domingo, 29 de novembro de 2009

SATURNINO DE TOLOSA (ou TOLOUSE), Santo (e outros) – 29 de Novembro

Os Santos de hoje,  Domingo 29 de Novembro de 2009

Saturnino de Tolosa, (ou Toulouse) Santo
Bispo e Mártir, 29 de Novembro

Saturnino de Tolosa,  Santo

Saturnino de Tolosa, Santo

Bispo e Mártir  -  Novembro 29

A cidade de Toulouse, no Languedoc francês, mostra com orgulho sua magnífica e impressionante catedral — jóia do românico — de Saint-Sernin. Tem cinco naves, vasto cruzeiro e um coro deambulatório com capelas radiadas.
São Saturnino — nosso conhecido e tantas vezes cantado Sanserenín das canções e jogos infantis— foi o primeiro bispo desta parte da Igreja.
Não se conhece nada anterior à sua morte. Tudo o que nos chegou é produto do desejo de exemplificar preenchendo com a imaginação e a fantasia o que a história não é capaz de dizer. A partir de uns relatos prováveis se somam outros e outros mais que o vão adornando como descendente de família romana — o nome é diminutivo do deus romano Saturno — culta, endinheirada, nobre e inclusive regia até chegar às afirmações de Cesareo de Arlés que, nada respeitoso com a cronologia, o apresenta calorosamente como oriundo de Oriente, um mais dos discípulos do Senhor, baptizado por João Baptista, presente na última Ceia e no Pentecostes. Certamente é o começo da literatura legendária.
O que consta é que a figura está marcada no século III, em tempos do domínio romano, depois de se haver publicado, no ano 250, os éditos persecutórios de Décio, quando a zona geográfica de Tolosa (Tolouse) conta com uma pequena comunidade cristã pastoreada pelo bispo Saturnino que para não cair na idolatria, queimando incenso aos deuses, sofre o martírio duma maneira suficientemente cruel para que o facto transcenda os limites locais e a figura do mártir comece a receber culto no interior das Gálias, na ribeira mediterrânea e passe também os Pirenéus até Espanha.
Em tempos posteriores, facilita a extensão desta devoção o facto de que o reino visigodo se prolongue até Espanha o que leva ao    transporte de dados culturais; também a peregrinação desde toda Europa ao túmulo do Apóstolo Santiago em Compostela faz que os andarilhos regressem expandindo até ao continente a devoção saturnina, ao ser Tolosa um ponto de referência clássico nas peregrinações, e com isso os peregrinos entram em contacto com as relíquias do mártir.
O martirológio romano faz sua relação escuta nestes termos: "Em Tolosa, no tempo de Décio, São Saturnino, bispo, foi detido pelos pagãos no Capitólio desta vila e arrojado desde o alto das grades. Assim partida a sua cabeça, espalhado o cérebro, maculado o corpo, entregou sua digna alma a Cristo".
Os relatos seguintes o apresentam atado com cordas a um touro que estava disposto para ser sacrificado e que o arrasta até deixá-lo morto e destroçado. Duas valentes cristãs — as Saintes-Puelles — recolhem seu corpo e o enterram perto da rota de Aquitânia.
O bispo Hilário fez construir sobre o túmulo de seu antecessor uma pequena basílica que reformou santo Exupério no século V e que destruíram os sarracenos em 711. Edificada lentamente durante o século XI, a consagrou o papa Urbano II no ano 1096 para que, em 1258, o bispo Raimundo de Falgar depositasse em seu coro os restos de santo Saturnino.
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Álvaro Pelágio, Santo
Bispo de Corone, 29 de Novembro

Novembro 29  -  Bispo

Etimologicamente significa “totalmente sábio”. Vem da língua alemã.
O Senhor disse de seu povo: “Não passarão fome nem sede. Não lhes fará dano nem o vento ardente nem o sol, porque o que os conduz é misericordioso, e os guia a mananciais de água”.
Este jovem espanhol recebeu em nossa pátria sua primeira educação.
Quando a família e os professores vieram que era muito inteligente, o enviaram a estudar à prestigiosa universidade de Bolonha.
Aqui cursou a carreira de Direito e fez o doutorado.
Mas em seu interior aspirava a outra ciência mais sublime. Rezou e meditou muitas horas ante o sacrário para ver se tinha ou não vocação para a vida franciscana.
Após um tempo, ingressou nesta Ordem religiosa. O mandaram a que estudasse teologia a Paris.
Uma vez que terminou seus estudos, lhe deram o cargo de professor em Todi, Perugia e no mosteiro de Mont – Averno.
Desde este retiro foi  exercer o ministério da pregação. Deus o bendizia com muitas conversões, especialmente em Florença e Pisa.
Foi também a pregar a Roma, onde se fez notável, tanto por sua erudição como por sua eloquência.
O Papa João XXII o fez penitenciário e o nomeou bispo de Corone e do Algarve português.
Seus restos repousam no convento de santa Clara em Sevilha.
Se deixou levar pela voz do Espírito de Deus, e em lugar de ser um jurista afamado, passou a ser um santo cheio do divino e do humano.
¡Felicidades a quem leve este nome!

Alfredo Simón Colomina, Beato
Mártir Jesuíta, 29 Novembro

Alfredo Simón Colomina, Beato

Alfredo Simón Colomina, Beato

Nascido em Valência em 18 de Março 1877.
Ingressa na Companhia de Jesus em 1895 e havia sido Reitor do Colégio São José de Valência.
Foi assassinado no Picadero de Paterna (Valência) em 29 de Novembro de 1936, confirmando assim, com seu sangue, sua fidelidade a Jesus Cristo.
Para ver mais sobre os 233 mártires em Espanha faz "click" AQUI

Dionísio da Natividade (Pedro Berthelot), Beato
Mártir Carmelita, 29 Novembro

Dionisio de la Natividad (Pedro Berthelot), Beato

Dionísio de la Natividade (Pedro Berthelot), Beato

Dionísio se chamou no século Pedro Berthelot e nasceu em Honfleur-Calvados (França) em 12 de Dezembro de 1600. Ao vestir o hábito de religioso carmelita mudou seu nome pelo de Dionísio da Natividade com o qual agora é conhecido.
Seus pais Pedro e Florida Morín, eram muito pobres, por isso o pequeno Pedro, enquanto teve doze anos, já se enrolou na marinha mercante para ajudar em algo à precária situação económica da família. Durante sete anos percorreu vários portos de diferentes nações: Espanha, Inglaterra e até América.
Aos dezassete anos saiu numa frota em rumo para as Índias Orientais. Sofreram muitíssimo durante toda a travessia, mas de tudo saiu ileso nosso valente e jovem marinheiro. Durante este tempo da travessia demonstrou tantas qualidades, tanta seriedade e responsabilidade, que o capitão do navio, o senhor Beailieux, o nomeou primeiro piloto do navio, quando todavia era um jovem inexperiente. Era em 1618 quando pisa terra das Índias, como primeiro piloto e especialista como cosmógrafo dos reis de França e Portugal, para estudar quantos países descubram e visitem. Recordação daquelas viagens e prova fidedigna de sua grande perícia e não menos valor, é o testemunho de sua preciosa obra Tabulae maritimae que se conserva no Museu Britânico de Londres.
Enquanto estava em Goa, igual que em todas partes, procurava levar uma vida de generosa entrega ao Senhor por meio da oração e vida de sacrifício e de caridade, servindo a seus irmãos enquanto lhe era possível. Estes dias, seu Padre espiritual, P. Fernando da Santíssima Trindade, o anima a que deixe o mundo e abrace a vida religiosa no Carmelo. Assim o faz emitindo os votos religiosos em 25 de Dezembro de 1636 com o nome de Frei Dionísio de la Natividade. Dois anos depois, em 24 de Agosto de 1638, era ordenado sacerdote. Tanto durante o tempo do Noviciado como durante seus estudos e o pouco tempo que pôde exercer o sacerdócio, foi sempre modelo de todas as virtudes. O embaixador do Rei de Portugal quis levar Dionísio com ele como guia a Achen (Sumatra). O Padre Dionísio tomou como companheiro a Tomás Rodríguez.
Chegaram a esta cidade em 25 de Outubro de 1638. Os receberam com demonstrações de falsa alegria e muito rapidamente foram feitos prisioneiros.
O intento era que renegassem de sua fé católica e que se fizessem muçulmanos. Os dois carmelitas foram muito mais duramente torturados que os outros cativos. Os dois se privavam do necessário para ajudar os outros. Os alentavam para que não decaíssem na fé. Passavam largas horas entregues à oração. Em várias ocasiões o Senhor os premiou com graças especiais que deixavam aos demais admirados. Isto era um estímulo para morrer por Jesus Cristo. Dionísio quis ser o último a morrer para dar alento aos outros.
O  primeiro foi o Irmão Redento. Mataram-nos a golpes de cimitarra, que abriram suas cabeças pela metade. Era em 29 de Novembro de 1638.

Redento de la Cruz (Tomás Rodríguez), Beato
Mártir Carmelita, 29 Novembro

Redento de la Cruz (Tomás Rodríguez), Beato

Redento de la Cruz (Tomás Rodríguez), Beato

O Beato Redento, no século. Tomás Rodríguez, havia nascido em Portugal em 1598. Seu povo era Paredes. De muito jovem se embarcou até às Índias Orientais e ali vestiu o hábito de religioso carmelita como Irmão. Esteve em vários conventos. Em Goa, muitos anos de sacristão. Ali conheceu ao P. Dionísio. Ao vestir o hábito carmelita se pôs o nome de Redento de la Cruz. Deveras que amou sempre ternamente a Cruz de Jesus Cristo e suas próprias cruzes.
Quando o embaixador do Rei de Portugal quis levar ao P. Dionísio a Anchen (Sumatra), os acompanhou na viagem.
Chegaram a esta cidade em 25 de Outubro de 1638. Os receberam com demonstrações de falsa alegria e muito rapidamente foram feitos prisioneiros.
A intenção era que renegassem de sua fé católica e que se fizessem muçulmanos. Os dois carmelitas foram muito mais duramente torturados que os outros cativos. Os dois se privavam do necessário para ajudar os outros. Os alentavam para que não decaíssem na fé. Passavam largas horas entregues à oração. Em várias ocasiões o Senhor os premiou com graças especiais que deixavam aos demais admirados. Isto era um estímulo para morrer por Jesus Cristo. Dionísio quis ser o último a morrer para dar alento aos outros.
O  primeiro foi o Irmão Redento. Mataram-nos a golpes de cimitarra, que abriram suas cabeças pela metade. Era em 29 de Novembro de 1638.

Maria Madalena da Encarnação, Beata
Fundadora, Novembro 29

María Magdalena de la Encarnación, Beata

Maria Magdalena de la Encarnación, Beata

Fundadora da Ordem das Adoradoras Perpétuas do Santíssimo Sacramento

Nasceu em Porto Santo Stefano (Itália) em 16 de Abril de 1770, no seio de uma família fervorosamente católica. Foi baptizada no dia seguinte com os nomes de Catalina Maria Francisca Antónia.
Cresceu num ambiente impregnado de religiosidade exemplar. Seu pai, Lorenzo Sordini, promoveu que na igreja paroquial se expusesse à veneração pública, em circunstâncias especiais, com espírito de amor e reparação, o Santíssimo Sacramento, como por exemplo a quinta-feira depois do carnaval. Assim, desde sua adolescência, Catalina passava horas em adoração junto a Jesus sacramentado.
Aos 17 anos recebeu uma proposta de matrimónio de parte de Alfonso, jovem de posição acomodada que a presenteou com preciosas jóias. Numa ocasião, adornada com elas, ao mirar-se ao espelho lhe apareceu o rosto doloroso de Jesus crucificado que a convidava a entregar-se totalmente a ele e lhe dizia: "Catalina, ¿me abandonas por um amor humano?". Em Fevereiro de 1788 ingressou no mosteiro das Terceiras Franciscanas de Ischia di Castro. Ao vestir o hábito religioso tomou o nome de soror Maria Magdalena de la Encarnación.
Em 19 de Fevereiro de 1789, quinta-feira de carnaval, no refeitório viu a "Jesus como num trono de graça no Santíssimo Sacramento, rodeado de virgens que o adoravam" e ouviu uma voz que lhe dizia: "Te elegi para instituir a obra das Adoratrices Perpetuas, que dia e noite me oferecerão sua humilde adoração para reparar as ofensas e as ingratidões da humanidade e dar graças e ajudas de minha divina misericórdia". Aquele dia se converteu para ela no "dia da luz".
Em 20 de Abril de 1802 foi eleita abadessa, cargo que ocupou até 1807, quando, seguindo a vontade de Deus que desejava um novo instituto — e escritas as Constituições —, se mudou para Roma, com algumas irmãs e a bênção de Pio VII, para fundar o primeiro mosteiro das Adoratrices Perpétuas do Santíssimo Sacramento, no convento de São Joaquim e Santa Ana, em Quatro Fontane. A fundação teve lugar em 8 de Julho de 1807. Por iniciativa sua a igreja se abriu à adoração dos fieis laicos.
Graças a sua união com Deus cada vez mais íntima, a seu grande espírito de fé e a sua intensa oração em tempos muito difíceis, pela invasão dos franceses depois da Revolução, logrou realizar muitas obras, em benefício do mosteiro e também de muitas pessoas que recorriam a ela. 
A madre Maria Magdalena profetizou ao Papa Pio VII a deportação para França: "Mas não tenha medo; ninguém o poderá prejudicar e voltará glorioso a Roma". Também chegou a cruz para as Adoratrices, em forma de supressão do instituto; e ela foi exilada para Florença
Caído o regime napoleónico, no ano 1814 a madre voltou a Roma com algumas jovens florentinas e em 18 de Setembro de 1817 vestiu o novo hábito religioso, que havia visto em visão no "dia da luz": saio branco e escapulário roxo, símbolos do candor virginal e do amor a Jesus crucificado e eucarístico.
Em 10 de Março de 1818 a Santa Sede reconheceu oficialmente a congregação, que a madre Maria Magdalena pôs sob o patrocínio da Virgem das Dores. 
Morreu em 29 de Novembro de 1824 em Roma, onde repousam seus restos. 
O instituto conta hoje com mais de noventa mosteiros espalhados por todo o mundo.


O milagre para sua beatificação
O milagre comprovado, e pelo qual S.S. Bento XVI a declarasse beata em 3 de Maio de 2008, foi a cura de João de Deus Rodríguez Madrid, um sinaloense de 60 anos, que em 2 de Julho de 1994 teve um acidente. Ele ia sentado na parte traseira de uma camioneta que corria a grande velocidade, ao dar o veículo uma curva ele caiu a terra ferindo-se fortemente na cabeça contra o pavimento.
Chegou inconsciente ao hospital. Em 3 de Julho à 01:40 horas foi preso de fortes convulsões, que provocaram que caísse da “marquesa” do tomógrafo; ferindo-se novamente a cabeça o que piorou a situação. Os exames que se realizaram puseram em evidencia uma fractura linear fronte-parietal, hemorragia subaracnoidea, edema cerebral difuso e hematoma laminar sottodurale occipital. Os médicos que o atenderam manifestaram um prognóstico desfavorável, temiam por sua vida e pelos transtornos neurológicos secundários ao grave trauma crânio encefálico.
A madre Maria Eugénia Monárrez Madrid, sobrinha de João de Deus, monja Adoratriz Perpétua do Santíssimo Sacramento, avisada do acidente, convidou a comunidade e a sua família a rogar à Madre Maria Magdalena de la Encarnação, e se iniciou uma novena. A manhã de Segunda-feira 4 de Julho se lhe permitiu a Maria Eugénia visitar ao enfermo e o médico que o assistia no departamento de Terapia Intensiva lhe confirmou a gravidade da situação. Com toda sua fé, Maria Eugenia põe uma relíquia sobre a cabeça de seu tio, invoca a graça da cura por intercessão da Madre e em 6 de Julho, terceiro dia da Novena, às 13:35 horas, em presença dos doutores Marenco e Rivera, inesperadamente o enfermo move as extremidades, trata verbalmente com os presentes que a assistem, se levanta sozinha do leito e sem apoio, caminha.
Os médicos afirmaram que a evolução da melhoria foi inesperada, rápida e impressionante, para a qual não tem explicação, pois de um caso assim, quem sobrevive, fica paralisado.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

OUTROS SANTOS E BEATOS

Santiago de la Marca, Santo    -   (*)

Presbítero Franciscano, 28 Novembro

Santiago de la Marca, Santo

Santiago de la Marca, Santo

Pregador incansável

Deste santo, cujo nome está unido ao de São Bernardino de Siena e ao de São João de Capistrano, que o acompanhou em suas peregrinações apostólicas pela Europa, temos muitas notícias: umas nos refere o mesmo e outras o humilde frade laico, Venâncio de Fabriano, que o acompanhou constantemente desde 1463.
Santiago de la Marca, cujo nome de pia era Domingo Gangali, nasceu em Monteprandone (Ascoli Piceno) em 1394. Ficou órfão de pai sendo ainda muito menino, e aos sete anos foi enviado a apascentar as ovelhas; assustado pela contínua presença de um lobo misterioso, que mais tarde ele chamará “anjo de Deus e não lobo como parecia” abandonou o rebanho e fugiu para Offida acolhido por um sacerdote familiar seu.
Seguiu os estudos de direito civil em Perusia; chegou a ser notário. Depois se estabeleceu em Florença, onde foi eleito alcaide. Regressou a las Marcas por assuntos familiares, se deteve em Assis e aqui, depois de um colóquio com o prior de Santa Maria dos Fez sua profissão religiosa em 1 de Agosto de 1416 e seis anos depois, já sacerdote, foi encarregado da pregação, ocupação que abarcaria toda sua vida até à morte, em 28 de Novembro de 1476 em Nápoles.
Durante mais de meio século percorreu Europa oriental e centro setentrional não só para pregar o nome de Jesus (tema constante de suas homilias, seguindo o exemplo de seu mestre São Bernardino), mas também para cumprir delicadas missões encomendadas pelos Papas Eugénio IV, Nicolás V e Calixto III.
Este grande caminhante parecia que só se detinha o tempo necessário para fundar um novo convento ou para restabelecer a observância da genuína regra franciscana nos já existentes. Os últimos 18 anos de sua vida os passou quase todos pregando nas várias regiões de Itália. Se encontrava em Áquila quando morreu São Bernardino de Siena, em 1444, e seis anos depois pôde presenciar em Roma sua solene canonização. O seguia devotamente frei Venâncio, que nos conta que durante uma missão pregada na Lombardia lhe propuseram a frei Santiago a eleição para bispo de Milão; mas o humilde frade não aceitou. Frei Venâncio, depois da morte do mestre, escreveu uma Vida em que narra os muitíssimos milagres que fez em vida e depois da morte.

SÃO JOÃO DE DEUS   -  (*)

Juan de Dios, Santo

Juan de Dios, Santo

Religioso

"No ano de 1538, reinando em Espanha o Imperador Carlos V, e sendo Arcebispo da Cidade de Granada dom Gaspar de Avalos... que alcançou felicidade em seus tempos, de florescer no seu bispado homens assinalados em santidade e virtude; entre os quais foi um, pobre, baixo e desprezado aos olhos dos homens, mas muito conhecido e estimado nos de Deus, pois mereceu chamar-se em apelido João de Deus
Se trata de João Cidade Duarte, um homem nascido no ano 1495 no povo português de Montemor o Novo, do bispado de Évora, Portugal e que morre em Granada, Espanha, no ano 1550 com a idade de 55 anos, sendo considerado um dos tesouros da cidade. Para todos é conhecido como "o santo". O apelido de Deus lhe foi imposto por um Bispo conhecedor de sua obra a favor dos pobres e enfermos. Não cabe maior honra que apelidar-se de Deus e nada reflecte melhor o modo de fazer deste homem.
Aparece com a idade de oito anos no povo toledano de Oropesa. Nas biografias de João de Deus, há grandes lacunas e muitas interrogações, algumas todavia não resolvidas, em relação à sua ascendência, povo, família, vida, até à sua maior idade.  A tradição fala que veio com um clérigo que passou por sua casa e foi acolhido na de Francisco Cid Mayoral onde viveu muito tempo, quase a frio leira de 29 anos em duas ocasiões diferentes.
Sendo mancebo de vinte e dois anos lhe deu vontade de ir para a guerra" lutando na companhia do Conde de Oropesa, ao serviço do Imperador Carlos V que foi em socorro da praça de Fuenterrabía atacada pelo Rei Francisco I de França. A experiência não pode ser mais desastrosa, está a ponto de ser enforcado e regressa de novo a Oropesa até que é solicitado para defender Viena, num momento de ameaça por parte dos turcos.
Depois destas experiências guerreiras volta ao ofício de pastor, lenhador para ganhar o sustento, pedreiro na construção das muralhas de Ceuta e finalmente, inicia em Gibraltar o oficio de livreiro, que exerce em Granada de forma estável num posto da rua Elvira, até à sua conversão.
Em Granada começa a ver João de Deus, quando mais assente e quando ao parecer, havia terminado sua “andadura” espanhola e europeia. João havia caminhado tanto em busca de um lugar que por fim acontece o ano 1539, festa de S. Sebastião no Campo dos Mártires, junto de Alhambra. Esse dia um pregador de fama, S. João de Ávila é o encarregado do sermão. Não sabemos que munição usou o "mestre Ávila", o caso é que o coração de João de Deus ficou tocado, suas palavras "fixaram-se nas entranhas" e "foram eficazes", disse seu biógrafo Castro. João parece ter ficado louco e grita, clamando "misericórdia". Se produz um total despojo de seus poucos haveres, até de suas vestes...
O povo se divide: uns dizem que era louco e outros que não era senão um santo e que aquela obra era de Deus. Aquilo era nem mais nem menos que o encontro com Deus.
Não é um assunto fácil. Desde agora começa uma nova aventura totalmente inédita na vida de João. Depois da experiência espectacular de sua conversão tem que entrar em contacto com os pobres mais marginalizados de sempre, os enfermos mentais. “Dois homens honrados compadecidos tomaram da mão a João e o levaram... ¿Onde? Ao manicómio. Uma ala do Hospital Real de Granada estava ocupada pelos loucos. Ali, sente em suas carnes o duro tratamento que se dá a estes enfermos em sua própria carne e se rebela de ver sofrer a seus irmãos. Desta experiência surge a conversão aos homens, que já serão para João, "irmãos". "Jesus Cristo me traga a tempo e me dê graça para que eu tenha um hospital, onde possa recolher os pobres desamparados e com falta de juízo, e servi-los como eu desejo".
O coração ferido, colhido pelo amor transbordante de Deus não o deixará em paz até ao último momento em que morre de joelhos. No ano 1539, de acordo com são João de Ávila, é hóspede em Guadalupe onde se prepara nas artes médicas, e em 1540 inicia sua primeira obra, um pequeno hospital na rua de Lucena, "tanta gente acudia pela fama de João e por sua muita caridade que os amigos lhe compraram uma casa para hospital na costa Gomérez”.
A fama de João é grande em Granada: acolhe a todos os pobres inválidos que encontra, às crianças órfãs e abandonados, visita e reabilita a muitas mulheres prostitutas, e tudo sem renda fixa, salvo a esmola na qual é verdadeiro mestre, "¿quem se faz bem a si mesmo dando aos pobres de Cristo?" -seria seu lema quotidiano. O coração aceso de João, contrasta com o fogo do Hospital Real em chamas no dia 3 de Julho de 1549. Ali acode como toda a cidade, mas não para se lamentar, mas sim para  para arregaçar as mangas para entrar e tirar os enfermos saindo são e salvo. Desde esse momento, João adquire a categoria de santo e sua fama chega a todos os que pudessem ter alguma dúvida de seu passado na zona dos enfermos mentais. No mês de Janeiro de 1550, tratando de salvar a um jovem que se estava afogando no rio Genil, adoeceu gravemente.
No leito de morte a João lhe fica a herança que entrega ao arcebispo e a seu sucessor, Antón Martín: livro das dividas e os enfermos assistidos. Assim se continua a obra de João de Deus até nossos dias.
João morre no dia 8 de Março de 1550. Seu enterro é uma autêntica manifestação de dor e simpatia para com a sua pessoa e sua obra.

Beata MARIA HELENA STOLLENWERK   -  (*)

María Elena Stollenwerk, Beata

Maria Elena Stollenwerk, Beata

Virgem e Co-fundadora da Congregação Missionária Servas do Espírito Santo.

Martirológio Romano: Na povoação de Steyl, nos Países Baixos, beata Maria Elena Stollenwerk, virgem, que colaborou com o beato Arnoldo Janssen na fundação da Congregação das Missionárias Servas do Espírito Santo e, havendo abandonado a função de superiora, se entregou à adoração (1900).
Nasceu em 28 de Novembro de 1852 na Alemanha, filha e herdeira de um acomodado agricultor. Seu desejo de unir-se à obra missionária empreendida pelo sacerdote Arnoldo Janssen, a levou a ingressar na Casa Missional de Steyl em 1882.
Em 1889, participa -junto com Josefa Hendrina Stenmanns- na fundação das Irmãs Missionárias Servas do Espírito Santo.
Em 1898, o P. Arnoldo Janssen lhe pede que ingresse na Congregação das Irmãs Servas do Espírito Santo da Adoração Perpétua, fundada em 8 de Dezembro de 1896. obra que ia a ser consolidada definitivamente por sua sucessora: María Micaela Tönnies.
O chamado que recebe Elena e que a marca desde sua meninice, é o chamado para a missão. Se sente convocada a levar calor, luz e a segurança do amor de Deus às crianças abandonadas de China. Seus anseios de ir para a missão não se cumprirão jamais, mas hoje suas irmãs estão repartidas por todo o mundo.
Em 3 de Fevereiro de 1900 partiu desta terra para o seu destino definitivo.
Sua vida religiosa se caracterizou por uma relação viva e profunda com o Espírito Santo e seu entranhável amor a Jesus Sacramentado. 
No 7 de Maio de 1995, a Irmã María Elena foi proclamada Beata, por João Paulo II.

Federico de Ratisbona, Beato  -  (*)

Lenhador, 30 Novembro

Federico de Ratisbona, Beato

Federico de Ratisbona, Beato

Nasceu em Ratisbona (Alemanha). Seus pais pertenciam à classe média. Entrou como irmão não clérigo no convento dos agostinhos, e serviu a comunidade como carpinteiro, com o encargo de prover a casa da lenha necessária para o uso quotidiano, um modesto trabalho levado a cabo durante anos unido a uma profunda vida de oração.
Cedo foi apreciado por sua religiosidade, por sua humildade e em particular por sua ardente devoção à Eucaristia. Morreu em 29 de Novembro de 1329.
É uma lástima que seja pouco o que se sabe de sua vida. Conhecemos, isso sim, algumas relações lendárias, como as aparecidas no inicio do século XX, provenientes de um manuscrito existente na biblioteca do capítulo metropolitano de Praga, publicadas pelo canónico Dr.. Podlaha. O autor, P. Hieronymus Streitel, prior de Ratisbona e cronista da Ordem a princípios do século XVI, recolhe tradições orais, preferentemente às já propostas no retrato historiado que um de seus imediatos predecessores à frente da comunidade ratisbonense, o P. Konrad Schleier, havia seleccionado para decorar com elas a tumba de Federico.
Entre elas, a mais conhecida, narra como um dia em que não pôde assistir à missa, no mesmo lugar onde se encontrava trabalhando recebeu a comunhão de mãos de um anjo.
A carga de colorido com a que se apresentam e marcam os feitos históricos conformidade aos gostos do tempo, hoje faz que tais relatos sejam vistos com fortes reservas, inclusive com recusa.
Mas há que ter em conta que ao narrador medieval, mais que a mesma vida dos santos lhe interessava mostrar seu testemunho, e a confirmação e reconhecimento divino de sua santidade mediante o milagre. Sua intenção era a de representar exemplos de virtude e ideais religiosos que animassem a segui-los.
Episódios como o exposto atestam a devoção eucarística de nosso beato e provam o profundo efeito produzido entre seus contemporâneos e a continuidade da piedosa memória de que foi objecto ao longo dos séculos.
Os esforços do servo de Deus, P. Pío Keller, lograram seu cometido quando em 12 Maio de 1909, o papa Pío X ratificou e o ininterrupto culto que Federico havia gozado e o proclamou beato.

(*)  Embora estes Santos e Beatos (Federico de Ratisbona, Maria Elena Stollenwerk, S. João de Deus e Santiago de La Marca) não constem na relação editada hoje em http://es.catholic.net/santoral , o certo é que fazem parte do Directório Litúrgico-2008 (que também consulto) como dias celebrados por várias Ordens e Congregações – pelo menos em Portugal – pelo que entendi que deviam figurar aqui hoje, pelo que recolhi as suas biografias através do site de http://Catholic.net – como é habitual.

Igualmente a recolha e transcrição e tradução foi efectuada por António Fonseca

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