu em Roma, em 22 de Março de 752. Tem a sua festa a 24 de Março.
HISTÓRIA
LUITPRANDO para se ressarcir das cedências a Roma, invade Ravena e Emília, levando os habitantes a pedirem a intervenção do papa, e de novo, São ZACARIAS foi falar com o rei bárbaro a Pavia e LUITPRANDO voltou a ceder.
Em 743, São ZACARIAS convocou um sínodo em Roma, com a presença de 60 Bispos , no qual se publicaram 14 cânones referentes à disciplina eclesiástica e normas sobre o impedimento matrimonial, na existência de parentesco até ao quarto grau.
Por essa altura, ZACARIAS envia São BONIFÁCIO da Alemanha à Gália Oriental para a organizar em ordem à catequização. São BONIFÁCIO como delegado papal, celebra um sínodo em Soissons, seguido de outro sínodo geral em 745, reestruturando a disciplina religiosa. Em 751, São ZACARIAS apoiou PEPINO o Breve, na sucessão ao trono do pai CARLOS MARTEL, rei dos Francos, marcando este gesto um momento muito importante na história dos Papas, dado que firmou a Santa Sé no seu direito de intervenção para conferir ou tirar coroas.
Ocupou-se da Igreja de Inglaterra, onde, com a sua ajuda, se realizou o sínodo de Gloveshove, em 747, para organizar a reforma da vida eclesiástica.
Fora do campo religioso e político São ZACARIAS dedicou especial atenção ao desenvolvimento agrícola da região da Campânia, incentivando o cultivo de baldios para suprir a carência de cereais.
Quando soube que uns mercadores venezianos compravam escravos em Roma para os vender aos muçulmanos de África, o papa comprou-os para que nenhum cristão sofresse a escravatura em mãos pagãs.
Segundo o Liber Pontificalis era exímio nas línguas grega e latina, e a verdade é que traduziu para Grego os Diálogos do papa São GREGÓRIO I - MAGNO. Também iniciou a Biblioteca Vaticana.
ESTÊVÃO II - Papa
Papa desde o ano 752 até ao ano 757
XCII Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma e era órfão, sendo educado na escola Patriarcal de Latrão. Era diácono. Morreu em Roma, em 26 de Abril de 757.
HISTÓRIA
Alguns historiadores apresentam-no como ESTEVÃO III, todavia, o sacerdote romano que após a morte de ZACARIAS foi eleito Papa, com o nome de ESTEVÃO II, em 22 de Março de 752, morreu 4 dias depois sem ter recebido a sagração.
Assim, este é, de facto, ESTEVÃO II, que foi eleito por unanimidade em 26 de março de 752, mas teve um pontificado dificil porque o rei Longobardo, ASTOLFO, depois de conquistar Ravena e outras localidades, ameaçava apoderar-se de Roma.
ESTEVÃO II, alarmado, envia-lhe o diácono ANTÓNIO, seu irmão e auxiliar, para negociar a paz. Chegaram a um acordo de tréguas para 4 anos, porém, passados 4 meses, ASTOLFO quebra o juramento e pretende que Roma se lhe submeta e os habitantes sejam tributados.
O Papa mandou legados a Bizâncio, a pedir ajuda, mas o imperador não se interessou.
Perante o perigo, resolve ir à Gália pedir ajuda a PEPINO, o Breve, rei dos Francos. Foi acolhido favoravelmente e a 28 de Julho de 754, em Saint-Denis, o papa ungiu com os santos óleos de baptismo o rei CLÓVIS PEPINO, a rainha BERTRADES e seus dois filhos, dando-lhes o nome de patrícios romanos, com a incumbência de se tornarem protectores da Igreja.
Tanto o papa como o rei dos Francos tentaram entrar em acordo com ASTOLFO, mas este não cedeu. PEPINO atravessou então os Alpes com o seu exército, infligindo-lhe pesada derrota e obrigando ASTOLFO a prometer que restituiria os territórios ocupados e deixaria de ameaçar Roma, mas ASTOLFO, mais uma vez faltou ao prometido. Mal o exército franco se afastou, atacou a cidade, que resistiu por trás das muralhas, com os arredores devastados.
Chamado pelo PAPA, PEPINO regressa com os seus exércitos e obriga os Longobardos a levantar o cerco.
Na mesma altura, chegam três legados bizantinos que, em vão, tentam convencer PEPINO da autoridade do imperador sobre territórios colocados sob o patrocínio de São Pedro.
O poder bizantino chegava ao fim. O Papa era considerado pelo rei dos Francos como senhor de Roma e chefe espiritual de toda a Itália, verdadeiro representante da república romana dentro do império do Ocidente. Não era rei temporal, embora lhe pertencessem as províncias que rejeitaram tanto Bizâncio como o domínio longobardo.
Não era ainda o poder temporal, mas os alicerces estavam lançados. Começa a Itália uma nova fase da sua história.
A par desta actividade política, ESTEVÃO II não descuidou a disciplina eclesiástica e incrementou o Monaquismo.
Foi sepultado no Vaticano.
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PAULO I - Papa
Papa desde o ano 757 até ao ano 767
XCIII Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma em 700, sendo irmão do falecido Papa ESTEVÃO II e seu colaborador. era diácono. Morreu em Roma, em 28 de Junho de 767.
HISTÓRIA
Com a morte de ESTÊVÃO II gerou-se um movimento que pretendia eleger como Papa o filobizantino Teofilato, mas a facção maioritária do clero e da nobreza romanos, propensa a aliança com os Francos, elegeu em 29 de maio de 757, o diácono PAULO, irmão do falecido Papa ESTEVÃO II.
Logo que foi eleito, escreveu ao rei PEPINO, o Breve, dando-lhe conta da eleição. O rei respondeu amigavelmente. enviando-lhe uma madeixa de cabelos de sua filha GISELA e rogando-lhe que se dignasse ser seu padrinho. Ao mesmo tempo escreveu à nobreza e ao povo de Roma recomendando total fidelidade a São Pedro, à Igreja e ao papa.
A concordância foi unânime e comunicada ao rei, mas para além desta adesão ao papa, o senado e os magistrados compreendem a necessidade do apoio ao rei dos Francos, a quem chamaram «patrício romano».
Bizâncio, que não abandonava a ideia de reaver a Itália imperial, mostrou-se ameaçadora.
PAULO I recorda ao rei dos Francos as suas raízes religiosas e, fosse por pressão de PEPINO, fosse por desejar ter o rei dos Francos do seu lado, os Longobardos restituírem a Roma as cidades reclamadas, como PAULO I comunicou ao rei em Abril de 764. PEPINO renova ao Papa a sua fé ortodoxa, confirmada por um Concílio particular, de 767, e aprova a discutida veneração das imagens.
PAULO I, como fizera seu irmão, ESTEVÃO II, dedicou-se a restauro e construção de alguns edifícios religiosos, como a capela em honra de Santa PETRONILA junto à basílica de principe dos apóstolos.
Com o auxilio de PEPINO salvou e restaurou as catacumbas devastadas pelos Longobardos, trasladando diversas relíquias dos mártires para as Igrejas de Roma.
Distinguiu-se pela sua extrema caridade para com os mais necessitados, visitando os encarcerados, usando a sua influência para comutação das penas dos condenados à morte e chegando a pagar as dívidas dos encarcerados para que fossem libertados.
A sua bondade foi ao ponto de transformar o palácio que pertencia à familia em mosteiro para receber os monges orientais acossados pelos impios.
MorreU, vítima de febres malignas em São Paulo Extramuros, sendo trasladado três meses depois, para a Basilica de São Pedro.
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CONSTANTINO II - Anti-Papa
Anti-Papa desde o ano 767 até ao ano 769
X Anti-Papa
SÍNTESE
Chamava-se CONSTANTINO e era laico.
HISTÓRIA
Em 767, ainda com PAULO I moribundo, seu irmão, o duque de Nepi, entra com os seus soldados em Roma para impor a sua nomeação como Papa e para isso obriga o Bispo JORGE DE PRENESTE a conferir-lhe as ordens sacras.
A seguir, com forte escolta, dirige-se a São Pedro, onde CONSTANTINO foi sagrado Papa (Anti).
A legalidade foi reposta treze meses depois, com a intervenção do rei Longobardo, sendo eleito ESTEVÃO III, em 7 de Agosto de 768 e nesse mesmo mês, CONSTANTINO foi feito prisioneiro, cegado e encerrado num convento.
A sua deposição foi confirmada pelo Sínodo Lateranense de 769, que estabeleceu a regra de que o Papa deveria ser eleito pelo colégio dos cardeais.
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ESTÊVÃO III - Papa
Papa desde o ano 768 até ao ano 772
XCIV Papa
SÍNTESE
Nasceu em Siracusa, na Sicília - Itália. Era sacerdote romano. Morreu em 24 de janeiro de 772.
HISTÓRIA
Treze meses depois, com a intervenção do rei longobardo, que avança sobre Roma com o seu exército e derrota os usurpadores, estabelecem-se as condições para uma eleição legal, sendo escolhido ESTEVÃO III que foi sagrado em 7 de Agosto de 768.
O novo papa decide reunir um Concilio, para esclarecer as questões jurídicas relativas à eleição pontifícia, para se evitarem, no futuro, acontecimentos semelhantes e que os Papas seriam apenas eleitos pelos votos do clero, reservando-se ao laicado apenas um direito consensual prévio á entronização. Com esse fim escreveu a PEPINO pedindo-lhe que enviasse a Roma alguns Bispos dos seus territórios. O rei franco já tinha falecido, mas os seus filhos aceitam o pedido e o concilio inicia-se em Latrão a 12 de Abril de 769.
Interveio para evitar manejos cismáticos por parte dos Bispos de Ístria e Alquileia e, durante o seu pontificado, seguiu sempre uma política cautelosa entre o poderio longobardo e o franco.
FILIPE - Anti-Papa
Anti-Papa no ano 768
XI Anti-Papa
SÍNTESE
Era frade, abade de São VITO e sacerdote romano.
HISTÓRIA
Após a morte de PAULO I, CONSTANTINO II foi eleito anti-Papa, com o auxílio da nobreza e dos militares de Roma.
Os Longobardos reagiram em desacordo e elegeram FILIPE, um frade, que foi nomeado em 31 de Julho de 768, sem receber a sagração. De seguida foi expulso e teve de voltar para o seu convento.
ADRIANO I - Papa
Papa desde o ano 772 até ao ano 795
XCV Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma, no seio da família Collona, de quem era descendente. Morreu nesta cidade no dia de Natal de 795.
HISTÓRIA
DESIDÉRIO o rei dos Longobardos, apressou-se a felicitá-lo pela eleição, procurando conseguir a sua amizade, mas ADRIANO exigiu-lhe a restituição das cidades conquistadas e retiradas ao poder de Roma. DESIDÉRIO não cede, ocupa mais cidades e ameaça a própria Roma.
ADRIANO alia-se a CARLOS MAGNO, o rei dos Francos, que em Setembro de 773, atravessa os Alpes e cerca Pavia, onde DESIDÉRIO se tinha refugiado.
Em 774, CARLOS MAGNO vai a Roma e confia a ADRIANO a posse dos «domínios pontifícios», o que se tornou um facto vital na Idade Média, no Ocidente. Depois da tomada de Pavia, DESIDÉRIO foi mandado com sua mulher para o mosteiro de Gorble e CARLOS MAGNO passa a intitular-se «rei dos Francos e dos Longobardos».
Na Páscoa de 781, CARLOS MAGNO volta a Roma para coroar seu filho CARLOMANO como rei dos Lombardos e, ao mesmo tempo, amplia as doações à Santa Sé.
Por essa altura a imperatriz IRENE, de Constantinopla, reconhece junto de ADRIANO I o primado de Roma e convida-o a tomar parte num concílio (II Concilio de Niceia) para obviar as consequências nefastas do concílio iconoclasta de 754. O Concilio realizou-se no Verão de 787, com a participação de 300 bispos. Em oito sessões anulou as anteriores decisões dos iconoclastas, esclarecendo o valor dos supostos argumentos bíblicos nesse sentido apresentados. Isto é, o concilio definiu o culto das imagens com a proclamação da sua legitimidade, do seguinte modo: «Veneração mas não adoração».
Com o restabelecimento da unanimidade entre Roma e Constantinopla, ficou praticamente reconhecida a independência política da cabeça da Igreja e, por essa altura, o papa começa a datar os seus documentos a partir dos anos do seu pontificado e não dos do governo do imperador, e nas moedas aparece cunhada a sua imagem.
Entretanto, surge um contratempo. CARLOS MAGNO, talvez por deficiente tradução, não entende a distinção entre «veneração e adoração» e faz publicar uma refutação teológica polémica, os Libri Carolini, negando ao Concílio de Niceia carácter e de ecumenicidade. O Papa respondeu ao imperador esclarecendo-o e negando-o a anular o concílio niceno e, mercê de uma tradução mais correcta, conseguiu fazer o concilio em França.
Nessa altura surgem desvios doutrinais em Espanha, sobretudo na Bética, pois os judaizantes pretendiam impor aos outros a abstenção dos alimentos considerados impuros na Lei de Moisés e modificar a data da celebração da Páscoa. Além disso, a convivência com judeus e muçulmanos ameaçava a ortodoxia matrimonial devido aos casamentos mistos e aos divórcios.
ADRIANO I envia a Espanha o Bispo francês EGILA que, tendo actuado com êxito, viria depois a cometer outros erros relativos à Santíssima Trindade. Por sua vez, os bispos de Toledo e Urgel caíram no Adopcionismo, afirmando que Jesus, enquanto homem, era apenas filho adoptivo de Deus, a antiga heresia de Nestório, que admitia duas pessoas em Cristo.
De acordo com CARLOS MAGNO, ADRIANO I reúne-se em concilio em Francoforte, no ano de 794, com mais de 300 bispos e sob a presidência dos legados papais, donde sai condenado o Adopcionismo.
Contudo, ADRIANO I morre no dia de Natal de 795, sem ver a paz e a ortodoxia definitivamente estabelecidas em Espanha.
A morte de ADRIANO I comoveu profundamente CARLOS MAGNO, pois tinha-lhe um afecto sincero e era grande a veneração que o rei creditava ao sucessor de São Pedro.
Sobre o seu sepulcro está ainda a lápide de mármore que CARLOS MAGNO enviou de França, onde a letras de ouro se pode ler:
«Eu. CARLOS, escrevi estes versos a chorar: A ti, a quem, em vida amei, choro-te agora, ó Pai, e junto os nossos nomes, ADRIANO e CARLOS: eu rei, e tu Pai».
Os 23 anos do pontificado de ADRIANO I foram penosos, mas esclarecidos e apostolicamente fecundos, mercê do seu zelo, prudência e vigor. Como responsável pelo governo de Roma empenhou-se na restauração de alguns aquedutos e construção de outros, dando à população água em abundância; criou várias colónias agrícolas para beneficio dos mais necessitados; construiu grandes celeiros para recolha doo excedente de cereais que estavam ao dispor dos mais carentes, em ocasiões de calamidade pública, como o das inundações de 791, e socorre pessoalmente os sinistrados.
ADRIANO I teve, por tudo isto, um lugar de relevo entre os pontífices romanos dos primeiros séculos.
LEÃO III - Santo
Papa desde o ano 795 até ao ano 816
XCVI Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma em 770. Era presbitero cardeal de Santa Susana. Morreu em 12 de Junho de 816.
HISTÓRIA
A carta que, de imediato, escreve a CARLOS MAGNO, não tinha em conta pedir-lhe protecção, sendo apenas o testemunho da fidelidade, como provam as chaves do sepulcro de São Pedro e a bandeira de Roma, que acompanhavam as cartas.
O rei dos Francos responde com amizade e LEÃO III faz com que os representantes do povo jurem fidelidade ao imperador.
Em 798, CARLOS MAGNO sente-se com autoridade para ordenar ao Papa a convocação de um concílio que volte a condenar o Adopcionismo que FÉLIX, bispo de Urgel, teimava em defender. Não houve concílio.
Entretanto, em Roma, parte da nobreza aparentada com os dois Papas anteriores provoca agitação com o pretexto de que LEÃO III se submetia demasiado ao rei dos Francos e espalham uma série de calúnias contra o papa. Como nada conseguiram resolveram eliminá-lo.
A 25 de Abril de 799, dia das litanias maiores, quando LEÃO III cavalgava à frente da procissão, dois sobrinhos de ADRIANO I atiraram-se a ele, acusando-o de perjúrio e adultério, despindo-lhe as vestes pontifícias e desancando-o. Enquanto isto em Roma, os revoltosos destruíam, e saqueavam os bens de São Pedro.
Encarcerado e torturado num mosteiro, LEÃO III conseguiu fugir, indo a Paderborn, no Saxe, a pedir ajuda ao rei. Este concede-lha e fá-lo regressar a Roma no Outono de 799, acompanhado de prelados e condes, para procederem a um inquérito sobre o papa.
Um ano mais tarde, em Agosto de 800, o rei põe-se a caminho e a 24 de Novembro, a 20 quilômetros de Roma, é recebido respeitosamente pelo Papa. O rei vinha examinar o resultado do inquérito, pelos crimes de que o Pontifice era acusado. CARLOS MAGNO reúne em São pedro um tribunal solene e em 23 de Dezembro o papa foi absolvido e os detractores condenados à pena capital, sentença que viram, comutada a instâncias de LEÃO III que saiu do tribunal guiado pelo rei.
Dois dias depois, na noite de Natal em São Pedro, o papa coroou CARLOS MAGNO imperador do Ocidente e terá sido aqui, neste acto, que teve origem o Sacro Império Romano-Germânico.
Quando o Papa lhe colocou na cabeça a coroa, o povo romano aclamou: «A CARLOS, AUGUSTO, coroado por Deus grande e pacifico imperador dos romanos, paz e vitória».
Um novo rito se introduzia. No futuro nenhum imperador do Ocidente se sentiria seguro se o papa não proferisse em Roma o ritual da unção que conferia a sagração divina.
Terminava definitivamente o domínio bizantino e consolidava-se o Sacro Império Romano-Germânico, testemunhado pela cunhagem de moedas, inscrições e selos, mesmo com Constantinopla a não o reconhecer durante quatro séculos.
Em 810, LEÃO III recebe uma embaixada de Bispos Francos em consequência de uma queixa feita ao imperador por alguns Bispos ocidentais residentes em Jerusalém, perseguidos por defenderem que o Espírito Santo procedia do Pai e também do Filho. Os Bispos propunham a inclusão do discutido Filioque (e do Filho) na fórmula do Credo Niceno.
LEÃO III, embora reconhecendo e reafirmando como doutrina católica a procedência do Pai e do Filho, recusou-se a introduzi-la para evitar conflitos com o Oriente. Com efeito, embora chegassem a acordo e ambas as Igrejas admitissem substancialmente o mesmo , no Ocidente -se a expressão ex Patre Filioque (=do Pai e do Filho)» no Oriente usava-se a fórmula ex Patre per Filium («do Pai pelo Filho)».
Os bispos francos acabaram por compreender e aceitar a atitude prudente do Papa. O Filioque só viria a ser introduzido no Símbolo da Fé dois séculos mais tarde, no pontificado de BENTO VIII.
Em 814, com 74 anos, morre CARLOS MAGNO . Sobre ele escreveu GREGOROVIUS: «Apagou-se a vida do herói e do sábio e a história regista a memória do fundador do novo Império. Moisés da Idade Média, guiou a humanidade através dos desertos da barbárie, dando-lhe um novo código de constituições políticas, eclesiásticas e civis».
A notícia da morte causou consternação em Roma e os inimigos de LEÃO III voltaram a intentar novos distúrbios, sendo presos e castigados. No ano seguinte, já com o papa gravemente enfermo, apareceram novas sublevações, com incêndios e tentativas de assalto ao Vaticano. LEÃO III faleceu amargurado com estes acontecimentos.
Para além do frutuoso relacionamento com CARLOS MAGNO, sem nunca ser subserviente , LEÃO III restaurou e adornou várias igrejas e mosteiros e fundou, junto ao Vaticano, uma hospedaria para acolhimento dos peregrinos.
Papa desde 816 até ao ano de 817
XCVII Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma, originário de uma familia nobre. Era diácono, educado na escola de São João de Latrão. Morreu em Roma, em 24 de Janeiro de 817.
HISTÓRIA
A sua primeira preocupação foi levar o povo romano a jurar fidelidade ao novo imperador LUÍS PIO, filho de CARLOS MAGNO, em em vez de lhe mandar legados, foi pessoalmente participar ao imperador a sua eleição. Foi recebido em Reims com júbilo e todas as honras, quer retribuiu coroando solenemente em Reims LUÍS PIO, ungindo-o como rei universal e protector da Cristandade, proclamando-o «filho dilecto da Igreja Romana».
Num gesto de grande magnanimidade obtém do imperador a suspensão das penas para todos os que, no pontificado anterior, tinham sido exilados para os seus domínios. O Imperador acedeu e aproveitou para confirmar as doações territoriais dos seus antecessores.
Ao regressar a Roma explicou mo seu gesto como imitação «do exemplo dol nosso divino Redentor que se dignou vir a terra para nos livrar das cadeias do demónio».
Entretanto, no oriente, recomeçavam as perseguições por causa da veneração das imagens, mas o Papa já não pôde intervir porque faleceu, depois de um breve, mas frutuoso, pontificado de 7 meses.
PASCOAL I - Santo
Papa desde o ano 817 até ao ano 824
XCVIII Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma filho de um romano chamado BONUSUS, pertencente à família dos Máximos. Foi educado na Escola Patriarcal de Latrão. Foi superior do Mosteiro de Santo Estevão, designado por São LEÃO III. Morreu em Roma, em 11 de Fevereiro de 824.
HISTÓRIA
Dedicado desde muito novo, ao serviço de Deus, tornou-se culto e versado nas Sagradas Escrituras. Foi eleito por unanimidade no dia da morte de ESTEVÃO IV, sendo sagrado no dia seguinte, 25 de Novembro de 817.
Não conhecendo o novo Imperador LUÍS PIO, enviou-lhe legados e uma carta cheia de deferência, a solicitar a confirmação do pacto estabelecido com seu pai, CARLOS MAGNO. da resposta nasceria o chamado «privilégio do imperador LUÍS», que além de Roma e o seu ducado, incluía outras cidades e regiões (Perúsia, Ravena, Córsega, Sardenha e Sicília) como tributárias do papado, embora continuassem sob a soberania do Imperador, que apenas interviria administrativa ou judicialmente a pedido da Santa Sé.
Em 817 o Imperador divide o Império pelos seus três filhos, sucedendo-lhe LOTÁRIO, como mais velho, no trono imperial.
LOTÁRIO veio mais tarde a Itália, sendo recebido pelo papa como Imperador da Cristandade, na Páscoa de 823. Meses depois deu-se uma sublevação em Roma, por parte da nobreza, contra PASCOAL I e, mesmo sem a intervenção do papa, os seus adeptos dominaram a revolta e deram morte a dois dos responsáveis.
Ao ter conhecimento LOTÁRIO enviou os seus representantes a Roma para procederem a um julgamento do papa, mas os Bispos opuseram-se dizendo que o Pontifice não poderia ser julgado por ninguém. PASCOAL I, porém, resolveu apresenta-se para jurar a sua inocência sobre os Santos Evangelhos. No entanto, ao morrer, os seus inimigos impediram que fosse sepultado em São Pedro, tendo de ser inumado na Igreja de Santa Praxedes.
A este Papa se deve o ter sido encontrado o corpo da virgem e mártir Santa CECÍLIA, mandando proceder a escavações no Cemitério de CALISTO, facto que o Liber Pontificalis atribuiu a uma visão. Procedeu à restauração da igreja erguida em memória desta Santa. Deixaria ainda a sua memória ligada à construção e restauração de vários outros templos, como o de santa PRAXEDES, no monte Esquilino e o de Santa MARIA no monte Célio.
Também fez tudo para ajudar espiritual e materialmente o cristãos da Peninsula Ibérica, da Palestina e de outros lugares, que sofriam ataques dos muçulmanos.
EUGÉNIO II - Papa
Papa desde o ano 824 até ao ano 827.
XCVIX Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma. Era presbitero romano de Santa Sabina. Morreu em Roma, em 27 de Agosto de 827.
HISTÓRIA
O imperador enviou a Roma o seu próprio filho, LOTÁRIO que promulgou o célebre Constitutio Lothari, que, para além das relações entre Roma e a corte imperial, regulava a administração da justiça e a própria eleição Papal, determinando que, no futuro, a sagração do Papa eleito só poderia ter lugar após o juramento de fidelidade ao Imperador, no respeitante aos assuntos temporais; os bens subtraídos à Igreja Católica seriam restituídos e, abolindo a reforma de 769, que limitava a eleição papal ao clero, todos os cidadãos romanos teriam voz activa na escolha de um novo Pontifice. O bom senso destas disposições agradou aos Romanos.
Algum tempo depois, o Imperador MIGUEL II envia uma legação a LUÍS, o Piedoso e ao Papa, propondo numa reunião para esclarecimentos sobre o culto das imagens. Pensa-se que MIGUEL II o que pretendia era levar o Ocidente a aderir à iconoclastia.
LUÍS , o Piedoso, acreditou na boa fé de MIGUEL II propondo ao papa uma recolha elaborada pelos bispos franceses, dos escritos dos Santos Padres, para mais exacta apreciação da controvérsia. EUGÉNIO II anuiu, reunindo em Paris com um grupo de Bispos e teólogos franceses que, seguindo a má interpretação do II Concilio e Niceia, redigiram uma série de declarações favoráveis á iconoclastia. EUGÉNIO II parece não ter ficado convencido e, mostrando-se um papa esclarecido, não se deixou influenciar pelas manobras imperiais, pois, no ano seguinte, reuniu num concílio em Roma, em cujos cânones sobre direito eclesiástico nada se modifica quanto ao anteriormente estabelecido. Apenas alterou algumas normas relativas á instrução do clero e ao modo de vida dos leigos, estabelecendo que em todos os paços episcopais e paróquias se abrissem escolas para o ensino das letras, artes liberais e da sagrada Escritura.
Antes de morrer, deixou uma carta dirigida «a todos os filhos da Igreja», a recomendar a missão de ANSCÁRIO e seus companheiros nos países escandinavos.
Está sepultado no Vaticano.
VALENTIM ou VALENTINO - Papa
Papa no ano 827.
C Papa
SÍNTESE
Nasceu em Roma, na zona da Via Lata (ou Láctea). Era arcediago da Igreja Romana. Morreu em Roma, em 16 de Setembro de 827.
HISTÓRIA
Foi nomeado cardeal-diácono por São PASCOAL conservando a mesma simplicidade.
Quando foi eleito Sumo Pontifice, em 1 de Setembro de 827, o povo correu para Santa Maria Maior, onde estava em oração. VALENTIM protestou invocando a sua inexperiência, mas o povo levou-o em triunfo até São João de Latrão, onde foi aclamado como representante de Cristo.
O seu pontificado foi breve, apenas 16 dias, pois VALENTIM era de saúde débil e o seu coração não resistiu a esta e moção, sendo sepultado nas grutas do Vaticano.
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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
In
O Papado - 2000 Anos de História
Ed. Círculo de Leitores - 2009
e
sites: Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, e outros
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SÃO PAULO (e Vidas de Santos) http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com
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