terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Nº 3 3 6 2 - ( 3 *) - O PAPADO - 2000 ANOS DE HISTÓRIA - 23 DE JANEIRO DE 2018,

Caros amigos:

NOVO ANO - NOVA VIDA

Como podem verificar desde o passado dia 1, iniciei uma nova página (nº 3) na qual vou tentar transcrever através do livro O Papado - 2000 Anos de História, da autoria de Mendonça Ferreira e editado em Março de 2009 pelo Círculo de Leitores. 

Esta recolha de textos é feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.


Atingi em 20 de Janeiro exactamente, o número de 200 Biografias dos primeiros 200 Papas da Igreja Católica (incluindo 33 Anti-Papas - que são discriminados na cor Vermelha). 

Com a média de publicação de 10 Papas por dia = 20 dias, estão publicadas 200 biografias, faltando apenas pouco mais de 60  (o que, significa que em principio, daqui a 5 dias, no fim deste mês 31 de Janeiro) ficarão 50 editadas.

Ontem, (22/1) porém, dado o extenso número de Anti-papas que se intercalaram entre o Papa CCI - INOCÊNCIO VII e CCIV - EUGÉNIO IV - «8 Anti-papas», decidi alterar o Nº de publicações, pelo que hoje, serão publicadas apenas 5 biografias, e, por consequência a minha previsão de poder terminar no fim do corrente mês, já não poderá ser cumprida.

Por este motivo, e também porque como já disse anteriormente as biografias passarão a ser mais longas - veja-se o caso de JOÃO PAULO II, o número de publicações diárias será mais reduzido.
Assim, termine ou não até 20 de Fevereiro (data do meu aniversário) que inicialmente tinha colocado como meta, poderá não ser atingido, ou antes, poderá ser ultrapassado, mas não faz mal.

Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos... 








Foto actual do autor




Nº  3 3 6 2 - (3)




23 de JANEIRO de 2018


Texto do livro 
O PAPADO - 2000 Anos de História
do Círculo de Leitores - 2009 
e compilado por Mendonça Ferreira 


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ALEXANDRE VI - Papa


Papa desde o ano 1471 até 1484.


CCXII Papa
214º Wikipédia


SÍNTESE

Nasceu em Jativa, perto de Valência - Espanha em 1431. Chamava-se RODRIGO LANÇOL Y BÓRGIA e era sobrinho do Papa CALISTO III que o levou para Itália e à familia antes de ser Papa. Formou-se em jurisprudência na Universidade de Bolonha. Foi nomeado Cardeal apenas com 25 anos, por seu tio CALISTO III. Foi administrador do arcebispado de Valência, bispo de Barcelona, vice-chanceler da Santa Sé e prefeito de Roma. Morreu em 18 de Agosto de 1503.


HISTÓRIA


Foi eleito em 26 de Agosto de 1492, tomou o nome de ALEXANDRE VI e, mesmo aclamado pelos Romanos, diz-se que comprou dois terços dos votos para conseguir a eleição.
A verdade é que uma vida dissoluta, duplicidade e nepotismo faziam dele mais um principe da Renascença do que um papa.
Como escreveu o historiador LUDWIG VON PASTOR
«Nas altas classes sociais do século XV as leviandades eram o pão nosso de cada dia. Que alguns principes eclesiásticos viveram melhor que os seculares, isso pouco ou nada escandalizava os italianos do renascimento - consequência, antes do mais, do laxismo então reinante, quer nas ideias, quer nos costumes, o que fazia com que os dignatários da Igreja fossem vistos sobretudo como príncipes seculares.
Tinham comprado para a Igreja os dias da infâmia e do escândalo».
De facto ALEXANDRE VI era conhecido pela sua vida com muitos amantes, sendo a mais importante VANNOZA CAETANI, de quem teve quatro filhos, JOÃO. CÉSAR, LUCRÉCIA e JOFRE que tiveram um papel importante no papado, particularmente CÉSAR e LUCRÉCIA BÓRGIA, sendo seu principal cuidado tratar do interesse da familia.  Nomeou o filho CÉSAR ainda adolescente, bispo de Valência, o sobrinho GIOVANNI cardeal, e tentou que o filho JOÃO, duque de Gandia, se apoderasse do reino de Nápoles.
Como Papa, agiu com pulso de ferro e acabou com a anarquia em Roma, melhorou a defesa da cidade, transformou o mausoléu de ADRIANO numa fortaleza e mandou fortificar a Torre de Nona, para proteger a cidade de ataques navais.
Como patrono das artes, erigiu a Universidade romana da Sapienza, restaurou o castelo de Santo Ângelo, construiu uma mansão grandiosa para a chancelaria apostólica, embelezou os palácios do Vaticano e obrigou MIGUEL ÂNGELO a dirigir a reconstrução da basílica de São Pedro e a decorar a abóboda de Santa Maria Maior, com o primeiro ouro trazido da América por CRISTOVÃO COLOMBO.
Perante o paganismo e o descalabro moral da sociedade, ergueu-se a voz do frade dominicano SAVANAROLA, prior do convento de São Marcos, em Florença, a pregar contra o papa e todos os que viviam á sua volta no fausto, reclamando terriveis castigos.
ALEXANDRE VI procurou chamar SAVANAROLA a Roma para o dominar e acabar com os ataques, mas o Frade recusou-se sempre e acabou condenado á morte e enforcado em Florença.
No campo espiritual, preocupou-se com  a propagação da fé nas terras dos infiéis descobertas por portugueses e espanhóis e, em 1494, depois da viagem de COLOMBO na descoberta da América, conferiu a ISABEL DE CASTELA e  a FERNANDO DE ARAGÃO o título de reis católicos.
Entretanto nasciam divergências entre os reinos de Portugal e de Castela e o papa, por Bula de 4 de Março de 1493, tenta resolver a questão por meio duma linha que, de pólo a pólo, passando a 100 léguas para lá dos Açores, dividia o mundo ao meioas terras descobertas para Ocidente dessa linha pertenciam a Castela e para Oriente, a Portugal.
Dom JOÃO II rei de Portugal, não aceita a bula e daí resultou o Tratado de Tordesilhas, firmado com os reis católicos em 7 de Junho de 1494, conseguindo afastar a linha divisória mais 270 léguas para Ocidente, sinal de que já antes da descoberta do Brasil por PEDRO ÁLVARES CABRAL os cartógrafos portugueses tinham conhecimento dessas terras.
Na sua actividade pastoral, foi sempre favorável às Ordens monásticas e aprovou a Ordem dos Mínimos, fundada por São FRANCISCO DE PAULA e a de ANUNCIADA fundada por Santa JOANA DE VALOIS e empenhou-se na defesa dos mosteiros dos Países baixos.
Fomentou, também, o culto da Santissima Virgem, por meio da criação da Confraria do Rosário e restaurou o costume de rezar um Pai Nosso e uma Ave-Maria ao toque do sino do  meio-dia e mais tarde a recitação do ANGELUS.
Pessoalmente era muito devoto da Santissima Virgem e primava pelo decoro das funções litúrgicas, o que se notou especialmente  no Jubileu do ano 1500, introduzindo cerimónias novas, como a da abertura da Porta Santa que ainda perdura.
Uma multidão de cerca de 200 000 pessoas afluiu a Roma para o Jubileu, segundo disse o mestre-de-cerimónias J. BOUCHARD. Entre os peregrinos, viu-se o sacerdote polaco e célebre astrónomo COPÉRNICO, que se manteve em Roma, dando aulas e tendo entre os seus discípulos MIGUEL ÂNGELO e o cardeal ALEXANDRE FARNESE, futuro Papa PAULO III.
ALEXANDRE VI morreu com um ataque de malária aos 73 anos, e mostrou-se arrependido, o mesmo já acontecera quando seu filho JOÃO morreu afogado nas águas do Tibre, dizendo
«Foi pelos nossos pecados que Deus nos mandou esta prova. Que perdoe a quem o matou. pela nossa parte, resolvemos empreender a emenda da nossa vida e da Igreja».
«Daqui por diante os benefícios serão atribuídos apenas por mérito. Queremos renunciar ao nepotismo e começar a reforma por nós, estendendo-a depois aos outros membros da Igreja, levando esta empresa até ao fim».
De um Papa, é verdade, exige-se muito mais, mas ALEXANDRE VI terá sido, também caluniado. Foi indigno? É possível, mesmo com o ambiente pagão do renascimento, mas fica de pé a afirmação do papa LEÃO MAGNO: «A cadeira de PEDRO não se degrada com um herdeiro indigno».
Segundo L. HEARTING

«Se ALEXANDRE VI, em vez de Papa, tivesse sido um rei ou imperador, não haveria inconveniente em exultá-lo entre os políticos e governantes mais eminentes da sua época, omitindo as manchas da sua vida particular».








PIO III - Papa  

Papa desde o ano 1503

CCXIII Papa
215 º na Wikipédia

SÍNTESE

Nasceu em Siena - Itália em 1439. Chamava-se FRANCESCO TODESCHINI PICCOLOMINI, sendo sobrinho do Papa PIO II. Era arcebispo de Siena desde 1460 e cardeal-diácono de Santo EUSTÁQUIO, nomeado por seu tio PIO II. Morreu em 18 de Outubro de 1503



HISTÓRIA

 Foi eleito em 22 de Setembro de 1503, aos 64 anos, mas já gravemente enfermo, tomando o nome de PIO III. Foi Papa apenas por 24 dias.
Era um homem íntegro e piedoso e o povo via nele o reverso do seu antecessor, muito esperando dele.
A este respeito, o Geral dos Camaldulenses escreveu: 
«Uma nova luz nos amanheceu. os nossos corações estão cheios de júbilo e os nossos olhos enchem-se de lágrimas porque Deus se apiedou do povo cristão, dando-lhe um Pastor santo e imaculado».
Sob o seu governo a vinha do Senhor não voltará a produzir cardos e espinhos, mas estender-se-á florescente de um mar ao outro mar».
De facto, PIO III era declaradamente um papa disposto a colocar a Igreja no seu lugar e logo que foi eleito mandou prender CÉSAR BÓRGIA pelos seus pecados e excessos públicos.
Infelizmente não teve tempo para governar a Igreja como queria e podia, pois ,morreu devido a uma úlcera que tinha numa perna ou, como foi dito então, envenenado por PANDOLFO PETTRUCCI, governador de Siena. Foi enterrado em São Pedro em posteriormente, os seus restos mortais foram trasladados para Santa Andrea del Valle,onde ficou ao lado de seu tio PIO II


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JÚLIO II  -  Papa  

Papa desde o ano 1503 até 1513

CCXIV Papa
216º na Wikipédia

SÍNTESE

Nasceu em Albíssola - Itália em 5 de Dezembro de 1443. Chamava-se GIULLIANO DELLA ROVERE, sendo sobrinho do papa SISTO IV. Era franciscano, educado em Perúsia, cardeal nomeado por SISTO IV, arcebispo de Avinhão e legado Papal em França. Morreu em Roma, em 21 de fevereiro de 1513.

HISTÓRIA

Apenas com um dia de reunião, o Conclave elegeu como papa o Cardeal GIULLIANO DELLA ROVERE, um homem de 60 anos que tomou o nome de JÚLIO II e foi coroado em 26 de Novembro de 1503.
Destacou-se mais como notável homem de Estado do que como eclesiástico, pela sua enérgica acção politica, reorganizando administrativamente o estado Pontifício e criando a Liga de Cambrai, contra Veneza, e a Santa Liga contra a França.
Começou por organizar uma expedição militar para reaver as cidades de Perúsia e Bolonha, que se renderam sem combate.
Recebido triunfalmente em Roma, parte em seguida para outra empresa de maior envergadura; pressionar Veneza com ameaças para que restituísse à Igreja várias cidades usurpadas. Veneza responde com arrogância, mas é organizada contra ela uma Liga constituída pela França,  Alemanha e Milão, acabando por negociar com o Pontifice a restituição das cidades reclamadas. O rei de França porém, reclamando direitos de conquista, não aceita de bom grado o entendimento de Veneza com JÚLIO II. Para isso entende-se com alguns cardeais contrários ao papa e convoca uma assembleia do clero que, proclama, arbitrariamente, os privilégios da Igreja francesa, provocando a irritação de JÚLIO II, que lança a excomunhão sobre LUÍS XII e os cardeais que o apoiavam. Estes, com o auxilio do monarca francês,intimam o papa para um concilio em Pisa, em 1511.
Não concordando, JÚLIO II convoca para Latrão aquele que seria o XVIII Concílio Ecuménico, com início em 19 de Abril de 1512.
Os reis de Inglaterra e Aragão, tal como o imperador alemão, recusam as manobras dos cardeais dissidentes e as maquinações do rei francês e aderem a JÚLIO II rejeitando o concílio de Pisa.
Para se vingar, LUÍS XII procura assassinar o papa, permitindo e fomentando chacotas teatrais e panfletos que, criticando Roma, o apresentavam a ele como enviado de Deus para reformar a Igreja.
Autorizou o casamento de CATARINA DE ARAGÃO, filha dos reis FERNANDO e ISABEL, de Espanha, com o rei HENRIQUE VIII, depois de ter ficado viúva de ARTUR, irmão do rei.
JÚLIO II ficará ainda assinalado na história por ter sido promotor das artes, dando protecção a artistas como BRAMANTE, MIGUEL ÂNGELO e RAFAEL e promovendo a reconstrução da basilica de Latrão.
Foi um extraordinário Pontifice para a mentalidade da época renascentista, mas das suas acções beneficiaram mais a Itália e as Artes do que a Igreja como corpo espiritual.
Saliente-se o apoio dado ás expedições marítimas portuguesas, que, com os seus missionários, contribuíram eficazmente para a propagação da fé na Índia, Etiópia e Congo.
Merecem destaque ainda algumas Bulas e Cartas a proibir a simonia, a refrear excessos da Inquisição espanhola, a incentivar a reforma das ordens religiosas, a proibir o duelo e a abolir o Ius naufragil (o direito de ficar com os despojos dos naufrágios).
Sem ter recuperado de uma grave doença, que o atormentava desde 1510, ficou novamente enfermo, vindo, entretanto, a falecer.


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LEÃO X - Papa

Papa de 1513 a 1521


CCXV Papa
217º na Wikipédia

SÍNTESE

Nasceu em Florença - Itália, em 11 de Dezembro de 1475. Chamava-se GIOVANNI DE MÉDICIS e era filho de LOURENÇO DE MÉDICIS, o Magnifico, e de CLARISSA ORSINI. Aos 17 anos já era cardeal. Morreu em Roma, em 1 de Dezembro de 1521.



HISTÓRIA


O Conclave começou por ler a Bula de JÚLIO II contra a simonia e jurando respeitar as suas decisões. Foi uma escolha dificil e só em 11 de março de 1513 se decidiram pelo cardeal GIOVANNI DE MÉDICIS, que tomou o nome de LEÃO X e foi bem acolhido pelo povo.
Uma vez eleito tratou da continuação do Concílio de Latrão, interrompido pela morte de JÚLIO II, orientando-o para a obtenção da paz e para a reforma eclesiástica, atendendo também a questões no campo da fé, como a da mortalidade da alma.
Dois anos depois, FRANCISCO I, sucede a LUÍS XII e invade a Itália, LEÃO X não hesitou, vai encontrá-.lo em Bolonha e negoceia a paz, assinando a Concordata de 1516.
Entretanto, em Roma, tece-se uma conspiração destinada a substitui-lo pelo cardeal ALFONSO PETRUCCI. Nada conseguem, PETRUCCI é executado, os cardeais que estavam com ele, destituídos e LEÃO X nomeia 31 novos cardeais, entre familiares e amigos de confiança.
Preocupado com a ameaça turca, envia legados aos monarcas cristãos, a convocá-los para uma Cruzada comum, mas a morte do imperador alemão inviabilizou qualquer acordo, tanto mais que a sucessão provocou situações de guerra entre FRANCISCO I, de França e CARLOS V de Espanha.
Surge então o problema da Grande reforma protestante, provocado por MARTINHO LUTERO, um teólogo e religioso alemão, de Santo Agostinho, sacerdote por falsa vocação, como interpretações pessoais da Bíblia e teorias estranhas sobre a fé, pregando contra a venda de indulgências, que considerava simoniaca. Pouco profundo em teologia , mas orador brilhante, encontrou muitos seguidores na Alemanha.
No ano seguinte, LUTERO afixa nas portas da Igreja da Universidade de Wottenberg as suas 95 teses, nas quais incluía uma série de doutrinas opostas ao ensino tradicional da Igreja. LEÃO X não reagiu com o vigor que a situação exigia, limitando-se a convidar LUTERO a vir a Roma, mas ele, escudado pelo imperador, recusou-se. Como não podia deixar de ser, foi então excomungado por Bula de 3 de janeiro de 1521.
LUTERO ainda fez uma tradução falseada da Bíblia, que teve grande sucesso para a sua causa.
Em maio de 1521, depois de ferido e prisioneiro dos franceses, em Pamplona, o capitão espanhol INÁCIO DE LOIOLA converte-se e a Companhia de Jesus, que viria a ser o grande baluarte da Igreja na luta da Contra-reforma.
Tendo HENRIQUE VIII, rei de Inglaterra, publicado um tratado teológico em latim contra a heresia de MARTINHO LUTERO intitulado os Sete Sacramentos, o papa conferiu-lhe o título de «defensor da fé» que desde então passou aos seus sucessores, não tendo a Igreja Católica nação alguma na Europa que zelasse tanto pela pureza da sua fé como a inglesa.
LEÃO X com pouca influência no campo espiritual, destacou-se no campo das artes, transformando Roma na pátria de todos os artistas eruditos e literários, revelando-se ele próprio Poeta. Músico, Arqueólogo e Filósofo, dotado de vasta cultura.
Morreu em Roma, vitimado por febres palúdicas e uma septicemia.
LEÃO X foi particularmente devoto  da Santissima Virgem, instituindo em Roma a festa do Santíssimo Nome de Maria, estabelecendo a celebração da Imaculada Conceição, na Polónia, e impondo silêncio às disputas entre franciscanos e dominicanos acerca desta prerrogativa da Mãe de Deus, declarando não ser de reprovar os que crêem neste privilégio mariano.
Concedeu, pela Bula Pastor aeterni, de 1521, diversas indulgências à Confraria do Rosário, exortando «às práticas salutares de piedade e de modo particular, ao culto do Pastor Eterno e de sua Santissima Mãe de Deus e sempre Virgem Imaculada, nossa advogada».
Portugal ficou a dever a LEÃO X a nomeação do seu primeiro embaixador junto da Cúria romana, o Doutor JOÃO DE FARIA (15-12-1514).
Como preito de homenagem e obediência, Dom MANUEL I enviou-lhe, em março de 1514, a célebre embaixada chefiada por TRISTÃO DA CUNHA, com ricos presentes, primícias do comércio marítimo com a Índia.
A embaixada foi um espectáculo que deslumbrou Roma, digna de príncipes do renascimento.
Maravilhado, LEÃO X deu ordem para que a comitiva portuguesa entrasse de graça nos espectáculos públicos enquanto estivesse em Roma, o que deu origem ao termo italiano portoghesi, atribuído aos borlistas que procuram entrar sem bilhete. 
LEÃO X concedeu a Rosa de Ouro a Dom MANUEL I, pelos altos serviços prestados pelo nosso país à Cristandade e ainda o chapéu ducal e a espada de honra, benzida pelo papa na noite de Natal, uma das mais altas distinções concedidas pela cúria romana.
Mas houve mais quanto a Portugal. pela Bula Dum fidel constantiam de 7 de Junho de 1514, menciona-se pela primeira vez o padroado dos reis de Portugal sobre os territórios ultramarinos, com direito de apresentação episcopal para todas as terras adquiridas nos dois últimos anos e para as que no futuro viesse a ser adquiridas, continuando as restantes, anteriores, a pertencer à Ordem de Cristo, em conformidade com a Bula Inter caetera, de CALISTO III 13 de março de 1456.
Em 31 de Março de 1516, o breve Dudum pro parte confere aos reis de Portugal o direito universal de padroado em todas a Igrejas e territórios sujeitos ao seu domínio.










ADRIANO VI - Papa


Papa desde o ano 1522 até 1523


CCXVI Papa
218º na Wikipédia


SÍNTESE

Chamava-se ADRIAAN FLORISZOON DEDEL. Nasceu em Utreque, Flandres - Holanda em 2 de março de 1459. Preceptor e conselheiro de CARLOS V, foi bispo de Tortosa e cardeal desde 1517. Morreu em Roma, em 14 de Setembro de 1523.



HISTÓRIA

Era de uma familia humilde, mas, de grande inteligência, conseguiu formar-se, vindo a ser vice-.chanceler da Universidade de Lovaina, onde teve como discipulo o célebre ERASMO DE ROTERDÃO, posteriormente, foi preceptor do futuro imperador CARLOS V (1506) e depois seu ministro, tentando em vão reconciliá-lo com FRANCISCO I.
Durante alguns anos teve influência em Espanha, como Bispo de Tortosa e chefe inquisidor em Aragão e Navarra, e até chegou a ser regente do reino, com o cardeal Cisneros, numa ausência prolongada do imperador CARLOS V.
Foi eleito em 9 de janeiro de 1522, depois de um Conclave de 14 dias, com os cardeais divididos entre as pressões do imperador alemão e do rei de França e foi o último Pontifice não italiano antes do papa JOÃO PAULO II.
Como Papa procurou deter o protestantismo mediante uma reforma profunda no interior da Igreja. desprezando o luxo dos salões de LEÃO X, acomodou-se com simplicidade num  recanto do Vaticano, na companhia de um secretário, um criado e uma velha ama que trouxera da Holanda.
O seu curto pontificado foi toldado por problemas com MARTINHO LUTERO, que até se permitia zombar dele e, também porque teve de enfrentar a campanha dos turcos comandados por SOLIMÃO o Magnifico, contra o mediterrâneo.
Não só LUTERO mas também Roma o atacava através dos mundanos e dos parasitas que expulsara do Vaticano, por ser estrangeiro, chegando ao ponto de lhe atribuem a culpa de uma peste que assolou Roma.
O ódio era tanto que, tendo sido sepultado entre PIO II e PIO III alguém escreveu sobre a sepultura: Hic hacet plus inter Pios
Foi um papa que tudo fez para reformar a Igreja e o último papa não italiano, até JOÃO PAULO II eleito em 1978.









CLEMENTE VII - Papa


Papa desde o ano 1523 até 1534.


CCXVII Papa
219º na Wikipédia


SÍNTESE

Nasceu em Florença, em 26 de Maio de 1438, sendo primo do papa LEÃO X. Chamava-se GIULIO DE MÉDICIS. Foi cavaleiro de Rodes, prior de Cápua e vice-chanceler, nomeado por seu primo LEÃO X. Era arcebispo de Florença e cardeal, nomeado por LEÃO X. Morreu em 25 de Setembro de 1534.



HISTÓRIA

O Cardeal GIULIO DE MÉDICIS foi eleito em 19 de Novembro de 1523, com o nome de CLEMENTE VII. Aquando da eleição, FRANCISCO I de França  e CARLOS V estavam em guerra. Este tinha apoiado a candidatura de CLEMENTE VII, mas o Papa, menos de um mês depois, assinou um tratado com a França.
CARLOS V com a ajuda da familia COLLONA, inimiga dos MÉDICIS, soldados espanhóis e mercenários alemães, toma Roma em 6 de maio de 1527, no que ficou conhecido como «saque de Roma» tendo o Papa de se refugiar no castelo de Santo Ângelo e pedir ajuda à Liga de Cognac.
Sem conseguir livrar-se e ninguém mais a quem recorrer, solicita a protecção de CARLOS V, assina com ele um tratado que o favorecia e coroa-o imperador em Bolonha.
Surge então o problema inglês. HENRIQUE VIII quer divorciar-se de CATARINA DE ARAGÃO e casar-se com ANA BOLENA. CARLOS V sobrinho da rainha, opõe-se ao divórcio e CLEMENTE VIII tem de o apoiar não permitindo a anulação do casamento.
HENRIQUE VIII depois de mandar matar THOMAS MORE e JOHN FISCHER em 1535, por se oporem aos seus desígnios, apoiando a decisão do papa, casa-se com ANA BOLENA. Rompe todos os laços com o Papado e, em 3 de Novembro de 1534, o parlamento reconhece-o como cabeça suprema e única da Igreja de Inglaterra. HENRIQUE VIII, que tinha sido proclamado por LEÃO X «defensor da fé», transforma-se em rei-papa de Inglaterra, tornando-se o chefe máximo da Igreja Anglicana.
CLEMENTE VII que excomungou sem qualquer efeito HENRIQUE VIII morreu com o coração desfeito pelos seus inêxitos.
Neste pontificado, INÁCIO DE LOIOLA apresentou na colina de Montmartre, em Paris, os seus intentos de formar um exército espiritual para defender a fé com  obediência ao Pontifice romano -. a Companhia de Jesus.
CLEMENTE VII favoreceu a expansão missionária em Portugal.
THOMAS MORE e JOHN FISCHER mandados matar por HENRIQUE VIII, foram canonizados em 1935 pelo papa PIO XI.








PAULO III - Papa


Papa desde o ano 1534 até 1549.


CCXVIII Papa
220º na Wikipédia


SÍNTESE

Nasceu, provavelmente, em Canino - Itália em 1468 sendo a sua familia proprietária dos terrenos que rodeavam o lago de Bolsena. Chamava-se ALESSANDRO FARNESE. Foi ordenado presbitero em 1519, aos 51 anos, na altura em já tinha quatro filhos, dois deles ilegítimos. Em 1524, com funções de Cardeal, foi bispo de Óstia e decano do Colégio Cardinalicio. Morreu a 10 de Novembro de 1549..


HISTÓRIA


O cardeal FARNESE foi eleito em 13 de Outubro de 1534, após um dia de escrutínio e por unanimidade, escolhendo o nome de PAULO III.
A sua vida tinha sido pouco edificante, mas mudou completamente após ser ordenado aos 51 anos.
Homem culto e amante das artes, era um diplomata nato.
Logo que foi eleito, o imperador alemão e o rei francês procuraram atraí-lo para a sua órbita mas PAULO III soube manter-se prudentemente neutro, enviando legados a ambos, convidando-os á reconciliação. Convocou-os depois para Nice, com vista a chegarem a acordo, mas o melhor que conseguiu foi numa trégua de dez anos, confirmada em 18 de Setembro de 1544.
Dedicou-se então á abertura do Concilio de Trento, convocado em 1536, começando também pela Reforma da Cúria e dos Tribunais Apostólicos, encarregando a Dictamen que os regulariza, a homens competentes.
Um dos pontos principais dessa reforma consistia na obrigação de residência permanente nas dioceses impostas aos  bispos que, deixando as almas entregues ao clero, usufruíam os proventos dos bispados como meio de vida, residindo longe. Nessa mesma linha de reforma se deve a reorganização do santo Ofício, ou Inquisição, pela Bula Licet ab initio, de 1542, e a publicação do Índice dos Livros Proibidos, em 1543, em face do crescente número de publicações de ideias protestante.
Finalmente, a 13 de Dezembro de 1545, deu-se início ao Concilio de Trento, com a presença de quatro cardeais, quatro arcebispos, 21 bispos e 5 gerais de ordens religiosas, com os teólogos pontifícios, LAINEZ e SALMERON membros da Companhia de Jesus.
De Portugal estiveram presentes os dominicanos, JORGE DE SANTIAGO, GASPAR DOS REIS, JERÓNIMO DE AZAMBUJA e, mais tarde, DOM FREI BALTASAR LIMPO, bispo do Porto.  
O primeiro decreto dogmático do Concílio incide sobre as fontes da fé católica - a Sagrada Escritura e a tradição apostólica - anatematizando os que a rejeitassem, no todo ou em parte, qualquer dos Livros Sagrados. Dada a importância do assunto e para obstar ao perigo de traduções alteradas, ficava proibida a impressão do texto sagrado, total ou parcialmente, sem a devida autorização da autoridade competente.
Prescreveu a todos os prelados a obrigação de criar cadeiras para o estudo da Sagrada Escritura em todas as igrejas, catedrais e colegiadas.
O Concilio elaborou ainda decretos dogmáticos, face aos erros difundidos pelo Luteranismo, como os referentes ao pecado original e à justificação. Quando ao pecado original, transmite-se por herança e não por simples imitação. inerente á própria propagação do género humano, com a única excepção do privilégio da Santissima Virgem. Por sua vez, a justificação não pode basear-se apenas na fé, como pretendia LUTERO sob pena de se negar o livre-alvedrio (ou livre-arbítrio) e tirar qualquer mérito ou responsabilidade aos procedimentos humanos.
Os 16 capítulos e 33 cânones que a expõem são uma obra-prima da prudência e clareza.
O decreto tridentário estabelece a justificação entre os extremos do protestantismo (pela fé) e do Pelagianismo (pelas forças naturais) ou seja a justificação, consegue-se pela graça de Cristo, a qual não elimina a responsabilidade dos actos humanos.
Uma inesperada epidemia começou a fazer vítimas entre os participantes e o Papa, que suspendeu o Concilio, morria, entretanto, no Quirinal e era enterrado em São Pedro.
LUTERO tinha falecido em Fevereiro de 1546 e um ano depois, em Janeiro de 1547, morria HENRIQUE VIII deixando viva a sua sexta mulher, CATARINA PARR. Durante a menoridade de EDUARDO, seu sucessor, THOMAS CRAMER, arcebispo de Cantuária, deu o impulso necessário para a protestantização de Inglaterra. A partir de então, o Cisma transforma-se em heresia e a ruptura com Roma foi irremediável.
Entretanto, a Companhia de Jesus que PAULO III aprovou em 27 de Setembro de 1540, ia ser o grande suporte da acção cultural e missionária da Igreja e SÃO  FRANCISCO XAVIER embarca para Goa e Japã., ao serviço de Portugal, em Abril de 1541.
Em 1540, PAULO III aprovou a Congregação dos Clérigos Regulares, fundada por São JERÓNIMO  EMILIANO e outra Ordem dos Clérigos, fundada por Santo ANTÓNIO MARIA ZACARIAS e a Ordem das Ursulinas, fundada por Santa ÂNGELA DE MERICI.
No que se refere a Portugal PAULO III concedeu a Dom JOÃO III pela Bula Cum ad nihil magis, de 23 de maio de 1536 a introdução do Tribunal da Inquisição em Portugal, composto por 3 Inquisidores gerais, os bispos de Lamego, Coimbra e Ceuta, mas gozando de autoridade limitada aos crimes de fé e com o prévio julgamento dos culpados, para se pautar a gravidade das suas faltas.
As restrições não agradaram a Dom JOÃO III que fez diligências em Roma para ter uma Inquisição livre, o que conseguiu  pela Bula Meditatro cordis, de 16 de Julho de 1547, pelo que criou Tribunais de Santo Ofício em Lisboa, Évora, Coimbra, Porto,  Lamego, Tomar  e Goa.
Este Papa tem também uma curiosa ligação aos Açores, mais exactamente à cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel onde é venerada a imagem do senhor Santo Cristo dos Milagres, pois esta imagem foi oferecida por PAULO III. de facto um grupo de jovens deslocou-se a Roma para pedir ao Papa uma Bula apostólica de modo a viverem canonicamente, segundo a regra de Santa Clara, no convento da Caloura. PAULO III acedeu e fez-lhes a oferta da imagem.
Por causa do assédio dos corsários, os condes de Vila Franca do Campo mandaram os jovens para Ponta Delgada com a imagem, após mandarem erigir em 1541 aquele que veio a ser chamado o Convento de Nossa Senhora da Esperança.
Como último Papa do renascimento PAULO III apoiou o desenvolvimento das artes e foi no seu pontificado que MIGUEL ÂNGELO terminou na Capela Sistina, a obra imortal o JUÍZO FINAL e se encarregou dos projectos de construção da cúpula da Basilica de São Pedro e da restauração do Capitólio.






JÚLIO III - Papa


Papa desde o ano 1550 até 1555.

CCIX Papa
221º na Wikipédia



SÍNTESE

Nasceu em Roma em 1487. Chamava-se GIOVANNI MARIA CLOCCHI DEL MONTE. Estudou teologia em Perúsia e Siena. Foi camareiro na corte do Papa JÚLIO III, prefeito de Roma, nomeado por CLEMENTE VII bispo de Sepontio (1511), bispo de Pavia, cardeal-presbitero e cardeal-bispo de Palestrina, nomeado por PAULO III em 1536. Morreu em Roma, em 23 de março de 1555.


HISTÓRIA


O Conclave reuniu-se em 29 de Novembro de 1549, mas a eleição só aconteceu em 8 de fevereiro de 1550, com os 47 cardeais divididos entre partidários do imperador alemão e do rei de França.
Eleito com o nome de JÚLIO III o povo recebeu-o com manifestações de regozijo, fazendo uma mascarada carnavalesca pelas ruas, com touros e corridas de jovens. O espectáculo agradou tanto a JÚLIO III que durante o seu pontificado algumas vezes o repetiu para contentar as multidões.
Foi um Papa condescendente, afável, mostrando-se liberal com o povo.
Empenhou-se na reforma da Igreja e num Consistório, em 10 de março de 1550, afirmou que grande parte do mal estava na avareza dos principais representantes da Cúria, na injusta distribuição dos benefícios e no exagerado luxo dos eclesiásticos e que, por isso, a reforma teria de começar por aí.
Teve grande mérito ao reabrir o Concilio de Trento, no qual, na primeira fase, se havia distinguido na qualidade de representante do papa PAULO III seu antecessor.
neste Concílio, de 1 de maio de 1551, a 28 de maio de 1552, foram tratados assuntos de grande e inegável importância tais como o culto à eucaristia, a sua conservação nas igrejas e a obrigação da comunhão pascal anual, bem como a indispensável preparação para esse acto.
Debatido o sacramento da penitência, onde são de salientar as participações de DIOGO LAINEZ e do teólogo dominicano MELCHIOR DE CANO ficaram firmadas a distinção entre penitência e baptismo e a obrigatoriedade da explicação verbal dos pecados, não bastando a confissão interior feita a Deus.
No campo disciplinar, reafirmou-se a jurisdição episcopal, as suas obrigações pastorais e a necessidade de reforma do clero.
Com espírito ecuménico, convidaram os protestantes a comparecer em Trento para exporem a sua doutrina, mas estes revelaram não estar interessados em aclarar a verdade.
A situação politica agravou-se e houve nova interrupção do concílio, mas JULIO III persistiu em dar realidade à reforma eclesiástica. Assim. mudança radical no funcionamento dos conclaves, para evitar intromissões politicas; os cardeais deveriam ser verdadeiros conselheiros e consultores do papa; os bispos ficariam obrigados a residir no seu bispado e a vistá-lo pastoralmente; a admissão ao sacerdócio devia ser mais exigente e rigorosa  Foi nomeada uma comissão para a efectivação desta reforma, tendo JULIO III trabalhado intensamente com ela.
No campo internacional o papa destacou-se com o apoio a MARIA STUART quando esta em 1553, se propunha restabelecer na Inglaterra a fé católica, entretanto desviada para o Protestantismo. JULIO III enviou a Inglaterra o cardeal REGINALDO POLO para ajudar a rainha a concretizar a desejada união  que chegou a ser oficialmente decretada em Janeiro de 1555. Pouco depois chegou a Roma uma embaixada inglesa para estreitar as relações com a Igreja Católica.
Entretanto, JÚLIO III faleceu sem ver concretizada  a desejada união.
O pontificado  fica ainda marcado pela sua confiança na Companhia de Jesus ao confirmar, em 1550, a sua aprovação e ao entregar-lhe o Colégio Germânico de Roma.
Em quatro séculos de existência formaram-se na Companhia de Jesus mais de 7000 alunos, entre os quais um papa, 29 Cardeais, 57 arcebispos, 330 bispos e 50 mártires.
Neste pontificado deu-se a expansão missionária , tanto no oriente como na América latina. NO oriente o grande apóstolo São FRANCISCO XAVIER que morreu em 1552, depois de intensa actividade em Goa e no Japão e na América Latina, a construção pelos missionários jesuítas Padre MANUEL DA NÓBREGA e o beato JOSÉ ANCHIETA do Colégio de São Paulo, de onde viria a nascer a actual e grande cidade brasileira de São Paulo.
JÚLIO III morreu deixando a Igreja lançada na Contra-Reforma e  na Cristianização dos novos mundos.





MARCELO II - Papa


Papa no ano 1555


CCXX Papa
222º na Wikipédia



SÍNTESE

Nasceu em Montepulciano - Itália, em 6 de maio de 1501. Chamava-se MARCELO CERVINO DEGLI SPANNOCHI. Foi cardeal-presbitero de Santa Cruz (Jerusalém) em 1539, legado papal ao Concilio de Trento (1543) e director da Biblioteca do Vaticano (1548). Morreu em 30 de Abril de 1555.
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HISTÓRIA


O Cardeal MARCELO CERVINO homem de comprovada virtude, humilde e piedosos, foi eleito Papa em 10 de Abril de 1555, tomando o nome de  MARCELO II.
Esperava-se dele uma reforma eclesiástica para a qual estava disposto e capacitado. De facto, começou por abolir os festejos habituais por altura da eleição papal, mandando distribuir pelos pobres o que neles se devia ter gasto e lançou-se afanosamente na continuação do Concílio
Infelizmente para a Igreja, uma morte prematura levou-o aos 54 anos de idade, tendo sido papa apenas 21 dias.
Aprovou a Companhia de Jesus, de quem  esperava ajuda para a reforma que pretendia efectuar.
Um seu sobrinho, São ROBERTO BELARMINO também jesuíta, veio a ser um grande Doutor da Igreja e influente na Contra-Reforma.
O nome deste papa ficou célebre pela missa polifónica intitulada Missa papae Marcelli, da autoria do famosos compositor Palestrina.
O historiador PIETRO SARPI deixou dele este testemunho: 
«Homem grave, severo e constante, que, contra o costume dos seus antecessores, quis conservar o seu nome de baptismo, em prova de firmeza e como para dar a entender que a nova dignidade não o ninha feito mudar».




PAULO IV - Papa


Papa desde o ano 1555 até 1559.


CCXXI Papa
223 na Wikipédia


SÍNTESE

Nasceu em Santo Ângelo della Scalla, Avelino - Itália em 1476. Chamava-se GIANPETRO GARAFFA sendo membro duma familia nobre, napolitana. Foi arcebispo de Brindisi e de Nápoles e Núncio apostólico em Espanha. Em 1524 fundou, com São CAETANO DE THIEM a ordem dos Teatinos. Em 1535 tornou-se cardeal e presidente da Inquisição. Cardeal-bispo de Óstia desde 1553, foi o decano do Colégio Cardinalício. Morreu em Roma, em 19 de Agosto de 1559.
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HISTÓRIA


O Cardeal GARAFFA já com 79 anos de idade, foi eleito em 23 de Maio de 1555, tomando o nome de PAULO IV. Por haver luta entre a tendência do rei francês e do imperador alemão, o Conclave decidiu-se por um papa de Transição, um italiano  a contento de ambas as partes.
A sua primeira Bula diz: «Prometemos e juramos trabalhar com verdadeiro empenho na reforma da Igreja universal e da Cúria romana».
Logo no dia da eleição determinou a expulsão de Roma de todos os chamados «vagabundos», que, vivendo fora dos conventos, andavam de terra em terra,  numa vida nómada e de pedincha.
Instituiu para a reforma da santa Sé uma congregação especial, dividida em três secções, com oito cardeais, 15 prelados e diversos eruditos em cada uma.
Determinou que deveria haver maior rigor na admissão à vida clerical e, e quanto aos bispos, chamou a si o exame dos que eram propostos o que, dada a morosidade, originou a existência de várias situações de sede vacante.
Teve exagerado rigor no combate à heresia protestante, transformando a Inquisição num tribunal de terror e ordenou a publicação do Index, demasiado rigoroso, de livros proibidos. Publicou também uma norma que criava o gueto romano e obrigava os judeus a viver dentro deste. Mais tarde estes guetos começaram a existir noutras cidades, tanto dentro como fora de Itália.
Mostrou também, desde o início do pontificado, demasiado nepotismo, nomeando cardeal seu sobrinho, CARLOS GARAFFA que colocou á frente da secretaria de estado e entregado a outros sobrinhos cargos importantes para a condução da política externa. mais tarde sofreria a decepção de ver que estes parentes lançaram Roma e a  França numa guerra desastrosa contra FILIPE II e depois se puseram ao serviço de Espanha.
Sentindo-se morrer, abriu-.se com o geral dos Jesuítas, DIOGO LAINEZ a quem disse: «Quão miseravelmente me enganaram a carne e o sangue! Os meus parentes precipitaram-me naquela infausta guerra de que nasceu tão grande número de pecados na Igreja de Deus. Desde os tempos de São Pedro não houve pontificado tão infeliz como o meu! Muito me arrependo. Rogai por mim».
Ao morrer e porque o povo estava revoltado com  ele, o seu corpo foi escondido num subterrâneo, onde esteve até que PIO V o mandou trasladar para Santa Maria sobre Minerva.
No seu pontificado morreram a rainha católica MARIA I, de Inglaterra e INÁCIO DE LOIOLA fundador da Companhia de Jesus, deixando a Ordem organizada em 12 províncias e os seus missionários espalhados desde a 
Índia ao Brasil.
Quanto a Portugal, PAULO IV pela bula de 15 de Abril de 1559, confirmou a Universidade de Évora , entregue à Companhia de Jesus.



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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto




Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.

Textos recolhidos

In

O Papado  -  2000 Anos de História 
Ed. Círculo de Leitores - 2009

e

sites: Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, e outros






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Blogue: 
 SÃO PAULO (e Vidas de Santos) http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com


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