A Apresentação de Nossa Senhora ao Templo
Festa, 21 de Novembro
Apresentação de Nossa Senhora ao Templo
A memória da Apresentação da Santíssima Virgem Maria, tem uma grande importância, porque nela se comemora um dos “mistérios” da vida de quem foi eleita por Deus como Mãe de seu Filho e como Mãe da Igreja. Nesta “Apresentação” de Maria se alude também a “apresentação” de Cristo e de todos nós ao Pai.
Por outro lado, constitui um gesto concreto de ecumenismo com nossos irmãos de Oriente. Isto se pode apreciar no comentário da Liturgia das Horas que diz: “Neste dia, em que se recorda a dedicação da igreja de Santa Maria a Nova, construída perto do templo de Jerusalém no ano 543, celebramos junto com os cristãos da Igreja oriental, a “dedicação” que Maria fez de si mesma a Deus desde a infância, movida pelo Espírito Santo, de cuja graça estava cheia desde sua Conceição imaculada”.
O facto da apresentação de Maria no templo não é narrado em nenhum texto da Sagrada Escritura; dele, sem embargo, falam abundantemente e com muitos detalhes alguns escritos apócrifos. Maria, segundo a promessa feita por seus pais, foi levada ao templo aos três anos, em companhia de um grande número de meninas hebreias que levavam tochas acesas, com a participação das autoridades de Jerusalém e entre o canto dos anjos. Para subir ao templo havia quinze degraus, que Maria caminhou só apesar de ser tão pequena. Os apócrifos dizem também que no templo Maria se nutria com um alimento especial que o levavam os anjos, e que ela não vivia com as outras meninas mas sim no “Sancta Sanctorum”, ao qual tinha acesso o Sumo Sacerdote só uma vez ao ano.
A realidade da apresentação de Maria devia ser muito mais modesta e ao mesmo tempo mais gloriosa. Por meio deste serviço a Deus no templo, Maria preparou seu corpo, e sobretudo sua alma, para receber ao Filho de Deus, vivendo em si mesma a palavra de Cristo: “Bem-aventurados os que escutam a palavra de Deus e a praticam”.
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Apresentação da Virgem Maria
Ana e Joaquim, em acto de fé, querem agradecer a Deus pelo nascimento desta criança, 21 de Novembro
Apresentação da Virgem Maria
Novembro 21
Etimologicamente significa” presente”. Vem da língua latina.
Esta festa arranca desde o longínquo ano 543. Foi o tempo em que se dedicou uma basílica à “La Virgen Maria la Nueva”.
Se levantou no mesmo monte Sião na explanada do Templo.
As Igrejas orientais, muito sensíveis ante as festas marianas, comemoram este dia a Entrada de Maria no Templo para indicar que, ainda que era puríssima, não obstante, cumpria com os ritos antigos dos judeus para não chamar a atenção.
A liturgia bizantina a trata como "a fonte perpetuamente vinda do amor, o templo espiritual da santa glória de Cristo Nosso Senhor".
No Ocidente, se a apresenta como o símbolo da consagração que a Virgem Imaculada fez de si mesma ao Senhor nos alvores de sua vida consciente.
Este episódio da Virgem Maria não se encontra nos quatro evangelhos. Aparece, pelo contrário, num livro apócrifo, o “proto-evangelho de Santiago”.
Mas, como sempre, quem manda é o povo cristão. Desde sempre a espiritualidade e a piedade popular têm estado marcadas e têm sublinhado a disponibilidade de Maria a Virgem ante os mandatos e insinuações mínimas do Senhor Deus.
Por isso, tanto no Ocidente como no Oriente esta festa teve em seguida um êxito ressoante entre todos os cristãos.
Maria estava destinada a ser um templo vivo da divindade. Segundo este evangelho apócrifo, a cena não pode ser mais simples:" Ana e Joaquim, num acto de fé e de cortesia, quiseram dar graças a Deus pelo nascimento desta menina".
Não pensaram uma coisa melhor que consagrá-la pela vida. Quando tinha três anos, a levaram ao Templo, a acolheu um sacerdote mediante umas palavras que recordam o Magnificat, o hino da Virgem Maria em acção de graças pelo que o Senhor havia feito com ela.
Esta festa data desde o século VI.
¡Felicidades a quem leve este nome e as Irmãs da Apresentação de Granada e do mundo!
Nossa Senhora da Apresentação de Quinche
Padroeira do Equador, 21 de Novembro
Nossa Sra. da Apresentação de Quinche
A imagem de Nossa Senhora da Apresentação de Quinche é uma formosa escultura em madeira, talhada no século XVI por Don Diego de Robles, extraordinário artista a que se devem outras imagens de Maria de grande popularidade e veneração.
Segundo alguns testemunhos, a Virgem apareceu aos índios numa cova prometendo-lhes livrá-los dos perigosos ursos que devoravam as crianças. Por outro lado, os que haviam encarregado da confecção da imagem a Don Diego, não lhe pagaram por ela, pelo que decidiu então dá-la aos índios oyacachis em troca de umas tábuas de fino cedro que este necessitava para seus trabalhos. Os caciques ficaram admirados quando viram chegar a Diego Robles com a imagem da Virgem às costas e reconheceram nela os mesmos traços da Senhora que lhes havia aparecido e lhes havia falado na cova. Sem dúvida, a Virgem quis visitar primeiro a seus filhos mais pobres para atraí-los ao Senhor dos Senhores que ela leva em seus braços.
Quinze anos permaneceu a imagem ao cuidado dos índios até que em 1604, o bispo do lugar ordenou sua mudança para o povoado de Quinche, onde finalmente tomou seu nome. A imagem, que é uma fina talha em madeira de cedro de uns 62 cm. de altura, está revestida por uma ampla e formosa roupagem de brocado coberto de gemas, e bordado com fios de ouro e prata que só deixam ver seu rosto moreno e aprazível. A Virgem leva um ceptro na mão direita e com a esquerda sustém o Menino em atitude de benzer, enquanto sustém uma esfera de ouro coroada por uma cruz.
Aos pés da imagem, a peanha e a grande meia lua, ambas de prata pura, e as pesadas coroas imperiais de ouro e pedras preciosas, manifestam a generosidade do povo equatoriano que gosta de ver a sua padroeira resplandecente, vestida sempre com as melhores galas. O rosto de Jesus evoca as feições dos meninos mestiços daquelas serras. Mestiço é a cor da Mãe, síntese da alma do inca e do espanhol. Seu fino nariz está marcado por um delicado rosto ovalado de lábios delgados e boca pequena; seus olhos achinesados e seu olhar triste com as pálpebras meio fechados ou caídos lhe conferem uma doçura única. Por isso esta invocação é tão popular no Equador, especialmente entre os índios que a chamam com afecto "a Pequenita" a sua protectora do céu.
É de admirar a variedade de cantos que se entoam em honra da Virgem del Quinche, com textos em quechua, em jíbaro e noutros diversos dialectos da região e também em castelhano; muitos deles se cantam desde há quatro séculos. A imagem foi coroada em 1943 e sua festa se celebra em 21 de Novembro. O templo actual foi declarado Santuário Nacional em 1985.
Cecilia, Santa
Mártir
Novembro 22
A grande devoção popular para com a virgem e mártir romana fez que o novo calendário litúrgico conservasse sua memória, apesar de faltarem documentos históricos anteriores ao século VI. Esta devoção e o próprio patrocínio de Santa Cecilia sobre a música sagrada se devem efectivamente ao relato de seu martírio, intitulado Paixão, datado depois do ano 486. Nela a fundadora do “título” da basílica de Santa Cecilia em Trastévere é identificada com uma santa homónima, enterrada nas catacumbas de São Calixto e que haveria sofrido o martírio durante o império de Alejandro Severo, em 230.
Na Liturgia das Horas lê-se: “O culto de Santa Cecilia, sob cujo nome foi construída em Roma uma basílica no século V, se difundiu amplamente por causa do relato de seu martírio, em que é exaltada como exemplo perfeitíssimo da mulher cristã, que abraçou a virgindade e sofreu o martírio por amor a Cristo”.
Cecilia, nobre e rica, ia todos os dias à Missa celebrada pelo Papa Urbano nas catacumbas próximas à Via Ápia, e uma multidão de pobres a esperavam porque conheciam sua generosidade. No dia de sua boda com Valeriano, enquanto o órgão tocava, ela cantava em seu coração: “somente para o Senhor” (desta passagem de sua Paixão teve origem o patrocínio de Cecilia sobre a música sagrada); depois, chegada a noite, a jovem disse a Valeriano: “Nenhuma mão profana pode tocar-me, porque um anjo me protege. Se tu me respeitas, ele te amará, como me ama a mim”.
Ao contrariado esposo não lhe restou outro remédio que seguir o conselho de Cecilia, fazer-se instruir e baptizar pelo Papa Urbano e depois compartilhar o mesmo ideal de pureza da esposa, recebendo em recompensa sua mesma glória: a palma do martírio, a que por graça divina se associou também o irmão de Valeriano, Tiburcio.
Ainda que o relato do martírio parece fruto de uma piedosa fantasia, historicamente é certo que Valeriano e Tiburcio foram mártires e que foram enterrados nas catacumbas de Pretestato. Depois do processo, narrado com abundância de detalhes pelo autor da Paixão, Cecilia foi condenada à decapitação, mas os três poderosos golpes do verdugo não conseguiram cortar-lhe a cabeça: isto se deveu a que, segundo o relato, Cecilia havia pedido ao Senhor a graça de ver ao Papa Urbano antes de morrer.
Em espera desta visita, Cecilia passou três dias em agonia, professando sua fé. Não podendo dizer nem uma palavra, expressou com os dedos seu credo em Deus uno e trino.
¿Queres saber mais? Consulta Santa Cecilia, Lirio do Céu de Jesús Martí Ballester
Festa de Santa Cecilia
Lirio do céu
Novembro 22
I. O PALÁCIO DOS CECÍLIOS. UMA CASA PATRÍCIA DA ROMA IMPERIAL
Num ângulo do campo de Marte, perto do mausoléu de Augusto e tão próxima ao Estádio, que nos grandes dias se ouvem os gritos da multidão, se ergue uma casa patrícia da Roma imperial. Desde ali se vê o Tíber. Detrás, se eleva a fachada do Panteão, à direita o jardim, e no interior um pátio alegre, povoado de estátuas, pertencentes à nobilíssima gens dos Cecílios. Mas os mármores rodaram e a recordação se olvidou. Aquele palácio aristocrático da Roma dos Antoninos, é hoje a igreja de Santa Cecilia, espelho da nova Roma, restaurada por Cristo, a abelha industriosa dos panais do Senhor, como a chama o pontífice Urbano. Uma abelha libadora de flores de virtudes, que entesoura em silêncio e em oração. Numa habitação, num cofre de prata, se guarda o Evangelho que a jovem lê todos os dias.
II. A BODA DE CECÍLIA
O palácio dos Cecílios se veste de festa. Escravos e escravas desfilam levando jóias brilhantes, telas preciosas e cestos de flores, preparando a festa nupcial da boda de Cecilia. Uma noite, nas catacumbas, o pontífice havia posto sobre sua cabeça o véu das virgens; era a esposa de Cristo, mas não pôde vencer a vontade de seu pai; e agora se põe confiada nas mãos do Senhor. Avança o cortejo. Vão adiante um menino adornado com verbenas e uma menina coroada de rosas. Descrevendo ligeiros ritmos de dança, seguem quatro adolescentes que acabam de vestir a toga. Cecilia leva o vestido prescrito pelo ritual: uma túnica branca de lã com seu cingidor também branco e em cima um manto cor de fogo, símbolos da inocência e do amor. Quando começava a brilhar o luzeiro da tarde, a nova esposa é conduzida à morada do esposo.
III. EM CASA DE VALERIANO
A casa de Valeriano estava ao outro lado do Tíber, convertida hoje na igreja de Santa Cecilia. Cecilia sorria com suavidade, mas uma angústia infinita lhe apertava o coração. Aos poucos passos apareceu a casa de Valeriano. No pórtico, adornado de brancas coberturas e grinaldas de flores, aguardava o esposo feliz. Trocaram a saudação tradicional: -"¿Quem és tu?"- perguntou ele. E ela respondeu: -"Onde tu Cayo, eu Caya". Cecilia atravessa o umbral. Uma escrava se adianta e lhe apresenta num cálix de prata a água, figura da limpeza; outra lhe entrega uma chave, símbolo da administração que se lhe confia; e outra, lhe oferece um punhado de lã para recordar-lhe as tarefas do lar. E passam ao triclínio, onde se vai a servir o banquete nupcial. Brilham os candelabros, os lírios de Aécio e de Tivoli derramam seus perfumes, caem o chipre e o falerno nas taças de ouro, escanciadas por jovens efebos, ressoa a melodia das harpas e os címbalos e os comensais aplaudem ao poeta que canta o epitalamio.
IV. NO BANQUETE DE BODA
Cecilia parece enamorada; seu coração está suspenso por uma música celeste. "Durante o banquete de bodas, enquanto a música soava, ela entoava orações na solidão de seu coração, pedindo que seu corpo ficasse imaculado", segundo se lê nas Actas de santa Cecilia, do ano 500: "Que meu coração e minha carne permaneçam puros". Cecilia ia a dar o último passo para o perigo. Duas matronas guiaram seus passos temerosos até à câmara nupcial. Ardem os candelabros, brilham os tapices e fulguram as jóias.
V. NA CÂMARA NUPCIAL
Chega Valeriano. Se acerca de sua esposa radiante de felicidade; mas ela o detém com estas palavras: -"Jovem e doce amigo, tenho um segredo para te confiar; jura-me que o saberás respeitar". Valeriano o jura sem dificuldade, e a virgem acrescenta: -"Cecilia é tua irmã, é a esposa de Cristo. Há um anjo que me defende, e que cortaria num instante tua juventude se intentasses qualquer violência". O jovem empalidece, se irrita, grita desesperado; mas a pouco e pouco a graça o domina, e com a graça a doçura infinita de Cecilia. -"Cecilia -disse por fim-, faz-me ver esse anjo, se queres que creia em tuas palavras". "Para ver esse anjo de Deus é necessário primeiro que creias, que te faças discípulo de Cristo, e te baptizes". -"Pois bem -responde Valeriano -; agora mesmo, esta mesma noite; amanhã será tarde". - E com o ímpeto da juventude e a serpente da dúvida na alma, deixa na habitação a sua esposa e caminha envolto no silêncio da noite em busca do pontífice Urbano. Pouco a pouco, uma força desconhecida vai dominando sua alma. Começa a compreender.
VI. DUAS COROAS DE ROSAS E LÍRIOS
Umas horas mais tarde voltava vestido com a túnica branca dos neófitos. Prostrada em terra, Cecilia está absorta em oração; uma luz deslumbrante a rodeia e um anjo de inefável beleza paira sobre ela, sustentando duas coroas de rosas e de lírios, com que adorna as cabeças dos dois esposos. Ao baptismo de Valeriano seguiu o de seu irmão Tiburcio e pouco depois, os dois esposos davam seu sangue pela fé. Reinava então em Roma o imperador Aurélio, homem honrado, coração bom e compassivo, que se rebela contra os jogos sangrentos do anfiteatro; mas cruel com os cristãos. Em sua perseguição sofreram Tiburcio e algum tempo depois, a virgem Cecilia.
VII. O MARTÍRIO CRUEL
Após os intentos de afogá-la no hipocausto, o lictor brandiu a espada e a deixou cair três vezes sobre o pescoço de Cecilia, mas com tão má sorte, que ficou envolvida no seu próprio sangue lutando agónica com a morte. Três dias depois ia a receber o galardão de seu heroísmo. Os cristãos recolheram o corpo da mártir e respeitosamente o encerraram numa arca de cipreste, sem mudar a atitude que tinha ao morrer. Assim se encontrou catorze séculos mais tarde, em 1599, segundo o testemunho do próprio Cardeal Baronio.
VIII. TESTEMUNHO DO CARDEAL BARONIO
"Eu vi a arca, que se encerrou no sarcófago de mármore -disse o cardeal Baronio- e dentro, o corpo venerável de Cecilia. A seus pés estavam os panos empapados em sangue, e ainda podia distinguir-se a cor verde do vestido, tecido em seda e ouro, apesar dos destroços que o tempo havia feito nele. Podia ver-se, com admiração, que este corpo não estava estendido como os dos mortos em suas tumbas. Estava a castíssima virgem recostada sobre o lado direito, unidos seus joelhos com modéstia, oferecendo o aspecto de alguém que dorme, e inspirando tal respeito, que ninguém se atreveu a levantar a túnica que cobria o corpo virginal. Seus braços estavam estendidos na direcção do corpo, e o rosto um pouco inclinado para a terra, como se quisesse guardar o segredo do último suspiro. Sentíamo-nos todos possuídos de uma veneração inefável, e nos parecia como se o esposo vigiasse o sono de sua esposa, repetindo as palavras do Cantar: “Não desperteis a amada até que ela queira". Ainda que a relação pareça fruto da fantasia, os mártires Valeriano e Tiburcio, sepultados nas catacumbas de Pretextato, são historicamente certos. Depois do processo, referido pelo autor da Paixão, Cecilia, condenada a ser decapitada, recebeu três poderosos cortes do verdugo, sem que sua cabeça caísse cortada: Havia pedido e obtido a graça de voltar a ver o papa Urbano antes de morrer. Na espera desta visita ela continuou durante três dias professando a fé. Não podendo falar, expressou com os dedos o Credo em Deus uno e trino. E com este gesto a esculpiu Maderno em sua célebre, belíssima e impressionante imagem de mármore.
IX. PADROEIRA DA MÚSICA
Cecilia, virgem claríssima, Lirio do céu chega escoltada pela glória divina com música e cantos, no banquete nupcial, em palavras da narração da Passio (Paixão) : Cantantibus organis, Caecilia, in corde suo, soli Domino decantabat, dicens: - Fiat cor et corpus meum immaculatum ut non confundar -, "Enquanto tocava o órgão, Cecilia cantava salmos ao Senhor". A seu Senhor, a seu Esposo: "Que meu coração e meu corpo permaneçam imaculados, para que não fique confundida". Suas orações foram escutadas e foi martirizada. Este relato escrito das Actas da mártir se gravou em mosaicos, e se decorou em frescos e miniaturas.
X. OS PINTORES E POETAS
No século XVI e seguintes sua posição como padroeira da música foi crescendo. E os artistas a representaram tocando o órgão, ou junto a ele, em numerosas pinturas, destacando as de Rafael, Rubens e Pousin. Assim a celebraram os pintores, os músicos e os poetas, Dryden, Pope, Purcell e Händel. O Movimento Ceciliano alemão do século XIX a tomou como Padroeira para a reforma da música litúrgica, que culminou no Motu Próprio de São Pio X, em 1903.
XI. CECÍLIA CANTA NO CÉU
Podemos imaginar a Cecilia cantando gozosa no céu, pedindo ao Senhor que nós sejamos dignos de cantar os louvores de Deus pelas maravilhas que obra no mundo, unidos a sua alma, limpa e enamorada. Disse santo Tomás na 2a-2ae q. 91 a. 1 resp sobre o Canto Litúrgico, que tanto quanto ascende o homem a Deus pelo divino louvor, se afasta do que vai contra Deus. O homem ascende a Deus por meio do divino louvor, que o eleva afastando-o do que se opõe a Deus, o egoísmo e a soberba, e o converte em homem interior. O louvor exterior da boca ajuda a motivar o amor interior do que louva. O louvor exterior dos lábios contribui a aumentar o amor do que louva, como o havia experimentado muito bem Santo Agostinho vivendo a experiência da Igreja que canta. A melodia divina com sua força transformadora, o havia conduzido ao caminho de sua conversão. Confessa o Santo que quando ouvia os hinos, dos salmos e dos cânticos em Milão, se sentia vivamente comovido à voz de tua Igreja, que o impulsionava suavemente. Aquelas vozes se mantinham em meus ouvidos e destilavam a verdade em meu coração; acendiam em mim sentimentos de piedade; entretanto derramava lágrimas que me faziam bem (Conf. IX 6-14). Na Igreja de Cristo, que é lar de gozo, o canto é esperança em acto porque é prece. Portanto dedicar-se a cantar a Deus e a escutar a música sagrada é preparar-se para orar com maior esperança e a viver a vida de Deus em nosso santuário interior que desborda na sociedade como anúncio do Reino de Cristo.
XII. AS IMAGENS DA PADROEIRA DA MÚSICA
A partir do Século XVI, a iconografia a representa cheia de alegria pela presença do Senhor tocando instrumentos musicais, a lira, a cítara, o órgão, o clavicórdio, a harpa, o violino, o violoncelo, e rodeada de anjos cantando. Assim a representam no Louvre, Domenichino, Guido Reni, Rubens e Pierre Mignard. Desde a Catedral de Palermo à Pinacoteca de Dresde, a figura da mártir romana, personifica o espírito de canto e da música sacra, e sai dos limites da música italiana para inspirar a música e a pintura europeias e a arte internacional já que em arte não tem fronteiras, como não o tem o bem, nem a verdade nem a beleza, que vivem em Deus e são participados pelos homens, que havendo saboreado um retrato de formosura, se enamoram da plenitude da beleza de Cristo Pantocrator. Porque a beleza, a verdade e o bem convergem e conduzem aos homens a reencontrar-se com Deus.
XIII. A PEDAGOGIA DA ARTE
Na Pinacoteca de Bolonha se pode admirar um quadro de Rafael que representa a Cecília, junto a instrumentos musicais, absorta nas harmonias celestes. A Vida divina trinitária, o Paraíso, a Comunhão dos Santos são luz, harmonia e cor, santidade, que é beleza, magnificência e esplendor. Esse é o ministério da liturgia e o magistério de arte, ajudarmos a compreender melhor, a orar e a elevar nossa mente à harmonia do Paraíso, ao que estamos chamados. Os templos não são museus refinados, mas auxílios para afiançar nossa fé e caminhos de conversão interior. A música e o canto sagrado, as expressões artísticas da arquitectura, as pinturas, as imagens, vêm a ser como sacramentais, para que os homens, dotados de sentidos, se abram a sua vocação de santidade, atraídos e fascinados pelo aroma dos nardos dos santos, e pela brancura lirial da Padroeira da Música CECÍLIA, Coeli-lilia, que em castelhano significa Lirio del Cielo.
Comentários ao autor: jmarti@correo.infase.es
Marino (Mauro) de Parenzo (Tar), Santo
Bispo, 21 de Novembro
Marino (Mauro) de Parenzo (Porec), Santo
Bispo
Martirológio Romano: Em Porec, de Istria (Croácia), são Marino, bispo e mártir (c. s. IV).
Uma das igrejas mais bonita de Itália, entre tantas como há, é a dedicada a são Vidal. No mosaico de ábside, junto à Virgem e ao Menino Jesús, está a figura de são Mauro, a que está dedicada a igreja.
Tem em sua mão a coroa do martírio.
¿Quem foi este santo?
Não somente foi mártir, mas também bispo como o atestam duas inscrições que se referem à construção da igreja e a mudança do santo para a mesma.
Foi bispo de Parenzo ao final das perseguições de Diocleciano.
Segundo a lenda, este bispo veio de África, tendo em conta a etimologia de seu nome (“moro”).
Foi um jovem cristão desde sua infância. Levado por seu amor a Deus, se consagrou a ele como monge num mosteiro, em que esteve 18 anos.
Depois saiu para fazer uma peregrinação a Roma, e daqui se foi a Istria para ser eleito bispo.
Sofreu muito durante as perseguições por defender com sua vida o testemunho de sua fé em Cristo Jesus.
Foi preso e condenado à morte. Os próprios cristãos recolheram seu corpo para lhe dar sepultura no cemitério.
Dois séculos posteriores, um bispo sucessor, Eufrásio, mandou edificar uma igreja em sua honra e levaram para lá suas relíquias. Boa parte delas foram levadas para Roma no século VII.
Actualmente estão em São João de Latrão. Seu culto e devoção se estenderam muito cedo.
¡Felicidades a quem leve este nome!
Demétrio de Rostov, St.
Biografia, 21 de Novembro
Etimologicamente significa “mãe da terra”. Vem da língua eslava e grega.
Jesus disse: “O que beber a água que eu lhe der, não terá sede jamais, pois a água que eu lhe der se converterá nele em fonte de água que brota para a vida eterna”.
O que de verdade o fez célebre em seu país, foi a obra “Flor dos Santos”, que é todo um clássico da prosa e ao mesmo tempo que um livro de piedade.
Começou pela redacção de são Cirilo de Kiev onde se fez monge aos 17 anos.
Quando apareceu o primeiro volume, foi acolhido com um aplauso geral.
Pedro o Grande lhe enviou uma boa prenda para o recompensar.
O patriarca de Moscovo lhe enviou a bênção porque dizia que não o havia gostado, já que nele havia ideias católicas de Roma.
O dia mais triste da vida de Demétrio foi o dia no qual o Czar o nomeou metropolita de Sibéria com o fim de evangelizar esta região imensa e a China.
O tomo III da “Flor dos santos” acabava de aparecer (1700).
O pobre monge, que só gostava do estudo e da contemplação, pôs-se em caminho chorando. Caiu enfermo em Moscovo.
Pedro o Grande foi visitá-lo. Demétrio lhe disse que não havia biblioteca na Sibéria.
O Czar o nomeou metropolita de Rostov, diocese em que abundavam os sacerdotes estúpidos, borrachos e onde as mulheres e as crianças nunca comungava. Viam raramente a um bispo tão bom. Morreu quatro anos depois da publicação de seu quarto tomo (1705). Encontraram-no morto de joelhos.
¡Felicidades a quem leve este nome!
Gelásio I, São
IL Papa, 21 de Novembro
Gelásio I, Santo
Não se sabe se nasceu em África ou se era romano de origem, mas consta que foi eleito pontífice em 492 e que reinou quatro anos e meio, distinguindo-se por sua energia.
Parece que não é obra sua o Decreto Gelasiano que contém uma lista dos livros do Canon bíblico, mas há que lhe atribuir reformas litúrgicas e sem nenhuma dúvida uma atitude muito firme respeito aos hereges: combateu implacavelmente a pelagianos, nestorianos e monofisitas, e fez queimar os livros dos maniqueus.
Também homem de uma peça no conflito que enfrentou a um bispo cismático de Constantinopla, afirmando em todo o momento a primazia da sede romana, sem olvidar que formulou com claridade,talvez por primeira vez, a submissão que em último lugar deve o poder temporal ao espiritual.
Este esquemático repassou a suas actividades e o assinala como um papa que não perdia o tempo e que em menos de um lustre deixou pégadas em todas as questões relativas à fé e à disciplina. Sua figura se vê assim envolta numa aura de inflexibilidade.
Ainda que a ideia mais comum acerca de ser santo se relaciona con brandas efusões tidas de sentimentalismo, a santidade estriba muitas vezes em ser duro. São Gelásio, defendendo o depósito da fé e a Igreja de Roma é inflexível, não retrocede nem uma polegada; e também passou à história como «pai dos pobres», porque para ele, caridade significava as duas coisas, ser de ferro custodiando a herança de Deus e de cera e mel para as necessidades de seus irmãos.
Francisca Siedlisko, Beata
Fundador, 21 de novembro
Francisca Siedliska, Beata
María de Jesús, o Bom Pastor
Francisca nasceu numa orgulhosa e nobre família polaca em 12 de Novembro de 1842.
Quando menina mostrou profunda sensibilidade espiritual, parecia descontente com o trem social de sua família, quando ela cresceu e se converteu em uma jovem mulher, estes sentimentos floresceram num intenso anseio de Deus.
Mas sua família tinha outros planos para ela, em especial seu pai, que se sentia profundamente decepcionado pela atitude que ela tinha com o nível social de sua família.
Francisca lutou valentemente contra a desaprovação familiar e contra sua própria má saúde até que ingressou na vida religiosa com a idade de 30 anos.
O Padre Leander Lendzian, um monge capuchinho que havia sido seu director espiritual ao longo destes difíceis anos, reconhece que sua visão espiritual era muito especial. Ela lhe comentou que sentia que estava chamada a estabelecer uma nova congregação.
Fiel a seu lema "Faça-se Tua Vontade", fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Familia de Nazaré em Roma no ano 1875.
Descobriu dentro da Sagrada Familia o exemplo perfeito de amorosa entrega a Deus.
Tomou o nome religioso de Maria de Jesus, o Bom Pastor, ela e sua nova comunidade de irmãs estabeleceram 29 fundações antes de sua morte em 1902.
Depois da autentificação de um milagre atribuído pela sua intercessão, o Papa João Paulo II a beatificou em 23 de Abril de 1989, ressaltando-a como uma mulher que dedicou sua vida ao amor a Jesus, Maria e José.
traduzido por Xavier Villalta
http://es.catholic.net/santoral
Recolha, transcrição e tradução por António Fonseca
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