terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Nº 3 3 5 5 _ (3*) - O PAPADO - 2000 ANOS DE HISTÓRIA - 16 DE JANEIRO DE 2018,

Caros amigos:

NOVO ANO - NOVA VIDA

Como podem verificar desde o passado dia 1, iniciei uma nova página (nº 3) na qual vou tentar transcrever através do livro O Papado - 2000 Anos de História, da autoria de Mendonça Ferreira e editado em Março de 2009 pelo Círculo de Leitores. 

Esta recolha de textos é feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.


Atingi em 11 de Janeiro pois, o número de 100 Biografias dos primeiros 100 Papas da Igreja Católica (incluindo 11 Anti-Papas - que são discriminados na cor Vermelha). 

À média de 10 Papas por dia (o que, eventualmente - e contando com as Biografias mais longas - que, nesses casos, será drasticamente reduzida apenas a Uma) esta Lista no meu Blogue poderá durar até perto do fim do Ano de 2018.

Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos... 








Foto actual do autor




Nº  3 3 5 5 - (3)




16 de JANEIRO de 2018


Texto do livro 
O PAPADO - 2000 Anos de História
do Círculo de Leitores - 2009 
e compilado por Mendonça Ferreira 


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VÍTOR II  -  Papa

Papa desde o ano 1055.até ao ano 1057

CL Papa

SÍNTESE


Era alemão, nascido na Baviera





HISTÓRIA

HILDEBRANDO estava em França ao serviço de São LEÃO IX, quando recebeu a notícia da morte do papa. Dirige-se imediatamente para a Alemanha, para solicitar junto do Imperador a indicação de um nome para Pontificedigno sucessor de LEÃO IX.
A escolha recaiu sobre GELHARD conselheiro imperial, com  qualidades e prudência para realizar a reforma como Pontifice.
Tal como o seu antecessor, aceitou, mas com a condição de a sua eleição se realizar canonicamente em Roma.
Depois de um conclave que durou um ano, é recebido em Roma com agrado geral e, eleito, toma o nome de VÍTOR II.
Logo a seguir reúne um Concilio em Florença, no qual confirma os decretos do seu antecessor e revela a mesma determinação de prosseguir na reforma eclesiástica. Com esse intuito, envia, de novo o Cardeal HILDEBRANDO a França para corrigir abusos de simonia e concubinato.
No regresso, HILDEBRANDO trazia notícias positivas, pois Berengário de Tours, abjurara publicamente, reconhecendo a presença real de Cristo na Eucaristia e vários bispos e clérigos, confessando-se réus da simonia, mostraram-se dispostos a abandonar as dignidades que fraudelentemente haviam conseguido.
VÍTOR II depois de um anjo em Roma, dirige-se à Alemanha a pedido de HENRIQUE III, sendo surpreendido, ao chegar, pela morte do Imperador.
Com tacto e prudência, fez serenar os ânimos das facções litigantes  e deixando o arcebispo de Colónia , como seu representante, na regência do Império durante a menoridade de HENRIQUE IV, regressa a Itália.
Durante a viagem, reúne um sínodo em Florença na Primavera de 1057.
Em Julho seguinte, estava em Arezzo, onde celebrou um Concilio, que soluciona questões entre o Bispo local e o Bispo de Siena. Alguns dias depois, em 28 de Julho, acometido de febre aguda, viria a falecer.
Os que o acompanhavam, quiseram levar o cadáver para a sua antiga Catedral de Elchstadt, mas foram impedidos pelos cidadãos de Ravena, que lhe deram sepultura na Igreja de Santa Maria Rotonda, nessa cidade.
VÍTOR II apoiou a acção de São JOÃO GUALBERTO que fundou em Valumbrosa uma nova congregação beneditina, que viria a ser um factor preponderante no renascimento religioso.







ESTÊVÃO IX - Papa  

Papa desde o ano 1057 até 1058

CLI Papa

SÍNTESE

Era alemão. Nasceu na Lorena.  Chamava-se FREDERICO DE LORENA, filho do conde da Baixa Lorena. Cardeal-Abade de Monte Cassino. Morreu em 29 de março de 1058, em Florença.



HISTÓRIA

A morte prematura e inesperada de VÍTOR II foi uma grande perda para a Igreja e para a Alemanha varrida por rebeliões e motins difíceis de controlar, porque HENRIQUE IV era ainda criança e sua mãe, a imperatriz regente, não tinha força nem firmeza para os fazer terminar.
Em face da situação, a nobreza e o povo de Roma resolveram eleger um novo papa sem consulta imperial e a escolha recaiu no cardeal FREDERICO DE LORENA, que tinha sido conselheiro de VITOR II - acompanhando-o em todas as viagens e um dos enviados a Constantinopla, aquando da dissenção de MIGUEL CERULÁRIO -, e que adoptou o nome de ESTEVÃO IX ao ser eleito em 2 de Agosto de 1057.
Uma vez eleito, continuou a reforma eclesiástica, reunindo diversos sínodos e confirmando com novos decretos, as constituições contra a simonia, o concubinato do clero e o cassamento entre consanguíneos. Para isso rodeou-se de auxiliares competentes e zelosos, entre os quais sobressai, além de HILDEBRANDO, o vigoroso e douto São PEDRO DAMIÃO.
O Pontificado de ESTEVÃO IX foi, infelizmente, breve, não podendo completar a ampla reforma que pretendia.
Tendo enviado HILDEBRANDO à Alemanha para resolver algumas questões e sentindo-se acometido de grave enfermidade, fez jurar aos Romanos que, por sua morte, não procederiam à eleição de novo Pontifice antes do regresso de HILDEBRANDO.
Ainda quis deslocar-se à Toscana em missão pastoral, mas a morte surpreende-o em Florença e ficou sepultado no Duomo, a sua catedral.


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BENTO X - Anti-Papa 

Anti-Papa de 1058 a 1059

XVIII Anti-Papa

SÍNTESE

Chamava-se JOÃO DE VALLETRI e pertencia à família Túsculo. Morreu em 1072 num convento.

HISTÓRIA


Foi eleito Anti-Papa em 5 de Abril de 1058, contra os cânones, com a ajuda dos romanos pelos condes de Túsculo, sem cumprirem o juramento que tinham feito ao Papa ESTEVÃO IX de que não elegeriam o seu sucessor antes de HILDEBRANDO (monge de Cluny, que assim se chamava antes de tomar o nome de GREGÓRIO VII, ao ser eleito Papa) regressar da Alemanha.
Entretanto, HILDEBRANDO regressa e, com o apoio de São PEDRO DAMIÃO, declara a eleição nula e consegue reunir um sínodo em Siena, de onde sai eleito NICOLAU II.
BENTO X, arrependido, apresenta-se a NICOLAU II (1059) que lhe levanta a excomunhão e sai de Roma sem reclamar a sua possível legitimidade. Contudo, ao falecer em 1072, no Pontificado de GREGÓRIO VII, este presta-lhe todo o aparato litúrgico nas exéquias, como se fosse de facto um autêntico papa. 
Por este motivo alguns autores e historiadores consideram-no um verdadeiro papa e a verdade é que o Pontifice que muitos anos depois veio a adoptar o nome de BENTO chamou-se BENTO XI (1303-1304).
A sua exclusão da lista de papas, foi efectuada em 1904.



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NICOLAU II  -  Papa  

Papa desde o ano 1059 até ao ano de 1061

CLII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Chevron, na Sabóia, em 980. Chamava-se GERARDO DE BORGONHA. Foi Bispo de Florença. Morreu em 27 de Junho de 1061 em Florença.



HISTÓRIA

HILDEBRANDO com o apoio dos Romanos, consegue reunir vários Bispos e Cardeais em Siena e procede à eleição de um papa legítimo, sendo escolhido o Bispo de Florença, GERARDO DE BORGONHA que toma o nome de NICOLAU II em 24 de janeiro de 1059.
Logo a seguir à eleição, entra em Roma acompanhado por GODOFREDO DE BORGONHA duque de Lorena e Toscana, que, com as suas tropas, acaba com a reacção da facção dos condes de Túsculo.
Entretanto BENTO IX, arrependido, apresenta-se a NICOLAU II que lhe levanta a excomunhão em que tinha incorrido.
Para evitar casos semelhantes NICOLAU II reúne um Concilio em Roma, estabelecendo que à morte do papa incumbisse aos cardeais a eleição do sucessor, com a obrigação de submeter, em seguida, a escolha á aprovação dos restantes Bispos, clero e povo, devendo também ser informado o imperador ao qual «caberia o privilégio de confirmar a escolha, sem que fosse ele a indicar o Pontifice.
O mesmo Concilio renovou os decretos contra a simonia e concubinato do clero, proibiu aos sacerdotes receber cargos eclesiásticos outorgados p0r autoridades civis e aos bispos serem proprietários das igrejas.
Em sínodos realizados em 1060 e 1061, confirmaram-se os mesmos decretos e explicitou-se que, no futuro, qualquer Pontifice eleito contra os cânones estabelecidos seria considerado apóstatas e excluído do pontificado como papa legitimo.
Num entendimento com os Normandos, recebe o juramento de vassalagem e promessa de ajudarem a Igreja a conservar o seu património, mesmo com o auxilio militar, se necessário fosse. Esta atitude foi mal recebida na Alemanha e poderia levar a um cisma se, entretanto, NICOLAU II não tivesse falecido, em Florença, em cuja catedral ficou sepultado.









ALEXANDRE II - Papa

Papa desde o ano de 1061 até ao ano 1073


CLIII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Milão. Chamava-se ANSELMO DE BAGGIO. Era Bispo de Lucca. Morreu em 21 de Abril de 1073.

HISTÓRIA


Após a morte de NICOLAU II a nobreza romana, com desprezo pelas normas aprovadas, dirige-se à Alemanha, pedindo a HENRIQUE IV para indicar um sucessor para o pontificado.
Sem perda de tempo, HILDEBRANDO reúne os cardeais fiéis e elege em 1 de Outubro de 1061, ANSELMO, bispo de Lucca, um homem virtuoso e adepto da reforma, que adopta o nome de ALEXANDRE II.
Em desacordo, alguns Bispos alemães e lombardos atribuem a HENRIQUE IV o título de patrício, declarando ilegal a eleição  feita sem a concordância do Imperador e elegem o Bispo de Parma que adopta no nome de HONÓRIO II, dirigindo-se de seguida para Roma protegido pelas tropas lombardas, para aí ser coroado, mas mesmo tendo de enfrentar o exército romano, HONÓRIO consegue apoderar-se da cidade.
Entretanto, um golpe de estado na Alemanha depõe a imperatriz regente, colocando em seu lugar o arcebispo de Colónia, ANNON, o qual, perante a ameaça de um possível Cisma, reúne, em Outubro de 1062, um concilio em Augsburgo, os Bispos alemães e italianos, que reconhecem ALEXANDRE II como papa legítimo.
HONÓRIO não se dá por vencido e num concilio em Parma, excomunga, por sua vez, ALEXANDRE II, apoderando-se de novamente da cidade. Então, faltando-lhe o apoio da Alemanha, repôs-se a situação e um novo concilio realizado em Mântua, em 31 de maio de 1064, confirma definitivamente a legitimidade de ALEXANDRE II.
Apesar de todas estas contrariedades, ALEXANDRE II empenhou-se no incremento espiritual da Igreja, mantendo e intensificando as reformas dos seus antecessores, sempre com o apoio e a grande ajuda de HILDEBRANDO e de São PEDRO DAMIÃO.
Teve especial atenção para problemas da França e da Inglaterra e interveio energicamente na Alemanha quando HENRIQUE IV, em 1079, pretendeu repudiar BERTA com a qual casara três anos antes.
Desejando uniformizar a Liturgia nas nações do Ocidente, enviou legados a Espanha para tratarem da substituição da antiga liturgia gótica ou moçárabe em uso pela romana o que viria a conseguir em 1071 no reino de Aragão e mais tarde, nos reinos de Navarra, Castela e Catalunha.
Durante este pontificado, em 1065, houve uma sangrenta perseguição aos cristãos nos estados eslavos, para lá do rio Elba.
ALEXANDRE II morreu com fama de homem austero e santo, sendo sepultado na Basilica de São João de Latrão.



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HONÓRIO II - Anti-Papa 

Anti-Papa em 1061 e 1072

XIX Anti-Papa



SÍNTESE

Nasceu em Verona, por volta do ano 1010. Chamava-se PEDRO CADALO. Era Bispo de Parma desde 1045 e foi contemporâneo de ANSELMO bispo de Lucca, eleito papa com o nome de ALEXANDRE I. Morreu em Roma, em 1072.

HISTÓRIA

Os bispos alemães, descontentes com a eleição de ALEXANDRE II, actuam junto de HENRIQUE IV e o imperador concorda com a eleição, em 28 de Outubro de 1061, do Bispo de Parma, com o nome de HONÓRIO II que, protegido pelas tropas lombardas, consegue apoderar-se de Roma, mas, vencido pelo povo, é obrigado a fugir e a refugiar-se no castelo de Santo Ângelo.
Na Alemanha, a imperatriz regente é deposta e fica em sue lugar ANNON, arcebispo de Colónia, que reúne um concílio em Augsburgo, com bispos alemães e italianos, reconhecendo ALEXANDRE II como Papa legítimo. ALEXANDRE convoca imediatamente num Concilio  e excomunga HONÓRIO II, mas este não se dá por vencido e, por sua vez, convoca um concilio em Parma, excomunga ALEXANDRE II e apodera-se novamente de Roma. A Alemanha não o apoia e o Concilio de Mântua (31 de  Maio de 1064) confirma em definitivo a legitimidade de ALEXANDRE II.
HONÓRIO morreu em Roma, em 1072, sem nunca renunciar à dignidade pontifícia.








São GREGÓRIO VII - Papa

Papa desde o ano 1073 até ao ano de 1085 


CLIV Papa 


SÍNTESE

Nasceu em Soane - Toscana, pelo ano de 1020, filho de um carpinteiro chamado BONZONE. Chamava-se HILDEBRANDO ALDOBRAMDESCHT. Era monge beneditino do Mosteiro de Cluny - França onde foi abade. Ocupou o mesmo cargo em Roma no Mosteiro de São Paulo Extramuros e simultaneamente Cardeal, subdiácono e arcediago da Igreja romana. Foi secretário do imperador HENRIQUE III da Alemanha, conselheiro e colaborador de vários (8) Papas (GREGÓRIO VI, CLEMENTE II, DÂMASO II, SÃO LEÃO IX, VÍTOR II, ESTÊVÃO IX, NICOLAU II e ALEXANDRE II) e ainda teve de lifdar com 2 Anti-Papas BENTO X e HONÓRIO II. Morreu em Salerno a 25 de Maio de 1085, sendo canonizado em 1606 pelo Papa PAULO V. tem a sua festa a 25 de maio 



HISTÓRIA

 Ao morrer ALEXANDRE II, em 1073, e ainda no seu funeral, HILDEBRANDO foi proclamado papa. recusou, mas o tumulto cresceu e foi levado à força para São Pedro, onde, não resistindo, foi eleito PAPA em 24 de Abril de 1073, tomando o nome de GREGÓRIO VII. 
Ao falecido Imperador HENRIQUE III, seu amigo íntimo, tinha sucedido o filho HENRIQUE IV, um principe infame por seus vícios desregrados e sacrílegos, simoníaco, perjuro e patrono de todos os inimigos da Igreja.
São GREGÓRIO admoestou-o paternalmente, fazendo-lhe ver os males que trazia á Igreja e que, sendo cristão, apesar de soberano, estava sujeito ao poder do Vigário de Cristo.
Na noite de Natal de 1075, estando o Papa a celebrar missa em Santa Maria Maior, entre pela Basílica um grupo de energúmenos, em que sobressaía um tal CÊNCIO conhecido por amigo do imperador, que, arrastando o papa pelos cabelos, o encerram numa torre da cidade. O povo amotina-se, liberta o papa e este, como se nada se tivesse passado, perdoa aos malfeitores e vai concluir a missa a Santa Maria Maior.
Dias depois, os legados do papa dirigem-se à Alemanha e pedem ao imperador que venha a Roma para se justificar.
O certo é que o imperador, sempre perjuro, voltou á desobediência e, reunindo uma dieta em Worms, apenas com simoníacos e excomungados, propõe contra Bulas às Bulas pontifícias  e declara GREGÓRIO VII indigno do cargo que ocupava, notificando-lhe a sua destituição.
Nestas circunstâncias o papa excomungou o Imperador, declarando-o privado do trono e libertando os seus vassalos do juramento de fidelidade.
O principe continuou com os seus excessos, mas os povos do Império, principalmente os Saxónios, rebelaram-se contra HENRIQUE IV e ele, sem o apoio dos seus súbditos e vendo os bispos decidirem a sua deposição caso não se arrependesse e reconciliasse com Roma, vei a Itália humilhar-se diante do santo padre, pedindo perdão dos seus actos.
No ano de 1077, atravessou os Alpes e apresentou-se à porta do castelo de Canoas, onde, a caminho da Dieta de Augsburgo, se encontrava o Papa como hóspede da condessa MATILDE, vindo descalço, vestido de penitente e com uma corda ao pescoço, para pedir perdão, mas o papa, para lhe experimentar a sinceridade do arrependimento, só ao fim de três dias o recebeu, perdoando-lhe mediante a promessa de que se apresentaria na Dieta que fora convocada, onde responderia às acusações que pesavam sobre ele.
Mas o arrependimento de HENRIQUE IV pouco durou. Instigado pelos bispos simoníacos da Lombardia, faltou ao juramento prestado, o que levou GREGÓRIO VII em concilio celebrado em Roma, na Quaresma de 1080, a renovar a excomunhão contra o imperador, privando-o dos reinos da Alemanha e Itália e libertando os seus súbditos da obrigação de qualquer sujeição.Aproveitando a oportunidade, os príncipes alemães depõem HENRIQUE IV, substituindo-o por RODOLFO, duque de Sabóia, mas este morreria pouco depois numa batalha e HENRIQUE IV, senhor da situação, elege novo Papa, um anti-papa com o nome de CLEMENTE III. na Primavera de 1081 desce à Itália , mas não consegue transpor as muralhas de Roma, onde a população se mantinha fiel ao Papa, fazendo-se coroar pelo Anti-Papa numa tenda de campanha.
Regressa à Alemanha e na Primavera seguinte volta a Itália, tentando lançar fogo á Basilica de São Pedro, o que não conseguiu. Depois, noutra tentativa, com mais tropas, apodera-se da Basilica e obriga o Papa a refugiar-se no castelo de Santo Ângelo. Nem assim conseguiu que o Papa o recebesse para negociações. Retirou-se então para a Toscana  de onde regressou em 1084, com mais poderio, tendo-se apoderado da cidade, excepto do Castelo de Santo Ângelo, onde o papa pouco poderia resistir se não fosse terem vindo em seu auxilio os Normandos.
Perseguido em Roma pelo tirano da Alemanha GREGÓRIO VII viu-se obrigado a retirar para a cidade de Salerno, onde reinava com redobrado zelo a suja reforma.
Sentindo a aproximação da morte, escreve uma comovedora carta a toda a Cristandade, exortando os fiéis a amar e a venerar a Igreja de Roma como mãe e mestra de todas as Igrejas.
Apesar de tão caluniado São GREGÓRIO foi um dos grandes Papas da Igreja e um grande Santo, pois, para além das suas actividades políticas, não se pode esquecer o seu grande amor a Deus e as suas inegáveis virtudes: fé ardente, humildade sincera e caridade universal, mesmo para com os seus maiores inimigos, a quem se mostrou sempre disposto a perdoar.
Interveio com energia em França onde o rei FILIPE I  vendia bispados e abadias, ameaçando o rei de excomunhão e exortando os bispos a oporem-se a qualquer simonia.
A sua acção apostólica estendeu-se à Hungria para sanar dissensões, por motivo de sucessão, e à Polónia excomungando o rei BOLESLAU II por ter assassinado o bispo de Cracóvia, santo ESTANISLAU que o criticava pela sua vida dissoluta e escandalosa.,
Aos reis da Suécia e da Noruega, recém convertidos ao Cristianismo escreveu cartas cheias de afecto paternal , pedindo-lhes que enviassem a Roma para uma formação adequada, os aspirantes ao sacerdócio.
Recebeu em Roma a legação dos príncipes da Rússia, Croácia, Dalmácia e Sérvia, solicitando o título de reis e jurando fidelidade à Santa Sé. 
No seu pontificado impediu que a Igreja se feudalizasse evitando, com isso que a religião cristã, ficasse reduzida a uma mera prática cultural ou a um simples instrumento ao serviço do estado.
No penúltimo ano do seu pontificado viria a surgir a fundação, por São BRUNO (1030-1101) da ordem da vida contemplativa da Cartuxa, assim popularmente designada  pelo facto de o primeiro convento se ter situado nos montes de Grand Chartreuse perto de Grenoble.
São GREGÓRIO VII, que reuniu vários concílios, procedeu sempre com a aprovação deles. isto foi, nos séculos seguintes, aprovado por homens da maior autoridade, como São TOMÁS DE AQUINO, São BOAVENTURA, Santo ANTONINO, São RAIMUNDO DE PENHAFORTE e outros doutores e teólogos.
São GREGÓRIO morreu em Salerno, sendo estas as suas últimas palavras: 

«DILEXI JUSTITIAM ET ODIVI INIQUITATEM PROPTEREA MORIOR IN EXILIO» 
(AMEI A JUSTIÇA E ODIEI A INIQUIDADE, POR ISSO MORRO NO EXILIO).



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CLEMENTE III - Anti-Papa 

Anti-Papa entre 1080 e 1084


XX Anti-Papa



SÍNTESE

Nasceu em Parma em 1025. Chamava-se GUIBERTO DE RAVENA. Morreu em Civita Castellana, em 8 de Setembro de 1100.


HISTÓRIA

HENRIQUE IV, rei da Alemanha e imperador do Sacro Império, esteve em luta com o papa GREGÓRIO VII que o excomungou em 1076.
Depois de retomar o Império, em 1081, elegeu em 25 de Junho de 1080, num sínodo realizado em Brixen, um Anti-papa que tomou o nome de CLEMENTE III e avançou sobre Roma. Não conseguindo ultrapassar as muralhas da cidade, fez-se coroar pelo Anti-papa numa tenda de campanha. Contudo, isso não lhe bastava e em 1084 regressa com maior apoio militar e à força das armas apodera-se de Roma, fazendo-se coroar de novo pelo mesmo Anti-papa que tinha feito eleger de novo com a votação de vários cardeais.
~Entretanto, GREGÓRIO VII refugia-se  no castelo de Santo Ângelo, vê-se sitiado e só consegue evitar a derrota com a ajuda dos Normandos, que o socorreram.
Repôs a legalidade e acabou com a aventura de CLEMENTE.







Beato VÍTOR III - Papa

Papa de 1086 a 1087


CLV Papa

SÍNTESE

Nasceu em Benevento - Itália em 1027. Chamava-se DESIDÉRIO DE MONTE CASSINO e era principe de Benevento. Era descendente de uma familia nobre italiana. Foi abade de Monte cassino. Morreu em 16 de Setembro de 1087, em Monte Cassino.




HISTÓRIA

Depois da morte de GREGÓRIO VII e durante um ano o Anti-Papa CLEMENTE III questionou a eleição de um novo papa, pelo que só em 24 de maio de 1086 foi eleito VÍTOR III.
Quatro dias depois de eleito teve de se retirar para Monte Cassino por causa de uma insurreição provocada pelos Normandos. 
Na altura da sagração os partidários do Imperador HENRIQUE IV procuraram impedir a cerimónia e VITOR III, aproveitando a confusão, abandonou Roma e refugiou-se em Terracina, de onde só regressou passado outro ano, sendo, finalmente sagrado na Basilica de São Pedro, em 24 de maio de 1087. Fixou residência na ilha fortificada de Tiberina.
A situação continuava confusa e CLEMENTE III, com apoio de um legado imperial, consegue apoderar-se de novo, da situação e VITOR III, mais uma vez, tem de se retirar para Benevento, celebrando alí um Sínodo em que excomungou o Anti-papa e reafirmou os decretos  de GREGÓRIO VII no referente à simonia e às investiduras.
Alquebrado e enfermo pediu que o levassem para o seu Mosteiro de Monte cassino, onde morreu e foi beatificado oitocentos anos mais tarde.
No seu pontificado e durante as estadas no Mosteiro do Monte Cassino enriqueceu a biblioteca com muitos códices, copiando os seus monges as obras de quase todos os santos Padres e outros autores eclesiásticos, as decretais de JUSTINIANO, as obras de FLÁVIO JOSEFO e as dos principais clássicos latinos. 






Beato URBANO II - Papa

Papa desde o ano 1088  até ao ano 1099


CLVI Papa

SÍNTESE

Nasceu em Châtillon-sur- Marne, em 1042. Chamava-se ODO DE LAGERY sendo de origem francesa. Era monge de Cluny e foi cardeal-bispo de Óstia. Morreu em Roma em 29 de Julho de 1099. LEÃO XIII beatificou-o em 1888.


HISTÓRIA

A situação do clero em Roma, devido à acção do Anti-Papa CLEMENTE estava muito confusa. Receando confrontos, a eleição do bispo de Óstia, um francês de nome ODO, discipulo de São BRUNO, que tomou o nome de URBANO II, só foi possível em 12 de março de 1088 e fora de Roma, em terracina, sob a protecçao da condessa MATILDE e de alguns duques normandos.
Por prudência URBANO II, o primeiro Papa a ser sagrado fora de Roma, foi viajando pela Itália meridional à espera que os ânimos serenassem em Roma.
Em carta dirigida aos bispos e príncipes alemães, logo a seguir à eleição, afirmava, referindo-se a GREGÓRIO VII :«Rejeito o que ele rejeitou, condeno o que ele condenou e faço meu quanto ele amou. Confirmo e aprovo tudo o que ele considerou justo e católico, e penso como ele pensava, em tudo de acordo com ele».
As circunstâncias eram adversas, mas, mesmo assim, em 1094, consegue reunir os bispos fiéis de Itália, França e Alemanha, cerca de 5 000 clérigos e maior número de participantes leigos num Concílio ao ar livre, em que, para além das excomunhões do Anti-papa CLEMENTE e do Imperador HENRIQUE IV, se reafirmam os cânones de GREGÓRIO VII relativos à reforma do clero, à simonia e às investiduras. Anatematizou, ainda o Nicolaísmo, bem como as perniciosas doutrinas de Berengário sobre a poesença real na Eucaristia.
À sua piedade mariana se deve a introdução do ofício dos sábados para louvor da Santíssima Virgem, na recitação do ofício divino.
Do Concílio de 1094 surgiu a ideia da I Cruzada contra os infiéis. URBANO II ficoiu impressionado e no ano seguinte, encontrando-se em França, onde excomungou o rei FILIPE I, que casou com BERTADE DE  MONTFORT, mulher de FOLQUE, conde Anjour, celebra o Concilio de Clermont e, em contacto com o bispo de Puy, que tinha estado na Terra Santa, sente-se movido a libertar os Lugares Sacrossantos, profanados pelos infiéis.
Entretanto, o Imperador HENRIQUE IV, que se apoderara de Roma em 1090, retira-se em 1097, derrotado pelas tropas da condessa MATILDE e URBANO II pôde, finalmente dirigir-se para Roma.
Nesse mesmo ano celebra, em Latrão, um sínodo em que desautoriza definitivamente o Anti-papa CLEMENTE.
Entretanto, a I Cruzada ganha força sob o comando de GODOFREDO DE BULHÃO, «na mais espantosa aventura da história da Idade Média cristã». Organizada a expedição, foi dividida em quatro exércitos provenientes de toda a Cristandade, mas na sua maioria franceses, que se encontram em Constantinopla em Agosto de 1098.
Com esta I Cruzada encontra-se relacionada a instituição de duas ordens religiosas em moldes diferentes: a dos Cavaleiros de São João de Jerusalém designada depois por Ordem de Malta, fundada por GERARDO DE TENQUE, e aprovada por PASCOAL II, em 1113 e a dos Cavaleiros do Templo ou Templários, fundada por HUGO DE PAYENS , vindo-lhe o nome de um edifício, a primeira sede, que, segundo se dizia, fora fundado entre as ruínas do Templo de Salomão.
URBANO II não chegou a saber o resultado da Cruzada, pois faleceu em Roma, em 29 de Julho de 1099.
URBANO II soube impor-se às injustiças e desmandos dos poderosos HENRIQUE IV, da Alemanha, FILIPE I, de França e GUILHERME II, de Inglaterra, pelo que a Cristandade inteira chorou a sua morte.
Protegeu a Abadia de Cluny, em cuja espiritualidade se formara, e outros mosteiros.
Na Peninsula Ibérica prosseguia a Reconquista contra os mouros, graças às façanhas de CID o Campeador, e com a entrega do Condado Portucalense a Dom HENRIQUE DE BORGONHA, em 1095, pai de Dom AFONSO HENRIQUES.
Chamado pelo conde Dom HENRIQUE começou a presidir à Igreja bracarense o célebre arcebispo São GERALDO nascido em França, formado em Cluny a cuja Ordem pertencia. Libertado da ingerência de Toledo e Compostela, deu um contributo eficaz para a consolidação de um sentimento nacionalista que em breve levaria à Independência de Portugal.













PASCOAL II - Papa 

Papa desde o ano 1099 até ao ano 1118

CLVII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Biada, Viterbo - Itália em 1050. Chamava-e RAINIERI DE BIADA. Foi monge de Cluny e cardeal-presbitero de São Clemente. Morreu em Roma, em 21 de Janeiro de 1118 no Castelo de Santo Ângelo.





HISTÓRIA

Foi eleito em 13 de Agosto de 1099 e investido no dia seguinte, mas teve logo de solucionar a questão dos Anti-Papas, pois se CLEMENTE já tinha falecido, apareciam agora outros a disputar o sólio pontifício. TEODORICO (1100), ALBERTO (1102) e ainda SILVESTRE (1105)..
O segundo problema era o imperador HENRIQUE IV, que sustentava com firmeza o seu direito de investir Bispos, e por isso se reacendeu a questão das investiduras.
No Sínodo da Quaresma de 1102, PASCOAL confirmou a proibição de investidura laica e excomungou o Imperador, o qual, perante a excomunhão, na assembleia geral de Mogúncia, se declarou disposto a reparar todos os prejuízos provocados pelas suas iniciativas.
Em 1105 a situação alterou-se, pois HENRIQUE V, filho de HENRIQUE IV, insurgiu-se contra o pai e ambos pediram ajuda ao papa. PASCOAL II foi favorável ao filho, com a condição de governar com justiça e não perturbar a paz com a Igreja.
HENRIQUE V, que levara o pai a renunciar em 1105, continuou a praticar as investiduras laicas.
PASCOAL II não aceitou novas negociações com os Alemães e HENRIQUE V, que queria ser coroado Imperador, firmou, em Fevereiro de 1111, um acordo secreto, cujo teor só seria divulgado depois da coroação. Durante a cerimónia, o papa leu o texto do acordo e os bispos alemães protestaram imediatamente pois não queriam renunciar à sua posição de príncipes do reino, que o acordo previa, e a coroação não se efectuou.
A rejeição pelos Bispos alemães seguiu-se a detenção do papa e dos Cardeais por ordem de HENRIQUE V. Depois de onze dias de prisão o papa cedeu para evitar um Cisma de grandes proporções e só em Abril de 1111, HENRIQUE V foi coroado imperador, o que levou a contestações, desta vez em França e Itália, pela cedência do papa.
PASCOAL II reconheceu ter agido mal e, como era suspeito de heresia, fez uma confissão de fé. Além disso, confirmou as decisões de GREGÓRIO VII contra a investidura laica e, num sínodo realizado em Viena, em Setembro de 1112, os participantes excomungaram HENRIQUE V.
No início de 1117, o papa teve de fugir a Roma em consequência de motins e as autoridades romanas pediram ajuda a HENRIQUE V. Este veio a Roma e fez com  que o arcebispo de Braga, Dom MAURÍCIO (mais tarde Anti-papa) o coroasse durante as celebrações da Páscoa.
PASCOAL II reagiu e, através de cardeais, mandou uma mensagem ao Imperador, exigindo a sua renúncia às investiduras laicas, o que HENRIQUE V não aceitou.
PASCOAL II só no início de 1118 voltou a Roma, tendo falecido no castelo de Santo Ângelo, pois São Pedro ainda se encontrava ocupado pelos seus adversários e foi sepultado em São João de Latrão.
De salientar neste pontificado a aprovação, no ano 1100, da Ordem de Cister, fundada por São ROBERTO DE MOLESME, que deixou na Europa uma grande marca espiritual, sobretudo a partir da fundação do Mosteiro de Claraval, por São BERNARDO em 1115.
Cuidou do aspecto urbanístico de Roma, mandando restaurar muitos templos e edifícios sagrados e instituiu importantes Ordens de Cavalaria, como a dos Templários, a dos Cavaleiros Teutónicos e a dos Cavaleiros de São João, que incumbiu de defender a Terra Santa e o peregrinos que para ali se deslocavam.

Estabeleceu relações com a  maior parte das cortes europeias, incitando-as a lutar contra os Muçulmanos.
Foi durante o seu pontificado que surgiram em Roma dois grupos que se guerrearam durante décadas, os Guelfos, partidários do papa, e os Gibelinos, partidários do Imperador.
Consagrou a Sé de Braga, centro da Cristandade  no Norte do futuro reino de Portugal. À frente da Sé destacou-se como uma das suas maiores glórias o monge francês de Cluny, São GERALDO (1196-1108)




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TEODORICO - Anti-Papa 

Anti-Papa em 1100

XXI Anti-Papa



SÍNTESE


Era Bispo de Portus, perto de Roma

HISTÓRIA

HENRIQUE IV, rei da Alemanha e Imperador do Sacro Império, em luta com o Papa PASCOAL II, fez eleger como Anti-papa TEODORICO, que era Bispo de Portus.
Ninguém o aceita como Papa e, passados três meses, TEODORICO vê-se obrigado a desistir e a recolher a um mosteiro, depois de ter sido destituído pelo Imperador.
Morreu na prisão.





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ALBERTO - Anti-Papa 

Anti-Papa em 1102

XXII Anti-Papa



SÍNTESE

Chamava-se ALBERTO DA SILVA CÂNDIDA. Era Bispo de Sabina



HISTÓRIA


O Imperador HENRIQUE IV, depois de abandonar e depor o seu Anti-papa TEODORICO, arranjou num novo pretendente ao Pontificado, o bispo de Sabina, que aceitou e foi empossado ainda durante o Pontificado de PASCOAL II.
Uma aventura breve, pois exerceu as funções apenas de Fevereiro a Março de 1102.



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SILVESTRE IV - Anti-Papa 

Anti-Papa entre 11051 e 1119

XXIII Anti-Papa



SÍNTESE


Chamava-se MAGINULFO.

HISTÓRIA

Em 1105, HENRIQUE IV viu-se destituído pelo próprio filho, que ocupa o trono da Alemanha como Imperador HENRIQUE V. O imperador deposto consegue recuperar o poder, mas  morre pouco depois num acidente de caça, o que terá livrado a Alemanha de uma guerra civil. 
Depois da morte de HENRIQUE IV, seu filho HENRIQUE V impõe como Pontifice um novo Anti-Papa, um tal Maginulfo que toma o nome de SILVESTRE IV.
Poucos dias depois da eleição, o povo amotina-se, ataca-o e acaba por ser vencido e abandonado numa luta popular, tendo de fugir de Roma.
Entretanto, PASCOAL II que se refugiara na ilha Tiberina, retoma o papado e reocupa o Falacio de Latrão.
O anti-Papa só em 1111 desistiu da sua pretensão de ser papa.






GELÁSIO II - Papa 

Papa nos anos 1118 e 1119

CLVIII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Gaeta - Itália, Chamava-se JOÃO DE GAETA e era filho do duque de Fondi. Era monge de Monte Cassino. Foi cardeal de Santa Maria, em Cosmedin, e dirigiu por muitos anos a chancelaria papal, nomeado por URBANO II. Morreu em Cluny, em 29 de janeiro de 1119, sendo ali sepultado.



HISTÓRIA

Após a morte de PASCOAL II e porque se temia a intervenção do Imperador, à pressa, em apenas três dias e secretamente, foi eleito papa, em 10 de março de 1118, o monge JOÃO DE GAETA, um homem de avançada idade.
De facto, os receios confirmaram-se, porque, pouco depois, ao ser conhecida a eleição, CÊNCIO FRANGIPANI, acompanhado das hordas imperiais, entra na casa onde estava GELÁSIO, arrastando-o, espancando os cardeais presentes e aprisionando o Papa, algemado, numa torre. O povo, quando dá conta do ocorrido, revolta-se e, com o auxílio dos normandos, liberta o papa que se dirige a Latrão, aclamado por todos.
Menos de um mês depois, HENRIQUE V vem da Lombardia para Roma, disposto a obrigar GELÁSIO II a  coroá-lo.
O Papa, ao ter conhecimento da vinda do Imperador e para evitar conflitos, refugia-se em Gaeta, sua cidade natal, onde é sagrado a 10 de março de 1118, pelos cardeais e bispos que para ali se dirigiram.
O Imperador, sentindo-se frustrado por não conseguir a coroação, resolve eleger um Anti-Papa na pessoa de MAURÍCIO BURDINO, arcebispo de Braga, que tomou o nome de GREGÓRIO VIII.
GELÁSIO II excomunga o Imperador e o Anti-papa num concilio realizado em Cápua e regressa a Roma, mesmo com o Anti-papa a ocupar grande parte da cidade.
Em 21 de Julho, quando celebrava a festa de Santa PRAXEDES, na basílica com o seu nome, vê-se, de noivo, atacado por CÊNCIO e os seus sequazes, mas consegue fugir, só regressando a Roma depois de tudo acalmado. Contudo, vendo que não podia viver e governar em paz, abandona a cidade nomeando seu vigário o bispo de Portus e dirige-se para França, onde foi acolhido com demonstrações de carinho e júbilo.
Em Janeiro de 1119 celebra um sínodo em Viena e pouco depois, vitimado por uma pleurisia, faleceria no seu mosteiro de Cluny.

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GREGÓRIO VIII - Anti-Papa 

Anti-Papa entre 1118 e 1121


XX Anti-Papa



SÍNTESE


Era de origem borgonhesa. De nome MAURÍCIO BURDINO, também conhecido por MAURITIUS ou BURDINUS, era monge francês do Mosteiro de Cluny. Foi Bispo de Coimbra e arcebispo de Braga, de 1099 a 1118, onde era conhecido por Dom MAURÍCIO. Morreu em 1137.

HISTÓRIA

O imperador HENRIQUE V dirigiu-se a Roma para obrigar o papa GELÁSIO II a coroá-lo, mas o papa, não mo querendo fazer e receoso, refugiou-se em Gaeta, sua cidade natal, onde foi sagrado por bispos e cardeais que ali se deslocaram.
Zangado, o imperador nomeia em 8 de Março de 1118 como Anti-papa o monge cluniacense MAURÍCIO BURDINO, que se encontrava em Roma para discutir o litígio do primado entre Braga e Compostela, em março de 1118.
A retirada do Imperador em janeiro de 1119 determinou a queda de GREGÓRIO VIII, pois GELÁSIO II reúne um concílio em Cápua, onde excomunga o Imperador e o anti-Papa, regressando a Roma, onde GREGÓRIO, mesmo abandonado pelo Imperador, continuava a resistir, ocupando grande parte da cidade.
Depois da morte de GELÁSIO II é eleito Papa CALISTO II, mas GREGÓRIO mantém a resistência e só quando CALISTO II entrou triunfalmente em Roma é que resolveu fugir, refugiando-se em Sutri, onde, mais tarde, viria a ser preso, depois do papa o ter excomungado em Abril de 1121.
Conduzido a Roma envolto numa pele de bode e vaiado pelos populares, valeu-lhe a bondosa intervenção do papa, que determinou a sua ida para um convento, onde morreu em 1137, sem nunca ter renunciado à sua falsa dignidade papal.










CALISTO II  -  Papa

Papa desde o ano 1119.até ao ano 1124

CLIX Papa

SÍNTESE

Nasceu em França, em 1060. Chamava-se GUIDO DE BORGONHA, descendente dos condes de Borgonha e aparentado com famílias reais. Morreu em Roma, em 13 de Dezembro de 1124.





HISTÓRIA

 Os cardeais que tinham acompanhado a França o Papa GELÁSIO II, regressaram de imediato após a sua morte e elegeram, em 8 de fevereiro de 1119, GUIDO DE BORGONHA como papa, com o nome de CALISTO II.
Uma vez eleito, celebra em Tolouse, em 8 de Julho de 1119, um sínodo em que estabelece diversos cânones contra os abusos existentes e convoca para 20 de Outubro, em Reims outro Sínodo, que reuniu mais de 200 Bispos, grande número de abades e clero, com o fim de pôr termo à luta com o imperador por causa das investiduras.
Em março do ano seguinte atravessa os Alpes a caminho de Roma, onde é recebido com o apoio popular, do clero e da maioria da nobreza.
Foi nesta altura que o Anti-Papa GREGÓRIO VIII fugiu para Sutri e HENRIQUE V, ao ver o apoio a CALISTO II, teve de ceder e manda uma embaixada ao papa. CALISTO II acolhe-a favoravelmente e escreve ao Imperador.: 
«Não temas, HENRIQUE, que a Igreja te vá arrebatar qualquer direito, pois não ambicionamos a coroa imperial. Que à Igreja se d o que é de Cristo e ao Imperador o que é do Imperador. Se quiserdes ouvir-nos, alcançarás o apogeu do teu poder imperial e, juntamente, a glória do reino eterno»`.,
HENRIQUE V acede e aceita os acordos da Dieta de Worms, celebrada em 1122, o ano da paz entre os dois poderes e da recuperação da liberdade religiosa pela Igreja, depois de uma luta de mais de 50 anos, que pôs, finalmente, fim à chamada «Querela das Investiduras».
O que se firmou, resumidamente, foi o Imperador renunciar ao poder das investiduras eclesiásticas, deixando às Igrejas a plena liberdade de eleger e consagrar os seus bispos. Por sua vez, o papa, em sinal de deferência, consente que na Alemanha as eleições episcopais se realizem perante o Imperador ou os seus representantes, mas sem violência nem simonia.
As actas fazem a distinção entre o Pontifice e o senhor temporal.
Tinham decorrido mais de 600 anos desde que CLODOVEU I introduziu este nefasto costume de os reis poderem nomear os bispos á sua vontade.
Ficava apenas pendente uma outra controvérsia, a do Dominum Mundi - O domínio Universal - , ao qual o Imperador não podia renunciar e que os papas ostentavam desde que URBANO II o exercera durante a I Cruzada.
Para confirmar e publicar os acordos da Dieta de Worms, CALISTO II celebra em 18 de março de 1123 um concilio em Latrão (o IX Concílio Ecuménico e o primeiro no Ocidente), tendo o importante intuito de efectuar a reforma moral do clero e acabar com a simonia, agora possível por ter terminado a possibilidade da investidura laica.
Com a presença de 300 bispos e 600 abades, o Concílio, em união com o papa, condenou as ordenações e promoções simoníacas, o concubinato do clero e declarou nulas as ordenações do Anti-Papa deposto e em fuga. Este Concílio confirmou ainda, solenemente e de modo definitivo, o primado da Igreja de Roma contra as tentativas de autonomia das igrejas nacionais à sombra do poder político. A ideia do Papa GREGÓRIO VII tinha triunfado.
CALISTO II pouco sobreviveu a este triunfo,pois faleceu em Roma, depois de um magnifico pontificado, sendo sepultado em São João de Latrão.






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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.

Textos recolhidos

In

O Papado  -  2000 Anos de História 
Ed. Círculo de Leitores - 2009

e

sites: Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, e outros






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 SÃO PAULO (e Vidas de Santos) http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com


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