Cecília, Santa
Mártir, 22 de novembro
Cecilia, Santa
Mártir - Novembro 22
A grande devoção popular para com a virgem e mártir romana fez que o novo calendário litúrgico conservasse sua memória, apesar de faltarem documentos históricos anteriores ao século VI. Esta devoção e o próprio patrocínio de Santa Cecilia sobre a música sagrada se devem efectivamente ao relato de seu martírio, intitulado Paixão, datado depois do ano 486. Nela a fundadora do “título” da basílica de Santa Cecilia em Trastévere é identificada com uma santa homónima, enterrada nas catacumbas de São Calixto e que haveria sofrido o martírio durante o império de Alejandro Severo, em 230.
Na Liturgia das Horas lê-se: “O culto de Santa Cecilia, sob cujo nome foi construída em Roma uma basílica no século V, se difundiu amplamente por causa do relato de seu martírio, em que é exaltada como exemplo perfeitíssimo da mulher cristã, que abraçou a virgindade e sofreu o martírio por amor a Cristo”.
Cecilia, nobre e rica, ia todos os dias à Missa celebrada pelo Papa Urbano nas catacumbas próximas à Via Ápia, e uma multidão de pobres a esperavam porque conheciam sua generosidade. No dia de sua boda com Valeriano, enquanto o órgão tocava, ela cantava em seu coração: “somente para o Senhor” (desta passagem de sua Paixão teve origem o patrocínio de Cecilia sobre a música sagrada); depois, chegada a noite, a jovem disse a Valeriano: “Nenhuma mão profana pode tocar-me, porque um anjo me protege. Se tu me respeitas, ele te amará, como me ama a mim”.
Ao contrariado esposo não lhe restou outro remédio que seguir o conselho de Cecilia, fazer-se instruir e baptizar pelo Papa Urbano e depois compartilhar o mesmo ideal de pureza da esposa, recebendo em recompensa sua mesma glória: a palma do martírio, a que por graça divina se associou também o irmão de Valeriano, Tiburcio.
Ainda que o relato do martírio parece fruto de uma piedosa fantasia, historicamente é certo que Valeriano e Tiburcio foram mártires e que foram enterrados nas catacumbas de Pretestato. Depois do processo, narrado com abundância de detalhes pelo autor da Paixão, Cecilia foi condenada à decapitação, mas os três poderosos golpes do verdugo não conseguiram cortar-lhe a cabeça: isto se deveu a que, segundo o relato, Cecilia havia pedido ao Senhor a graça de ver ao Papa Urbano antes de morrer.
Em espera desta visita, Cecilia passou três dias em agonia, professando sua fé. Não podendo dizer nem uma palavra, expressou com os dedos seu credo em Deus uno e trino.
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Festa de Santa Cecília
Padroeira da Música, 22 de novembro
Festa de Santa Cecilia
Lirio do céu - Novembro 22
I. O PALÁCIO DOS CECÍLIOS. UMA CASA PATRÍCIA DA ROMA IMPERIAL
Num ângulo do campo de Marte, perto do mausoléu de Augusto e tão próxima ao Estádio, que nos grandes dias se ouvem os gritos da multidão, se ergue uma casa patrícia da Roma imperial. Desde ali se vê o Tíber. Detrás, se eleva a fachada do Panteão, à direita o jardim, e no interior um pátio alegre, povoado de estátuas, pertencentes à nobilíssima gens dos Cecílios. Mas os mármores rodaram e a recordação se olvidou. Aquele palácio aristocrático da Roma dos Antoninos, é hoje a igreja de Santa Cecilia, espelho da nova Roma, restaurada por Cristo, a abelha industriosa dos panais do Senhor, como a chama o pontífice Urbano. Uma abelha libadora de flores de virtudes, que entesoura em silêncio e em oração. Numa habitação, num cofre de prata, se guarda o Evangelho que a jovem lê todos os dias.
II. A BODA DE CECÍLIA
O palácio dos Cecílios se veste de festa. Escravos e escravas desfilam levando jóias brilhantes, telas preciosas e cestos de flores, preparando a festa nupcial da boda de Cecilia. Uma noite, nas catacumbas, o pontífice havia posto sobre sua cabeça o véu das virgens; era a esposa de Cristo, mas não pôde vencer a vontade de seu pai; e agora se põe confiada nas mãos do Senhor. Avança o cortejo. Vão adiante um menino adornado com verbenas e uma menina coroada de rosas. Descrevendo ligeiros ritmos de dança, seguem quatro adolescentes que acabam de vestir a toga. Cecilia leva o vestido prescrito pelo ritual: uma túnica branca de lã com seu cingidor também branco e em cima um manto cor de fogo, símbolos da inocência e do amor. Quando começava a brilhar o luzeiro da tarde, a nova esposa é conduzida à morada do esposo.
III. EM CASA DE VALERIANO
A casa de Valeriano estava ao outro lado do Tíber, convertida hoje na igreja de Santa Cecilia. Cecilia sorria com suavidade, mas uma angústia infinita lhe apertava o coração. Aos poucos passos apareceu a casa de Valeriano. No pórtico, adornado de brancas coberturas e grinaldas de flores, aguardava o esposo feliz. Trocaram a saudação tradicional: -"¿Quem és tu?"- perguntou ele. E ela respondeu: -"Onde tu Cayo, eu Caya". Cecilia atravessa o umbral. Uma escrava se adianta e lhe apresenta num cálix de prata a água, figura da limpeza; outra lhe entrega uma chave, símbolo da administração que se lhe confia; e outra, lhe oferece um punhado de lã para recordar-lhe as tarefas do lar. E passam ao triclínio, onde se vai a servir o banquete nupcial. Brilham os candelabros, os lírios de Aécio e de Tivoli derramam seus perfumes, caem o chipre e o falerno nas taças de ouro, escanciadas por jovens efebos, ressoa a melodia das harpas e os címbalos e os comensais aplaudem ao poeta que canta o epitalamio.
IV. NO BANQUETE DE BODA
Cecilia parece enamorada; seu coração está suspenso por uma música celeste. "Durante o banquete de bodas, enquanto a música soava, ela entoava orações na solidão de seu coração, pedindo que seu corpo ficasse imaculado", segundo se lê nas Actas de santa Cecilia, do ano 500: "Que meu coração e minha carne permaneçam puros". Cecilia ia a dar o último passo para o perigo. Duas matronas guiaram seus passos temerosos até à câmara nupcial. Ardem os candelabros, brilham os tapices e fulguram as jóias.
V. NA CÂMARA NUPCIAL
Chega Valeriano. Se acerca de sua esposa radiante de felicidade; mas ela o detém com estas palavras: -"Jovem e doce amigo, tenho um segredo para te confiar; jura-me que o saberás respeitar". Valeriano o jura sem dificuldade, e a virgem acrescenta: -"Cecilia é tua irmã, é a esposa de Cristo. Há um anjo que me defende, e que cortaria num instante tua juventude se intentasses qualquer violência". O jovem empalidece, se irrita, grita desesperado; mas a pouco e pouco a graça o domina, e com a graça a doçura infinita de Cecilia. -"Cecilia -disse por fim-, faz-me ver esse anjo, se queres que creia em tuas palavras". "Para ver esse anjo de Deus é necessário primeiro que creias, que te faças discípulo de Cristo, e te baptizes". -"Pois bem -responde Valeriano -; agora mesmo, esta mesma noite; amanhã será tarde". - E com o ímpeto da juventude e a serpente da dúvida na alma, deixa na habitação a sua esposa e caminha envolto no silêncio da noite em busca do pontífice Urbano. Pouco a pouco, uma força desconhecida vai dominando sua alma. Começa a compreender.
VI. DUAS COROAS DE ROSAS E LÍRIOS
Umas horas mais tarde voltava vestido com a túnica branca dos neófitos. Prostrada em terra, Cecilia está absorta em oração; uma luz deslumbrante a rodeia e um anjo de inefável beleza paira sobre ela, sustentando duas coroas de rosas e de lírios, com que adorna as cabeças dos dois esposos. Ao baptismo de Valeriano seguiu o de seu irmão Tiburcio e pouco depois, os dois esposos davam seu sangue pela fé. Reinava então em Roma o imperador Aurélio, homem honrado, coração bom e compassivo, que se rebela contra os jogos sangrentos do anfiteatro; mas cruel com os cristãos. Em sua perseguição sofreram Tiburcio e algum tempo depois, a virgem Cecilia.
VII. O MARTÍRIO CRUEL
Após os intentos de afogá-la no hipocausto, o lictor brandiu a espada e a deixou cair três vezes sobre o pescoço de Cecilia, mas com tão má sorte, que ficou envolvida no seu próprio sangue lutando agónica com a morte. Três dias depois ia a receber o galardão de seu heroísmo. Os cristãos recolheram o corpo da mártir e respeitosamente o encerraram numa arca de cipreste, sem mudar a atitude que tinha ao morrer. Assim se encontrou catorze séculos mais tarde, em 1599, segundo o testemunho do próprio Cardeal Baronio.
VIII. TESTEMUNHO DO CARDEAL BARONIO
"Eu vi a arca, que se encerrou no sarcófago de mármore -disse o cardeal Baronio- e dentro, o corpo venerável de Cecilia. A seus pés estavam os panos empapados em sangue, e ainda podia distinguir-se a cor verde do vestido, tecido em seda e ouro, apesar dos destroços que o tempo havia feito nele. Podia ver-se, com admiração, que este corpo não estava estendido como os dos mortos em suas tumbas. Estava a castíssima virgem recostada sobre o lado direito, unidos seus joelhos com modéstia, oferecendo o aspecto de alguém que dorme, e inspirando tal respeito, que ninguém se atreveu a levantar a túnica que cobria o corpo virginal. Seus braços estavam estendidos na direcção do corpo, e o rosto um pouco inclinado para a terra, como se quisesse guardar o segredo do último suspiro. Sentíamo-nos todos possuídos de uma veneração inefável, e nos parecia como se o esposo vigiasse o sono de sua esposa, repetindo as palavras do Cantar: “Não desperteis a amada até que ela queira". Ainda que a relação pareça fruto da fantasia, os mártires Valeriano e Tiburcio, sepultados nas catacumbas de Pretextato, são historicamente certos. Depois do processo, referido pelo autor da Paixão, Cecilia, condenada a ser decapitada, recebeu três poderosos cortes do verdugo, sem que sua cabeça caísse cortada: Havia pedido e obtido a graça de voltar a ver o papa Urbano antes de morrer. Na espera desta visita ela continuou durante três dias professando a fé. Não podendo falar, expressou com os dedos o Credo em Deus uno e trino. E com este gesto a esculpiu Maderno em sua célebre, belíssima e impressionante imagem de mármore.
IX. PADROEIRA DA MÚSICA
Cecilia, virgem claríssima, Lirio do céu chega escoltada pela glória divina com música e cantos, no banquete nupcial, em palavras da narração da Passio (Paixão) : Cantantibus organis, Caecilia, in corde suo, soli Domino decantabat, dicens: - Fiat cor et corpus meum immaculatum ut non confundar -, "Enquanto tocava o órgão, Cecilia cantava salmos ao Senhor". A seu Senhor, a seu Esposo: "Que meu coração e meu corpo permaneçam imaculados, para que não fique confundida". Suas orações foram escutadas e foi martirizada. Este relato escrito das Actas da mártir se gravou em mosaicos, e se decorou em frescos e miniaturas.
X. OS PINTORES E POETAS
No século XVI e seguintes sua posição como padroeira da música foi crescendo. E os artistas a representaram tocando o órgão, ou junto a ele, em numerosas pinturas, destacando as de Rafael, Rubens e Pousin. Assim a celebraram os pintores, os músicos e os poetas, Dryden, Pope, Purcell e Händel. O Movimento Ceciliano alemão do século XIX a tomou como Padroeira para a reforma da música litúrgica, que culminou no Motu Próprio de São Pio X, em 1903.
XI. CECÍLIA CANTA NO CÉU
Podemos imaginar a Cecilia cantando gozosa no céu, pedindo ao Senhor que nós sejamos dignos de cantar os louvores de Deus pelas maravilhas que obra no mundo, unidos a sua alma, limpa e enamorada. Disse santo Tomás na 2a-2ae q. 91 a. 1 resp sobre o Canto Litúrgico, que tanto quanto ascende o homem a Deus pelo divino louvor, se afasta do que vai contra Deus. O homem ascende a Deus por meio do divino louvor, que o eleva afastando-o do que se opõe a Deus, o egoísmo e a soberba, e o converte em homem interior. O louvor exterior da boca ajuda a motivar o amor interior do que louva. O louvor exterior dos lábios contribui a aumentar o amor do que louva, como o havia experimentado muito bem Santo Agostinho vivendo a experiência da Igreja que canta. A melodia divina com sua força transformadora, o havia conduzido ao caminho de sua conversão. Confessa o Santo que quando ouvia os hinos, dos salmos e dos cânticos em Milão, se sentia vivamente comovido à voz de tua Igreja, que o impulsionava suavemente. Aquelas vozes se mantinham em meus ouvidos e destilavam a verdade em meu coração; acendiam em mim sentimentos de piedade; entretanto derramava lágrimas que me faziam bem (Conf. IX 6-14). Na Igreja de Cristo, que é lar de gozo, o canto é esperança em acto porque é prece. Portanto dedicar-se a cantar a Deus e a escutar a música sagrada é preparar-se para orar com maior esperança e a viver a vida de Deus em nosso santuário interior que desborda na sociedade como anúncio do Reino de Cristo.
XII. AS IMAGENS DA PADROEIRA DA MÚSICA
A partir do Século XVI, a iconografia a representa cheia de alegria pela presença do Senhor tocando instrumentos musicais, a lira, a cítara, o órgão, o clavicórdio, a harpa, o violino, o violoncelo, e rodeada de anjos cantando. Assim a representam no Louvre, Domenichino, Guido Reni, Rubens e Pierre Mignard. Desde a Catedral de Palermo à Pinacoteca de Dresde, a figura da mártir romana, personifica o espírito de canto e da música sacra, e sai dos limites da música italiana para inspirar a música e a pintura europeias e a arte internacional já que em arte não tem fronteiras, como não o tem o bem, nem a verdade nem a beleza, que vivem em Deus e são participados pelos homens, que havendo saboreado um retrato de formosura, se enamoram da plenitude da beleza de Cristo Pantocrator. Porque a beleza, a verdade e o bem convergem e conduzem aos homens a reencontrar-se com Deus.
XIII. A PEDAGOGIA DA ARTE
Na Pinacoteca de Bolonha se pode admirar um quadro de Rafael que representa a Cecília, junto a instrumentos musicais, absorta nas harmonias celestes. A Vida divina trinitária, o Paraíso, a Comunhão dos Santos são luz, harmonia e cor, santidade, que é beleza, magnificência e esplendor. Esse é o ministério da liturgia e o magistério de arte, ajudarmos a compreender melhor, a orar e a elevar nossa mente à harmonia do Paraíso, ao que estamos chamados. Os templos não são museus refinados, mas auxílios para afiançar nossa fé e caminhos de conversão interior. A música e o canto sagrado, as expressões artísticas da arquitectura, as pinturas, as imagens, vêm a ser como sacramentais, para que os homens, dotados de sentidos, se abram a sua vocação de santidade, atraídos e fascinados pelo aroma dos nardos dos santos, e pela brancura lirial da Padroeira da Música CECÍLIA, Coeli-lilia, que em castelhano significa Lirio del Cielo.
Comentários ao autor: jmarti@correo.infase.es
Miguel de Tver, Santo
Mártir, 22 de novembro
Miguel de Tver, Santo
Novembro 22
Etimologicamente significa “¿quem como Deus?”. Vem da língua hebraica.
Quando o crente está atento à voz de Deus, dia após dia renova em sua pessoa uma espontaneidade que faz que se sustente só em Cristo. A fidelidade de toda uma vida supõe uma atenção constante.
Morreu no ano 1318. Seu tio se chamava santo Alejandro Nevski. Era um pai de família generoso e muito comprometido com todos os assuntos referentes à religião cristã.
Teve quatro rapazes e quatro raparigas. A todos os educou numa autêntica formação espiritual.
Teve que intervir com dureza para que seu povo não caísse sob a invasão dos Tártaros, sustentados e apoiados em seu tempo pelos próprios príncipes moscovitas.
A todo aquele que não seguisse as instruções dos Tártaros, se os obrigava a levar amuletos que indicassem sua confissão e sua conformidade com os deuses pagãos.
O que não o fizesse o intitulavam de traidor e era exposto ao riso e vergonha públicas.
Tinham que levar os estandartes do chefe dos Tártaros.
Aquele que não os levasse era considerado traidor à pátria. Por cantar a glória de Deus desconhecido a quem adoravam os cristãos.
Então fizeram o mais fácil: o entregaram ao príncipe dos moscovitas, que se chamava Georges Danielocitch.
Este príncipe tinha tão más entranhas que não pensava nada mais do que em acabar com eles e com ele.
Cheio de desespero pela valentia que demonstravam os cristãos e Miguel à sua cabeça, se enfadou tanto que ordenou que todos fossem levados à morte sem mais julgamento. Os esbirros os assassinaram com suas espadas.
¡Felicidades a quem leve este nome!
Filêmon e Ápia, Santa
Mártires, 22 de novembro
Filêmon e Ápia, Santa
Discípulos de São Paulo
Etimologicamente significa “o mesmo”. Vem da língua latina.
O profeta Miqueas disse: “ O povo que te elegeu, Senhor, mora solitário num campo feroz; sê seu pastor”
No transcorrer de seus duas primeiras viagens apostólicas, são Paulo conheceu e converteu a uma família exemplar, que vivia em Colossos.
O marido e pai se chamava Filemón. A mulher era uma senhora óptima. Se chamava Ápia.
O marido chegou a ser um dos cristãos mais zelosos e benfeitor desta cidade.
Quando saiu Paulo, ele mesmo pregava e organizo a primitiva igreja da cidade reunindo a toda sua família.
Tinham escravos a seu serviço. Um deles era um ladrão e um frouxo no trabalho. Depois de um roubo fugiu de casa.
O escravo, sem embargo, ficou cativado pela pregação de Paulo.
Por isso, ao encontrá-lo em Roma, se fez baptizar e se converteu ao cristianismo.
Paulo escreveu uma carta a Filemón dizendo-lhe que perdoasse ao escravo e que fosse paciente com ele.
A carta é uma obra mestra de trato, delicadeza e afecto para com os escravos.
Os dois perdoaram a Onésimo seu pecado.
Não se sabe muito mais deste casal. Tão somente que a perseguição de Nero os levou ao martírio no século I.
¡Felicidades a quem leve este nome!
Pedro Esqueda Ramírez, Santo
Mártir, 22 de Novembro
Pedro Esqueda Ramírez, Santo
Nasceu em São João dos Lagos, Jal. (Diocese de ), em 29 de Abril de 1887.
Vigário de São João dos Lagos. O ministério a que se dedicou com verdadeira paixão foi a catequese das crianças.
Fundou vários centros de estudo e uma escola para a formação de catequistas. Sempre foi muito devoto do Santíssimo. Em plena perseguição organizava as famílias para que não faltassem à guarda perpétua a Jesus Sacramentado em casas particulares.
Desde o momento em que foi preso, foi tão duramente agredido, que se lhe abriu uma ferida na cara. Um militar, depois de o agredir, disse-lhe: «Agora já hás-de estar arrependido de ser cura»; ao que respondeu docemente o padre Pedro: «Não, nem um momento, e pouco me falta para ver o céu».
Em 22 de Novembro de 1927 foi tirado de sua prisão para ser executado; as crianças o rodearam e o Padre Esqueda insistentemente repetiu a um pequeno que caminhava junto a ele: «Não deixes de estudar o catecismo, nem deixes a doutrina cristã por nada».
E num pedaço de papel escreveu suas últimas recomendações para as catequistas. Ao chegar fora das portas do povoado de Teocaltitlán, Jalisco, dispararam-lhe três balas que mudaram sua vida terrena pela eterna.
Foi canonizado por João Paulo II em 21 de Maio de 2000.
Para ver más sobre seus 24 companheiros mártires no México faz "click" AQUI
Publicado com autorização de Vatican.va
Mártires mexicanos do século XX (São Cristóvão Magalhães e acompanhantes)
Cristóbal Magalhães e mártires 24 companheiros
Em 1917 foi promulgada no México uma nova Constituição, firmada pelo presidente Don Venusiano Carranza, que estava inspirada em princípios anticlericais e provocou uma era de violenta perseguição religiosa.
Em 1926, sob a presidência de Don Plutarco Elías Calles, a perseguição se faz mais violenta, com a expulsão de alguns sacerdotes, a clausura de escolas privadas e de obras de beneficência.
Foram muitos os fieis que sofreram o martírio por defender sua fé, de entre eles apresentamos agora a vinte e cinco que foram proclamados santos da Igreja por João Paulo II.
Os 25 santos canonizados em 21 de Maio de 2000 foram:
Mártires Mexicanos de século XX (São Cristóbal Magalhães e companheiros)
Cristobal Magallanes Jara, Sacerdote
Roman Adame Rosales, Sacerdote
Rodrigo Aguilar Aleman, Sacerdote
Julio Alvarez Mendoza, Sacerdote
Luis Batis Sainz, Sacerdote
Agustin Caloca Cortés, Sacerdote
Mateo Correa Magallanes, Sacerdote
Atilano Cruz Alvarado, Sacerdote
Miguel De La Mora De La Mora, Sacerdote
Pedro Esqueda Ramirez, Sacerdote
Margarito Flores Garcia, Sacerdote
Jose Isabel Flores Varela, Sacerdote
David Galvan Bermudez, Sacerdote
Salvador Lara Puente, Laico
Pedro de Jesús Maldonado Lucero, Sacerdote
Jesus Mendez Montoya, Sacerdote
Manuel Morales, Laico
Justino Orona Madrigal, Sacerdote
Sabas Reyes Salazar, Sacerdote
Jose Maria Robles Hurtado, Sacerdote
David Roldan Lara, Laico
Toribio Romo Gonzalez, Sacerdote
Jenaro Sanchez Delgadillo
David Uribe Velasco, Sacerdote
Tranquilino Ubiarco Robles, Sacerdote
Para ver as biografias dos vinte mártires do século mexicano Clique AQUI
Salvador Lilli e companheiros, mártires, Beato
Mártires, 22 de Novembro
Salvador Lilli e companheiros, mártires, Beato
Salvatore Lilli nasceu em Capadócia, província italiana de Aquila, em 19 de Junho de 1853. Em 1870 entrou na Ordem franciscana. Em 1873 teve que prosseguir os estudos em Terra Santa, pois o Governo italiano havia suprimido as Ordens religiosas. Recebeu a ordenação sacerdotal em Jerusalém, em 16 de abril de 1878.
Em 1880 foi enviado a Marasc, missão de Arménia Menor (Turquia), compreendida na Custódia franciscana de Terra Santa que abarca Egipto, Israel, Jordânia, Síria, Líbano, Chipre e Rodas.
Após uma breve viagem a Itália em 1886, prosseguiu a actividade apostólica em Marasc, e em 1890 foi nomeado pároco desta localidade. Na epidemia de cólera do mesmo ano, o P. Lilli se prodigalizou tão extraordinariamente na atenção aos empestados, que seus colaboradores o julgaram exagerado.
En 1894 passou à missão de Mujuk–Deresi, a sete horas de viagem a cavalo de Marasc. No ano seguinte estalou uma forte perseguição contra os cristãos arménios, que sempre haviam sido marginalizados e desprezados por causa de sua fidelidade à religião cristã. A matança de homens, mulheres, crianças e anciãos causou milhares de vítimas na região. O P. Lilli recebeu uma mensagem urgente de seus superiores que lhe sugeriam que abandonasse o posto; a segunda mensagem no mesmo sentido, o missionário respondeu que «o Pastor não pode abandonar as ovelhas em perigo», e decidiu ficar junto aos arménios perseguidos. Um mês depois, os soldados entraram a baioneta calada e o heróico franciscano foi ferido numa perna quando intentava ajudar as vítimas. Invadido seu convento pela tropa, foi feito prisioneiro e encerrado numa cela da casa franciscana. Alternando afagos e ameaças, promessas e maus tratos, o chefe dos soldados tratou de conseguir que renegasse de Cristo e se passasse para Maomé. Uma semana depois o obrigaram a partir com vários camponeses do lugar, também prisioneiros, até Marasc. Se reuniram todos na igreja, e o P. Lilli lhes confessou e animou ao martírio. Depois de duas horas de duro caminhar (no grupo havia uma menina de 11 anos que logo será testemunha do martírio), chegaram à beira de um rio, e o chefe de novo os incitou a renegar de Cristo. Ante sua unânime resposta negativa, o comandante ordenou matá-los a baioneta calada. O martírio se consumou em 22 de Novembro de 1895, quando o P. Salvador Lilli tinha 42 anos. Seus sete companheiros de martírio eram: Baldji Oghlou Ohannes, Khodianin Oghlou Kadir, Kouradji Oghlou Tzeroum, Dimbalac Oghlou Wartavar, Geremia Oghlou Boghos, David Oghlou David e Toros Oghlou David, todos eles arménios.
O processo ordinário para a beatificação destes mártires se instruiu em 1930-32, e a causa se inseriu na Sagrada Congregação de Ritos no ano 1959, sendo Papa João XXIII, conhecedor e amante das Igrejas orientais de Europa. Em 1962-64 se instruíram processos apostólicos em Alepo (Síria) e Beirute. Em 3 de Outubro de 1982, João Paulo II os proclamou Beatos, precisamente ao encerrar-se o VIII centenário do nascimento de São Francisco de Assis.
Tomás Reggio, Beato
Bispo, 22 de novembro
Tomás Reggio, Beato
Nasceu em Génova (Itália) em 9 de Janeiro de 1818 de uma família nobre. Ainda que se pudesse prever para ele uma carreira brilhante, aos 20 anos decidiu ser sacerdote deixando tudo para atrás.
"Quero fazer-me santo, custe o que custar", dirá Tomás no momento en que sua opção passou a ser definitiva.
Recebeu a Ordenação Sacerdotal em 18 de Setembro de 1841 e, com apenas vinte e cinco anos, foi nomeado vice-reitor do Seminário de Génova e sucessivamente reitor do Seminário de Chiávari. Neste serviço se dedicou com valor à formação dos futuros sacerdotes para que estivessem dispostos a comprometer a própria vida, sem receios, por Deus e pela igreja.
Precisamente enquanto dirigia o Seminário, desenvolveu uma intensa actividade como jornalista e foi um dos co-fundadores do primeiro jornal italiano católico, preocupando-se em defender a fé e os princípios autênticos do cristianismo.
Em 1865, durante a campanha eleitoral, o "Estandarte católico" – assim se chamava o jornal - conduziu a luta para promover listas de candidatos católicos e pensou em criar um partido católico.
A ideia era demasiado audaz, e quando em 1874 o "non expedit" soava claramente e os católicos foram convidados a não votar, o Padre Tomás "intuiu" que seu jornal não poderia continuar. Acatou as ordens dos superiores e preferiu estar em sintonia com o Papa e a Igreja; apenas expôs seu pensamento quando foi consultado pela Santa Sede.
Em 1877 foi consagrado Bispo de Ventimiglia, diocese muito pobre: o cobriu várias vezes, foi pastor clarividente e verdadeiro guia espiritual de seu rebanho, convoco três sínodos em quinze anos, criou novas paróquias, renovou a liturgia e se esforçou por manter o património artístico das Igrejas.
Em 1878 fundou a Congregação das Religiosas de Santa Marta, que tinham por finalidade “responder às necessidades de todos os tempos". Pediu às irmãs de acolhessem os mais pobres entre os pobres “como Marta, que teve a ventura de servir a Jesus com o humilde trabalho de suas mãos”. Estas religiosas aprenderam dela a adorar em silêncio, a alimentar-se da oração, a encontrar de joelhos as razões de uma fé, que há que descobrir a Cristo nos pequenitos com os quais ele se identificou.
Quando, em 1887, um terramoto devastou a Região, D. Reggio, apesar de sua avançada idade, se apresentou imediatamente junto aos afligidos pela catástrofe levando-lhes ajuda, e depois convocou aos párocos pedindo-lhes que o informassem sobre o Estado de suas paróquias, a fim de providenciar as ajudas que recebia de muitas pessoas, entre as quais leitores de vários periódicos.
Foi pródigo, reservando para si apenas sua batina e seu antigo relógio testemunhou assim que se fez pobre por sua gente. Cuidou de modo especial dos muitos órfãos vitimas do terramoto, inicialmente assistiu em alguns centros já existentes na cidade que o criou, mais tarde, um orfanato em Ventimiglia entregou ao cuidado das Religiosas de Santa Marta.
Em 1892 escreveu ao Papa: "Peço a Sua Santidade que me exonere do cargo episcopal, a fim de poder ser um simples sacerdote para que a diocese não vá a sofrer por causa de minha idade e se confie a outro uma tarefa tão pesada".
A resposta do Santo Padre foi surpreendente: em Maio desse mesmo ano, D. Tomás foi nomeado Arcebispo de Génova. Apesar de seus 74 anos de idade e das dificuldades, aceitou humildemente o cargo para cumprir a vontade de Deus.
Quando em 1900 a Itália católica decidiu consagrar a Deus e à Virgem o novo século, D. Tomás Regio convidou a todos os Bispos da Região a uma grande peregrinação ao Monte Saccarello, onde se colocou a estátua do redentor. Também ele partiu de Génova numa carruagem de terceira classe, com outros sacerdotes e muitos peregrinos, até Triora, pequena localidade aos pés do Monte. O desejo de prosseguir a pé o itinerário da peregrinação era muito forte, mas não lhe foi possível fazê-lo, pois um mal-estar o impediu. Foi o inicio da enfermidade que o levaria ao termo de sua vida.
Faleceu na tarde de 22 de Novembro de 1903, respondendo àqueles que se perguntavam se desejaria alguma coisa: “Deus, Deus, só Deus me basta!”. A resposta foi a expressão disso que o moveu sempre.
Julian Elias Torrijo, Beato
Lassalista Mártir, 22 de Novembro
Elías Julián Torrijo, Beato
Julián Torrijo Sánchez nasceu em Torrijo del Campo, Teruel, em 17 de Novembro de 1900. Foi baptizado em 18 do mesmo mês.
Ingressou no Noviciado Menor de Cambrils em 3 de Novembro de 1916. Recebeu o Hábito em 11 de Fevereiro de 1917 em Hostalets de Llers, Gerona.
Começou seu apostolado com os humildes de Sta. Coloma de Farnés em 1920.
Em 1925 lhe encomendaram os trabalhos de carpintaria na construção do Noviciado de Cambrils, pois antes de entrar com os Irmãos ajudava a seu pai neste oficio.
Em 1928 foi nomeado Administrador do Internato de Manlleu. Em 1929 voltou à aula em Santo Hipólito de Voltregá e logo depois esteve dois anos em Condal. Em 1934 passou para a Escola Nossa Senhora del Carmen, em Barcelona.
Devido a uma enfermidade, teve que passar uma temporada na enfermaria de Cambrils. Ali se achava quando estalou a perseguição religiosa.
Era uma pessoa simples, serviçal e de grande capacidade de trabalho.
Junto com o Irmão Bertrán Francisco, foi destinado a acompanhar um grupo de Noviços e Escolásticos aragoneses a suas casas, mas antes de chegar, em Segunto, os interceptaram os milicianos. Chegados a Valência e não podendo continuar para Aragão, distribuíram os rapazes pelas casas de famílias amigas.
Numa das visitas aos rapazes, foram interceptados, identificados como religiosos e detidos. Dos calaboiços do Governo Civil, foram trasladados para o Cárcel Modelo de Valência. Ao ser fuzilado, o Irmão Elías tinha 35 anos.
Para ver mais sobre os mártires lassallistas em Valência faz "click" AQUI
Francisco Lahoz Beltran, Beato
Lassalista Mártir, 22 de Novembro
Beltrán Francisco Lahoz, Beato
Francisco Lahoz Moliner nasceu em Campos, Teruel, em 15 de Outubro de 1912. Foi baptizado no dia seguinte de seu nascimento.
Em 10 de agosto de 1925 ingressou no Noviciado Menor de Cambrils, procedente do Aspirantado de Monreal del Campo.
Tomou o Hábito em 2 de Fevereiro de 1929.
Terminada sua formação no Escolasticado, foi enviado como professor do Noviciado Menor, onde se ocupou dos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem e depois foi destinado à catequese dos noviços.
De carácter firme e austero, era paciente para suportar brincadeiras e sua atitude com os demais era complacente e fina. Homem modesto e de grande capacidade de trabalho.
Com o motivo da perseguição religiosa de 1936, foi enviado, junto com o Irmão Elías Julián, (citado anteriormente) para acompanhar aos noviços da região de Valência e Aragão.
Como se mencionou nos dados do Irmão Elías Julián, depois de haver permanecido isolados de forma quase total, foram sumariamente julgados e fuzilados no campo militar de Benimamet. O Irmão Bertrán Francisco tinha 24 anos de idade. Foram sepultados numa vala comum do cemitério de Valência.
Para ver mais sobre os mártires lassallistas em Valência faz "click" AQUI
http://es.catholic.net/santoral
Recolha, transcrição e tradução incompleta por António Fonseca
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