terça-feira, 28 de julho de 2009

ANO SACERDOTAL

Com a devida vénia, permito-me transcrever o texto, publicado na VOZ PORTUCALENSE, de 22 de Julho de 2009 para o dar a conhecer através do meu blogue aos meus leitores:

Memórias no Ano sacerdotal: O Padre Amaro

Foi, na pacata aldeia de Avilhoso, situada na Vila de Lavra, concelho de Matosinhos, que, em 20 de Setembro de 1883, nasceu Manuel Moreira Dias Amaro. Oriundo de uma família de agricultores, profundamente cristã, era o primogénito dos 7 irmãos. Viveu numa comunidade eminentemente cristã, como era a paróquia de Lavra, considerada com viveiro de vocações sacerdotais!
Dotado de vocação sacerdotal, que seguiu, a ela se consagrou inteiramente, mantendo-se fiel até ao fim. D. António Ferreira Gomes afirmou, por ocasião do seu funeral: «O Padre Manuel Moreira Dias Amaro, na sua humildade e simplicidade, foi um dos sacerdotes mais venerandos da Diocese do Porto; realizou a sua vocação, no espírito das Bem-aventuranças...».
O Padre Amaro exerceu a sua actividade pastoral em vários lugares, sendo de exaltar a sua presença em Aveleda, Vila do Conde, onde se manteve plenamente dedicado de 27 de Setembro de 1917 a 1 de Maio de 1962.
Homem de Fé, tinha uma intensa vida interior, de união com Deus, que alimentava nas longas horas de oração, junto ao Sacrário, na devoção ao Rosário e às Almas do Purgatório. O Padre Amaro pertencia à Associação dos Padres Adoradores.
Apaixonado pelos problemas sociais, dedicou-se à solução concreta das carências económicas. Assim, foi o primeiro orientador da Cozinha Económica do Monte Pedral, no Porto, fundada por D. António de Castro Meireles. Em Aveleda, promoveu o Grémio da Assistência para os necessitados.
Além de uma grande sensibilidade artística e poética, enamorado da Beleza imperecível, possuía um profundo espírito contemplativo!
Impossibilitado de continuar na paróquia de Aveleda, por falta de vista, regressou a Lavra, prestando assistência religiosa na Capela de Cabanelas, precisamente onde iniciou o seu sacerdócio.
Muitos conheceram e beneficiaram da riqueza das virtudes cristãs e humanas do Padre Amaro. Foi, sem dúvida, um Homem Bom e um Sacerdote íntegro e exemplar!
Após um penoso e longo sofrimento, adormeceu no Senhor no dia 5 de Dezembro de 1976.
Por ocasião do funeral, disse D. António Ferreira Gomes: «a freguesia de Aveleda foi para o Padre Amaro, o que foi Ars (França) para S. João Maria Vianney». Também na nossa Diocese tivemos muitos sacerdotes que foram outros «Cura d’Ars» em terras portucalenses.

Pensamentos do Padre Amaro


«A vida é um livro que vamos escrevendo, momento a momento», anotava o Padre Amaro, em 10-02-1069, às 11h... Ao escrever o seu livro fê-lo na linguagem mais castiça, a do Evangelho, no estilo mais original, o da simplicidade.
Ficam aqui alguns pensamentos que o Padre Amaro deixou entre as suas notas:
* «Quem quiser amar a Deus, não diga que não tem tempo. Pode andar no trabalho. E trazer Deus no pensamento» (30-03-1970);
* «Bendito sejas, ó Sol do Senhor, que inundas a terra de luz e calor» (22-08-1970);
* «Quer de noite, quer de dia, seja só para adorar a Divina Eucaristia. E também para honrar a sempre Virgem Maria, bem como para sufragar as Almas do Purgatório, a quem peço adjutório» (oração de recitação diária);
* «Quanto mais unido a Deus vive o homem, mais vive em paz consigo próprio e com os outros» (23-01-1968);
* «Ó Jesus Eucaristia, eu amar-Vos, bem queria!» (2-10-1970);
* «Ajudai-me, meu Jesus, a levar a minha cruz» (1-10-1970);
* «Ó Virgem Maria, ó Mãe de Jesus, prendei-me ao Sacrário, Fonte de amor e luz» (16-01-1951);
* «Deixo-Vos aqui meu coração, Senhor, para que arda nas chamas do Vosso Amor» (16-01-1951);
* «Quem me dera honrar e amar a Deus Nosso Senhor, por todas as criaturas que Ele criou e há-de criar, sobretudo pelos que não podem ou não sabem amá-l’O e muito especialmente pelos que não querem amá-l’O» (oração de recitação diária);
* «Eu quero, ó meu Deus, que os homens Vos amem na Terra, como Vos amam os Anjos lá nos Céus» (23-04-1969).

http://voz-portucalense.pt

Recolha e transcrição de António Fonseca

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